sábado, 24 de julho de 2010

Resgate de Amor (12)

Durante o trajeto, Roberto aproveitou para mostrar a Sílvia algumas novidades na cidade surgidas após a ida dela para Valverde. Chegaram, em torno de 11 horas, ao Parque Ibirapuera. Roberto soltou Lola da guia. Parecia reconhecer todos os recantos do parque, apesar de nunca afastar-se muito deles.
- Eu sempre a trago, quando não estou trabalhando, para ela passear um pouco. Normalmente não tenho muito tempo para isso. Quem costuma levá-la para dar a sua volta diária é a Dolores, que trabalha para mim durante a semana.
- Ela é um encanto.
- Que bom que você gostou dela...
- Sempre gostei de animais, mas minha mãe não permitia que tivéssemos bichos de estimação. Dizia que faziam muita sujeira e podiam transmitir doenças. Assim, eu acabava brincando com os animais de estimação de meus amigos na vizinhança.
Ele a olhou com ternura, estendeu-lhe a mão e a convidou:
- Venha vamos dar uma volta.
De mãos dadas, saíram a caminhar, até chegarem ao lago, de onde podiam avistar as fontes em funcionamento. Lá já estava Lola a sacudir o rabo, feliz da vida por estar andando livre de sua guia e acompanhada por seu dono.
O dia estava lindo. Não podia haver um sábado mais perfeito que aquele. Sílvia sentia-se ela própria dentro de um filme romântico, que tudo levava a crer teria um final feliz. Pelo menos era este o seu desejo. Acreditava que o de Beto também.
Depois de terminarem sua caminhada e o passeio de Lola, deixaram-na em casa e foram almoçar no local escolhido por Roberto.
Era um restaurante muito bonito, com um pátio interno onde ficavam mesas ao ar livre, cercadas de lindos vasos com folhagens e flores. Lembrava muito as fotos que ela já havia visto de moradias da Toscana, na Itália. Realmente devia ser esta a intenção, pois a especialidade da casa era a cozinha italiana. Logo em seguida foram encaminhados a uma pequena mesa, num canto discreto do restaurante.
- É lindo aqui.
- Que bom que gostou. A comida é excelente. Espero que você goste.
Fizeram seus pedidos, quando Roberto lembrou-se:
- Vou aproveitar e ligar para a Alice, minha secretária. Vou pedir que ela entre em contato com o serviço de van. Ou você prefere voltar de avião? – Começou a procurar alguma coisa nos bolsos da sua jaqueta.
- Não há porque ir de avião. A distancia não é tanta assim. A viagem de carro é tranquila.
- Droga! Esqueci do celular em casa.
- Não tem problema. Tenho o meu aqui - falou já lhe entregando o aparelho.
Ele não estava acostumado com aquele modelo de telefone e apertou em algumas teclas até conseguir fazer a ligação. Sílvia notou que ele foi mudando de expressão enquanto fazia isto. Tornou-se emburrado. Falou asperamente com sua assistente, pedindo que ela reservasse a van de Sílvia para a terça.
- Horário? O que você conseguir! Me avise depois! - ordenou e desligou o telefone abruptamente.
- O que houve? Porque foi tão grosseiro com ela? E que história foi essa de reservar "o horário que conseguir"? Esperava que você pedisse o horário mais tarde que pudesse reservar. O que há com você? Porque essa cara de poucos amigos, assim, de repente?
- Você andou ligando para o Dirceu antes de vir para cá? - perguntou irritado, mostrando o visor do celular, mostrando a última ligação feita por ela.
- Sim, liguei... Qual o problema?
- O problema é que você sabe que eu não gosto dele.
- E você sabe que ele pode me ajudar a ficar mais perto de você. Esqueceu, senhor ciumento?
Ele estava fazendo força para se acalmar e controlar aquele ciúme descabido. Ficou mudo, desviando do olhar de Sílvia. Ela tentava manter-se serena.
- Eu liguei para ele quando estava a caminho daqui, pois me lembrei de pedir uma indicação do nome de quem devo procurar no hospital Lusitano. Pensei em contatá-los diretamente, já que vinha para cá. Assim Dirceu não ficaria com todo o mérito de conseguir um lugar para mim. E você não ficaria tão chateado. Mas pelo que vejo, não adiantou muito o meu empenho.
Roberto começou a sentir-se envergonhado com sua atitude grosseira.
