quinta-feira, 18 de junho de 2009

Anjo da Guarda - Parte II

Como um autômato, fui pega pelo braço, por aquela mão enorme e levada para um conversível preto. Quando dei por mim, estava sentada do lado esquerdo do homem da minha vida, indo com ele, sabe-se lá para onde.
- Prometo que te trago logo depois do almoço. Sei que vocês estão trabalhando muito e Guy, pelo jeito, está bem dependente de você.
- Não. Também não é tanto assim. O Guy exagera nos elogios.
- Você nunca havia trabalhado em cinema antes? É verdade?
- É. Na verdade, depois que saí da faculdade, ainda não tinha feito nada profissionalmente. Ainda bem que tive a sorte do Guy me dar esta oportunidade.
- É difícil alguém confiar um trabalho como este para alguém inexperiente. Você o deixou bem surpreso com a sua competência.
- Pois é. Eu mesma, ainda estou me surpreendendo comigo mesma – e como, pensei.
Seguimos por mais algumas quadras, quando ele estacionou em frente a um lindo bistrô em Notting Hill. Como um belo cavalheiro, correu para abrir minha porta e ofereceu-me sua mão para ajudar-me a descer. Não sei como estava minha cara, mas por dentro tinha um tsunami em ação.
Sentamos numa mesa afastada da janela, um de frente para o outro. Nos primeiros momentos, não conseguia entender o que ele dizia, ao chamar o garçom e fazer o pedido. Só voltei à realidade quando Gerry chamou minha atenção.

