segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O Amor em Cena - continuando

Mal entraram no apartamento, começaram a beijar-se loucamente. Já estavam procurando um meio de livrar-se das roupas, quando uma voz feminina fez-se ouvir:
- Senhor Butler...
Os dois, imediatamente, paralisaram suas ações e viraram-se na direção da dona da voz.
- Você ainda está aí, Greta? – perguntou Gerry à sua diarista, enquanto Dani ajeitava suas roupas.
- Desculpe. Não queria interrompê-los, mas o senhor Alan ligou e disse que precisava falar com o senhor. Ele não estava conseguindo localizá-lo pelo celular.
- Está bem, Greta. Está dado o recado. Muito obrigado. É só?
- Sim, senhor.
- Então, pode ir para casa.
- Até amanhã, senhor.
- Até, Greta.
Ele virou-se para Dani.
- Acho que deixei o celular no carro enquanto estava no hotel – ele olhou o aparelho e confirmou as várias chamadas não atendidas de Alan – Ele não costuma ser tão insistente assim. Vou ter que ligar para ele. Vou te ajudar a colocar suas coisas no meu quarto. Depois sairemos para jantar. Que tal?
- Para mim está ótimo – sentiu que o clima fora totalmente dissipado. “Talvez depois do jantar...”, pensou ela.
Gerry levou sua maleta para sua suíte e foi telefonar para Alan. Antes lhe deu um beijo de leve nos lábios. Dani resolveu separar uma roupa para o jantar e tomar uma ducha. O dia tinha sido muito quente. Quando saiu do banheiro, ele continuava ao telefone. Colocou um vestido leve, com motivos florais, em tons de verde e azul, que reservara para um encontro. Prendeu os cabelos no alto da cabeça, deixando a nuca à mostra. Ouviu uma batida na porta, quando estava começando a maquiar-se.
- Posso entrar? – perguntou ele, já começando a entrar no quarto.
- Claro!
- Ah... Já está arrumada. Tinha esperança de que ainda estivesse no banho...
- Você está muito assanhado.
- Você me deixa assim... – falou, aproximando-se e beijando-lhe o pescoço nu, provocando um arrepio gostoso.
- Melhor você se arrumar também. Estou começando a ficar com fome.
- Está bem – dizendo isto, sem pudor algum, começou a despir-se na frente dela. Ela tentava desviar os olhos, mas era muito tentador ver aquele homem de corpo perfeito e cheio de vigor preparando-se para um banho. Teve vontade de tirar suas roupas também e voltar para o banho, para acompanhá-lo. Por sua vez, Gerry sabia o efeito que estava provocando nela e a incitava:
- Tem certeza que não quer tomar outra ducha?
- Não... Digamos que é um convite muito sedutor, mas vou ter que recusar.
- Você é quem sabe – respondeu com sorriso malicioso, enquanto se dirigia para o banheiro.
Ela tentou agir normalmente, como se isso fosse possível com ele andando nu diante dela. Sorriu e voltou a fazer o que estava fazendo. Teve que ter muito cuidado para não borrar o rosto todo com as mãos tremulas. Assim que conseguiu terminar de aprontar-se, foi para a sala, pois certamente não resistiria vê-lo vestir-se sem desejá-lo.
Finalmente, saíram para jantar. Ele a levou a um restaurante oriental, muito simpático. Lá, ficou sabendo que ele era um dos donos. Desde que fora para Nova York, lembrou, não tinha mais procurado por notícias dele na Internet. Estava um pouco desatualizada sobre sua vida pública.
Durante o jantar ele falou sobre sua conversa com Alan.
- Ele queria combinar um encontro com o agente de uma atriz com quem tive contato há algumas semanas, em um festival em Toronto. Ela me sondou sobre uma possível participação num filme que ela está produzindo. Além disso, talvez haja interesse que a nossa produtora participe também. O agente dela quer me encontrar amanhã para conversar.
- Isto parece ser muito bom.
- Pois é... Vou ver se é algo que realmente vale a pena. Preciso ver o roteiro.
O celular de Dani tocou. Ela até esquecera dele, mas havia pego a bolsa em que o deixara.
- Alô?
- Alô, Dani! – era a voz de Lourdes, animadíssima.
- O que houve? Algum problema?
- Nenhum. Mas você já está aparecendo nos sites de fofoca de Hollywood.
- O quê? – ela olhou para Gerry, incrédula. Ele não entendeu nada.
- Pois é! Apareceu uma foto sua, saindo de um estúdio em Los Angeles acompanhada pelo Gerard Butler. Os comentários eram de que você parece ser o novo amor do “famoso” ator. Que já teriam sido vistos várias vezes juntos e que estas são as primeiras fotos. È verdade?
