- Não é possível! Mais rótulos danificados?
- Não, senhorita. Eles não foram danificados. Eles desapareceram – disse o novo funcionário, Francesco, contratado para auxiliar Genaro, já no meio da manhã.
- Como assim, desapareceram?
- Como estou lhe dizendo. Pela nota da gráfica foram mandados 20 rolos com 100 rótulos cada um, mas só encontrei 15 rolos.
- Será que não houve algum engano da gráfica. Será que eles não mandaram apenas 15 rolos.
- Não, senhorita. Eu tomei a liberdade e liguei para eles notificando o problema e eles disseram que não houve erro algum. A remessa foi conferida pelo Genaro, segundo o empregado da gráfica.
- E onde está ele?
- Saiu muito cedo. Disse que tinha de resolver uns problemas pessoais.
- Sem me avisar?
- Parece que ele falou com Don Pippo pedindo permissão para sair.
Enquanto eu tentava imaginar o que estava acontecendo, o telefone tocou.
- Agrícola Giusti, bom dia!
- Giulia! É você? – disse a voz rouca e calorosa do outro lado da linha.
- Alex! Onde você está?
- Estou em Roma. Don Pippo lhe deu o meu recado?
- Sim! Estava preocupada com a sua partida inesperada, até você ligar.
- Como você soube que eu viajei? – percebi que tinha sido pega em flagrante.
- Bem, eu liguei para o seu hotel, pois você não apareceu aqui como tinha combinado, e eles me informaram sobre a viagem.
- Só imagino o que não ficou pensando de mal a meu respeito.
- Nem queira imaginar. Afinal, o que houve para ter de sair tão repentinamente?
- Desculpe, querida – ao ouvir aquela palavra, amoleci – Fui chamado com urgência. Não tive como avisá-la. Não posso falar nada pelo telefone, mas creia, foi por um bom motivo. Só depois de estar acomodado por aqui é que pude ligar.
- Está desculpado. Estou com saudades...
- Eu também. Olhe, vou ter de desligar. Dentro de dois dias estarei aí. Cuide-se.
- Vou esperar. Um beijo!
Ouvi o click do outro lado e por alguns instantes esqueci minhas preocupações com a questão dos rótulos. Dei um longo suspiro e fui à procura de Francesco, que saíra discretamente, ao ver que o telefonema era de cunho pessoal.
Fui informada por ele que, apesar dos rótulos sumidos, haveria o suficiente pra rotular as garrafas para o carregamento.
Repensei sobre o fato e fui à procura de Don Pippo para conversar sobre o incidente. Achava que já era hora de contar-lhe o que estava acontecendo.
- Vovô, precisamos conversar.
- O que houve, Giulia? Você está tão séria.
- É verdade que o senhor dispensou o Genaro hoje pela manhã?
- Sim. Por quê?
Imediatamente passei a contar-lhe tudo o que tinha acontecido, desde a madrugada há dois dias até o desaparecimento dos rótulos na vinícola.
- Você acha que Genaro está envolvido com esta questão dos rótulos? Mas ele não pode ser um ladrão. Eu o conheço há anos. Não posso acreditar que ele tenha feito isso. E por qual motivo?
- É isto que quero esclarecer com ele quando voltar.
- Vamos com calma, Giulia. O Genaro é uma boa pessoa. Tenho certeza de que ele não tem nada a ver com isso.
- Tomara, vovô. Tomara...
O dia transcorreu normalmente. Terminei minhas tarefas, sempre alerta para a volta de nosso funcionário, o que não aconteceu.
Durante o jantar, Don Pippo estava de cenho franzido, visivelmente preocupado com o desaparecimento de Genaro.
- Ele nunca sumiu assim antes. O que terá acontecido?
- Ele não tem família? Amigos em Arezzo ou em Siena? – perguntei.
- A mulher o abandonou há muitos anos. Por isso morava aqui na Agrícola. Não tinha filhos ou outros parentes vivos. Amigos? Não sei. Nunca me falava sobre isto.
- Bom, então só nos resta esperar por notícias.
Tentamos manter nossa rotina. Depois do jantar, fomos ver um pouco de televisão. No fundo esperava que Alex ligasse novamente. Como ele não ligou, resolvi ir dormir mais cedo, pois pretendia retomar minhas caminhadas no início da manhã. Durante a noite, qualquer barulho era motivo para acordar-me. Não conseguia aprofundar o sono.
Mesmo cansada, levantei-me ao raiar do dia e preparei-me para meu passeio habitual. Cruzei com Don Pippo no corredor. Também estava com cara de cansado. A noite também não tinha sido muito boa para ele. Apenas nos despedimos, deixando conversas para mais tarde, no escritório. Talvez encontrasse Genaro mais tarde e esclareceríamos tudo.
Só o canto de alguns pássaros e o som de meus passos abafados, de encontro ao chão do acostamento, podiam ser ouvidos naquela estrada, àquela hora. Já estava andando há cerca de 40 minutos, quando ouvi o som de um motor aproximando-se por trás de mim. Sorri, lembrando da primeira vez que vira Alex, naquela mesma rodovia. Instintivamente, virei-me na direção do veículo que se aproximava. Na mesma hora, ouvi a aceleração do motor e o ruído dos pneus queimando o asfalto. Ainda pude perceber o carro saindo da pista de onde estava para lançar-se sobre mim. Só tive tempo de jogar-me sobre uns arbustos próximos ao acostamento. Cheguei a sentir o deslocamento de ar, provocado pelo automóvel, roçando meu corpo, ao desviar-se no último instante. Caí, soltando um grunhido de dor ao sentir os galhos espinhentos machucando minha pele através do abrigo leve que estava vestindo. Não consegui ver a placa do carro. Tampouco consegui definir qual a marca, devido a minha velha dificuldade em gravar este tipo de coisa. Só lembro que era de cor escura. Preto ou marinho? Levantei com dificuldade, sentindo dor no quadril esquerdo, por ter caído de mau jeito. Limpei a roupa com as mãos, ajeitei o cabelo e fiquei de pé, parada por alguns instantes, tentando recuperar o fôlego e a calma. Estava tremendo de raiva e de medo. Aquele motorista obviamente havia tentado matar-me. Não tinha sido uma brincadeira, com certeza. Pena eu não ter conseguido ver o condutor. Os vidros deviam ter aquela película protetora que escurecia a visão para dentro do carro.
Ainda assustada, peguei uma trilha fora da estrada, que me levaria até a vinícola, cortando caminho por dentro de propriedades vizinhas. Temia que o motorista voltasse para terminar o trabalho não concluído. Apesar das dores e algumas escoriações, segui em passos rápidos até chegar a nossa casa.
- O que aconteceu, Giulia? – gritou Agostina assustada ao me ver.
- Foi um pequeno incidente na estrada. Não se preocupe, Agostina – menti, pois não queria que ela ficasse atarantada com o fato. Tampouco saísse espalhando aos quatro ventos o ocorrido.
