Quando estavam chegando, viram um homem alto, magro, com cerca de uns 40 anos, com chapéu de palha, rondando a casa. Sílvia sentiu seu coração disparar, sem saber bem o porquê. Foi diminuindo a velocidade até estacionar dentro do galpão. Saiu do carro, pegou um ancinho que estava a mão e foi na direção do desconhecido.
- Sílvia, o que você está fazendo? Vamos ver o que ele quer. Não precisa ameaçá-lo com esta vassoura de ferro.
- Ancinho...
- Seja o que for. Além do mais, o homem aqui sou eu. Não é você que deve me defender.
- Deixe de ser machista.
- Boa tarde! Não queria assustá-la! Sou de paz! Sou seu novo vizinho.
- Vizinho? – perguntou Sílvia, já baixando sua “arma”, para alívio de Antonio e do visitante – De onde? A única casa mais próxima é a do Sr. Meyer, a um quilometro daqui.
- Exatamente. Ele me alugou a casa por este mês e foi visitar a filha em Goiânia.
- Eu não sabia que o sr. Meyer tinha uma filha.
- A senhora é bem desconfiada, não, dona?
Ela estava achando aquela história toda muito estranha. O senhor Meyer era um solitário, com cara de poucos amigos, mas que mantinha uma relação quase amigável com sua vizinha de fins de semana. Às vezes ela o visitava para ver se estava tudo bem, pois como ele tinha uma idade avançada, ela tinha medo que sofresse algum mal súbito e não recebesse atendimento. Ninguém mais o visitava, pelo que sabia.
- Quando ele viajou?
- Esta semana. Parece que resolveu de última hora. Tive sorte, pois estava procurando um lugar onde pudesse descansar em minhas férias, talvez caçar um pouco, quando surgiu esta oportunidade. Eu estava andando pelas redondezas e encontrei o Sr. Meyer arrumando suas coisas para a viagem. Fiz a proposta e ele aceitou.
Realmente, alguma coisa não se encaixava naquele relato. Não combinava com a personalidade de seu vizinho. Mas resolveu fingir que acreditara e observar o estranho, até poder confirmar sua versão.
- Bem, então, seja bem vindo à nossa humilde casa. Está sozinho? Não veio com a esposa?
-Sim e não... Estou sozinho e sou viúvo.
- Oh! Sinto muito.
- Deixe me apresenta. Meu nome é João Batista e sou advogado. Tenho um pequeno escritório em Ribeirão Preto. Podem me chamar de Batista.
- Muito prazer, Batista! – Antonio cumprimentou-o sorridente, estendendo a mão – Meu nome é Antonio e estou em férias também.
Sílvia surpreendeu-se com as palavras dele. Porque ele estava mentindo a respeito de seus motivos para estar ali? Porém não quis desmenti-lo.
- Muito prazer, Batista. Meu nome é Sílvia. Desculpe pelo ancinho ameaçador. A gente nunca sabe o que pode acontecer quando aparece um estranho por estas bandas. Aqui é muito isolado e você sabe que a violência anda a solta por aí – desculpou-se Sílvia – Quer entrar e tomar um café?
- Não, muito obrigado. Vou dar uma olhada por aí para fazer um reconhecimento. Boa tarde para vocês – disse despedindo-se rapidamente.
Quando viram o novo vizinho desaparecendo mata adentro, entraram em casa e, tão logo fecharam a porta, falaram quase ao mesmo tempo:
- Muito estranho este homem... – disse Antonio.
- Você o reconheceu?
- Não sei, mas me pareceu ter uma fisionomia familiar. Só não consigo localizar de onde.
- Por isso mentiu sobre suas “férias”?
- É... Acho que sim.
- Vamos ficar de olho nele. Talvez amanhã eu faça uma visita, como quem não quer nada. Política de boa vizinhança.
- Prefiro que você fique bem quietinha e não fique dando uma de policial. Já percebi que você devia ser fã dos seriados de detetives quando adolescente.