- Lourdes! Como você disse: È fofoca – mentiu. Não queria que todos em NY ficassem sabendo de seu caso – Deve ter sido quando saímos do teste hoje, no início da tarde – ela continuava olhando para ele, que estava ficando cada vez mais curioso com a conversa telefônica.
- Ah... Que pena... Pensei que você tinha fisgado aquele gatão.
- Não é nada disso. Pode se acalmar. Está tudo bem por aí?
- Tudo. A Eve e o Steve estão juntos! Sabia?
- Sério? Que boa notícia. E você e o Gary?
- Mais ou menos... - sentiu certa tristeza na voz da amiga.
- Aposto que tudo se resolve. A gente se fala na volta.
- Está bem. Estamos com saudades.
- Amanhã já vou estar em casa.
- Até amanhã, Dani. Um beijo!
- Um beijo, Lourdes.
Gerry não aguentava mais e perguntou:
- Quem era?
- Era Lourdes, uma de minhas amigas e companheira do apartamento. Ela ligou para dizer que aparecemos em fotos saindo do estúdio hoje, num site de fofocas.
- Ah! Já era de esperar. Eles não largam do meu pé.
- Espero não lhe causar problemas.
- Problemas? Que tipo de problemas?
- Talvez uma namorada ciumenta?
Ele a olhou sério e surpreso com a sua insinuação.
- Uma namorada? Você acha que eu estaria com você tendo outra pessoa?
Ela ficou um tempo em silencio, sem conseguir olhar para ele, até que não agüentou mais e falou:
- Gerry... Eu ouvi o seu telefonema hoje pela manhã e ouvi você se declarando para outra mulher.
Ele a olhou de cenho franzido, tentando buscar na memória o fato que ela lhe relatava. De repente, explodiu numa gargalhada, que a deixou muito surpresa.
- Não precisa mentir. Se você tem alguém que ama... Eu entenderei... - falou com tristeza e resignação na voz. Ele segurou sua mão, ainda sorrindo divertido.
- Olha pra mim, Dani. A única pessoa em quem estou interessado no momento é você. Eu não tenho mais ninguém – ele a fitava intensamente, demonstrando sinceridade em suas palavras.
- Mas... Quem era aquela mulher do telefone.
Ele riu de novo e disse:
- Minha mãe, Dani. Eu estava falando com minha mãe.
Ela ruborizou e não conteve um sorriso nervoso.
- Era sua mãe? Mas parecia...
- Ela estava cobrando a minha presença lá na Escócia. Faz algum tempo que não nos vemos. Estou pensando em passar o final de ano por lá.
Dani lembrou que, realmente, o tom com o qual ele falara ao telefone não era romântico. Apenas carinhoso.
- Como eu sou idiota...
- Idiota, não. Desconfiada e ciumenta. Será que dei motivos para isso?
- Acho que sim.
- Por quê?
- A sua fama de conquistador de corações femininos é muito grande.
- Tudo fofoca. Estou há séculos sem uma pessoa constante. Paqueras, sim, mas uma relação mais séria, não... – ele a olhou firmemente, sem sorrir – Mas acho que isto está mudando.
Ela arrepiou-se da cabeça aos pés ao ouvir aquelas últimas palavras. “Será que estou ouvindo direito ou é apenas minha imaginação querendo muito ouvir isto?”, pensou.
- Você pensa realmente assim? – perguntou tímida.
- Você não? – continuava a insistir com seu olhar determinado.
- É no que eu mais quero acreditar, Gerry.
- Então, vamos parar com estes ciúmes bobos. Que tal irmos para casa? Temos pouco tempo juntos até amanhã. O seu vôo sairá às 12horas e eu tenho a minha reunião com o tal agente e Alan logo depois.
- Vamos sim... – Ela sentia-se flutuar. Tudo aquilo parecia um sonho: as palavras e o olhar de Gerry. Chegava a sentir medo de tanta felicidade.
Foram para casa e amaram-se mais intensamente que na primeira vez.
No dia seguinte, Dani arrumou suas malas. Já estava ficando triste por ter de deixá-lo, mas era preciso. Não podia abandonar a escola e continuar aprimorando sua maneira de atuar. Precisava pensar em sua carreira, que era a sua segunda paixão.
Às 10 horas deixaram o apartamento e seguiram em direção ao aeroporto de Los Angeles.
- Te ligo hoje à noite, está bem? – disse ele, abraçando-a logo em seguida.
- Vou ficar esperando... – Fez um carinho em seu rosto, arranhado de leve a sua barba rente.
Logo a voz no alto-falante chamou para o seu embarque.
Mais uma vez beijaram-se apaixonadamente, sem ligar para o movimento a sua volta.