Entrei em casa, com ela correndo atrás de mim para verificar se não estava ferida, diante dos rasgões na roupa. Consegui tranquilizá-la e chegar ao meu quarto, sozinha. Tranquei a porta e respirei fundo, tentando colocar as idéias em ordem. A imagem de Tomasino insistia em voltar a minha mente. Tinha quase certeza de que fora ele o motorista homicida. Só não tinha como provar. Talvez não devesse contar para vovô. Certamente ele ficaria nervoso e, sabe-se lá qual seria a sua reação. Tinha medo que ele acabasse cedendo às propostas daquele bandido e vendesse a Agrícola Giusti. Isto não podia acontecer. Talvez Alex pudesse me ajudar quando voltasse. Será que podia contar com ele? Com estes pensamentos atordoando minha mente, entrei no banho. Estava confusa. Não sabia o que fazer. Quanto mais pensava, mais dúvidas surgiam na minha cabeça. Desde que Alex aparecera por ali, coisas ruins começaram a acontecer. Seriam coincidências? Será que ele era quem realmente dizia ser? Será que vovô o conhecia tão bem assim? Não! Ele não tinha nada a ver com tudo isso. Estava querendo ajudar, como ele mesmo havia dito. Meu coração não podia se enganar tanto assim. Não com ele... Melhor me vestir e ir trabalhar. Se eu não aparecer por lá, Don Pippo vai desconfiar.
Antes de sair, fui pedir a Agostina que ela não contasse nada para o meu avô sobre o meu susto da manhã. Ela compreendeu quando eu disse que não queria preocupá-lo à toa e que temia pela sua saúde.
- Bom dia! O que houve para chegar mais tarde hoje? Fez mais “Cooper” do que devia? - saudou-me vovô, bem-humorado, assim que me viu entrando no escritório.
- Bom dia! Acho que me perdi no tempo.
- Aposto que estava pensando em alguém que deve retornar hoje.
- Também...
- O que houve, bambina? Você não está muito bem – falou, aproximando-se de mim, com olhar mais sério – Aconteceu alguma coisa?
- Não, claro que não – menti – Estou preocupada com o roubo dos rótulos. Genaro já apareceu? – tentei mudar o assunto. Nunca consegui enganar meu avô por muito tempo. Ele tinha o dom de me desarmar. Evitava o seu olhar.
- Não. Ele não apareceu ainda. Já estava pensando em ligar para a polícia e saber se sabem de alguma coisa.
- Polícia? Por que diretamente com eles? Porque não os hospitais ou a ex-mulher? O senhor também acha que ele pode estar envolvido com o tal Tomasino?
- Não, minha filha! Pensei que ele pudesse ter sofrido algum acidente e a polícia seria o meio mais rápido de saber . Melhor que ficar procurando em vários hospitais. A ex-mulher eu nem conheço – falou com certa impaciência – Você continua desconfiada dele, não?
- Antes fosse só dele.
- Como assim. Está desconfiando de quem mais?
- O senhor conhece o Alex há quanto tempo?
- Não, não! Desconfiada do Alex? Giulia, você andou bebendo? Pare com isto. Já está virando mania de perseguição. Alex é meu amigo. Eu o conheço há muitos anos.
- Assim como conhece Genaro?
- Não! Chega! Não vou mais falar. Acho melhor você ir para casa descansar. Esta sua caminhada de hoje não lhe fez bem. Eu já tinha dito que elas não fazem bem para sua saúde.
Dizendo isto, saiu a passos largos para fora do escritório, muito irritado com nossa conversa. Neste momento, o telefone tocou. Era Alex.
- Giulia? Estou ligando para avisar que só vou poder estar aí no início da noite. Está tudo bem?
- Oi, Alex. Sim, está tudo bem.
- Você está com uma voz estranha. O que aconteceu? – mais um para reconhecer quando eu estava mal.
- Nada. Nós conversamos quando você chegar. Não se preocupe. São problemas da vinícola. Volta logo, tá?
- Giulia, tem alguma coisa a ver com aquele sujeito que queria comprar a Agrícola?
- Não – menti mais uma vez naquele dia. Estava virando uma mentirosa contumaz.
- Logo estarei aí. Estou com saudades...
- Eu também... Estou te esperando.
- Até mais, então.
- Tchau!
Sentia meu coração apertado. Eu devia estar ficando louca mesmo. Alex não tinha nada a ver com aquilo tudo. Vovô tinha razão. Minha sanidade mental estava sendo afetada por todos estes acontecimentos.
No meio da tarde, o telefone tocou novamente no escritório. Atendi na esperança que fosse Alex dizendo que chegara mais cedo. Porém a voz do outro lado soou fria e pesarosa.
- É da Agrícola Giusti?
- Sim. Pois não? Em que posso ajudá-lo?
- Gostaria de falar com o responsável, o senhor Pippo Giusti. Ele está?
- No momento não. Algum problema? Eu sou a gerente da Agrícola e neta de Don Pippo.
- Bem, gostaria de informar que encontramos um provável empregado desta vinícola, hoje no final da manhã, nas proximidades de Florença.
- Ah! Genaro? Estávamos preocupados com o seu desaparecimento desde ontem. Ele está bem?
- Infelizmente, nós o encontramos morto, senhorita. Demoramos a avisar pois estávamos com dificuldades para identificá-lo e obter mais dados. Conseguimos o seu endereço e telefone na carteira dele, que estava jogada longe do corpo.
Eu estava estarrecida. Não conseguia encontrar as palavras para responder ao policial.
- Morto???
- Sinto muito. O corpo está aguardando a necropsia e a identificação de familiares ou patrões para confirmar sua identidade. Gostaríamos que o Sr. Giusti viesse até Florença, no necrotério municipal, para podermos proceder a liberação do cadáver.
- C-claro. Eu vou avisar meu avô.
Larguei o telefone automaticamente no gancho, sentindo o estômago começando a embrulhar. Corri para o banheiro e vomitei o pouco de café que havia tomado naquela manhã.
Depois de recuperada do mal estar e do susto inicial, comecei a pensar em como dar a notícia para o meu avô. Enquanto pensava na melhor maneira, ele entrou em minha sala.
- Alguma notícia? Ouvi o telefone tocar a pouco. Eu estava aqui por perto.
- Tenho sim, vovô. Sente-se aqui, por favor.
- O que aconteceu? Você está com uma cara péssima – falou, enquanto sentava-se na cadeira a minha frente.
- O telefonema foi da polícia de Florença. Eles encontraram Genaro.
- A polícia? Como assim... O que aconteceu, Giulia? Algum acidente?
- Eles não deram detalhes. Não sei o que aconteceu. A verdade é que eles o encontraram morto, nas proximidades de Florença.
A expressão de surpresa transformou-se numa máscara de pesar. Sabia do afeto que Don Pippo tinha por Genaro. Eles tornaram-se muito amigos, principalmente no período em que eu estava fora, estudando hotelaria. Com a minha volta, Genaro afastara-se um pouco. Sempre tive a impressão de que ele não gostava muito de mim. Nunca dera motivos para isto. Achava aquela sensação muito estranha.
Voltei a romper o silencio reinante, onde só o som distante dos trabalhadores da vinícola podia ser ouvido.
- Eles ligaram para pedir que o senhor vá até Florença para identificação do corpo. Podemos ir até lá amanhã de manhã.
- Claro, minha querida. Claro... – levantou-se da cadeira, cabisbaixo, parecendo ter um grande peso sobre as costas – Vou lá para casa para repousar um pouco. Você cuida de tudo aqui?
- Lógico, vovô! Vá descansar. Logo termino meu trabalho aqui e vou para casa também. O Francesco está desempenhando muito bem as suas funções. Qualquer coisa, peço ajuda a ele.
Don Pippo saiu arrastando os pés, parecendo realmente arrasado. De repente vi como meu avô estava envelhecido. Senti uma grande tristeza por ele.
Meus pensamentos se voltaram para Alex. Só podia contar com ele. Tinha de deixar minhas dúvidas para trás e confiar nele de uma vez por todas. Estava com medo e me sentindo muito sozinha.