- É, pode ser... – sorriu – Mas eu fiquei muito preocupada com o Sr. Meyer. Gostaria de confirmar esta história.
- Só se eu for junto. Não vá se meter por aí sozinha. Está bem?
Ela ficou envaidecida com a preocupação real dele, demonstrada na sua expressão séria, através da ruga saliente entre suas sobrancelhas e a apreensão nos olhos de mel.
- Está bem... Eu prometo – falou, enquanto cruzava os dedos atrás de si.
O resto da tarde foi aproveitado para descansarem na varanda, conversando sobre a infância de Sílvia e suas lembranças da universidade. Deram boas gargalhadas. Ela achava que isto podia ajudar Antonio a recordar-se de suas próprias lembranças. Falar do passado... Ela parecia não perceber , mas esta conversa só estava contribuindo para que ele a admirasse cada vez mais, tornando-se mais difícil não desejá-la.
Antes do jantar, ele resolveu fazer nova busca na Internet.
- Estranha esta coisa de memória. Como eu posso me lembrar de habilidades como navegar na Internet, fazer um sanduíche ou dirigir um carro e não lembrar o meu passado, de minhas relações com pessoas ou profissão?
- A memória é dividida em “compartimentos” em nosso cérebro. Portanto, isto pode acontecer. No seu caso só um dos compartimentos foi apagado, temporariamente – explicou Sílvia, da cozinha, onde se preparava para requentar o jantar do Alvorada.
- Quer dizer que eu poderia esquecer as habilidades e lembrar do passado?
- Teoricamente, sim.
Logo a mesa do jantar estava pronta. Falaram sobre amenidades. Ao final, como já estava tarde e não havia nada mais a fazer, a não ser descansar para o dia seguinte, levantaram-se da mesa. Sílvia resolveu combinar como seria a segunda feira, quando já estavam encaminhando-se para seus respectivos quartos.
- Olhe, amanhã tenho de visitar alguns pacientes que são cuidados em casa. Preciso sair lá pelas 10 horas. Meu consultório só começa às 14h30min e deve acabar em torno de 17h30min. Você acha que seria muito maçante me acompanhar neste dia “estafante”?
- Se eu disser que não gostaria, você ficaria chateada? – respondeu como se estivesse suplicando para ficar em casa.
- Não... Isto é, eu preferiria que você me acompanhasse. Não me sinto descansada deixando-o sozinho, ainda mais depois daquela visita de hoje.
- Você ainda não confia em mim, não é?
- Não é isso, Antonio. Eu confio em você. Não confio nas outras pessoas.
Ele abriu um lindo sorriso e disse:
- Estou brincando... Eu vou adorar acompanhá-la durante o seu dia maçante. Se ainda não percebeu, gosto muito da sua companhia – falou, lançando um olhar mais que sedutor para Sílvia, que por sua vez sentiu-se corar.
Para evitar que mais uma vez o clima de sedução vingasse, dissimulou sua agitação interna e disse:
- As visitas domiciliares são muito interessantes. Acho que você vai gostar.
- Como você vai explicar a minha presença?
- Vou dizer que é um primo em visita a nossa cidade.
- Já pensou em tudo não? Acha que eles vão acreditar nisso?
- Pouco me importa. O que não pode é você ficar sozinho aqui.
- Então está tudo acertado, doutora. Seu paciente desmemoriado a acompanhará obedientemente.
- Antonio! Não fale assim que eu me sinto mal. Você sabe das minhas razões para agir desta maneira.
Ele a olhou de uma maneira, que a fez estremecer.
- O que eu não gosto, Dra. Sílvia, é ser tratado como se eu fosse um retardado mental que não sabe se defender. Eu posso ter perdido a memória, mas tenho inteligência e discernimento suficientes para poder cuidar de mim mesmo.