- Claire...Claire...Você está me ouvindo? Preocupada com o trabalho?
- Ah! Não, sim. Desculpe. O que você disse?
- O que você vai comer?
- Pode ser o mesmo que você.
- Então está certo. E duas Cocas?
- Sim.
Agradeceu ao garçom e ficou me olhando intrigado.
Eu devia estar com a expressão mais abobalhada do mundo. Ele ia pensar o quê de mim, se eu não tomasse uma atitude imediatamente?Respirei fundo e dei o meu sorriso mais encantador.
- Você deve estar achando que sou meio maluca, não? Um pouquinho talvez. Mas é que tenho andado muito estressada mesmo, com o trabalho. Não é fácil assumir isto tudo, sem experiência.
Pareceu-me que ele aliviou a tensão no rosto e retornou com um sorriso aliviado. Ele realmente estava duvidando da minha sanidade, céus!
- Pois é. Me conte mais sobre esta sua experiência.
Lançou um olhar de real interesse no que eu teria a dizer. Assim, resolvi contar como eu gostava de cinema e do desejo de trabalhar nesta área. Claro, que não falei nada sobre o verdadeiro motivo. Sou louca, mas nem tanto. Falei sobre a estória de Tom Wilkinson, que tinha tido muita sorte, de ter lido uma pequena nota, no jornal, naquela manhã. Contei sobre a ajuda de meu professor e da vontade de ser realmente eficiente naquilo que fazia, pois certamente, teria muita gente querendo que eu “quebrasse” a cara. As mesmas pessoas que, agora, eram meus companheiros de trabalho.
E, assim, nosso almoço foi se desenrolando, com muita conversa, animadamente. Gerry realmente era uma pessoa encantadora. Apesar daqueles olhos me fitarem atentamente, o tempo todo, já não sentia a tormenta interior de antes. Ele conseguiu fazer-me sentir mais segura, prestando atenção no que eu dizia e fazendo comentários apropriados e, às vezes, bem humorados.
Ao terminarmos, parecíamos bons amigos. Eu ainda tentava manter certo distanciamento. Evitei falar sobre ele, apesar da curiosidade de fã me corroer. Tinha tempo para isso.
Saímos dali e entramos no carro.
“Ele deu a partida no motor e começou a seguir em direção oposta à do escritório de Guy. Quando vi, estávamos diante do prédio onde ele morava. Entrou na garagem. Ainda vi a cara do porteiro me olhando embasbacado, quando passamos. Estacionou, ajudou-me a descer do carro e, logo senti seus braços me envolvendo, com força, sua boca procurando a minha e suas mãos palpando todo meu corpo, que reagia com prazer intenso. Levantou-me no colo, levando-me para o seu apartamento, onde me despiu , rasgando minhas roupas e possuindo-me, ardentemente, no tapete da sala."
- Claire! Claire!
- Oooi! O que foi?
- Perdida em pensamentos de novo? Chegamos. Como eu prometi, está de volta ao seu trabalho.
- Ah, claro. Muito obrigada, Gerry. O almoço foi ótimo.
- Foi um prazer, Claire. Podemos repetir a dose. Em dois dias começamos as filmagens. Você vai estar lá?
- Sim. Vou ter de estar. Vou ser responsável por anotar todos os takes.
- Então, nos veremos.
Desceu do carro, ajudou-me a sair e depositou um suave beijo em meu rosto.
- Até mais, Claire. Obrigado pela companhia.
Vi seu carro sumindo na primeira esquina. Eu estava paralisada. Não conseguia sair da calçada. Pensava em tudo que havia acontecido, inclusive no meu devaneio, depois do almoço, enquanto voltávamos para o escritório, aquele beijo de despedida. Eu continuava apaixonada por ele, sem dúvida.
- O que você está fazendo aí parada, Claire?
Era Mike, que estava voltando do almoço, provavelmente.
- E então, já almoçando com as celebridades?
- Pois é. Ele é muito simpático.
- Acredito. Aposto que ficou dando em cima de você.
- Quem me dera... Quer dizer, não! Ah, Mike, deixa de ser malicioso. Ele foi muito educado e atencioso.
- Tá bom. Acredito. Vamos trabalhar, que rende mais.
Naqueles dois dias, Guy apresentou-me ao resto do elenco. Fiquei preocupada ao conhecer a Thandy Newton, pois ela fazia o tipo que mais agradava ao Gerry. Morena, bonita, quase seca (escorreu o veneno aqui...). Coitada. Parece que tinha enfrentado uma anorexia nervosa, no passado. Fiquei um pouco mais tranqüila quando soube que ela era casada há mais de sete anos, e bem. Mas, que tem aquele ditado que "vaca amarrada também pasta..." ou algo do tipo. E, sabendo da fama do meu querido, não duvidava de nada. Teria de ficar atenta. Tom Wilkinson foi muito simpático, principalmente, depois de saber que eu tinha sido a responsável pela sua participação no filme. Apesar da correria, na véspera do primeiro take, estive com Sig. Ele parecia satisfeito com as minhas conquistas, apesar de tentar não demonstrar, como bom analista que era. Sugeriu que poderíamos espaçar mais as consultas e ver como me sentiria. Eu o veria só uma vez por semana. Que evolução! Estava orgulhosa de mim, também. Mesmo assim, continuava tensa com a idéia de reencontrar Gerry, no dia seguinte. Ele atuaria nas primeiras cenas. Tinha de controlar-me, pois tinha a responsabilidade de anotar tudo que ocorreria em cada take, para facilitar a montagem posterior.