Logo que terminei meu trabalho, despedi-me dos poucos funcionários que ainda estavam trabalhando e segui para casa. Sentia-me sem forças e triste. Foi quando ouvi o ronco de um motor. Olhei e vi o Porsche preto estacionando diante de nossa casa. Não pude conter o ímpeto e aumentei a velocidade de meus passos ao ver a figura de Alex descendo do carro. Quando dei por mim, estava correndo feito uma louca para os seus braços, que já estavam abertos a minha espera. Não pensava em mais nada. Não tinha dúvidas ou suspeitas e me envergonhava das que tinha tido. Senti seus braços em torno de meu corpo, como um abrigo contra todos os meus medos e aflições. Ao olhar dentro daqueles olhos azulados nada tinha mais importancia. Só ansiava por seus beijos e pelo seu carinho.
- Alex! Que bom que você chegou.
- Giulia! – falou surpreso com a recepção tão calorosa. Só notou minha aflição quando viu as lágrimas surgirem em meus olhos – O que houve? Isto tudo é saudade de mim? O que aconteceu? Você está tremendo!
Dizendo isto, aproximou seus lábios dos meus e deu-me um longo beijo, até sentir que eu começava a relaxar. Olhou-me intensamente, como se quisesse penetrar em minha alma, envolveu-me num abraço carinhoso e disse:
- Venha, vamos entrar.
- Agora, sente-se aqui e me conte o que está acontecendo. Não gostei da sua voz no último telefonema. E agora, encontro você neste estado.
Enquanto eu procurava as melhores palavras para contar-lhe os últimos acontecimentos, Don Pippo apareceu.
- Que bom que você está de volta. Espero que tenha algo de novo para me dizer a respeito daquele nosso assunto.
- No momento, estou preocupado em saber o que andou acontecendo por aqui. Encontrei Giulia muito nervosa. Ela ia me contar o motivo neste instante.
- Sobre que assunto o senhor está falando, vovô?
- Ela deve estar assim por causa da morte do Genaro.
- Como?
- Pois é. Aquele meu funcionário de muitos anos. A polícia de Florença ligou hoje para avisar que o encontraram morto nas proximidades da cidade. Ele estava desaparecido há quase dois dias.
- Mas qual foi a causa da morte?
- Amanhã saberemos mais detalhes. Tenho que ir até lá para fazer a identificação do corpo.
- O senhor não respondeu a minha pergunta, vovô. Qual é o assunto entre vocês que eu não posso saber?
- Não precisa mais haver segredos. Eu vou lhe contar tudo com calma. Antes quero saber o que mais houve por aqui.
Então, ele ouviu atentamente sobre o desaparecimento dos rótulos e das minhas suspeitas sobre Genaro e seu envolvimento com Tomasino e o encontro entre nós três. Eu apenas ocultei a tentativa de assassinato que tinha sofrido por causa de meu avô.
- Bem, Giulia. Você provavelmente tem razão em suas suspeitas. Eu vim para Arezzo por aqueles motivos que você já sabia e por um outro que deve ser mantido em sigilo. Como você já está descobrindo por si só parte desta trama, vou abrir o jogo com você. Eu estou trabalhando junto à polícia italiana, como voluntário, para tentar descobrir e combater uma quadrilha que está agindo no negócio dos vinhos. Eles iniciaram sua ação há cerca de um ano. Eles engarrafam vinhos de baixa qualidade e rotulam como se fossem vinhos finíssimos. Vendiam uma garrafa, que não sairia mais que dois dólares, por preços acima de cem. Com isso lucravam nas vendas em torno de quinhentos por cento. Começaram com a venda em bares da periferia de Roma, passando a atuar nas casas noturnas e ampliando para outras cidades vizinhas. Hoje, depois de vários meses, existe uma rede que age em toda a Itália e, possivelmente com idéias de expandir-se para o exterior.
- Mas porque você se envolveu com isto?
- Porque em médio prazo os negócios de minha empresa acabarão por ser prejudicados pela ação destes marginais. Eles agora estão querendo ir mais longe, comprando as pequenas vinícolas reconhecidamente produtoras de excelentes vinhos, para terem estes nomes como fachada.
- E este Tomasino... Então ele é o chefe da quadrilha?
- Não. Ele é o braço direito do chefe, Rocco.
- Se sabem quem eles são, porque não os prendem logo?
- Porque a polícia precisa de provas. Até agora eles não têm como provar a adulteração. Estão tentando fechar o cerco e tentar pegá-los em alguma contravenção.
- E o envolvimento do Genaro? – perguntou vovô – Ele trabalhava para mim há muitos anos. Não acredito no seu envolvimento.
- Don Pippo, por algum motivo, Genaro estava trabalhando para eles. Rocco costuma “contratar” alguém de dentro das vinícolas para roubar os rótulos, por chantagem ou pagamento. Por isso fica difícil pegá-los. Eles não mandam simplesmente imprimir estes rótulos exatamente para não serem pegos. Só os donos de vinícolas podem ter autorização para imprimir os rótulos nas gráficas. Seria suspeito alguém de fora do negócio imprimir este tipo de rótulo. Agora, sendo donos das vinícolas, será mais fácil.
- Meu Deus, que horror. Então eles são bandidos mesmo – disse meu avô.
- Infelizmente. Eu fui chamado a Roma pela polícia. Eles queriam me informar do andamento das investigações e saber se eu tinha alguma novidade.
- E agora, o que faremos. Estamos lidando com um assassino!
- Vou reportar á polícia central o que aconteceu e aguardar. Acho que em breve poderemos colocar as mãos em cima destes marginais.
- Porque você não me contou antes, Alex? Eu já estava até desconfiando de você.
- Bem, agora que tudo já foi esclarecido, que tal colocar uma roupa bem bonita e sair para jantar comigo? – disse-me com um brilho de desejo no olhar, que me deixou excitada – O senhor quer jantar conosco, Don Pippo?
- Não, meu filho, não. Sei muito bem quando estou sobrando. Só quero que vocês dois se cuidem com este bandido que está à solta por aí.
- E, então, Dona Giulia? O que está esperando?
Com um sorriso daqueles, nada mais me incomodava.
- Vou tomar um banho e já volto. Você me espera?
- Claro, querida. Não vou arredar o pé daqui enquanto você não voltar para sairmos. Vou ficar conversando com seu avô.
Tomei meu banho o mais rápido possível. Coloquei um conjunto de saia e blusa de seda, prendi os cabelos num coque baixo, uma maquiagem leve e um toque de perfume. Desci ao encontro dele. Depois das despedidas de meu avô, entramos no carro e partimos em direção á Arezzo. Não tínhamos rodado nem um quilometro, quando Alex desacelerou e parou no acostamento. Virou-se para mim e disse, com os olhos brilhando:
- Não aguentava mais de saudade de você. Vem cá... – suas mãos me puxaram ao seu encontro, já deslizando por minhas costas, acariciando-me. Senti sua boca pressionando com força meus lábios e a sua língua invadindo-me. Imediatamente reagi. Também estava saudosa de seu toque, do seu abraço e de seus beijos. Depois de mais algumas carícias intensas, decidimos de comum acordo que ali não era o lugar mais apropriado para matar aquela saudade, inclusive por falta de espaço e segurança.
- Vamos para o hotel. Estou precisando de um banho. Fui direto para a Agrícola assim que cheguei. Depois saímos para o nosso jantar, está bem?