- Eu sei disso... Desculpe, prometo não tratá-lo mais deste jeito. Acho que não estou acostumada a conviver com alguém que sabe lidar com seus problemas. Na minha profissão, estou habituada a ser eu a comandar e determinar o que é certo ou errado para os meus pacientes. São muitos anos sendo a orientadora e a “tábua de salvação” de muita gente, levando a minha vida sozinha. Acho que me tornei uma legítima solteirona...
Dizendo isso, conseguiu levantar os olhos e dar um sorriso amarelo tentando desculpar-se. Foi quando cruzou com o olhar de Antonio. Pensou que fosse desmoronar por inteiro, pois encontrou, no brilho do seu olhar, uma doçura e uma compreensão que nunca sentira antes, em nenhum homem.
- Talvez esteja na hora de alguém tomar as rédeas junto com você... – dizendo isto, com sua voz rouca e em tom mais baixo, aproximou-se de Sílvia, enlaçando-a pela cintura e puxando-a contra si, com delicadeza. Ela, por sua vez, deixou-se levar como que hipnotizada por ele. Seus rostos tornaram-se tão próximos que podiam sentir suas respirações ofegantes, misto de emoção e desejo, até que seus lábios encontraram-se e puderam usufruir daquele beijo tantas vezes ensaiado. Antonio a puxou com mais força, aumentando também a pressão sobre a boca macia e invadindo-a com sua língua quente e faminta. Sílvia não tinha como resistir a ele. Nunca sentira nada como aquela sensação de estar nas nuvens, ainda com os pés no chão, de ser beijada com tanta paixão que a fizesse esquecer de tudo mais a sua volta... Presente, passado e futuro.
- Antonio... Nós não devemos...
- Quem disse que não?...Eu não consigo mais resistir, Sílvia, e sei que você sente o mesmo. Vamos viver este momento. Só isso... – e a beijou mais uma vez.
Sílvia resolveu deixar-se levar por aquela correnteza de sentimentos, pelas carícias cada vez mais intensas de Antonio. Passou a acariciá-lo também, ávida por sentir aquele corpo que tanto a atraíra desde que o conhecera. Não podia negar aquela atração, que não era mais só física. Estava inebriada pela sua voz, pelo seu cheiro, pelo seu toque, pela sua presença, intensa e arrebatadora. Logo estavam a caminho do quarto, em processo de desfazer-se das incomodas roupas que mais pareciam barreiras contra a união de seus corpos, ansiosos em sentir a pele um do outro. Gemiam a cada carícia, a cada toque mais íntimo. Logo, não resistindo mais a tanta cobiça, Sílvia foi possuída por Antonio de forma delirante, com intensidade e prazer... Muito prazer. Ele a fez gritar como nunca, deixando-a se levar completamente por seu calor e vigor. Logo em seguida foi a vez dele experimentar o gozo total e prazeroso daquela relação tão repentina e apaixonada.
Extenuados, mas saciados temporariamente em seu apetite, deixaram-se cair abraçados sobre o leito, aproveitando a sensação de bem-estar remanescente.
Assim que recuperou um pouco de seu fôlego, Sílvia olhou para Antonio com ternura, voltando a sentir uma imensa vontade de acariciá-lo. Quando o viu abrir os olhos e sentiu seus braços envolvendo-a com mais força, aconchegando-a ainda mais junto a ele, conseguiu falar, ainda preocupada com o que estava acontecendo:
- Nunca tinha ido para a cama com alguém de quem não sei o nome.
- Para você é Antonio. Além disso, acho que nomes podem ser meras formalidades. O que estamos sentindo um pelo outro ultrapassa qualquer etiqueta. Você não acha?
- Talvez você tenha razão. Talvez não precisemos de rótulos, mas ainda assim me sinto insegura.
- Então temos que dar um jeito nisso... – disse, sussurrando no ouvido de Sílvia, fazendo-a arrepiar-se.
Mais uma vez a beijou. Logo, suas mãos partiram para novas carícias e novamente fizeram amor. Depois de tudo, decidiram abandonar-se um ao outro e descansar, pois o dia seguinte era de trabalho.