- Desculpe, Sílvia... É que fiquei doido quando vi que você tinha ligado para ele. Eu sou assim, meio possessivo, meio rude. É o meu jeito, infelizmente.
Não conseguiram continuar sua discussão, pois foram interrompidos por duas jovens mulheres, que chegaram, sem eles perceberem, em sua mesa, com olhares melosos para cima de Roberto.
- Oi...Você é o Roberto Vergueiro, não é?
- Sim?
- Eu sabia! Não lhe disse? - exclamou a loura para a morena, depois de um gritinho de felicidade. Mal notaram o mau humor dele.
- É que nós estamos cursando o curso de Análise de Sistemas e admiramos muito o seu trabalho. Nós estávamos presentes na sua última conferencia, no mês passado.
- Fico muito agradecido pelo reconhecimento. Espero que tenham aprendido alguma coisa na conferencia.
- Claro... Foi muito elucidativa – responderam sem muita certeza – Podíamos tirar uma foto com você?
Sílvia sentiu que ele fez um esforço sobre-humano para forçar um sorriso, mas acabou cedendo ao pedido das estudantes. Depois de alguns comentários e olhares invejosos para Sílvia, que apenas sorriu timidamente para a dupla, foram embora, saltitantes.
- Posso fazer uma cena de ciúmes agora, também?
- Sílvia! Elas eram admiradoras do meu trabalho, que chegaram numa má hora.
- Mas você até que pareceu gostar, depois. Deu até abraços e beijinhos nelas.
- Foram para as fotos... Ah, você sabe disso! Está implicando comigo, por causa da cena que eu fiz antes – disse sorridente.
- Elas fizeram bem a você. Já está ficando alegrinho... – falou, fazendo cara de enciumada.
- Está bem. Você venceu. Vou tentar não fazer mais cenas de ciúme. Tentar.
- Elas sempre aparecem assim, do nada?
- É muito raro, felizmente. Este é o resultado da mídia. A nossa empresa começou a ter clientes importantes. Nós criamos vários programas para particulares poderosos e para o governo. Isto começou a repercutir de modo muito positivo. Tenho participado de vários encontros sociais e científicos.
- E aparecido nas colunas sociais, eu imagino. Como naquela revista que estava no meu consultório. Posso imaginar. Uma empresa poderosa, com um diretor charmoso. É tudo o que as colunas sociais querem, não é mesmo?
- Eu imagino que sim – disse, esboçando um sorriso.
- Bem, então considere o Dirceu como a minha mídia, que vai me ajudar a conseguir uma colocação aqui em São Paulo.
Pela expressão aborrecida que surgiu na face de Roberto, ela notou que não tinha sido feliz na comparação.
Sílvia acabou por rir, olhando para o “bico” que ele estava fazendo, já seu conhecido, pois sempre surgia quando algo o estava incomodando.
- Do que você está rindo? – perguntou sério, acentuando o cenho franzido.
- De você. Dá para parar de ficar bicudo e me dar a mão?
Desarmando-o completamente com o seu pedido, obteve em troca um belo sorriso e a mão solicitada, que apertou a sua carinhosamente.
- Nós temos pouco tempo, portanto não vamos desperdiçá-lo com briguinhas inúteis. Não acha?
- Você tem razão. Estou agindo como um tolo.
- Por outro lado, não vou mentir e dizer que não estou gostando desta demonstração de ciúmes. Mas não exagera - falou quase sussurrando.
Seus pedidos chegaram e continuaram sua conversa.
- E então, está gostando?
- Confesso que me dá um pouco de medo.
- Medo? – perguntou confuso com os temores de Sílvia.
- Tudo parece um sonho lindo. Tenho medo de acordar e cair na realidade. Você leva uma vida muito distante da minha realidade. Às vezes, sinto como se eu não pudesse fazer parte disto.
- Meu amor, não tem porque ter medo. Eu estou aqui ao seu lado. A sua realidade agora será a minha.
- Eu sei. Na verdade, estou assustada com tudo isto que está acontecendo. Eu não estou acostumada com tanto luxo, lidar com suas “admiradoras”. Não sei como vou reagir a tudo.
Roberto baixou a cabeça, com olhar tristonho e disse:
- Está pensando em desistir?
Sílvia sentiu seu coração doer ao ver aquela expressão no rosto de seu amado.