- Está bem... – falei, ajeitando minha blusa, que já estava sendo levantada, quando a razão foi mais forte que a paixão. Não via a hora de estar junto a ele, plenamente.
Em não mais que 10 minutos, chegamos à frente do hotel, onde descemos e o carro foi entregue para o manobrista. Rapidamente, Alex pegou as chaves do seu apartamento e subimos ansiosos. O desejo de estarmos juntos era muito grande. Quando nos vimos no elevador vazio, nos agarramos, famintos um pelo outro, sem nos preocupar se alguém poderia entrar ou não. Sua boca passeava em meu pescoço, descendo pelos seios, enquanto as mãos não tinham descanso através de meus cabelos, minhas costas e nádegas. Quando finalmente o elevador chegou ao 3º andar, fomos direto para o apartamento. Lá, avidamente, nos despimos e nos jogamos um nos braços do outro para saciarmos aquele apetite voraz que tinha tomado conta de nós. Nunca tinha sentido nada igual na minha vida. O desejo de misturar-me e perder-me dentro de alguém, com loucura. Fizemos amor ali mesmo, no chão da saleta do apartamento. Depois desta perda temporária de sanidade, ficamos deitados, abandonados e abraçados, rindo daquela situação delirante pela qual tínhamos passado.
- Já pensou se a porta do elevador se abrisse e entrasse uma destas velhinhas pudicas? – disse isso e comecei a rir sem poder parar, acompanhada pelo riso de Alex.
- E se entrasse um padre? – outra gargalhada – teríamos uma sessão de exorcismo dentro do elevador – falava, sem parar de rir.
E assim, ficamos alguns minutos extravasando o humor imaginando situações constrangedoras as mais diversas possíveis. Quando conseguimos nos acalmar, Alex ajudou-me a levantar e só então notou as escoriações recentes em minhas pernas e a mancha roxa em meu quadril.
- O que aconteceu aqui?
- Primeiro, vamos tomar um banho e nos vestir. Eu conto depois.
Não preciso dizer que, durante o banho, uma nova onda de desejo tomou conta de nós, desta vez menos ansiosa, mas não menos prazerosa. As mãos ensaboadas multiplicavam-se em carícias, cada vez mais íntimas. O barulho da água corrente abafava nossos gemidos. A sensação da ducha quente chicoteando nossa pele só fazia aumentar a nossa sofreguidão em busca do prazer máximo. Quando senti novamente a invasão de Alex, potente e incandescente, pensei que poderia morrer naquele momento e não me importaria, tamanho o prazer que sentia. Logo, pude ouvi-lo gemer alto, também, em sua satisfação total.
- Estou morrendo de fome. E você? – perguntou-me Alex, lançando um olhar malicioso.
- Eu também. É melhor a gente sair logo para jantar antes que resolvamos matar a fome de outra maneira – disse isso, enquanto terminava de vestir minha blusa.
- Está bem. Eu estou brincando. Além do mais, a senhorita não me contou como foi ficou com este hematoma e estas marcas nas pernas. Andou encontrando algum ex-namorado?
- Não, Alex. Isto foi uma coisa muito séria que me aconteceu.
- Desculpe, meu bem. Não queria te magoar. O que foi que houve?
- Alguém tentou me matar enquanto eu fazia minha caminhada matinal.
- Como?Quando?? – ele mudara completamente a expressão de relaxamento para sobressalto.
Aí, contei com detalhes o que tinha acontecido durante o início da manhã.
- Isto explica o seu nervosismo. Estava achando que a sua reação tinha sido desproporcional ao que tinha acontecido. O seu avô ficou sabendo disto?
- Não! Eu não quis incomodá-lo. Fiquei com medo que ele tomasse alguma atitude precipitada.
- Fez bem. Não duvido que ele ficasse assustado se soubesse que você correu perigo de vida. Assim como eu. Não queria que você estivesse envolvida nesta história toda. Só espero que consigamos prender logo estes miseráveis – dizendo isso, envolveu-me em seu abraço caloroso e confortável.
- Não posso imaginar te perder – fitou-me com aqueles olhos profundamente azuis que tinham o poder de me fazer esquecer quaisquer problemas, aproximou os seus lábios dos meus e depositou um beijo suave em minha boca.
Fomos jantar num pequeno bistrô, próximo ao hotel, que servia uma comida francesa deliciosa. Tentamos conversar sobre outros assuntos, mas acabávamos voltando ao assunto da vinícola.
- Giulia, uma coisa que você falou hoje, deixou-me preocupado, mas deixei para comentar mais tarde.
- O que foi?
- Você disse que teve um momento em que desconfiou de mim. Por quê?
- Ah! Eu estava desesperada. Tinha acabado de sofrer um atentado e me sentia sozinha, perdida e triste. Foi uma bobagem do momento mesmo.
- O que você pensou?
- Que você pudesse estar ligado a Tomasino. Fiquei com medo que pudesse estar ligado de alguma forma às coisas ruins que estavam acontecendo. Mas isso foi um delírio horrível da minha parte. Perdoa-me por eu ter pensado isso de você.
- Não há o que perdoar. Só preciso saber se confia em mim. Confia? – senti meu corpo arrepiar ao ver tanta sinceridade e sedução em seu olhar.
- Claro que confio – dizendo isso, não resisti e acariciei seu rosto com a palma de minha mão. Ele respondeu prendendo minha mão, beijando-a terna e prolongadamente, enquanto seus olhos fitavam-me sérios e profundamente.
Depois de pedir a conta, apesar da vontade de retornar ao hotel com ele, pedi que me levasse para casa.
- Por quê? Seria tão bom se pudesse passar a noite comigo – falou com aquele olhar suplicante que me deixava à deriva.
- Ai, querido... É que amanhã tenho de acompanhar Don Pippo até Florença. Lembra? Não posso deixá-lo ir sozinho.
- É, você tem razão...
- Mas, assim que eu voltar, ligo para você. Certo? Ai, não me olha assim, que eu perco a razão.
- É mesmo? Então vem cá e me dá um beijo – falando isso, puxou-me contra si e deu-me um beijo arrebatador, de tirar o fôlego.
Pediu ao manobrista do hotel que trouxesse seu carro e, logo depois, seguimos para a vinícola.
Depois de uma despedida muito “calorosa”, entrei em casa ainda meio tonta, sem saber onde acabava o efeito do álcool ingerido no jantar e onde começava o desejo não satisfeito por completo, como causas da tontura.
No dia seguinte, Don Pippo e eu tomamos café bem cedo. Fui até o escritório para dar algumas determinações a Francesco e outros empregados e partimos no carro de meu avô, mais novo e mais potente, que usávamos para estas viagens mais longas, por motivos óbvios. Pelo menos tinha certeza de que não ficaria na estrada por problemas mecânicos.
Chegamos e nos vimos despejados naquele transito tumultuado da capital da Toscana. Um excesso de pedestres, motonetas e carros dos mais diversos tamanhos e procedências em total desarmonia e xingamentos para todos os lados. Um inferno para alguém que vinha da região dos vinhedos como nós. Depois de mais de um ano longe daquele tumulto, já não lembrava mais como aquilo podia ser desgastante. A vez em que estivera com Alex, à noite, não contava, pois não lembrava nem como tinha chegado e saído do restaurante, tal meu estado nervoso ao chegar e total euforia alcoólica ao sair.
Depois de várias voltas e pedidos de informações, conseguimos chegar ao endereço do necrotério da polícia, onde perdemos mais um bom tempo para conseguirmos um lugar para estacionar.