Já eram quase 9 horas da manhã quando Sílvia abriu os olhos preguiçosamente, deu um sorriso ao ver Antonio praticamente deitado sobre ela, de bruços, com a coxa esquerda sobre o seu quadril e o braço esquerdo abraçando-a sobre os seios. Apresentava uma face serena e satisfeita, com o rosto muito próximo ao dela. De repente, lembrou-se que era segunda feira e tentou ver o relógio. Virou-se para a mesa de cabeceira e viu o antigo rádio-relógio piscando 09:00. Tentou levantar-se, mas o peso de Antonio sobre ela não permitia grandes movimentos. Resolveu chamá-lo:
- Antonio... Antonio, acorde, querido...
- O que foi?... – perguntou, ainda muito sonolento.
- Temos que levantar. Já são 9 horas e tenho que trabalhar.
- Ah... Só mais um pouquinho... – dizendo isso apertou um pouco mais o seu abraço, imobilizando-a completamente.
- Antonio, por favor... Acorde – suplicou mais uma vez, tentando se libertar de seus braços, sem muito empenho.
- Hum... Está tão bom ficar assim...
- Que tal tomar um banho, nos arrumar e começar o dia com um bom café da manhã?
- Banho? Juntos? – exclamou, já abrindo bem os olhos, e fazendo uma cara de quem havia gostado da idéia e afrouxando o “laço”.
“Ele é charmoso até acordando de manhã, com cara de sono”, pensou Sílvia.
- Está bem...Juntos – decidiu, pois achou que aquela seria a única maneira de fazê-lo levantar-se dali. Não podia negar que também estava gostando da idéia.
Mal havia terminado a frase, Antonio levantou-se de um salto da cama. Ela pode ver seu corpo magnífico na penumbra do quarto, pouco antes de sentir-se agarrada por aqueles braços poderosos e ser levada rapidamente para o banheiro. Lá se demoraram por quase meia hora, apesar das súplicas iniciais dela pedindo que ele parasse com “aquilo”. Apenas no início, uma vez que depois só os suspiros eram ouvidos, em meio à água corrente.
Após um breve café da manhã, saíram correndo a caminho de Valverde, onde Sílvia teria que visitar seus pacientes.
A primeira visita, das três que teriam que ser feitas naquela manhã, era na casa de uma senhora de 70 anos, viúva, que tinha sofrido um acidente vascular cerebral e estava em recuperação. Sílvia a visitava uma a duas vezes por semana. Apesar da doença, era uma mulher alegre e otimista. Morava numa casa antiga próxima à praça principal. Foram recebidos por uma empregada, que os levou até a sala onde ela estava sentada numa confortável poltrona, tentando fazer uma peça de tricô. Logo que viu o casal chegando, foi saudando-os:
- Bom dia, Sílvia. Vejo que veio acompanhada por um bonitão. Quero ser apresentada. É seu namorado?
- Bom dia, dona Júlia! Vejo que acordou bem disposta hoje – respondeu a saudação e foi aproximando-se para dar-lhe um beijo na face – Este é meu primo Antonio, que veio de Ribeirão Preto para nos visitar.
- Primo, é? Que pena... Já estava encomendando um vestido novo para o seu casório – comentou, provocando um sorriso nos “primos”.
- A senhora tem razão. Sempre digo para a Sílvia que está na hora dela arranjar um namorado e criar juízo – falou Antonio, tentando manter-se sério.
- Primo... – reclamou Sílvia.
- Ah, meu rapaz... É o que sempre digo para ela. Que bom que agora tem um parente próximo para dizer-lhe isto. Você também é médico?
- Não, sou do ramo imobiliário e estou aproveitando as férias para matar a saudade de minha priminha – dizendo isto, abraçou-a de forma efusiva, deixando-a totalmente sem jeito, além de surpresa com a sua representação.