Estava difícil dormir naquela noite. Não conseguia parar de pensar em Gerry, prá variar. Só que dessa vez era um pouco diferente das outras vezes...
"Estava quase pegando no sono, quando acordei com a campainha tocando. Estranho! Quem seria àquela hora da madrugada? Olhei pelo olho mágico e... Era ele! Abri a porta, surpresa com a visita inesperada. Ele entrou e, sem dar um olá, foi entrando e me agarrando com força. Apesar de tentar afastá-lo, ele insistia em me puxar contra seu corpo e beijar-me, começando pela boca, descendo pelo pescoço e, já tentando baixar minha camisola, percorrendo meus seios, com beijos úmidos e quentes, me deixando atordoada, mas louca de desejo. Um desejo crescente, que me fez começar a retribuir seus beijos e abraços, com intensidade. Logo estávamos caídos no sofá da sala, totalmente despidos, nos amando alucinadamente..."
- Honey, honey... Wake up, wake up...
Era meu celular despertando-me com aquela voz rouca, tão conhecida minha. Acordei completamente molhada, em todos os sentidos. Tinha de levantar logo. Não podia atrasar-me no primeiro dia de filmagens. Era responsável por várias coisas no set. Hoje seriam cenas dentro de estúdio e amanhã seriam feitas tomadas externas. Corri para o banho, ainda pensando no sonho daquela noite. Parecia tão real...
Fui uma das primeiras a chegar aos estúdios, quase na mesma hora que Guy. Os cenários tinham sido montados naquela semana. Logo em seguida chegou a equipe de maquiagem, o pessoal do catering, escolhido por mim. Aos poucos todos foram se reunindo para ver detalhes de última hora. Cerca de 1 hora mais tarde, chegaram os atores que fariam as primeiras tomadas. Ludacris, Jeremy Piven, Idris Elba e, finalmente Gerry. Pareciam bastante animados. Gerry parecia um pouco abatido, mas depois de passar pela sala da maquiagem parecia pior. Até um galo na sua cabeça tinham colocado. Mas ele estava sorridente como sempre, brincando com todos.
Um amor... Atenção, Claire. Nada de distração hoje. Você não pode deixar o patrão na mão.
Só ao sair da maquiagem, Gerry notou minha presença. Claro, que eu estava tentando fugir do seu olhar desde que o vira chegar. Acho que ainda era um hábito antigo, do qual pretendia livrar-me. Ele veio até mim e cumprimentou-me amigavelmente, dando um beijinho no rosto.
- Bom dia, Claire! Ainda não a tinha visto. Pronta para o início das filmagens? Eu sempre fico um pouco ansioso antes de começar. Depois, vou melhorando.
- Gerry!! - era Guy a chamá-lo.
- O chefe está chamando. Te vejo mais tarde?
- Claro. Boa sorte!
Quase derretendo por dentro, lá fui eu para as minhas tarefas.
Ao final da manhã, já estavam todos exaustos. A maioria das cenas tinham sido gravadas. Seriam revistas por Guy. Algumas, provavelmente teriam de ser refilmadas. O almoço foi servido ali mesmo, no estúdio. Parecia que todos estavam aprovando a minha escolha do catering. Tentei sentar meio afastada, para não chamar a atenção (de novo o velho hábito de me esconder de Gerry), quando ouvi sua voz:
- Porque está aqui, tão sozinha? Não quer se juntar à plebe?
- Imagina. É que fico com um pouco de vergonha. Tantos famosos reunidos.
- Deixa de ser boba. Posso sentar-me aqui?
- Pode. Aquele calor começou a subir. Tive medo de começar a tremer e ele perceber. Que desculpa eu daria?
- Então? Como está indo nos takes?
- Bem. Pensei que seria mais difícil.
E, assim, o almoço continuou, com uma conversa superficial. Mesmo desse jeito, eu estava nos céus. Quando que imaginei conversar com ele daquela maneira, no seu local de trabalho.
Assim, os dias foram se passando, as filmagens rolando, eu fazendo a ficha de filmagem, onde anotava todos os takes. Até Madonna, acabei conhecendo pessoalmente, já que ela tornou-se assídua frequentadora dos sets de filmagem.Só fiquei de cara com ela no dia em que resolveu dar uma de enfermeira e dar injeções de vitamina B12 em todo o elenco. Mais doida fiquei quando soube que Gerry tinha sido pego de calças arriadas, dentro da ambulância providenciada por ela para o "serviço". Acredito que ele não estava passando muito bem e foi parar, naquelas mãos abomináveis, inocentemente. Tadinho! Naquele dia, realmente eu tinha achado ele muito abatido, mas pensei que fosse alguma coisa do personagem que ele estava fazendo. Muitos ficaram doentes durante esses dias. Aí, minha patroinha querida resolveu arregaçar as manguinhas e aplicar injeções em todos. Deve ter se divertido muito, a engraçadinha. Coitado do Guy... Bem que queria ter sido eu a aplicar a seringa naquele bumbum maravilhoso. Bem, não seria bem uma seringa. Talvez um beijinho ou vários.
Fora estes acontecimentos lastimáveis, Gerry sempre vinha conversar comigo, amigavelmente. Parecia que eu não passaria de uma amiguinha na equipe. Isto chegava a doer fisicamente, pois ele era tudo que sempre imaginara : bem-humorado, agradável, educado e lindo! Eu não me enganara. Estava cada vez mais apaixonada, mas ele só me via como amiga.
Um dia, ele estava saindo dos estúdios, quando um bando de fãs
ensandecidas pularam sobre ele, querendo autógrafos, beijos, abraços, fotos. Até entendia, por ser uma delas, mas algumas começaram a querer pedaços da roupa dele. Ele ficou sem saída. Ou seria despido em plena rua ou seria grosseiro com elas. Quando o vi naquela situação, fui para a rua correndo e gritando o seu nome completo, para chamar a atenção.