- Bom dia – cumprimentei o policial que se encontrava na recepção – Viemos para o reconhecimento de um funcionário nosso que foi encontrado... Morto – Sentia dificuldade em encontrar as palavras certas.
- Qual o nome?
Vendo a minha dúvida de qual nome gostaria de ouvir, falou:
- O nome do morto?
- Ah, sim! Desculpe! O nome dele era Genaro Botti.
- Deixe-me ver... Sim. O investigador do caso está esperando pelas pessoas que vem fazer o reconhecimento. Aguardem um momento, por favor.
- Pois não.
Don Pippo ainda não dissera uma palavra. Senti que ele estava muito abalado com tudo aquilo. Depois de uns dez minutos, um homem alto, muito magro, de cabelo alourado e olhos castanho-claros, apresentou-se a nós como o investigador Bruno Polleti e pediu-nos que o acompanhasse. Pela primeira vez, desde que saímos de casa, ouvi a voz de vovô:
- Qual foi a causa da morte?
- Segundo o laudo do legista ele foi estrangulado. Provavelmente foi assassinado em outro local e “desovado” próximo à entrada da capital. As aparências levam a pensar em seqüestro e latrocínio. Quando viram que não passava de um pobre coitado, deram um fim a ele.
- Que horror! – disse eu, não me contento com o relato frio e horripilante do senhor Poletti.
- Por favor, queiram me seguir.
Pegamos um elevador, que nos levou ao subsolo do prédio. Seguimos por um corredor frio, sem janelas, iluminado por tremulas lâmpadas fosforescentes, que davam um aspecto ainda mais lúgubre ao lugar. Um forte cheiro de formol começou a irritar minhas narinas e a fazer meus olhos lacrimejarem. Chegamos a uma grande porta dupla, onde se via a placa anunciando que ali era o Departamento de Identificação. Havia uma ante-sala mobiliada com um sofá de três lugares e duas cadeiras bastante desconfortáveis, de aspecto decadente. Havia também uma pequena escrivaninha com gavetas e uma cadeira estofada de couro já em decomposição. O cheiro parecia ainda mais forte por ali. O investigador dirigiu-se ao meu avô, sentando-se à escrivaninha:
- O seu nome, por favor?
- Pippo Giusti.
- O que o senhor era da vítima?
- Patrão e amigo.
- Qual a sua empresa?
- Agrícola Giusti, na estrada entre Siena e Arezzo.
- E a senhorita?
- Sou neta do senhor Giusti.
- Seu nome, por favor?
- Giulia Malfati Giusti.
- A senhorita também vai querer identificar o corpo?
Por uns momentos, pensei se teria forças para ver Genaro naquela situação. Decidi que entraria junto com meu avô, caso ele precisasse de mim, mas evitaria olhar o corpo.
- É possível eu entrar junto com ele só para acompanhá-lo?
- Claro, senhorita. Precisamos apenas de uma pessoa que possa identificar o cadáver com certeza.
Após preencher mais alguns dados nas folhas que tinha pegado em uma das gavetas da mesa, pediu-nos para acompanhá-lo, mais uma vez. Entramos numa sala com três mesas de necrópsia de aço inox, que por sorte estavam vazias, e fomos até os fundos onde havia um grande armário, também de inox, composto por vários gavetões. Ele abriu um deles e expôs um corpo, coberto por um lençol. Não quis olhar. Fiquei apenas segurando no braço de vovô, tentando desviar o olhar daquela cena chocante. Tremia só de pensar no que teria nos outros gavetões.
- Pobre Genaro!
- O senhor tem certeza que é ele mesmo?
- Claro que tenho. Não há dúvida alguma.
- Muito obrigado, senhor Giusti – falando isto, cobriu novamente o corpo com o lençol e nos acompanhou até a saída. Já na ante-sala, aguardava uma mulher de cabelos grisalhos, aparentando cerca de 50 – 60 anos, vestida modestamente. Ao ver Don Pippo, deu um sorriso animado.
- Don Pippo! O senhor lembra de mim?
- Claro! É Lina o seu nome, não?
- Sim! Vim ver o corpo de meu marido. Pobre coitado. Logo agora que pensava em melhorar de vida, acontece isto.
- Como assim, melhorar de vida?
- Por favor, senhores – ouviu-se a voz irritante do senhor Poletti – Este não é o lugar para conversas particulares. A senhora pode me acompanhar para a identificação, por favor?
- O senhor pode me esperar para continuarmos nossa conversa, senhor Giusti?
- Mas é lógico. Nós a aguardamos aqui.
Em poucos minutos, pudemos ouvir o choro da ex-senhora Botti. Estava feita mais uma identificação positiva de Genaro.
- Vovô, o senhor não tinha dito que o Genaro era separado? Que história é essa de que ela é mulher dele. Esta é outra ou é a ex?
- Eu a conhecia como ex-esposa. O que me deixou curioso foi o que ela falou a respeito dele melhorar de vida. Que eu saiba, ele não havia ganhado nenhuma loteria.
- Será que isto pode ter relação com o que está acontecendo?
- Vamos aguardar...
Em poucos minutos, a porta abriu-se e de lá saiu a senhora Lina de olhos vermelhos e inchados.
- Logo agora que estávamos voltando a ficar juntos. Porque isto tinha de acontecer? – ainda soluçava, quando o senhor Poletti alcançou-nos as folhas de ocorrência que deveríamos assinar. Devia estar louco para livrar-se da escandalosa senhora Botti e voltar a sua rotina policial.
Depois de tudo assinado, soubemos que logo que o corpo fosse liberado seríamos informados para podermos providenciar o enterro.
Don Pippo tranquilizou Lina de que as despesas correriam por conta da vinícola e que ela não se preocupasse com isso. Dessa forma, com expressão mais sossegada, Lina aceitou resignadamente a oferta e o braço de Don Pippo para sairmos daquele ambiente mórbido e malcheiroso.
Nem acreditei quando senti o ar frio daquela manhã penetrando em meus pulmões. Mesmo o poluído ar de Florença parecia ter-se tornado uma aragem perfumada em comparação com o ar irrespirável do morgue.
- Que tal almoçarmos juntos? – falou meu avô, com jeito galante – Acho que precisamos conversar, Lina.
- Claro! Eu adoraria! – não gostei da maneira sedutora com que ela olhou para ele. Que mulherzinha! Acabara de reconhecer o corpo do marido e já estava se jogando pra cima de outro.
- Desculpe, mas não apresentei minha neta, Giulia, para você.
- Ah, sim. Genaro costumava falar muito dela.
- Sim? – falei, achando estranha a entonação usada por ela para expressar-se.
- Giulia, minha querida, quem sabe você nos leva a algum lugar tranqüilo, com uma boa comida? Você conhece a cidade melhor que eu.
- Então, vamos até o estacionamento pegar o carro. Conheço uma cantina ótima não muito longe daqui.
- Ótimo! Então, vamos.
Já acomodados no restaurante escolhido por mim, numa mesa discreta, fizemos nossos pedidos e conversamos enquanto aguardávamos a refeição.
- Mas, Lina, me conte uma coisa. Genaro e você não estavam separados?
- Pois é, Don Pippo. Estávamos. Mas há alguns meses ele me procurou, pedindo perdão, dizendo que ainda me amava e que estava em vias de fazer um grande negócio. Passamos a nos ver regularmente. Sabe como é... Namorando de novo.
- Grande negócio? Ele falou o que era?