- Sílvia, o seu primo é um amor, além de bonito. Uma pena mesmo ele ser parente. Daria um belo noivo...
- Obrigado, dona Júlia – agradeceu Antonio, com um largo sorriso.
- Bem, dona Júlia, vamos ao que interessa – falou, depois de desvencilhar-se do abraço de Antonio e recompor-se – Onde está a sua filha?
- Ela teve que dar uma saída, mas já volta. A coitadinha não sai do meu lado. Deve ser um alívio para ela quando surge uma desculpa para sair às compras.
- Eu sei... Ela é muito dedicada. A senhora tem tomado suas medicações nas horas certas? Não tem sentido nada diferente?
- Minha filha controla tudo. Não deixa passar um minuto dos horários. Tenho me sentido muito bem. Só fico um pouco cansada no dia da fisioterapia. Aquela fisioterapeuta que a senhora me indicou é uma “carrasca”. Quase me mata! Tenho mesmo que fazer aquilo?
- A sua fisioterapeuta viaja quase 60 quilômetros, duas vezes por semana para ajudá-la a recuperar seus movimentos e, pelo que vejo, ela está fazendo um excelente trabalho, pois já readquiriu a maior parte deles. Já está até tricotando.
- Tem razão , querida. Estou me queixando sem motivos. É a idade... A gente vai ficando velha e tem que ter algum assunto para falar. Nada melhor que reclamar de tudo – disse, começando a rir.
- O Antonio vai nos dar licença, pois vou examiná-la.
- Talvez seja melhor eu ficar esperando por você lá no carro. Foi um prazer conhecê-la, dona Júlia. Se eu já não fosse compromissado, a senhora não me escaparia – disse sedutoramente, despertando um brilho nos olhos da viúva.
- Ah, meu jovem... Se eu tivesse a sua idade, quem não me escaparia era você – falou toda serelepe.
“Ele não deixa escapar nem uma senhora idosa... Mas que namorador de primeira eu fui arranjar...”, pensou Sílvia, sem poder deixar de sorrir diante do galanteio e da reação de sua paciente.
Ela terminou sua visita e foi encontrar-se com Antonio, que a esperava encostado na caminhonete, de braços cruzados, com expressão relaxada.
- E aí, priminha! Vamos às próximas visitas?
- Entre no carro!
- O que houve? Ficou zangada comigo?
- Precisava seduzir a pobre senhora? Ela ficou apaixonada pelo meu “primo”. Quer que eu o apresente a filha dela, que é solteira.
- Ah, ficou com ciúmes... – disse ele divertindo-se com o jeito aborrecido dela.
- Claro que não! É que era para você passar mais despercebido. Custa ser mais discreto?
Ele aproximou-se, ficando com o rosto muito próximo ao dela, sem tocá-la, e disse:
- Da próxima vez, prometo ficar quieto. Só quero ficar ao seu lado...
Sentindo que logo seria beijada no meio da rua e que não resistiria sem corresponder, desviou-se daquele olhar sedutor, empurrando-o de leve para trás e ordenando:
- Vamos sair daqui, antes que a cidade inteira comente que ando aos beijos com meu primo, o que seria o maior escândalo e renderia assunto para muitos meses. Já deve ter gente nos observando nestas janelas por toda a rua – falou entre dentes, abrindo um sorriso exagerado e já entrando para o interior da caminhonete.
Seguiram para a próxima moradia. Nos primeiros minutos, enquanto Sílvia dirigia, Antonio apenas ficou observando-a, esperando que ela dissesse alguma coisa, ainda divertindo-se com a situação.
- Antonio, pára de me olhar assim. Eu não fiquei zangada com você. Só acho que temos que manter certa discrição. Esta é uma cidade pequena e eu sou a única médica por aqui.
- Já entendi. Pode deixar. Vou me comportar... Ou pelo menos tentar – disse, rindo baixinho.
- Você adora me deixar sem jeito. