Ela não conseguia sair do lugar, mesmo depois de ouvir a porta fechar-se. O turbilhão de sentimentos, dúvidas e desejo acabou por fazê-la atirar-se sobre a cama e começar a chorar. Não queria sentir tudo aquilo novamente. Não por um homem como Butler que parecia ter tudo para fazê-la sofrer mais uma vez. A sua fama de conquistador a fizera ficar alerta desde a primeira vez em que o vira. Achou que estava imune a homens como ele, mas sentia-se prestes a cair naquela rede. Durante seu trabalho tinha se permitido observá-lo, ver o modo como ele se relacionava com as outras pessoas, o que a deixou entrever alguém diferente do que as revistas de fofocas e os invejosos tentavam divulgar. Ele não era vulgar ou prepotente como ela julgara no início. Não sabia mais o que pensar. Talvez fosse diferente com ele... Mas já se deixara enganar por três vezes. Por que seria diferente agora?
Samantha passou aquela noite a rolar sobre os lençóis de sua cama, a repensar em sua vida, passando-a em revista, como se fosse um filme, repleto de desagradáveis surpresas. O medo ainda se fazia fortemente presente, aprisionando os anseios de seu coração. Ao amanhecer ainda não chegara a conclusão alguma, pois seus sentimentos permaneciam em combate contra a razão. Desta luta, ainda não sabia quem seria o vencedor.
Levantou-se e lavou o rosto com água gelada para despertar do torpor que tentava dominá-la. Não podia dar-se ao luxo de ficar deitada, pensando em “bobagens”. Tinha muito trabalho a fazer.
Tomou seu desjejum tão logo abriu o salão de café do hotel. Torcia para não encontrar ninguém, pois não estava disposta a ouvir conversas sobre o tempo ou sobre as fofocas entre o pessoal da equipe, que sempre surgiam neste tipo de trabalho. Solicitou na recepção o carro que alugara para deslocar-se entre as locações. Antes de sair, o celular tocou. Era Joseph.
- Bom dia, Sam. Já trabalhando? Liguei para o seu apartamento e ninguém respondeu.
- Vou verificar se está tudo preparado para o início das filmagens da manhã no centro da cidade. Diga ao Andrew para me ligar caso haja algum problema.
- Hoje à tarde vou com você para ver a nova locação para as cenas da cabana – lembrou Joseph.
- Está bem. Combinamos na hora do almoço.
- Ok! Até mais!
Samantha passou a manhã envolvida com seguranças, técnicos e outros assistentes. Não viu Gerry, pois ele não estava escalado para as filmagens daquele dia. Ele teria cenas só na tarde seguinte, na tal cabana. O dia estava lindo, com um céu límpido e raios de sol que ofuscavam a vista ao chocar-se contra a neve que cobria a cidade e as montanhas ao redor.
Gerry estava terminando seu café, quando viu Steve caminhar em sua direção com um grande sorriso.
- Então, já soube que está avançando no seu objetivo. Será que vamos ter de pagar um jantar para você?
- O quê? – perguntou Gerry, distraído.
- Ora! Esqueceu da nossa aposta?
- Ah! Aquilo... Olha, Steve, sinceramente não estou mais nessa. Nunca fui de entrar neste tipo de aposta e nem quero falar mais sobre isso. Pensei melhor e não acho justo fazer uma armação destas com a Samantha.
- Eu pensei que você estava dando em cima dela de brincadeira, mas vejo que a coisa está ficando séria. Será que a “bruxa” conseguiu virar o jogo com você?
- Não fale dela dessa maneira, por favor – pediu de forma incisiva e com tom irritado de voz - Além disso, não estou dando em cima de ninguém.
- Está bem... Sem problemas. Não está mais aqui quem falou. Era só uma brincadeira mesmo. Mas quem não vai gostar de não poder ter um jantar com você é a Lindsay. Ela estava contando com isso.
- Sinto muito... Mas pode dizer a ela que eu oferecerei um jantar para vocês no meu restaurante, o Shin, quando voltarmos a Los Angeles – convidou Gerry, tentando ser simpático e não querendo ofender – Eu não devia ter aceitado aquela aposta. Não costumo fazer isso. Estava muito irritado com a Samantha e não pensei nas consequências. Desculpe-me e avise seus amigos que estou fora.
- Claro, Gerry. Eu entendo você.
Gerry levantou-se e despediu-se de Steve. Não pode ouvir quando o outro falou em voz baixa, quase inaudível:
- Babaca!