- Sr. Gerard James Butler!! Sr. Gerard Butler!!
Elas pararam um pouco para prestar atenção em mim e eu pude fazer a minha encenação:
- Por favor, meninas! Eu preciso que ele atenda um telefonema urgente da Escócia. É a mãe dele que está doente. O efeito foi imediato. Falou na mãe do ser amado, todas respeitam. Imediatamente, ele foi liberado, desde que prometesse retornar com notícias de Margareth. Ele agradeceu a todas e saiu rapidamente atrás de mim. Assim que a porta da rua se fechou, ele me perguntou onde estava o telefone. Eu não consegui segurar o riso, ao ver sua expressão de preocupação. Ele realmente acreditara na minha atuação.
- Acho que vou pedir um papel neste filme, para o Guy. Você acreditou??
- Você estava mentindo? Mas a sua expressão de desespero era tão real que pensei que minha mãe estava realmente mal.
- Quem estava mal era você, no meio daquelas malucas lá fora. Ou eu as tirava de cima de você ou teria de conseguir uma toalha, rapidamente, para cobri-lo e evitar um ato de atentado ao pudor.
- É, realmente elas estavam passando do ponto. Nem sei como lhe agradecer.
Eu sabia, e como sabia. Talvez eu cobrasse em outra hora.
- Bem. E agora, quem vai dar notícias de minha mãe para elas?
- Você pode sair pelos fundos, que eu dou uma tranquilizada nelas e digo que você vai ter de esperar algumas ligações e vai demorar-se.
- Bem, Claire. Mais uma vez obrigado. Fico lhe devendo esta.
Naquele momento, ele curvou-se e me deu um beijo muito breve e estalado em meus lábios. Virou-se e foi embora, deixando-me em estado catatônico. Fora tudo tão rápido, mas de efeito devastador em minha pobre mente. Não sei como consegui terminar minhas tarefas naquele dia. Teria muito que falar com Sig, no dia seguinte.
Já estava tentando acostumar-me à ideia de continuar tendo notícias de Gerry apenas através da internet, jornais e revistas, quando, às vésperas de terminarem as filmagens com ele, fui chamada ao escritório de Guy Ritchie e lá o encontrei. Estava mais lindo que nunca, vestido com uma calça jeans azul clara, que realçava as suas coxas musculosas e uma camiseta verde musgo, não menos colante, que lhe moldava o tórax e os braços fortes. Eu não conseguia ficar indiferente àquele homem, não importava quantas vezes eu o visse no dia. Ele mexia comigo de uma maneira, acendendo um fogo interno, que nunca se extinguiria.
- Bom dia, Guy! Você me chamou? Oi, Gerry! Tudo bem? - falava tentando ser o mais casual possível, não demonstrando meus reais sentimentos.
- Acho que deve ficar melhor - disse ele, dando aquele seu sorriso malicioso.
Meu coração disparou, curioso para saber o que viria pela frente.
- Sente-se, Claire - falou Guy - O Gerry pediu-me para falar com você. Ele está querendo roubá-la de nós. Vai depender de você, aceitar ou não.
- C-como assim? O que está havendo?
- Claire, tenho observado muito você (ele me observando??) e sua eficiência em tudo que faz. Sei que não tinha muita experiência quando chegou aqui, mas pode-se ver que tem facilidade em aprender. Eu estou em vias de perder a minha assistente pessoal nos EUA. Ela não está mais conseguindo atender às minhas necessidades. Tem o marido, outras tarefas a cumprir. Enfim. Ela vai me deixar. Assim, pensei em você para substituí-la. Eu terei de partir em dois dias para Los Angeles e gostaria que você fosse comigo. Só preciso saber de alguns detalhes seus, para não termos problemas depois.
Isto sim poderia fazer-me ter uma síncope. Suas necessidades, ser a nova assistente pessoal, ir para os EUA em dois dias, discutir detalhes??? Era muita informação para uma pobre fã apaixonada... Calma, Claire! Você não pode deixar ele perceber esta sua ansiedade. Acalme-se! Respire fundo.
- Mas, Guy? E o trabalho que estou fazendo aqui? Não posso deixar a equipe na mão.
- Querida, não se preocupe. Você tem dois dias para passar o máximo de informações para o Mike. Se precisarmos de sua ajuda, certamente entraremos em contato. Creio que o Gerry não vai ficar chateado se lhe telefonarmos para solicitar orientação nestas primeiras semanas.
- Claro que não!
- Sua assistente pessoal? Qual seriam, exatamente, as minhas funções?
Faria qualquer coisa que ele pedisse, mas tinha de parecer hesitante, naquele momento. Pelo menos era o que meus poucos neurônios funcionantes, na ocasião, me diziam ser o melhor.