- Parece que pretendia fazer parte de uma organização que industrializava vinhos.
- Sabe o nome desta indústria?
- Não, senhor.
- Ele não me falou nada. Nunca demonstrou estar insatisfeito com seu trabalho ou com seu salário.
- É, mas ele estava. Se o senhor e a senhorita me permitem, Genaro esperava que o senhor o colocasse de gerente na Agrícola. Mas quando sua neta voltou do seu curso, ele viu seus planos irem por água a baixo.
- O quê? – disse surpreso – Mas eu nunca falei nada neste sentido. De onde ele tirou esta idéia?
- Parece que certa vez o senhor falou qualquer coisa sobre ele ser seu braço direito, que precisava de alguém para ajudar na gerencia. Ele pensou que era a 1ª escolha.
_ Por isso eu sempre tinha a sensação de que ele não gostava de mim – falei.
_ Ele tinha horror de você. Desculpe estar lhe dizendo isto, minha filha. Mas agora que ele morreu, isto não tem muita importância, não?
- Claro que não. Mas isto pode explicar muitas coisas.
- O que é que você está pensando, Giulia? – perguntou meu avô.
- Talvez ele tenha sido procurado por Tomasino para “ajudar” com os rótulos e com isso poder ganhar dinheiro ou participação nos lucros da “empresa” do senhor Rocco. Lembra do que Alex nos contou?
- Ah, ele falou num destes nomes que a senhorita citou. Como é mesmo?
- Tomasino? Rocco?
- O primeiro! Sim! Tomasino.
Não sei por que, mas suspirei aliviada.
- Então foi isto que aconteceu.
- Dizem que ele foi morto por algum ladrão, mas eu não acredito nisso. Ele andava muito ansioso por causa deste Tomasino.
- Por favor, nos conte. O que ele dizia?
- Dois dias antes de sua morte, ele me procurou dizendo que estava com medo deste homem. Achava que ia desistir daquele negócio, pois estava ficando muito arriscado. Eu não entendi muito bem. Não quis me intrometer. Esta era uma das causa maiores de nossas brigas no passado. Por isso não perguntei detalhes. Depois disso, não o vi novamente. Vocês têm ideia do que pode ter acontecido? Quem é este homem que ele temia tanto? Será que foi ele que matou o meu Genaro?
- Não sabemos, Lina. A polícia já está investigando. Assim que soubermos de alguma coisa mais concreta lhe avisaremos. Fique tranquila.
Terminado o almoço, deixamos a senhora Lina em casa e resolvemos voltar para casa, pois já estávamos no meio da tarde e em pouco tempo ficaria noite. Eu não gostava de dirigir no “lusco-fusco” ou na escuridão da estrada.
Depois de mais ou menos uma hora, deixei vovô na Agrícola e resolvi tomar um banho, me arrumar e fazer uma surpresa para Alex em seu hotel. Não demorei mais que quarenta minutos e já estava de volta a estrada, desta vez com a minha velha Fiorino. Chegando em Arezzo, não tive coragem de entregar minha condução ao manobrista do hotel. Resolvi estacionar numa rua de trás, com vergonha daquele meu ferro-velho. Entrei na recepção e passei direto, em direção aos elevadores. Desci no 3º andar e, ao chegar em frente ao número 38, notei a porta entreaberta e o som de vozes masculinas discutindo lá dentro. Para meu espanto e horror, além da voz de Alex, pude ouvir e reconhecer a segunda pessoa que falava. Era Tomasino! Aproximei-me da abertura, tentando escutar o que eles diziam.
- Rocco foi bem claro na última vez que falamos. Você tem que ter mais cuidado com suas ações. Até agora a polícia não tem como provar nada contra nós. Eu estou fazendo a minha parte, conquistando a simpatia do velho e de sua neta.
Ao ouvir aquela frase, dita por Alex, senti minha cabeça girar e por pouco não caio para dentro da saleta, onde no dia anterior tínhamos feito amor. Minha vontade era chorar, gritar e bater nele. Não podia ser verdade o que eu estava ouvindo. Devia ser algum tipo de alucinação ou pesadelo, do qual eu acordaria em breve. Mas as vozes continuavam a discussão.
- Quem é você para me dizer o que fazer. Conheço Rocco há muito mais tempo que você. Fomos criados juntos nas ruas de Nápoles. Começamos este negócio juntos. Você apareceu agora e já vem querendo me dar ordens. Eu não sou tão ingênuo quanto Rocco. Não confio nem um pouco em você. Até agora só deu uma de “galã” para cima da garota e de herói para o velho, mas não conseguiu nada.
- É o que você pensa. Olhe isto aqui e depois me diga o que acha.
- A escritura da Agrícola! – exclamou Tomasino alguns segundos depois.
Não podia ser. Vovô não faria isto! Não era possível. Ele devia estar falando de outras pessoas.
- Agora acredita em mim?
- Ora! Finalmente algo de concreto. Com esta já são três escrituras que conseguimos. Mas ainda acho que aquela mocinha, a Giulia, pode ser uma “pedra no nosso sapato”.
- Será que você não ouviu o que eu disse? Se você matar mais alguém vai começar a levantar muitas suspeitas.
Ele falava tão friamente a meu respeito. Como eu podia ter me enganado tanto com ele. Como ele podia ser tão falso. De repente, me sentia suja, enojada. Sem querer, esbarrei na porta, que se abriu um pouco mais, produzindo um ranger que chamou a atenção dos dois. Tentei fugir, mas senti uma mão me puxando violentamente para dentro do apartamento e fechando a porta com um estrondo. Fui arremessada contra uma parede e caí ao chão tonta com a força do impacto sofrido.
- Giulia! – ouvi a voz de Alex, espantado por me ver.
- Ora, a sua namoradinha resolveu lhe fazer uma surpresa, pelo visto. Mas quem acabou surpreendida foi ela. Agora, infelizmente vou ter de terminar o que iniciei um dia atrás.
- Deixe-a em paz! Nós podemos dar outro jeito. Eu falo com ela. Lembre do que Rocco disse – Alex parecia aflito.
- Ora, deixe Rocco fora disto! Ele não está aqui para decidir qualquer coisa! Não sabe o que está acontecendo! Eu posso acabar com ela sem deixar pistas como fiz com aquele imbecil do Genaro, quando ele quis dar para trás, ameaçando me denunciar.
Senti duas mãos erguendo-me do chão com delicadeza. Bem diferente daquela que tinha me lançado para dentro do quarto.
- Você está bem, Giulia?
Só então percebi Alex tentando abraçar-me. Imediatamente reagi com asco, tentando empurrá-lo para longe de mim.
- Largue-me! Seu falso! Como pode me enganar desta maneira? – eu gritava e comecei a chorar desesperadamente, tentando bater nele.
- Acalme-se, Giulia. Vamos conversar – sua voz tentava me transmitir calma e doçura. Como podia ser tão cínico e ainda tentar me enganar com fala mansa, depois de tudo que eu tinha ouvido – Ouça-me. Confie em mim...
Apesar do desespero que me consumia, ao ouvir aquelas palavras e sentir aquele olhar suplicante, meu coração voltou a pulsar e meu choro conseguiu acalmar-se. Será??...
Não tive tempo de pensar em mais nada. Percebi Tomasino avançando rapidamente sobre Alex, por trás, e dando-lhe uma coronhada de revolver na cabeça. Ele desabou sobre mim, no mesmo instante.
- Alex! – gritei, segurando a vontade de tomá-lo em meus braços. Um filete de sangue escorreu por sua testa.
