terça-feira, 29 de setembro de 2009

O Amor em Cena - finalizando

Quando Eve voltou à sala, deu com Gerry sentado sozinho no sofá. Resolveu fazer um pouco de sala para ele e aproveitar para sondá-lo para saber suas reais intenções para com sua amiga.
- A Dani o deixou sozinho? Posso lhe fazer companhia?
- À vontade.
Passaram a falar sobre o filme em que Dani teria um papel. A partir daí, Eve deu um jeito de tentar conhecê-lo melhor e, ao final da conversa já podia perceber que ele era uma boa pessoa e que estava realmente interessado em sua amiga.
Antes que Dani voltasse, Gerry não resistiu e acabou por perguntar:
- Eve, não me leve a mal. Mas porque vocês tentaram esconder que aquelas flores eram para a Dani.
- Você leu o cartão? – perguntou, preocupada.
- Não cheguei a tanto. Mas pude perceber que vocês todas estavam tentando esconder alguma coisa. As flores eram para ela, não?
Eve percebeu que ele havia “jogado verde para colher maduro” e ela caíra direitinho. Decidiu não mentir.
- As flores foram mandadas por um chato chamado Alejandro, do qual provavelmente você já tenha ouvido falar. A Dani já ia jogar fora, quando você apareceu.
Neste instante ouviram a porta do quarto de Dani abrir-se.
- Eve, por favor, não diga a ela que eu sei disso – pediu ele em voz baixa.
Ela não teve com negar aquele pedido. Não queria estragar o fim de semana de Dani.