Samantha passou aquela noite a rolar sobre os lençóis de sua cama, a repensar em sua vida, passando-a em revista, como se fosse um filme, repleto de desagradáveis surpresas. O medo ainda se fazia fortemente presente, aprisionando os anseios de seu coração. Ao amanhecer ainda não chegara a conclusão alguma, pois seus sentimentos permaneciam em combate contra a razão. Desta luta, ainda não sabia quem seria o vencedor.
Levantou-se e lavou o rosto com água gelada para despertar do torpor que tentava dominá-la. Não podia dar-se ao luxo de ficar deitada, pensando em “bobagens”. Tinha muito trabalho a fazer.
Tomou seu desjejum tão logo abriu o salão de café do hotel. Torcia para não encontrar ninguém, pois não estava disposta a ouvir conversas sobre o tempo ou sobre as fofocas entre o pessoal da equipe, que sempre surgiam neste tipo de trabalho. Solicitou na recepção o carro que alugara para deslocar-se entre as locações. Antes de sair, o celular tocou. Era Joseph.
- Bom dia, Sam. Já trabalhando? Liguei para o seu apartamento e ninguém respondeu.
- Vou verificar se está tudo preparado para o início das filmagens da manhã no centro da cidade. Diga ao Andrew para me ligar caso haja algum problema.
- Hoje à tarde vou com você para ver a nova locação para as cenas da cabana – lembrou Joseph.
- Está bem. Combinamos na hora do almoço.
- Ok! Até mais!
Samantha passou a manhã envolvida com seguranças, técnicos e outros assistentes. Não viu Gerry, pois ele não estava escalado para as filmagens daquele dia. Ele teria cenas só na tarde seguinte, na tal cabana. O dia estava lindo, com um céu límpido e raios de sol que ofuscavam a vista ao chocar-se contra a neve que cobria a cidade e as montanhas ao redor.
Gerry estava terminando seu café, quando viu Steve caminhar em sua direção com um grande sorriso.
- Então, já soube que está avançando no seu objetivo. Será que vamos ter de pagar um jantar para você?
- O quê? – perguntou Gerry, distraído.
- Ora! Esqueceu da nossa aposta?
- Ah! Aquilo... Olha, Steve, sinceramente não estou mais nessa. Nunca fui de entrar neste tipo de aposta e nem quero falar mais sobre isso. Pensei melhor e não acho justo fazer uma armação destas com a Samantha.
- Eu pensei que você estava dando em cima dela de brincadeira, mas vejo que a coisa está ficando séria. Será que a “bruxa” conseguiu virar o jogo com você?
- Não fale dela dessa maneira, por favor – pediu de forma incisiva e com tom irritado de voz - Além disso, não estou dando em cima de ninguém.
- Está bem... Sem problemas. Não está mais aqui quem falou. Era só uma brincadeira mesmo. Mas quem não vai gostar de não poder ter um jantar com você é a Lindsay. Ela estava contando com isso.
- Sinto muito... Mas pode dizer a ela que eu oferecerei um jantar para vocês no meu restaurante, o Shin, quando voltarmos a Los Angeles – convidou Gerry, tentando ser simpático e não querendo ofender – Eu não devia ter aceitado aquela aposta. Não costumo fazer isso. Estava muito irritado com a Samantha e não pensei nas consequências. Desculpe-me e avise seus amigos que estou fora.
- Claro, Gerry. Eu entendo você.
Gerry levantou-se e despediu-se de Steve. Não pode ouvir quando o outro falou em voz baixa, quase inaudível:
- Babaca!
- Farrell! – gritou Gerry ao ver o produtor no saguão do hotel.
Já era quase meio-dia e não tinha conseguido achar Samantha.
- Olá, Gerry! – saudou-o – Algum problema?
- Não. Pelo menos nenhum em relação ao filme.
- Em relação a alguma outra coisa? – indagou já imaginando qual seria o problema de Gerry.
- É sobre a Sam...
Joseph Farrell olhou seu relógio de pulso e, finalmente, disse:
- Vamos arranjar um lugar mais tranquilo para conversarmos – pegou Gerry pelo braço e seguiu para um recanto mais isolado do foyer, próximo a um grande janelão com vista para a rua principal de Breckenridge.
Ali sentaram e conversaram por quase uma hora.