- Bem, minha querida. Afinal você vai poder partir deste mundo para o outro bem acompanhada. Que bom, não? – disse isto e verificou a pulsação de Alex.
- Ainda está vivo. Infelizmente vou ter de esperar ele acordar para não precisar carregá-lo até o seu carro. Você veio de carro, não veio?
Eu só consegui despejar ódio, através do olhar, por aquele ser monstruoso.
- Estou falando com você, mocinha! – dizendo isto, desferiu uma violenta bofetada que me deixou tonta mais uma vez - Responda quando eu falar com você!
Senti o gosto de sangue na boca. As palavras não conseguiam ser articuladas.
- Está bem... Nós temos todo o tempo do mundo. Vamos esperar anoitecer e despachar vocês dois para o purgatório. Não tenho pressa.
Pegou minha bolsa e esvaziou-a sobre a mesa de centro. Enquanto revirava o conteúdo, provavelmente em busca de minhas chaves, esforcei-me para sair debaixo do peso do corpo de Alex sobre minhas pernas, para tentar chegar à porta. Passei a pensar numa só coisa. Fugir dali. Infelizmente, ele notou meus movimentos e, lentamente, encarando-me com olhar maldoso, dirigiu-se até a entrada, girando a chave na fechadura e guardando-a no bolso de seu paletó.
- Nem ouse pensar em escapar, queridinha. Você só vai sair daqui quando eu permitir. Junto comigo – dizendo isto, sacudiu as chaves da minha camioneta diante de meus olhos.
Alguns minutos depois, Alex começou a gemer baixinho e a movimentar as mãos em direção a cabeça. Logo percebeu que estava caído sobre mim e tentou levantar-se. Nesta tentativa, foi chutado por Tomasino, voltando a cair e emitindo um urro de dor.
- Muito bem. Agora que o “belo adormecido” acordou, vamos combinar algumas coisinhas.
Estava sentado numa poltrona, olhando diretamente para nós, com sua arma em punho.
Vamos sair deste quarto como bons amigos. A “princesa” vai comigo e você vem logo atrás. Não tente bancar o herói, senão verá a cabecinha de sua queridinha ser estourada.
- Porque você acha que eu estou preocupado com ela? Posso muito bem fugir e avisar ao Rocco que você enlouqueceu.
- Mas você não fará isso.
- Tem certeza disso?
Tomasino lançou um sorriso irônico, levantou-se da cama e veio em nossa direção. Pegou-me pelo braço e puxou-me contra ele.
- Bem, se não está interessado nela não vai se importar se eu me divertir um pouco antes de matá-la – dizendo isso, começou a apertar-me contra si, passando aquelas mãos asquerosas no meu corpo, para logo em seguida tentar beijar-me. Comecei a lutar contra ele, quando ouvi a voz de Alex gritando:
- Solte-a, seu animal! Não ouse tocar nela ou eu mato você! – ele estava furioso e desesperado. Quando se preparava para pular em cima de Tomasino, este colocou a arma apontada sob meu queixo.
- Se você der mais um passo, acabo com ela aqui mesmo
Alex não teve alternativa, senão segurar-se. Tomasino começou a rir.
- Não disse? Você está caidinho por ela... Fique com ela!
Fui novamente jogada, desta vez nos braços de Alex, que me acolheu no mesmo instante, carinhosamente. Eu não sabia mais o que pensar. Apesar de tudo que tinha ouvido ele dizer, continuava sentindo-me protegida em seu abraço.
- Agora, vamos fazer o que eu disse. Agora! – gritou Tomasino.
Neste momento, ouviu-se um estrondo vindo da entrada do apartamento. A porta foi arrombada e dois homens, apontando armas para nosso algoz, surgiram.
- Polícia! Largue esta arma!
Pego de surpresa, a primeira reação do assassino foi mirar a arma em nós. Antes que eu pudesse ter qualquer reação, fui jogada ao chão por Alex e ouvi o som de dois tiros. Ficamos caídos sobre o tapete da saleta por alguns instantes. Meu maior medo era de que Alex pudesse ter sido atingido. Foi quando ouvi a sua voz rouca em meu ouvido:
- Acabou, Giulia. Acabou... Você está bem, meu amor?
Consegui abrir os olhos e ver o seu rosto manchado de sangue, olhando-me cheio de preocupação.
- Vocês estão bem? Sr. Sheridan? Desculpe o atraso – perguntou um dos policiais que invadiram o apartamento.
- Conseguiram gravar tudo? – perguntou Alex.
- Sim. Já temos as provas de que precisávamos.
- Ótimo.
- Giulia, porque você não telefonou antes de vir para cá? Não queria que você fosse envolvida nisso tudo. Fale comigo, por favor.
Eu ainda estava em estado de choque. Não conseguia falar. Olhava para o corpanzil de Tomasino, caído no chão , sobre o tapete sujo de sangue.
Ouvi a voz de Alex, novamente:
- Vocês me dão licença? Ela não está se sentindo muito bem – depois desta frase, fui erguida do chão e segura no colo por Alex, que me levou para o quarto, deitou-me na cama e voltou-se para fechar a porta. Antes, ainda pude ouvir a voz de um dos policiais dizendo:
- Um médico foi chamado para atendê-los e já está a caminho!
- Giulia, fale comigo – pediu, depois de fechar a porta e voltar para o meu lado.
- As coisas horríveis que você disse... A escritura... Você e Tomasino juntos... Os tiros – eu não conseguia expressar o que sentia e comecei a chorar convulsivamente.
Sentei-me na beira da cama e tentava empurrar Alex para longe de mim, mas ele insistia em me abraçar.
- Meu bem, foi tudo uma farsa para poder pegar estes bandidos. Eu não podia falar nada para você, pois tinha medo de envolvê-la ainda mais. Não pensei que você pudesse chegar aqui de surpresa como chegou.
Aos poucos fui me acalmando e conseguindo entender o que ele queria me dizer.
- Quando eu soube da existência desta quadrilha aqui na Itália, resolvi oferecer-me como voluntário para ajudar a pegá-los. Uma das maneiras foi me infiltrando na quadrilha. Com os conhecimentos que tenho, cheguei até o chefe deles, Rocco. Consegui pegar a confiança dele, dizendo que era funcionário de uma empresa do ramo e que estava insatisfeito financeiramente e que gostaria de ajudar. Contei que conhecia muito bem o pessoal da Toscana e ele interessou-se por meus serviços. Tomasino sempre desconfiou de mim, mas não conseguia provar nada. Faz seis meses que estamos trabalhando nisso. Apenas o seu avô sabia de tudo, pois o conheço de longa data e sabia que ele poderia ajudar.
- Alex... Porque não colocaram um policial para fazer este trabalho? Por que você?
- Porque eu os convenci que seria mais fácil para mim, que não tinha nenhuma ligação com a polícia, era estrangeiro e sem motivos aparentes para denunciá-los. Além do mais, eu tinha muito interesse em terminar com a quadrilha. Na verdade, eu sou proprietário da Calvine. Quando vi meus interesses ameaçados, resolvi tomar uma atitude.
- Você é dono da Calvine??
- Sim.
- Porque você mentiu sobre isto também?
- Fazia parte do disfarce.
- Vovô sabia disto também?
- Sim, também.
- Eu devia ficar furiosa com vocês por me deixarem fazer papel de boba.
- Foi para o seu bem, minha bobinha.
- E a escritura?