Foram jantar num restaurante indiano.
Quando ele a convidou para ir ao seu apartamento, ela não pensou duas vezes. Só lá poderiam liberar todo o desejo que estavam sentindo um pelo outro.
Mal passaram a porta da entrada, Dani foi pega nos braços e levada para o quarto aos beijos e amassos. Ele a deitou sobre a cama e começou a despi-la lentamente.
- Estava com tanta saudade – disse, enquanto a olhava inebriado, como a certificar-se de que seu corpo ainda era como exatamente como ele se lembrava. Depois de tirar a última peça de roupa passou a beijá-la por inteiro, começando pela ponta dos dedos do pé, arrancando suspiros de Daniela. Quando ele chegou ao seu púbis, ela não resistiu. Levantou-se e começou a tirar a as roupas dele. Queria sentir a sua pele, tocá-lo, abraçá-lo, sentir sua virilidade em contato com seu corpo. Como desejava aquele homem...
Ele continuou a beijá-la, enquanto ela o acariciava e arranhava de leve nos braços e costas, aumentando cada vez mais a excitação dele.
Logo se entregaram ao gozo e à luxúria de seus corpos. Os gemidos tornaram-se gritos de prazer até alcançarem o êxtase. Assim que ela viu Gerry saciado e começando a relaxar , beijou-o e sussurrou:
- Eu te amo... muito.
Ele abriu os olhos, com expressão tranqüila, um sorriso nos lábios e a puxou contra si mais uma vez e a beijou carinhosamente. Ficaram abraçados por um longo tempo. Ainda amaram-se mais duas vezes naquela noite. Dormiram quando o dia já amanhecia
Passaram o sábado juntos, no apartamento dele. Não sentiam necessidade de sair. Apenas a companhia um do outro bastava. Ouviram música, conversaram muito, brincaram e amaram-se. O dia passou lento e agradavelmente para ambos.
Gerry teria que voltar para L.A. no dia seguinte, à tarde. Queria aproveitar seu tempo, ao máximo, junto de Dani.
No domingo, no início da tarde, Gerry deixou Dani em seu apartamento e partiu para o aeroporto, onde pegaria o vôo das 15h30min. Ele ficou de ligar assim que chegasse à Los Angeles.
Depois desta última ligação, Gerry pareceu ter perdido o telefone de Dani. Os dias passavam, a noite chegava e ele não dava notícia alguma. No início ela pensou que fosse pelos inúmeros compromissos que ele tinha. Sabia que sua agenda estava cheia, mas, antes, ele sempre conseguia uma brecha para ligar. Começou a ficar preocupada. Resolveu ligar para sua casa em L.A. A empregada atendeu e disse que ele não estava e não soube dizer a que horas ele voltaria. A angústia começou a incomodá-la. Ligou outras inúmeras vezes, nos dias que se seguiram. Finalmente, num sábado à tarde, conseguiu ouvir a voz dele.
- Gerry! É você?
- Sim, sou eu – respondeu secamente.
- O que houve? Estou ansiosa por notícias suas. Você não ligou mais. O que está acontecendo?
- Você não faz idéia?
- Não... O que há? Porque está falando comigo deste jeito?
- Resolvi deixar o caminho livre para você e o seu amado Alejandro.
- O quê?
- Pergunte à sua amiga... Lourdes, não é? Aquela que gosta de frequentar sites de celebridades.
- Não estou entendendo... Gerry, por favor, porque você está falando comigo deste jeito?
E que história é esta de Alejandro? Nunca mais falei com ele.
- Tem certeza? Eu vi as flores, Daniela. Sua amiga Eve confirmou que as flores eram de Alejandro, apesar de vocês terem tentado disfarçar. Mas não brigue com ela, pois ela tentou e me convenceu que você estava pronta para jogá-las no lixo antes de eu aparecer de surpresa.
- Mas era verdade. Desculpe ter tentado enganá-lo, mas não queria que você ficasse com ciúmes. Não havia motivos para isso – sua voz já demonstrava um certo desespero e tornava-se embargada – Por favor, meu amor, não faz isso comigo.
Ele emudeceu do outro lado. Parecia estar muito magoado e ela não conseguia entender o porquê.
- Não posso mais falar com você – a voz dele estava tremula – Talvez outro dia...Não se preocupe com o seu papel no filme. Ele ainda é seu. Não quero confundir nossa vida afetiva com a profissional.
Aquilo causou uma dor profunda em Daniela.
- Como? – ela estava atônita, quando ouviu o click. Ele havia desligado o telefone.
Não contendo mais as lágrimas, começou a chorar convulsivamente. Não sabia o que pensar. O que o teria feito agir ou pensar daquela maneira? O episódio das flores não era, caso contrário eles não teriam passado um fim de semana tão bom. A não ser que Gerry tivesse representado o papel de apaixonado o tempo todo, enganando-a perfeitamente. Não podia ser isso. Ele não era um canalha. Mil pensamentos a rondavam. Talvez toda esta encenação fosse apenas uma desculpa para não vê-la mais. O seu medo inicial concretizava-se? “Não pode ser isso... Ele não é assim... Não posso ter sido enganada desta forma...” Precisava haver uma explicação plausível para o comportamento dele.
Quando conseguiu acalmar-se, ainda relutava em aceitar a idéia de Gerry ser um mau-caráter. Foi aí que lembrou do que ele havia dito sobre sites de celebridades. Buscou seu laptop, ultimamente esquecido. Entrou na internet e começou a procurar os lugares onde tantas vezes ela havia buscado por informações a respeito de Gerard Butler. Finalmente, em um deles, encontrou o que deveria ter sido o causador do comportamento dele. Lá estava a sua foto, beijando Alejandro, como dois namorados. O ângulo e o modo como ele a segurava pareciam não deixar dúvidas quanto ao tipo de beijo – o mais apaixonado. Uma tremenda armação. O pior de tudo era o texto que acompanhava a foto:
“O irresistível Gerard Butler, conhecido como grande conquistador, foi traído por sua namorada com um desconhecido”. O resto do texto era debochado e humilhante para Gerry. Agora ela podia entender o porquê dele estar tratando-a daquele jeito. Como devia estar sentindo-se enganado. Talvez até estivesse pensando que tudo não tinha acontecido para pegar um papel no filme, levando em conta a última frase dele. A cabeça de Daniela girava e tentava ordenar os pensamentos. Precisava falar com ele para esclarecer tudo. Ele não podia acreditar que ela o tivesse traído por uma notícia num site de fofocas. Nem que tivesse que ir até Los Angeles, resolveria aquele mal entendido.
Voltou a chorar, indignada com a injustiça que estava acontecendo. Logo agora que tudo parecia estar dando certo, depois de um final de semana perfeito...Não era justo. Aquilo não podia ser o fim.
Eve e Steve chegaram ao apartamento, enquanto ela ainda estava diante de seu notebook, tentando secar as lágrimas. Ela mal conseguia falar, quando eles indagaram sobre o que tinha acontecido. Steve resolveu deixar as amigas sozinhas e despediu-se de Eve.
- Acalme-se, Dani... Agora que o Steve se foi, me conte o que aconteceu que a deixou neste estado.