Samantha estava impaciente com a demora de Joseph. Sentada no Toyota 4x4 alugado, diante do hotel, esperava por seu amigo e produtor. Ligara para ele no horário combinado pela manhã para dizer-lhe que não poderiam almoçar juntos, mas que o esperaria com seu carro defronte ao Golden Hotel para irem juntos à cabana escolhida para ser a próxima locação. Ela gostaria que Andrew também conhecesse o local para dar o seu aval, mas ele estava muito ocupado com a filmagem da tarde. Segundo ele, confiava no bom gosto e no “feeling” de Sam para escolher o local mais adequado. Se ela o aprovasse, estava tudo certo.
Estava distraída, a tamborilar com os dedos no volante do automóvel, a olhar através da janela à sua esquerda, quando ouviu a porta do passageiro abrir-se e alguém sentar ao seu lado. Como estava com o motor mais que aquecido, engatou a direção automática e partiu com seu acompanhante.
- O que houve que se atrasou tanto? – perguntou sem olhar para o lado.
- Estava no banheiro.
Ao perceber que a voz que respondera não era a de Joseph, freou o carro bruscamente, em plena avenida principal, originando o som de pneus derrapando violentamente contra o asfalto, seguido por buzinadas frenéticas dos outros motoristas.
- O que você está fazendo aqui? – gritou exasperada.
- Vou ver a locação com você – respondeu Gerry tranquilamente – Isto se eu conseguir chegar inteiro até lá – ironizou.
- Eu estava esperando o Joseph.
- Você devia olhar para o lado quando dá carona para alguém. Imagine se é um assaltante? – continuou ele com aquele sorrisinho torto e irônico.
- Eu vou voltar e você vai sair deste carro – ela estava tão irritada que nem percebia os carros que desviavam do Toyota e passavam lentamente ao seu lado despejando desaforos e gestos obscenos.
- Bem que eu gostaria, depois desta recepção calorosa, mas o Farrell me implorou para que o substituísse neste “passeio”. Surgiu um compromisso de última hora e ele mandou-me em seu lugar com um pedido de desculpas. Ele deve ligar para você mais tarde ou procurá-la pessoalmente.
- Eu não acredito que Joseph fez isso comigo – falou baixo, entre os dentes cerrados, imaginando o que teria feito o amigo armar esta armadilha para ela.
- Infelizmente você vai ter de me aturar por algumas horas. É muito longe a tal cabana? – ele falava como nada estivesse acontecendo, agora com expressão de descaso, e isto perturbava Sam ainda mais.
Sua ira foi interrompida pelo apito do guarda de trânsito, que agora marchava em sua direção, com cara de poucos amigos. Gerry ao seu lado esforçava-se para não rir.
- Boa tarde, senhorita. Algum problema com seu carro? Ele está atrapalhando o trânsito, se ainda não percebeu. Quer ajuda para remover o veículo para o meio-fio?
- Não, senhor guarda... O carro não tem problema algum. É que... – ela procurava uma desculpa desesperadamente.
- Então, por favor encoste e me dê seus documentos.
- Desculpe, senhor policial – interferiu Gerry com o sorriso mais simpático do mundo – É que minha amiga viu um rato enorme atravessando a rua e, como ela tem uma terrível fobia a estes pequenos roedores, assustou-se e acabou pisando no freio reflexamente.
- Ei, você não é o ator daquele filme... Como é mesmo o nome? ... 300? – o guarda parecia agradavelmente surpreso com o reconhecimento – Puxa, minha mulher é sua fã. Aquele filme foi muito bom!
- O senhor não quer que eu encoste? – interveio Samantha sentindo-se excluída da conversa e sem saber o que fazer para sair daquela situação.
- Ah, claro. Por favor – respondeu ele, fazendo alguns gestos para os carros que tentavam continuar o seu fluxo através da avenida, a fim de facilitar a saída de Sam para a direita e o estacionamento do automóvel.
Assim que conseguiu encostar na calçada, o policial continuou:
- Será que o senhor poderia me dar um autógrafo? – solicitou sem nem ao menos olhar para Sam, que olhava indignada para a cena que se apresentava a sua frente, olhando de um homem para o outro.
- Com o máximo prazer! Tem algum papel e caneta? – Gerry mostrava-se extremamente solícito.
- Pode colocar aqui neste bloco, por favor – falou, alcançando sua caderneta de anotação de multas.
- O senhor não quer ver meus documentos? – tentava Sam chamar a atenção do homem de quepe, que parecia não se importar mais com ela.