Desembarcou às 20:30 horas em Nova York. Pegou um táxi e chegou ao seu apartamento que estava em completo silêncio. Aproveitou para guardar suas coisas e tomar um banho. A primeira a chegar foi Eve.
- E então, como foi o teste?
- Estou contratada!
Eve soltou um grito de alegria.
- Já assinou contrato e tudo mais?
- Não... - Dani deu-se conta que não tinha se preocupado com estes detalhes. Só a palavra de Gerry era o suficiente.
- Neste meio, é bom ficar de olho... Ou será que aconteceram “coisas” por lá que a deixaram “distraída”?
- Ah, Eve... Eu não ia contar para ninguém, mas acho que posso confiar em você. Eu estou realmente apaixonada.
- Era o que eu temia... Pelo Gerard Butler, suponho.
- É, por ele sim. Por quê?
- Ele conseguiu conquistar mais uma.
- Não, Eve. É diferente. Você não o conhece para falar assim. Ele não é essa imagem que a imprensa quer mostrar.
- Tomara, minha amiga... Tomara. Não quero te ver sofrendo nas mãos de um Casanova destes. Mas me conta tudo. Como foi que as coisas aconteceram?
Dani passou a contar-lhe tudo, inclusive os dois incidentes com Alejandro. Depois de ouvir tudo, Eve fez sua declaração:
- Vou ficar torcendo por você, Dani. Você merece.
- Eve...Vou te contar uma coisa que nunca contei para ninguém. Eu sou louca por ele há quase cinco anos. Eu o vi em um filme épico, Àtila, onde ele fazia o personagem-título e me encantei por ele. A partir daí, passei a pesquisar sua vida. Por causa dele e da sua história de vida mudei a minha própria. Larguei a faculdade de medicina para ser atriz, enfrentando toda a minha família que foi contra.
- Estou abismada, Dani. Que loucura... Tomara que a relação de vocês vá além do sonho. Você merece minha querida.
- Obrigada, Eve. Acho que estava precisando desabafar tudo isto com alguém.
- Ele não sabe sobre nada disso?
- Não... Talvez um dia eu lhe conte. Agora não vejo necessidade... E você e o Steve? Como estão?
- Dani, estou em dívida com você. Aquele seu conselho valeu ouro. Tudo saiu como você previra. Estamos indo muito bem. Acho que também estou ficando apaixonada.
- Bem, parece que este ano vai terminar muito bem
Riram e abraçaram-se. O telefone tocou e era Gerry, querendo saber se ela havia chegado bem.
- Já estou com saudades – falou com voz maviosa.
- Eu também, meu amor.
Eve resolveu deixar o casal namorando ao telefone e foi para seu quarto.
Os dois dias seguintes foram tranqüilos, apesar das saudades de Gerry. Ele ligava todas as noites e ficavam ao telefone por muito tempo. Na sexta-feira, quando Dani estava saindo do Actor’s Studio, foi surpreendida pela figura de Alejandro, que estava parado na porta principal da escola, procurando-a entre os alunos que entravam e saíam.
- Daniela! Finalmente a encontrei – gritou ele, satisfeito.
- Olá, Alejandro. Como você me achou? – perguntou não muito animada.
- Não mereço nem um beijo? – perguntou.
E sem que ela pudesse reagir, pegou-a pelo braço e puxou-a até junto dele e quase a beijou na boca, não fosse ela ter desviado o rosto na última hora. Com algum esforço, ela conseguiu desvencilhar-se de suas mãos.
- Alejandro, acho que não lhe dei intimidade para tanto – falou indignada com a atitude do jovem.
- Ora, para achá-la, você mesma deu a dica, dizendo onde estudava. Eu apenas a segui. Quanto à intimidade, queria apenas um beijo. Nada demais. Na minha terra é muito comum beijar na boca as amigas – falou em tom de sarcasmo, não muito convincente.
Dani lembrou que tinha realmente falado sobre o Actor’s. Jamais pensou que isto seria entendido como uma “dica” para que ele a seguisse.
¬- Alejandro, você sabe que estou saindo com uma pessoa e que ele é muito importante para mim.
- Que aquela “montanha” era importante para você, eu não sabia. Tem certeza disso?
- Absoluta. E gostaria que você respeitasse isso.
- Está bem. Me desculpe. Que tal sermos apenas bons amigos? Vim para Nova York para conhecer a cidade. Você não quer ser minha cicerone nestes dias?
- Não, Alejandro. Sinto muito. Tenho muito a fazer e estudar. Infelizmente você vai ter que arranjar outra pessoa para servir de guia.
Dani não reparou que Eve estava acompanhando todo este encontro de longe e que resolveu interferir ao ver que a amiga estava tendo problemas para se livrar do rapaz. Ela também notara um outro homem que estava fotografando os dois, o tempo inteiro. Achou aquilo muito estranho.