Dois dias depois, Daniela já estava decidida a viajar para L.A., a fim de conversar cm Gerry. Tinha certeza que numa conversa sincera, olho no olho, conseguiria reverter a situação e fazê-lo acreditar nela. Estava distraída na Internet procurando pelo menor preço de uma passagem aérea para a Califórnia, quando o telefone tocou.

Após a última conversa com Daniela, Gerry estava arrasado. A sua voz doce e os sinais de desespero aparentemente sinceros emergentes durante o telefonema colocaram dúvidas na sua mente. Talvez tudo não passasse realmente de um engano. Ele estava com seu orgulho de macho ferido pelos comentários cáusticos do texto junto àquela foto comprometedora. Afinal era um local de fofocas. Quantas vezes já o tinham fotografado com amigas em determinadas situações que levavam a crer que havia uma intimidade maior do que a real. Mas havia as flores no apartamento. Será que Eve teria dito a verdade? Não estaria só protegendo a amiga? Com o desenrolar do fim de semana acabou por esquecer aquele assunto. Mas ao ver a matéria e a foto, aquilo voltou a incomodar. Realmente ele parecia não ter sorte com as mulheres. Quando finalmente achava que tinha encontrado a pessoa certa...
Nos dias posteriores, não conseguiu encontrar graça em nada do que fazia. Até que, ao sair de uma casa noturna com amigos, que tentavam animá-lo, viu um grupo de paparazzi, interessado em fotografar Paris Hilton, que estava no mesmo local com seu novo affair. Entre os abelhudos, ele viu um rosto conhecido. De repente, tudo que acontecera encontrara uma explicação. Ele só tinha que certificar-se pessoalmente. Disse aos amigos que tinha de resolver um assunto pessoal e despediu-se deles. Ficou aguardando que o homem, segurando um bloco de anotações, se despedisse dos fotógrafos, que continuariam a perseguição de Paris, e passou a acompanhá-lo sem que ele percebesse. Quando se sentiu seguro de que não haveria curiosos os observando, antes que o outro alcançasse seu carro, Gerry segurou-o pelo braço e o fez virar-se de frente para ele.
- Está estendendo as suas férias, “Juan”? – perguntou, ironicamente.
O outro levou um susto ao ver Gerry encarando-o ameaçadoramente. Olhou para os lados, mas não viu sinal de socorro.
- O que houve? Está com medo? Por quê? – continuava Gerry, sabendo que estava conseguindo aterrorizar o outro.
Alejandro tentou fugir, mas foi impedido pelo ator, que o imprensou contra um dos carros estacionados.
- Agora você vai me explicar direitinho quem você é e o que teve a ver com aquela história de traição da Daniela.
O homem, antes seguro e galanteador, parecia estar prestes a ter um distúrbio intestinal, tal o medo da situação em que se encontrava.
Não foi difícil para Gerry obter a confissão completa do cafajeste, agora desmascarado.
Ainda naquela noite ligou para o celular de Dani, mas não houve resposta. Parecia estar fora do ar. Esperou o dia clarear e tentou outras tantas vezes, sem conseguir contato.
No final da tarde, após cancelar alguns compromissos daquela semana, pegou um vôo direto para Nova York. Chegando lá, foi direto para o apartamento de Daniela, onde foi atendido por Eve.
- Olá, Eve. Onde está a Dani? Preciso muito falar com ela..
- O que aconteceu? Chegou à conclusão que estava errado? – perguntou ela, com certa irritação e cinismo.
- Olhe, eu preciso falar com ela e pedir desculpas por tudo que aconteceu. Onde ela está?
- Acalme-se. Sente-se aqui um pouco – ela percebeu que ele estava legitimamente angustiado – Dani me contou tudo. Ela estava desesperada com a sua atitude. Só entendeu a sua atitude ao ver a foto e o comentário, totalmente enganosos, na internet. O que o fez mudar de atitude?
- Encontrei Alejandro. Ele era, na verdade, um dos jornalistas que trabalham para aquele jornaleco de fofocas.
- Não acredito – disse Eve, com cara de espanto – Então, foi tudo uma armação?
- Felizmente ou infelizmente. Agora tenho que dar um jeito de me desculpar com a Dani. Por favor, Eve, me diga onde eu a encontro?
- Ela está no Brasil, Gerry.
- O quê? – sua face empalideceu e ele deixou-se cair sentado sobre a poltrona da sala – Mas o que ela está fazendo no Brasil? Ela foi embora? Sabe quando ela volta?
- Não sei. Ela estava pronta para ir atrás de você para tentar se acertar com você, quando recebeu um telefonema da mãe, avisando que a sua avó tinha sofrido um enfarte e que estava muito mal. Ela não teve outra alternativa a não ser viajar imediatamente. Ela tem adoração por esta avó e acho que só vai voltar para Nova York quando o seu problema de saúde estiver resolvido. Ela estava muito abalada quando partiu e totalmente dividida entre lhe ver e ir ao encontro da avó, que também é muito importante na vida dela.
- Eve – disse ele, recompondo-se aos poucos – Você tem o endereço da casa de Daniela lá no Brasil ou, pelo menos, o nome do hospital onde a avó está internada?
Eve sorriu ao imaginar o que Gerry estava pensando em fazer.
- Claro! O que você pretende fazer?
- Eu vou até lá. Só preciso saber onde encontrar a Daniela.
Eve vibrou com a informação e deu todos os endereços que ela dispunha e telefones, dados por Dani antes de partir.