- Bem, meninos, podem ficar aqui à vontade, para discutir o seu futuro, que eu tenho muito trabalho a fazer. Bye! A gente se fala depois, Claire, ok?
- Ok, Guy! Obrigada.
Ficamos os dois a sós naquela sala. Se eu não estivesse sentada, provavelmente cairia no chão.
- Bem, Claire, a sua função vai ser de organizar meus compromissos, tanto sociais como profissionais, minhas contas, empregados, acompanhar-me em alguns eventos e, provavelmente, em viagens, como locações no exterior. Liberar-me de compromissos ou situações desagradáveis, como você fez no outro dia. Lembra? Ali eu comecei a pensar, seriamente, em contratá-la. Eu diria que você vai ser o meu novo "anjo da guarda". Tenho algumas condições, por isso gostaria de fazer-lhe algumas perguntas.
Eu nunca o tinha visto tão sério e imperativo.
- Quais?
- Você é casada ou tem algum companheiro que possa ter alguma objeção em relação a este trabalho?
- N-não... Não tenho ninguém...
- A sua família não vai por obstáculos?
- Eu não tenho família, Gerry.
Nesta hora, senti o seu olhar suavizar-se e ele voltou a ser o meu Gerry.
- Oh, sinto muito... Estou lhe perguntando estas coisas, pois vou precisar de uma pessoa com dedicação exclusiva. Posso lhe adiantar que o salário será muito melhor que o daqui. Sei que esta proposta ficou muito encima da hora, mas acho que tudo vai dar certo. Tonya vai estar disponível, no início, para lhe dar algumas dicas e lhe explicar as rotinas. O que você me diz? Aceita?
- Realmente. Foi uma surpresa e tanto. Fico muito envaidecida por você me escolher para sua assistente. Claro que eu aceito!
Achei que ele pudesse perceber alguma fumacinha saindo de minha boca, após a explosão atômica ocorrida em minhas entranhas.
- Ótimo! Vou providenciar a sua passagem. Amanhã ainda conversamos para os últimos detalhes. Acho que vamos nos dar muito bem, Claire.
Dizendo isso, finalmente deu-me um sorriso de propaganda de dentifrício, um até breve e foi-se embora.
Não sabia se ficava decepcionada pela falta de um daqueles beijinhos sem graça das últimas vezes ou se gritava de alegria por ter sido contratada para viver grudada nele.
Lembrei que esquecera de perguntar onde eu ia morar. Talvez em um hotel ou em algum apartamento próprio para este tipo de função, tipo um quarto e sala próximos ao local de trabalho. Ah! Depois eu veria isto. Precisava falar com Sig e contar-lhe as novidades. Ele ficaria de queixo caído ao ver a minha evolução. Assim que pude, liguei para ele e marquei minha provável última consulta. Consegui que ele me atendesse na hora do almoço. Realmente ficou muito surpreso com o convite que eu recebera, mas também receoso.
- Claire, você tem certeza que não vai se arrepender do que está fazendo? É uma mudança radical na sua vida.
- Eu sei, Sig. Mas acho que consegui o que queria. Ficar o mais próxima possível dele. Não sei como isso vai acabar. O mais provável é que eu me torne uma grande amiga e não uma amante. Mas já está de bom tamanho para mim.
- Claire. Cuidado com as desilusões. Pelo que você me conta, ele é do tipo garanhão. Portanto, prepare-se para vê-lo com outras mulheres, sem surtar. Você vai ser funcionária dele, não amiga íntima ou namorada. Você acha que está preparada para isso?
- Não sei, Sig. Só sei que, depois de chegar até aqui, não posso voltar atrás. Consegui me sair bem, até agora. Acho que consigo ir adiante.
- Se você precisar de mim, para um conselho profissional ou pessoal, sabe que pode contar comigo. Você tem meus telefones. Ligue! Não tenha pruridos. Acho que sou um "pouco" responsável por tudo isto que está acontecendo. Portanto, o que eu puder fazer para ajudá-la, mesmo que distante, eu farei.
Senti-me mais segura com aquela demonstração de apoio e afeto por parte de Sig. Estava pronta para seguir em frente. Será?? Bom, mesmo que não, agora não tinha volta. No mínimo, tinha de considerar que conseguira um emprego que muitas mulheres matariam para conseguir.
Despedi-me de Sig e, segurando a emoção, voltei para o escritório, onde encontraria Mike para orientá-lo no que fazer após minha saída.
Sabia que ele estaria muito feliz por voltar a ser o primeiro assistente de Guy, mas notei que havia um sincero pesar no seu olhar, quando falou que sentiria a minha falta.