- Qual o nome de sua esposa? – perguntou Gerry, ainda com aquele sorriso de propaganda de pasta de dentes estampado no rosto.
- É Dorothy, senhor... – ele parecia mais extasiado a cada minuto que passava – Se não for pedir muito, poderia fazer um outro para minha filha? O nome dela é Suzanne.
- Claro. Hoje estou com tempo...
Sam começava a ficar entediada com aquela conversa mole, enquanto segurava os documentos que tirara da bolsa.
- Puxa, elas não vão acreditar que eu o conheci pessoalmente... Veio filmar aqui na cidade com este pessoal que está aí?
- Sim. Devemos ficar aí até... Até quando mesmo, Sam?
Finalmente alguém se lembrara de sua presença por ali.
- Mais uma semana – disse secamente
- O que precisar de mim, estarei às suas ordens, senhor... – olhou o autógrafo que Gerry lhe entregara – Butler? É isso, não?
- Sim, senhor. Muito obrigado por sua cooperação, policial – respondeu, oferecendo a mão em cumprimento, passado-a diante do rosto de Sam, e quase batendo nela, quando foi devolvida a saudação com entusiasmo, com um chacoalhar de braços.
- Ahhham... – Samantha arranhou a garganta para chamar a atenção do agora deslumbrado fã, já impaciente e preocupada com o horário – O senhor vai querer meus documentos ou não?
- Pode deixar. Peço-lhe desculpas pelo estado de limpeza de nossas ruas que permitem ter ratos deslizando por aí para assustar jovens motoristas como a senhorita. Pode estar certa de que farei uma reclamação formal no departamento de limpeza pública, para que este tipo de incidente não ocorra mais.
- Muito obrigada, senhor policial – agradeceu Gerry.
“O que ele está querendo? Que o homem lhe dê um beijo no meio da rua?”, pensou Sam.
- Pode seguir tranquila, senhorita. Foi um grande prazer, senhor! – despediu-se, enquanto fazia novos gestos para o trânsito de automóveis, facilitando a saída da camionete para continuar seu percurso.
Enquanto Gerry e o guarda trocavam acenos de mão, continuando o ritual de despedida, Samantha permanecia calada. E assim ficou por mais de um minuto, enquanto Gerry a olhava pelo canto do olho, esperando alguma manifestação por parte dela.
- Não vai dizer nada? – ele não resistiu e perguntou curioso e divertido.
- O que quer que eu diga?
- Acabei de livrar você de uma multa. Fiz uma bela economia aos cofres da sua produtora. Não vai ao menos agradecer?
- Agradecer o quê, se foi você o causador daquela situação?
- Pensei que você fosse mais cuidadosa no trânsito... – disse com sarcasmo evidente.
- É melhor calar-se se quiser continuar neste carro – Sam sentia a pressão sanguínea alterar-se a cada minuto, com as têmporas a latejarem violentamente.
Gerry sentiu que ela estava chegando ao seu limite, por isso resolveu permanecer calado até chegarem à cabana.
Já era quase meio-dia e não tinha conseguido achar Samantha.
- Olá, Gerry! – saudou-o – Algum problema?
- Não. Pelo menos nenhum em relação ao filme.
- Em relação a alguma outra coisa? – indagou já imaginando qual seria o problema de Gerry.
- É sobre a Sam...
Joseph Farrell olhou seu relógio de pulso e, finalmente, disse:
- Vamos arranjar um lugar mais tranquilo para conversarmos – pegou Gerry pelo braço e seguiu para um recanto mais isolado do foyer, próximo a um grande janelão com vista para a rua principal de Breckenridge.
Ali sentaram e conversaram por quase uma hora.
Samantha estava impaciente com a demora de Joseph. Sentada no Toyota 4x4 alugado, diante do hotel, esperava por seu amigo e produtor. Ligara para ele no horário combinado pela manhã para dizer-lhe que não poderiam almoçar juntos, mas que o esperaria com seu carro defronte ao Golden Hotel para irem juntos à cabana escolhida para ser a próxima locação. Ela gostaria que Andrew também conhecesse o local para dar o seu aval, mas ele estava muito ocupado com a filmagem da tarde. Segundo ele, confiava no bom gosto e no “feeling” de Sam para escolher o local mais adequado. Se ela o aprovasse, estava tudo certo.