- Desculpe ter falado isso, querido. Eu não estou pensando em te deixar. Só disse que estou assustada. Vou precisar da sua ajuda para me sentir mais segura diante de todas estas novidades. Eu sou uma médica do interior de São Paulo, quase um bicho do mato, que nunca tinha saído de Valverde, a não ser para estudar na capital do estado e voltar para o interior. Não conheço nada do mundo, a não ser por fotos e Interne, e muito menos uma vida em alta sociedade. Tudo é uma grande novidade para mim... Agora, olhe para cá – pediu-lhe, enquanto estendia a mão para afagar e levantar o seu rosto, para que pudesse ver aqueles lindos olhos cor de mel que sempre a faziam esquecer qualquer problema – Roberto, atualmente, só tenho certeza de uma coisa. Eu estou apaixonada por você e vou fazer de tudo para poder ficar do seu lado. Amanhã vou até o Hospital Lusitano batalhar por um emprego, para ficar em São Paulo. Estou pensando em abandonar tudo que tenho em Valverde por você. Portanto, quem tem de ficar com medo de ser abandonada sou eu, e não você.
- Sílvia, não vai se arrepender de ficar comigo - disse isso olhando-a profunda e apaixonadamente.
Ela abriu um lindo sorriso e disse:
- Bem, finalmente o nosso almoço está chegando. Estou morrendo de fome. Aliás, se eu continuar comendo do jeito que estou vou virar uma pipa e você não vai mais querer saber de mim.
- Eu vou te amar do jeito que for – declarou-se, segurando a mão de Sílvia com ternura, acariciando-a e lançando um olhar de derreter qualquer coração.
Com os joelhos tremendo e o coração disparado, ainda conseguiu responder em tom de brincadeira:
- Isso você diz agora. Deixe só eu virar a mãe dos trigêmeos, Jason, Fred e Vlad... Lembra?
Ele soltou uma gargalhada que fez com que os frequentadores das mesas vizinhas olhassem para os dois com espanto.
- Você vai ficar linda com um barrigão de trigêmeos.
Entre risos e carinhos, acabaram por esquecer, aparentemente, de seus receios e seguiram em seu almoço.
- Que tal irmos dançar hoje à noite? Ainda não dançamos juntos.
- Pelo jeito, você gosta muito deste tipo de “exercício”.
- Principalmente quando bem acompanhado. Adoro a vida noturna e dançar é uma coisa muito relaxante nesta minha vida corrida entre os negócios, o trabalho no nosso laboratório de informática e as conferencias.
- Eu também sempre gostei muito de dançar, mas depois que voltei para Valverde, a única oportunidade que tinha era nos bailes da igreja local, onde a música predominante era a sertaneja e os pares para dançar não tinham mais que 12 anos ou menos que 70 anos. Sem contar os pisões nos pés que era obrigada a suportar, quando era arrastada para a pista.
Ele não conseguiu segurar o riso.
- Então hoje, a senhorita está convidada para dançar num lugar menos santo que a igreja e melhor acompanhada. Pelo menos, prometo não pisar nos seus pés.
Quando terminaram, Roberto perguntou-lhe o que gostaria de fazer a seguir, ao que ela respondeu:
- Eu vim aqui para ficar com você. Se quiser passear, caminhar pelas ruas ou simplesmente ir para casa ouvir música ou ... – e lançou um olhar sedutor para ele.
- Gostei da última proposta... – disse ele olhando-a com desejo – São Paulo não tem grandes atrativos. Pelo menos não maiores que o que tenho, hoje, aqui ao meu lado...
- Adoro este seu lado galanteador...
- Tenho muitos lados que você não conhece. Pretendo mostrar-lhe todos... Se você deixar – falando isso, pegou-lhe a mão, acariciando-a e beijando a palma, sensualmente, fitando-a com intensidade.
- Estou ansiosa por isso... – respondeu, sentindo um arrepio percorrer-lhe todo o corpo.
Imediatamente, Roberto chamou o garçom e pediu a conta.
Já em casa, ele foi para a sala e colocou uma música de uma banda islandesa Sigur Rós, da qual ela nunca ouvira falar. Sílvia o observava em cada movimento, já sentindo o desejo por ele crescer. Foi quando ele lhe ofereceu a mão e levou-a até o grande sofá da sala, onde se sentaram para ouvir a melodia que parecia vinda das estrelas. Ele a abraçou carinhosamente. Aproximou seus lábios de sua orelha e sussurrou:
- Eu te amo, Sílvia...
Não resistindo àquela declaração, ela virou o rosto e, inevitavelmente encontrou aquela boca deliciosa convidando-a para um beijo. Um beijo apaixonado e inebriante, que ao som etéreo que os cercava deu início as preliminares do amor.