Aguardem a continuação amanhã... Beijos!

4 comentários:

  1. Ô... Como eu queria estar no lugar da Claire... E cuidar pessoalmente dele... Hummmmmmmm...
    kkkkkkkkkk...
    Bjim Rô♥

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  2. Não é justo!!!!!!!!!!!!!!! EU QUERO A CONTINUAÇÃO! Vou ter a mesma síncope da Claire até lá. Rosane sua malvada!!!!!!!!!!!!
    Aff... Tem algum psiquiatra por aí?
    Bjks

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  3. nossa senhora da bicicletinha realamente esse Escocês provoca explozões de Tsunami, ñ consigo me desligar do lugar da Claire, nem camisa de força me segura!
    Oh lá em casa...rss
    Bjkas

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  4. Não me fale em mão enorme que eu tenho um treco!!!
    Afffffff... a Claire até podia estar meio tonta, mas nada boba... que imaginação mais fértil e deliciosa, uit!!! A moça sonha acordada e dormindo, numa animação de nos tirar o fôlego... mas o engraçado é que os nossos sonhos são tão parecidos... (hihihi)
    Ah, Rô, deixe-me alertá-la para algo extremamente importante: se o Gerry entrar em contato com vc, pode dizer a ele que eu me ofereço para ser a sua assistente, não tenho empecilhos que me impeçam de acompanhá-lo 24 horas... delícia!!!
    É, mas de fato não iria ser muito fácil se, de repente, ela tivesse que presenciar o encontro de Gerry com outras moçoilas ávidas pelo nosso amore. É complicado ter que anotar recadinhos e passá-los a ele, por exemplo, a tentação de não dizer nada seria enorme. Mas é tudo ou nada. Já que ela tinha embarcado nessa, não seria certo pular fora agora, tinha que continuar até o fim. O máximo que poderia acontecer era não ocorrer nada entre eles, mas ao menos ela teria enfrentado a situação e tentado chamar a atenção de Gerry. Isso, mais tarde seria de grande valia, pois ela não ficaria pensando naquela célebre e triste frase: “ah se eu tivesse tentado...”.
    Beijinhos

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