Estava distraída, a tamborilar com os dedos no volante do automóvel, a olhar através da janela à sua esquerda, quando ouviu a porta do passageiro abrir-se e alguém sentar ao seu lado. Como estava com o motor mais que aquecido, engatou a direção automática e partiu com seu acompanhante.
- O que houve que se atrasou tanto? – perguntou sem olhar para o lado.
- Estava no banheiro.
Ao perceber que a voz que respondera não era a de Joseph, freou o carro bruscamente, em plena avenida principal, originando o som de pneus derrapando violentamente contra o asfalto, seguido por buzinadas frenéticas dos outros motoristas.
- O que você está fazendo aqui? – gritou exasperada.
- Vou ver a locação com você – respondeu Gerry tranquilamente – Isto se eu conseguir chegar inteiro até lá – ironizou.
- Eu estava esperando o Joseph.
- Você devia olhar para o lado quando dá carona para alguém. Imagine se é um assaltante? – continuou ele com aquele sorrisinho torto e irônico.
- Eu vou voltar e você vai sair deste carro – ela estava tão irritada que nem percebia os carros que desviavam do Toyota e passavam lentamente ao seu lado despejando desaforos e gestos obscenos.
- Bem que eu gostaria, depois desta recepção calorosa, mas o Farrell me implorou para que o substituísse neste “passeio”. Surgiu um compromisso de última hora e ele mandou-me em seu lugar com um pedido de desculpas. Ele deve ligar para você mais tarde ou procurá-la pessoalmente.
- Eu não acredito que Joseph fez isso comigo – falou baixo, entre os dentes cerrados, imaginando o que teria feito o amigo armar esta armadilha para ela.
- Infelizmente você vai ter de me aturar por algumas horas. É muito longe a tal cabana? – ele falava como nada estivesse acontecendo, agora com expressão de descaso, e isto perturbava Sam ainda mais.
Sua ira foi interrompida pelo apito do guarda de trânsito, que agora marchava em sua direção, com cara de poucos amigos. Gerry ao seu lado esforçava-se para não rir.
- Boa tarde, senhorita. Algum problema com seu carro? Ele está atrapalhando o trânsito, se ainda não percebeu. Quer ajuda para remover o veículo para o meio-fio?
- Não, senhor guarda... O carro não tem problema algum. É que... – ela procurava uma desculpa desesperadamente.
- Então, por favor encoste e me dê seus documentos.
- Desculpe, senhor policial – interferiu Gerry com o sorriso mais simpático do mundo – É que minha amiga viu um rato enorme atravessando a rua e, como ela tem uma terrível fobia a estes pequenos roedores, assustou-se e acabou pisando no freio reflexamente.
- Ei, você não é o ator daquele filme... Como é mesmo o nome? ... 300? – o guarda parecia agradavelmente surpreso com o reconhecimento – Puxa, minha mulher é sua fã. Aquele filme foi muito bom!
- O senhor não quer que eu encoste? – interveio Samantha sentindo-se excluída da conversa e sem saber o que fazer para sair daquela situação.
- Ah, claro. Por favor – respondeu ele, fazendo alguns gestos para os carros que tentavam continuar o seu fluxo através da avenida, a fim de facilitar a saída de Sam para a direita e o estacionamento do automóvel.
Assim que conseguiu encostar na calçada, o policial continuou:
- Será que o senhor poderia me dar um autógrafo? – solicitou sem nem ao menos olhar para Sam, que olhava indignada para a cena que se apresentava a sua frente, olhando de um homem para o outro.
- Com o máximo prazer! Tem algum papel e caneta? – Gerry mostrava-se extremamente solícito.
- Pode colocar aqui neste bloco, por favor – falou, alcançando sua caderneta de anotação de multas.
- O senhor não quer ver meus documentos? – tentava Sam chamar a atenção do homem de quepe, que parecia não se importar mais com ela.
- Qual o nome de sua esposa? – perguntou Gerry, ainda com aquele sorriso de propaganda de pasta de dentes estampado no rosto.
- É Dorothy, senhor... – ele parecia mais extasiado a cada minuto que passava – Se não for pedir muito, poderia fazer um outro para minha filha? O nome dela é Suzanne.
- Claro. Hoje estou com tempo...
Sam começava a ficar entediada com aquela conversa mole, enquanto segurava os documentos que tirara da bolsa.
- Puxa, elas não vão acreditar que eu o conheci pessoalmente... Veio filmar aqui na cidade com este pessoal que está aí?