Nas horas seguintes, Gerry embarcou no primeiro vôo que conseguiu para o Rio de Janeiro.
Eve teve o cuidado de ligar para Dani antes, para saber notícias sobre a saúde da velha senhora. Ficou sabendo que ela já tinha tido alta da UTI e que estava em um apartamento, recuperando-se. Conseguiu manter segredo sobre a ida de Gerry, a muito custo, a pedido de dele.
Ao chegar, ele conseguiu hospedar-se no Copacabana Palace, onde já tinha estado de outra vez. Assim que largou as malas na suíte, tomou um banho para espantar o cansaço da viagem, vestiu uma calca jeans e uma camiseta branca e saiu. Solicitou um táxi na recepção e seguiu para o hospital, na esperança de encontrar Dani por lá. Após algumas orientações, conseguiu achar o caminho para o quarto de D. Ana. Bateu de leve na porta.
Daniela quase desfaleceu ao ver Gerry a sua frente, lindo como nunca, apesar da aparência de cansado.
- Gerry! – disse com a voz trêmula de emoção, fechando a porta atrás de si – O que você está fazendo aqui? – Parecia não acreditar no que estava acontecendo.
- Podemos conversar num lugar mais reservado? – disse ele, aproximando-se dela, pegando sua mão, com olhar de súplica – Estava com saudades.
Aproximou-se, colocando a mão dela sobre o seu tórax, enquanto seu outro braço a enlaçava pela cintura. Dani não resistiu e com a mão livre tateou o rosto de Gerry, como se precisasse deste toque para acreditar que ele estava ali de verdade. Um beijo longo e apaixonado foi inevitável quando seus olhares se cruzaram tão próximos. O fato de estarem em um corredor de hospital não foi empecilho para esta demonstração de carinho.
- Acho melhor sairmos daqui – disse Daniela, assim que se recuperou da sensação de levitação provocada pelo beijo de Gerry – Tem uma cafeteria no segundo andar onde podemos conversar. A esta hora do dia geralmente tem pouco movimento por lá.
Enquanto ela o levava pela mão, através do corredor, ele perguntou:
- E a sua avó? Está melhor?
- Graças a Deus, está se recuperando. Minha mãe está com ela. Depois eu o apresento a elas, se você quiser.
- Claro que quero, mas precisamos conversar antes.
Daniela o guiou até o amplo salão onde funcionava não só uma cafeteria, como também um restaurante, para uso de externos e acompanhantes dos pacientes. Sentaram-se em uma mesa próxima a um janelão com vista para os jardins do hospital, nos fundos do refeitório. Pediram um café e começaram a conversar enquanto aguardavam seu pedido.
- Gerry, fiquei tão desesperada quando ouvi você falar aquelas coisas no telefone, mas entendi o porquê quando vi a foto na internet. Já estava decidida a ir atrás de você em L.A. para tentar explicar aquilo, quando minha mãe ligou com as notícias sobre a minha avó.
- Eu sei. A Eve me contou.
- Nada daquilo é verdade. Aquela foto não representa a realidade.
Ele a interrompeu e segurou sua mão:
- Não precisa me explicar nada. Já sei que tudo não passou de uma armação de um repórter desqualificado que se apresentou a você como Alejandro.
- O quê? Ele é repórter?
- Sim. Eu o encontrei poucos dias depois de falar com você. Consegui pega-lo e o fiz confessar tudo.
- Não acredito... Porquê ele faria isto comigo?
- Não foi a você que ele queria atingir, mas a mim.
- Como? Por quê?
- Há algumas semanas atrás aconteceu uma confusão envolvendo a mim e a um colega de Alejandro, que na verdade chama-se José Domingues. Eu estava saindo de uma casa noturna e este repórter passou a perseguir-me de carro, de forma perigosa, colocando em risco transeuntes e outros motoristas. Mais um paparazzi sem noção. Fui obrigado a parar a perseguição para pedir que parasse com aquela maluquice. Ele desceu do carro e começou a gritar para que eu não batesse nele, fazendo o maior escândalo. Como viu que eu não estava sendo agressivo, começou a me ofender de todas as maneiras em tom baixo de voz. Aí não resisti e acabei por esbofeteá-lo, para ver se ele parava de dizer besteira. Bem depois disso, fui embora e ele armou um circo em torno do fato. Não sei como, pois não o machuquei na hora, ele foi parar num hospital para levar pontos na boca e dirigiu-se a uma delegacia para dar queixa. Fui chamado a depor alguns dias depois, mas como tive testemunhas a meu favor, o caso não deu em nada. Domingues, o Alejandro, parece que tomou as dores do amigo e passou a me seguir. Quando nos viu juntos chegando em L.A., tratou de aproximar-se de você, dizendo que era um turista que estava hospedado no mesmo hotel. Criou situações para provocar ciúmes em mim, nos fotografou junto, insinuando que éramos namorados. Quando ele soube que você ia voltar para NY, seguiu-a, acompanhado de um fotógrafo, para conseguirem a cena da foto.
- Sim... Eu lembro que Eve falou no dia, que tinha visto alguém fotografando o momento em que Alejandro me encontrou na saída do Actor’s.
- Pois é... Ele criou a situação e praticamente pousou com você para que o fotógrafo tirasse aquela foto. Depois tentou me humilhar com aquela reportagem ridícula. O pior é que ele, sem saber, provocou um mal muito maior... – ela o olhou curiosa em saber qual teria sido este mal – Foi me fazer pensar que havia me enganado com você e que tinha perdido a mulher por quem me apaixonara.