- Ontem, enquanto você se preparava para sairmos, convenci o seu avô a me dar uma cópia da escritura da Agrícola, pois já estava combinado este encontro com Tomasino aqui no hotel, hoje. A polícia colocou escutas por todo o lado para que pudéssemos gravar a “confissão” dele. Era a única maneira de pegá-los. Rocco já está preso com o seu bando. Na minha ida à Roma, tive um encontro com ele e uma conversa semelhante foi gravada. Depois de vários encontros, ele relaxou a segurança e dispensou seus capangas de me revistarem. Assim, depois de ter certeza que não descobririam um microfone em minha roupa, consegui a confissão dele. Só faltava pegar o seu sócio.
- Alex... Jura que acabou?
- Juro, meu amor... Juro... - falando isto, aproximou seu rosto do meu, começando por beijar minha testa, descendo aos olhos, a face e por fim a boca, que já esperava ansiosa por seu beijo. Antes de perdermos a noção de onde estávamos, ouvimos batidas na porta e fomos interrompidos. O médico havia chegado para avaliar nosso estado.
Alex precisou levar tres pontos na cabeça. Eu recebi um analgésico para as dores no corpo, mas dispensei os calmantes sugeridos, pois agora só me bastava ter Alex ao meu lado e a certeza de que ele estava bem, para ficar tranquila.
Depois de medicados, fomos dispensados. Mais tarde, provavelmente no dia seguinte, teríamos que dar nossos depoimentos.
Outro apartamento foi liberado para Alex, pela gerencia do hotel.
- Precisamos ligar para Don Pippo. Eu saí sem dizer nada, pois ele tinha ido a vinícola. Apenas deixei recado com Agostina de que viria para cá. Se ele sabia do seu encontro desta tarde, deve estar preocupado conosco.
- Deixe que eu ligo para ele, agora.
Depois de contar rapidamente o que tinha acontecido e tranquilizar meu avô, Alex conseguiu convencê-lo de que seria melhor eu ficar em Arezzo, naquela noite. Quando desligou o telefone, olhou-me com aquele brilho nos olhos azulados, tão meu conhecido.
- Quem disse que eu quero ficar aqui com você? – disse, fingindo-me de indignada com a resolução tomada por ele.
- EU disse... – falou sorrindo e já avançando sobre mim, na tentativa de agarrar-me.
- Você está ferido e não pode fazer esforços – já não conseguia evitar a vontade de rir vendo a maneira como ele tentava me pegar enquanto eu insistia em escapulir de suas mãos.
- O meu ferimento é na cabeça. Daí para baixo está tudo em perfeito estado, tirando alguns hematomas... Você não quer testar?
Finalmente deixei ele me prender no seu abraço.
- Bem, já que não tem outra maneira, vamos partir para os testes...
- Você quer começar por onde? – perguntou-me sedutoramente, com uma expressão safada – Sou todo seu...
A partir daí, comecei por tirar sua camisa, lentamente, testando com beijos cada pedacinho daquele corpo sarado e bronzeado, me deliciando com a visão do contorno de seus músculos e fazendo-o gemer a cada carícia. Ele era uma pista de provas deliciosa, eu diria.
Logo, minhas mãos chegaram às suas calças, que foram eliminadas assim como a camisa. Pude ver a grande mancha vermelha em seu abdômen, provocada pelo chute que Tomasino lhe dera. Cobri-a de beijos, como se isso pudesse anestesiar a sua dor. A última peça íntima foi retirada e todo o seu desejo mostrava-se na íntegra, pulsante e ereto. Não resistindo mais a tantos “testes”, foi a sua vez de despir-me. Em poucos segundos estávamos na cama, nos entregando um ao outro, em carícias cada vez mais intensas e arrebatadoras. Queria me perder naquele homem e em seu olhar, seu mar, sem data para voltar. Talvez para sempre.
FIM
Viram? Não sou tão malvada assim. Postei a parte final hoje, atendendo a apelos de fãs...Não é, Carel? Hihihi! Agora não sei quando volto, mas não devo demorar. Vou deixar só uma fotinho do herói do meu novo romance para que vocês possam começar a sonhar com ele. Beijinhos à todas!!
Rô, vou chover no molhado:
ResponderExcluirMAIS UMA FIC SENSACIONAL!
E de quebra, vc já fiz que eu ficase aqui, me pinicando de curiosidade, vendo o mais novo herói de sua fic! Que coisa, heeeeeim... Espero que ela chegue logo!
Bjim, minha Jane Austen!
Ly♥
Mas bah!
ResponderExcluirQue história triboa guria!
Amo esse tipo de história, envolvente em todos os sentidos, deste o cenário, passando pelas personagens bem traçadas e um enredo sedutor! Show de bola Ro!
Agora, quanto ao nosso novo herói: "me caiu os butiá dos bolso"! To bege! Não vejo a hora de começar este aventura.
Amiga,
ResponderExcluirdesnecessário dizer que vc arrasou como sempre né!
Acredito que em breve vc se anima a publicar um livro de contos e eu espero receber um exemplar autografado ( kkkkk!) Amiga, continue nos brindando sempre com essas delícias!
Ly, Tânia e Pati! Não canso de agradecer por esta recepção mais que calorosa de vocês aos meus pequenos contos de amor. Adoro!!
ResponderExcluirA Tânia até já está falando em gauchês...rsrsrs...Barbaridade, tchê!
Mal posso esperar pelo nosso encontro em Agosto. Adoro vocês!
Beijos mis!
Q medá pensei q ele teria o mesmo fim dos vários filmes reais q ele fez, credo!
ResponderExcluirUfa... me arrepiou até meus pelinhos da língua q mix de imagens passou a minha mente, Lara croft (origem da vida), RockRolla e Game.
Mas a graças aos céus nossa autora possuí a mesma Síndrome q nós, por isso ñ destinou um final triste. Q os anjos digam amém...rss
Bjkas
Tadinho do avô da Giulia, ser surpreendido dessa forma tão triste pelo passamento do Genaro e todas as suas más intenções. É muito sofrido sentir-se traído por uma pessoa que outrora fora tão amiga, imaginar que o dinheiro falou mais alto, quando talvez até através de uma conversa relatando a sua insatisfação quanto ao seu salário e os planos em retornar com a ex-esposa, ele poderia ter sido agraciado com um aumento, pois após tantos anos de trabalho fiel, certamente teria conseguido chegar perto do que pretendia. Mas, infelizmente, Genaro deixou que a inveja e a cobiça falassem mais alto e, digamos a verdade, amparado nos anseios de sua ex-mulher, não deve ter sido muito difícil ele tomar as decisões que tomou. Que triste, Genaro desperdiçou a sua vida e ainda deixou Pippo magoado. Essa é a faceta obscura da vida...
ResponderExcluirNossa, Rô, estava ficando nervosa em pensar que o Alex estava mancomunado com essa corja do Tomasino e Rocco. Que susto, amiga, quer me matar do coração!
Olha só: infiltra-se na quadrilha para defender seus interesses financeiros, protege sua amada, o típico bom moço...
Ai... ai... além de lindo, gostoso, simpático, ainda é um herói... tô quase morrendo... mas agora é de prazer mesmo... que delícia de romance e que conto surpreendente, maravilhoso!!!
Totalmente demais, Rô, amei cada detalhe!!!
Beijinhos
Ro...
ResponderExcluirOMG... a cada dia q leio uma fic sua vejo mais e mais seu talento vc é d+!!!
Amei a sua fic e vo lê a outra!!!
bjim!!!