- Dani, tudo bem?
- Oi, Eve – respondeu Daniela, com um certo alívio ao ver a amiga – Este é Alejandro, de quem eu havia falado. Ele está em férias e veio conhecer NY. Nos encontramos duas vezes em LA – fez questão de frisar, demonstrando a pouca intimidade que tinham – Mas ele já estava de saída, não é, Alejandro?
- Não vou insistir mais, Daniela. Sei quando não sou bem-vindo – disse, aparentando tristeza pelo fora recebido.
- Por favor, não leve a mal... Entenda – ela sentiu pena e quase se arrependeu do modo como o estava tratando.
- Adeus, Daniela. Espero que você seja feliz com o mal-humorado.
Virou-se e saiu. Daniela resolveu não reagir e deixou-o ir.
- Como ele a encontrou aqui? – perguntou Eve.
- Eu mesma dei a dica sem querer.
- Que sujeito estranho. Me pareceu um pouco falso. Você notou que estavam fotografando vocês?
- O quê?
- É. Tinha um homem fotografando vocês.
- Você deve estar enganada. Devia ser algum turista tirando fotos da escola. Você sabe como isto é comum aqui – falou Daniela, tentando tranqüilizar a si mesma. Mas uma dúvida ficou a incomodá-la. “Seria algum paparazzi a persegui-la por ter sido vista com Gerry em LA? Não... Seria muita paranóia”
Quando chegaram em casa, Lourdes veio ao encontro delas toda feliz.
- Dani, pelo jeito você está cheia de admiradores por aí. Olha só as flores lindas que chegaram. Não resisti e vi o cartão. É de um tal de Alejandro.
- Puxa, o cara tinha certeza de que is conseguir alguma coisa com você, não? – comentou Eve.
Dani foi ver o cartão que estava no meio do lindo e imenso buquê de rosas vermelhas.
“Para a mais bela rosa...”
Ela ainda pensou: “Quanta falta de imaginação”.
Neste exato momento, a campainha tocou, antes que Daniela pudesse colocar fora o presente e o cartão, como era sua intenção. Lourdes correu para abri a porta.
- Dani! Acho que tem visita para você.
Dani voltou-se irritada, pensando que teria de enfrentar novamente o remetente das flores.
- Gerry!
- Espero que eu seja uma boa surpresa – disse ao ver a expressão de Dani, segurando o buquê de rosas.
Por alguns instantes, o clima ficou tenso na pequena sala. Foi quando Eve resolveu intervir, antes que Lourdes resolvesse soltar uma de suas frases fora de hora.
- Pode deixar, querida. Eu mesma vou me livrar destas flores. Já disse para o Steve que sou alérgica, mas ele insiste em mandar estes presentes. Como vai, senhor Butler?
- Mas... Ai! – Lourdes levou um beliscão de Eve, o que a fez calar-se imediatamente.
- Entre, Gerry! É claro que você é uma surpresa maravilhosa. Levei um susto, pois não o esperava - Dani jogou-se na direção dele, passando os braços em torno de seu pescoço e dando-lhe um beijo na boca, o que foi prontamente correspondida.
- Agora é que eu não entendo mais nada... - sussurrou Lourdes na direção de Eve – Precisava me beliscar tão forte?
Eve respondeu apenas com um gesto de silêncio, colocando o dedo indicador sobre os lábios.
Dani puxou Gerry para dentro da sala e fechou a porta, que ainda estava aberta.
- Estava com saudades – ele sussurrou em seu ouvido.
Ela o olhou com carinho e deu-lhe um outro beijo, desta vez no rosto.
- Vem cá. Vou te apresentar para as minhas amigas.
Apresentações feitas, Eve puxou Lourdes pela mão, obrigando-a a acompanhá-la ao quarto, onde esclareceu o que estava acontecendo à amiga confusa.
- É impressão minha ou cheguei numa hora errada? Vocês todas estão muito estranhas.
- É impressão sua.
- Vocês costumam tratar-se aos beliscões e puxões?
- Ah, é que a Lourdes não estava sabendo de nós dois. Antes que ela falasse alguma indelicadeza, Eve levou-a para explicar tudo. Deve ter sido isto... Adorei a surpresa. Você nem imagina quanto – disse, enlaçando os braços pela nuca de Gerry e oferecendo os lábios para mais um beijo.
- Que tal sairmos para jantar? – convidou-a alegremente.
- Adoraria! Você espera eu tomar um banho e me arrumar?
- Claro!


Aguardem o final da estória... amanhã.
Beijos!

Um comentário:

  1. Ai q ansiedade!!!
    Esse negocio de terem fotografado não vai da muito certo...
    espero q td termine bem!!!!
    Posta mais!!!

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