Aquelas últimas palavras de Gerry fizeram Daniela esquecer tudo que sofrera e provocaram um arrepio que percorreu todo seu corpo. Não conseguia desviar seu olhar daqueles lindos olhos esverdeados, brilhantes e sinceros que a encaravam agora.
- Gerry... – ela buscou as mãos dele e as apertou entre as suas – Eu nem sei o que dizer...
- Então só me responde uma coisa. Você ainda quer ficar comigo? Sei que fui um estúpido e grosseiro com você...
Antes que ele pudesse continuar, ela sorriu, sentindo uma lágrima de emoção brotando em seus olhos e colocou o dedo indicador sobre a sensual boca de seu amado, fazendo-o calar-se.
- Sim ou não? – ele perguntou, já entrevendo a resposta..
- É claro que sim! – disse Daniela, que levantou de seu lugar e, aproximando-se dele, envolveu seu rosto com as mãos, abaixou-se e deu-lhe um beijo carinhoso na boca – Já falei que te adoro?
- Já... Mas não custa ouvir de novo. Eu sou meio carente, sabe? – disse ele, sorridente, envolvendo Daniela pela cintura e puxando-a contra si, exigindo outro beijo.
- Melhor pagarmos esta conta e subir para me apresentar a sua mãe a sua avó, antes que eu faca alguma besteira aqui no meio desta cafeteria. Que tal?
- Acho que sim... Elas vão adorar te conhecer.
Entraram no quarto.
- Dani! Onde você se meteu? – perguntou sua mãe sem conseguir tirar os olhos do homem alto e forte que a acompanhava.
- Mãe, este é Gerard Butler. Ele é ... Um grande amigo.
- Muito prazer. Meu nome é Leda – cumprimentou-o, estendendo a mão.
- O prazer é meu em conhecer minha futura sogra.
- Gerry! – exclamou Daniela surpresa com o cumprimento de Gerry – Ainda bem que ela não entende bem inglês.
A mãe de Dani ficou um pouco confusa a respeito do que eles estavam falando, mas achou o amigo estrangeiro de Dani muito simpático.
Eles aproximaram-se da cama onde estava D. Ana. Dani fez um carinho em seu rosto e ela abriu os olhos, que pareceram brilhar ao ver a neta.
- Vovó, este é Gerard Butler. Ele veio dos Estados Unidos para nos visitar.
Um sorriso abriu-se no semblante da anciã, que conseguiu levantar a mão que não estava paralisada e estende-la para Gerry. Ele a segurou, apertando-a de leve e dizendo:
- É um prazer conhecê-la. Espero que se recupere logo.
Depois de Dani traduzir o que ele disssera, a avó perguntou, sem tirar os olhos dele:
- É ele, querida? É ele o seu amor?
Dani corou diante da pergunta, enquanto Gerry as olhou, tentando entender qual a pergunta feita por D. Ana. Com um sorriso, Daniela respondeu:
- Sim, vovó... É ele, sim.
Os olhos de D. Ana tornaram-se marejados e ela retornou um sorriso de aprovação.
- Ele é lindo...Very handsome... – repetiu em ingles, para surpresa de Daniela e de sua mãe, piscando o olho para Gerry.
- Pelo jeito ela já está pronta para ter alta. A senhora não tem jeito, mamãe – comentou Leda, alegremente. Agora compreendia que Gerry não era só um amigo de Daniela.
- Depois eu te explico, Gerry – sussurrou Dani para ele.
Ficaram conversando por mais de meia hora. Leda estava muito curiosa a respeito do namorado da filha. Ficou sabendo que ele seria o produtor e ator principal do filme que Daniela faria nos EUA. A avó os observava atentamente, com carinho.
- Que tal darmos uma volta, sairmos para jantar? – sugeriu Gerry, a certa altura, para Daniela.
- Ah, querido... Combinei que ficaria esta noite com vovó.
Quando Leda entendeu o que estava se passando foi a primeira a interferir.
- Nem pensar em deixar um homem como este sozinho aqui no Rio. Pode deixar que cuido da nossa velhinha. Ela já está bem melhor e não vai dar trabalho algum, não é D.Ana?
A avó balançou a cabeça afirmativamente.
- Vou ficar doente se você deixá-lo para ficar cuidando de mim – disse Ana com a voz ainda fraca, mas tentando rir.
Parecia que a visita de Gerry dera um novo ânimo a senhora, que parecia ter acelerado sua recuperação. Assim, Daniela sentiu-se liberada para sair dali, para onde ele quisesse levá-la.
- Eu estou no Copacabana Palace. Você me leva até lá? – perguntou assim que entraram no carro que D. Leda havia emprestado para Daniela.
- Eu tenho que passar em casa antes para tomar um banho e trocar de roupa. Passei a noite no hospital fazendo companhia para minha avó.
- Vamos lá.
Quando chegaram ao belo apartamento da Vieira Souto, o pai de Daniela estava lá. Foi mais uma sessão de apresentações, desta vez sem necessidade de traduções, pois o pai de Daniela falava bem o idioma de Gerry, pois chegara a morar em Londres por 1 ano, logo após terminar a faculdade de Medicina. Logo conversavam como velhos conhecidos. Quando ela terminou sua arrumação, Gerry e o senhor Arruda já eram amigos íntimos, o que a deixou impressionada, já que seu pai não costumava fazer amizades tão facilmente.
- Gostei muito do seu amigo, Dani. Antes de ele voltar para a América, temos que combinar um jantar aqui em casa para podermos conversar mais.
- Será um prazer, senhor Arruda – falou Gerry, simpaticamente.
- Por favor, não me chame de senhor. Para você é Armando.
- Está bem, Armando. É só marcar o dia e eu virei. Devo ficar aqui pelo menos mais três dias. Depois, vou ser obrigado a voltar.