- Sim. Devemos ficar aí até... Até quando mesmo, Sam?
Finalmente alguém se lembrara de sua presença por ali.
- Mais uma semana – disse secamente
- O que precisar de mim, estarei às suas ordens, senhor... – olhou o autógrafo que Gerry lhe entregara – Butler? É isso, não?
- Sim, senhor. Muito obrigado por sua cooperação, policial – respondeu, oferecendo a mão em cumprimento, passado-a diante do rosto de Sam, e quase batendo nela, quando foi devolvida a saudação com entusiasmo, com um chacoalhar de braços.
- Ahhham... – Samantha arranhou a garganta para chamar a atenção do agora deslumbrado fã, já impaciente e preocupada com o horário – O senhor vai querer meus documentos ou não?
- Pode deixar. Peço-lhe desculpas pelo estado de limpeza de nossas ruas que permitem ter ratos deslizando por aí para assustar jovens motoristas como a senhorita. Pode estar certa de que farei uma reclamação formal no departamento de limpeza pública, para que este tipo de incidente não ocorra mais.
- Muito obrigada, senhor policial – agradeceu Gerry.
“O que ele está querendo? Que o homem lhe dê um beijo no meio da rua?”, pensou Sam.
- Pode seguir tranquila, senhorita. Foi um grande prazer, senhor! – despediu-se, enquanto fazia novos gestos para o trânsito de automóveis, facilitando a saída da camionete para continuar seu percurso.
Enquanto Gerry e o guarda trocavam acenos de mão, continuando o ritual de despedida, Samantha permanecia calada. E assim ficou por mais de um minuto, enquanto Gerry a olhava pelo canto do olho, esperando alguma manifestação por parte dela.
- Não vai dizer nada? – ele não resistiu e perguntou curioso e divertido.
- O que quer que eu diga?
- Acabei de livrar você de uma multa. Fiz uma bela economia aos cofres da sua produtora. Não vai ao menos agradecer?
- Agradecer o quê, se foi você o causador daquela situação?
- Pensei que você fosse mais cuidadosa no trânsito... – disse com sarcasmo evidente.
- É melhor calar-se se quiser continuar neste carro – Sam sentia a pressão sanguínea alterar-se a cada minuto, com as têmporas a latejarem violentamente.
Gerry sentiu que ela estava chegando ao seu limite, por isso resolveu permanecer calado até chegarem à cabana.
Estão gostando? Espero poder voltar amanhã com a continuação, mas não posso garantir pois não tenho certeza se conseguirei escrever a próximas dez páginas que pretendo. Prometo fazer o possível...
Beijos!!
Beijos!!
Oi,Rosane!!!!
ResponderExcluirFinalmente sou a primeira a comentar,estou adorando este contos,isso pra vc. não é novidade pois sempre digo a mesma coisa dos outros tb.Este está demais o jeito que escreveu sobre o Gerry está fantático o sorriso torto e irônico me matou.Continua a postar logo se não vou ter um troço.
Bjs.
Cris, querida! Pelo amor de Deus, não vai ter um troço. Não quero te perder, amiga!
ResponderExcluirHahaha! Sabes como eu fico feliz com estes teus comentários e os das outras meninas. Principalmente por saber que estou atingindo o meu objetivo, que é o de fazer vocês imaginarem o Gerry como eu e sonhar através destas estórias. Acho que desta vez deixei ele mostrar um lado mais brincalhão, que das outras vezes. Ele é um homem de muitas facetas. A gente vai curtindo aos poucos cada uma delas, não?
Mais uma vez, obrigada, Cris!
Beijos!!
Ai Ro to adorando!!!
ResponderExcluirEspero q vc poste logo, pois desde que começei a ler seus contos minhas unhas q eram grandes diminuiram de tanto eu roe-las de ansiedade!!!
OMG como eu amo esse Deus escocês... pq eu não nasci na casa do lado da dele???
Me abana pq até rindo esse homem me provoca arrepios... q Sam mal humorada... no lugar dela eu tinha parado o carro pra agarrar ele não para brigar...rsrsrsrs
bjos e posta logooooooooo
Puxa Rosane não faz assim não,quero mais,fiquei igual criança quando roubam o pirolito dela,rsrsrsrs
ResponderExcluirEstou ansiosa para me inserir nessa cabana,que delicia!!!!
Beijo grande e parabéns esta HOT!!!!
Uiiiii alguém please ,meus sais!!!
Roseli Neves