A música continuava a tocar, tornando aquele momento de descontração, depois do amor, ainda mais celestial.
Perderam a noção de quanto tempo havia se passado, quando Roberto saiu de seu silencio e perguntou:
- Você vai querer sair para jantar, e dançar depois?
- Acho que podemos comer alguma coisa por aqui e sair para dançar mais tarde. O que acha?
- Acho ótima idéia. Olha, eu conheço um restaurante japonês excelente que faz tele-entrega. Você gosta de comida oriental?
- Adoro! Pena que em Valverde não tenha nenhum lugar que faça este tipo de comida.
- Viu? Mais um motivo para você vir morar comigo.
- Você tem razão. Não havia pensado nisso. Acho que só isso pode me convencer a vir para cá – disse ela, sorrindo ironicamente.
- Então eu não conto, é? – perguntou, começando a fazer-lhe cócegas, arrancando gargalhadas de Sílvia.
- Pare... Pare! Eu confesso... Eu confesso... – suplicou, para que ele parasse.
- Confessa o que?
- Eu confesso que fico por sua causa... Só por sua causa.
- Ainda bem... Agora temos que selar esta confissão – disse aproximando-se ainda mais dela.
- E como você pretende fazer isso? – perguntou Sílvia num sussurro.
- Com um beijo... – respondeu Roberto, quase tocando seus lábios aos dela.
- Gostei deste selo... – falou com voz quase sumida e olhos fechados para receber a boca macia e úmida que vinha ao seu encontro.

Assim que chegaram, o espocar de flashes fizeram-se ouvir quando saíram do carro. Sílvia assustou-se, mas foi pega firmemente pelo braço por Roberto, que a levou com rapidez para dentro do prédio.
- O que está acontecendo? – perguntou Sílvia, surpresa com todo aquele aparato.
- Esqueci de lhe avisar... Esta casa noturna está sendo inaugurada hoje. Quando recebi os convites, logo pensei em você. Não imaginava que teria toda esta recepção.
Foram alegremente recebidos por um dos donos do local, que parecia conhecer Roberto muito bem.
- Obrigado por ter vindo. Estejam à vontade – recepcionou-os, indicando uma mesa próxima à pista de dança
Lá dentro, custaram a acostumar-se com a escuridão. Apenas as luzes neon coloridas brilhavam intensamente, ofuscando as pessoas e o ambiente.
Quando Sílvia conseguiu definir o que estava a sua volta, já se sentando numa das mesas, próxima à pista de dança, ouviu uma voz de mulher em meio ao som alto da música.
- Roberto!
Ela era uma morena linda, trajando um vestido verde curto e justíssimo. Inacreditável como ela podia respirar dentro daquela roupa.
Parecia muito animada com a presença dele. Mais surpresa Sílvia ficou quando, inesperadamente, esta estranha atirou-se ao pescoço dele e tacou-lhe um beijo na boca. Roberto pareceu ficar meio sem jeito, mas não fez nada para impedir o "ataque". Pelo contrário, correspondeu ao beijo. Foi um instante apenas, mas correspondido.
Sílvia sentiu o sangue fervente subir à cabeça. Nunca fora ciumenta. Pelo menos nunca tinha tido esta oportunidade. Não imaginava que reagiria desta maneira ao ver-se ameaçada por outra mulher.
- Sílvia, esta é Gina. Gina, esta é Sílvia – apresentou-as, visivelmente atrapalhado.
- Muito prazer... Está de amiguinha nova, hein? – disse baixinho no ouvido dele, mas de uma maneira que Sílvia percebeu, apesar do barulho no ambiente.
- Prazer... E você, quem é? Uma amiguinha antiga?
- Sílvia... – ele chamou a sua atenção, preocupado com a expressão de “vulcão prestes a explodir” estampado no olhar dela.
- Pode deixar, Beto. A culpa foi minha. Eu entendo a sua reação. Me desculpe. Eu estava brincando com ele. Na verdade nós somos apenas amigos, não é, querido?
- Não estou acostumada com este tipo de brincadeira.
- Sílvia, o que Gina está dizendo é a verdade. Somo amigos de longa data – ele estava realmente perturbado com a situação.
Para tentar aliviar a tensão no ar, resolveu dar uma explicação a Gina:
- Sílvia e eu estamos nos relacionando seriamente. Mais sério do que nunca – disse esta última frase olhando diretamente nos olhos de Sílvia, que gostou da maneira como ele havia se expressado. Sentiu-se mais segura, mas ainda olhando com desconfiança para a assanhada a sua frente. Eles pareciam muito íntimos para serem apenas amigos.
- Bem, se a Sílvia permitir, será que podemos dançar um pouco?
Não fosse Roberto ter apertado sua mão fortemente, ela teria se jogado sobre a sirigaita.
- Hoje não, Gina. Tenho certeza que você não vai ter dificuldade em arranjar um par dançante.
"Como assim, hoje não?", pensou Sílvia, quase devorando Roberto com os olhos.
- Que pena... É difícil arranjar alguém que dance bem como você. Bem... Sei quando estou sendo de mais.
- Ainda bem... – disse Sílvia entre dentes.
- Até mais, meu querido. Tchau, Sílvia! – despediu-se com um ridículo aceno de mão.
- Tchau, Gina!
Quando ele voltou-se para Sílvia, sentiu que teriam mais uma discussão parecida com a do restaurante.
- Sílvia, você está com ciúmes? O que nós tínhamos combinado?
- Ela certamente não é só mais uma admiradora , pois o Dirceu jamais me beijou daquele jeito na sua frente ou longe da sua vista.
- Ela é só uma amiga.
- Amiga? Quem tem uma amiguinha com aquele corpo e aquela sensualidade à flor da pele e fica só amigo? Só se você fosse gay, coisa que tenho certeza que você não é!
- Meu amor – disse ele sentando-se ao seu lado e abraçando-a – Está bem... Não vou negar. Já tive um afair com ela, no passado. Nada de importante. Foi logo que a conheci. Isto já faz muito tempo. Não passou de uma noite, um passatempo, uma companhia alegre. Nada mais. Depois disso nos tornamos apenas bons amigos.
- Olha, vou tentar acreditar nisso e seguir o conselho que eu mesma lhe dei antes. Nada de brigas inúteis nestes dias. Mas vou ficar de olho, senhor Roberto Vergueiro.
- Sou todo seu, Dra. Sílvia - falou, estreitando o abraço. Com os lábios roçando-lhe o pescoço, até chegar ao seu ouvido, sussurrou-lhe, fazendo-a sentir um delicioso arrepio:
- Vamos dançar?
- Vamos - respondeu secamente, ainda séria.
Logo, compreendeu o que Gina falara sobre ele dançar bem. Aos poucos, foi relaxando ao som da música e ao embalo dos braços de Roberto. Depois de duas ou três músicas mais animadas, começaram as românticas. Foi quando ele a puxou contra si e ela colocou seus braços em torno de seus ombros, descansando a cabeça no seu peito. Sentia-se inebriada com a mistura dos odores de Roberto. O perfume delicioso que ele usava e o cheiro do seu suor. Sentia-se flutuar naqueles braços que a embalavam docemente. Já quase esquecera os ciúmes e a causadora deles, quando sentiu o olhar invejoso de Gina, fulminando-os a poucos metros dali, onde estava agarrada a um tipo efeminado e sem graça. Não deixou por menos. Olhou para Roberto e, segurando sua cabeça, forçou-o a abaixar-se e beijou-o apaixonadamente. Ele, surpreso com aquela demonstração em público, correspondeu à altura. Precisaram voltar à realidade quando a musica parou para uma mudança no ritmo.
- Quer tomar alguma coisa?
- Sim – respondeu Sílvia, sentindo-se vitoriosa ao ver a cara de Gina, mordendo-se de inveja pela cena que acabara de ver.
Ainda dançaram várias vezes antes de sentirem o cansaço tomar conta e resolverem ir para casa.

(continua...)


Nosso casal começou a ter algumas turbulências no seu relacionamento. Mas nem imaginam o que ainda vem pela frente. Aguardem...
Mas deixando a Sílvia e o Roberto de lado, um pouquinho, acredito que tenham lido sobre as BOAS NOVAS. Nem preciso dizer que estou felicíssima e empolgada com as novidades. Espero a ajuda de todos nesta nova fase. PARTICIPEM DA ENQUETE! Muito obrigada mais uma vez.
Beijos!!!

3 comentários:

  1. Parabéns, parabéns, parabéns Rô!!! Que "Boas Novas" maravilhosas, você merece esse reconhecimento e fico muito feliz por ele ter chegado, desde que comecei a ler teus romances me tornei fã, sempre te disse, e com o teu talento esse presente chegaria mais cedo ou mais tarde.
    Quanto à escolha do romance vai ser difícil amiga, são todos ótimos, pelo menos no que me diz respeito vou ter que reler todos eles(tarefa bem difícil, rsrsrsr).
    Voltando ao "Resgate" fico imaginando o que você está preparando, e essa Gina é mesmo uma sirigaita, ela faria um ótimo par com o Dirceu!!!
    Mais uma vez PARABÉNSSSS!!!!

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  2. Muito obrigada,Nadja! Estou muito feliz e satisfeita por poder compartilhar esta alegria com vocês, minhas fiéis leitoras, que sempre me estimularam a escrever estas estórias, com seus comentários generosos e seu carinho.
    Fico esperando a tua preferência na enquete.
    Beijos, amiga!

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  3. Rosane, postei recadinho ali na caixa, mas quero escrever mais, kkk. Estou super feliz, querida! Você tem talento de sobra e precisa ser reconhecida! Estou lendo suas estórias que ainda não li, antes de votar. Mas adianto que Na rede do Pescador está sendo o meu favorito até agora. Beijos, muita sorte. Quando publicar, me avisa, quero comprar!!! (e quero autografado, hein?!)

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Cantinho do Leitor
Este cantinho está reservado para que coloquem suas críticas a respeito de meus romances e do blog. A sua opinião é muito importante para mim. Se tiverem alguma dificuldade em postar aqui, deixem mensagem na caixa de recados.
Beijos!