- Nunca vi meu pai tão amigável com um desconhecido – confessou Daniela, assim que deixaram sua casa e seguiram para o hotel.
- Deve ser o meu habitual charme – ironizou Gerry.
- Seu convencido... – retrucou Daniela, sorrindo.
- Você está linda... Mal posso esperar para chegar no hotel.
- Você não está cansado da viagem, fuso horário...? – disse com um sorrisinho malicioso, antevendo quais eram as intenções de Gerry.
- Posso dormir depois...
Mal chegaram à suíte de Gerry, ele passou a beijá-la e a livrar-se de suas roupas. Quando ela foi despi-lo, começou a fazê-lo devagar, aproveitando cada segundo para olhar cada centímetro do corpo daquele homem que ela tanto adorava, tocando cada músculo de seus braços, deslizando seus dedos por seu tórax e por suas costas, fazendo-o arrepiar-se e gemer, sussurrando o nome dela, cada vez que seus seios o tocavam. Quando chegou o momento de tirar suas calcas, ela pode ver e sentir todo o desejo pulsante de Gerry por ela. Ao libertá-lo da roupa íntima, não resistiu e pôs-se a beijá-lo delicadamente, passando a língua sensualmente por seu membro ereto e ansioso, acariciando, com as mãos, seus glúteos firmes e musculosos.
Não aguentando mais, Gerry a levantou em seus braços e a jogou sobre a cama, onde a tomou vigorosamente entre os brancos lençóis da imensa cama da suíte. Amaram-se ardentemente, até tombarem exaustos, lado a lado. Naqueles próximos três dias da estada de Gerry no Rio, ficaram praticamente inseparáveis, assistindo a franca recuperação de D. Ana que começou a responder positivamente às sessões de fisioterapia. Quando Gerry partiu, o neurologista já estava em vias de dar alta hospitalar, para que ela pudesse continuar sua recuperação em casa. Logo, Daniela poderia unir-se a ele.
- Vou te esperar em Nova York. Quando você souber o dia de sua volta, me avise. Vou me organizar de forma a poder ficar alguns dias em NY. Logo, você termina o seu ano na Actor’s e começam as filmagens do nosso filme. Poderemos passar um bom tempo juntos. – planejava ele antes de embarcar no seu vôo de volta a L.A., no aeroporto de Guarulhos. _ É só o que eu quero, Gerry. Poder ficar com você. Vou ficar com saudades.

Beijaram-se muito, antes de ele entrar na sala de embarque.
Daniela não tinha mais dúvidas sobre o seu amor nem sobre a sinceridade do amor de Gerry. Seus sonhos tornavam-se realidade. Os sonhos de uma fã, quem diria...



FIM



Espero que tenham gostado. Vou viajar um pouquinho até o próximo fim de semana, aproveitando que estou de férias, que ninguém é de ferro, mas volto em breve. Beijos a todos!

2 comentários:

  1. Ro!!! adorei o final!!!
    ai q inveja dela!!!!
    bjos querida e aguardo ansiosa sua proxima fic!!!!

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  2. Rosane!!!
    Essa fic, eu ainda não tinha lido!
    Eu confesso, com essa miha correria, fui uma relapsa. Mas hoje, eu li tudinho, de cabo a rabo.
    Esse "Juan" em deu uma aflição danada, com aquelas flores, fotógrafo...
    Ms no final...
    Ai, que inveja mussum que eu fiquei dela... E aquilo tudo na suíte do Copacabana Palace...
    GZUZLUZDAMADONNA!!!
    Eu queeeeeero!!!

    Mais um show, da minha escritura predileta, minha Jane Roberts, ou seria Nora Austen...
    Sei lá!
    Eu só sei que vc é demais!

    Bjim♥

    E que venha a próxima fic!

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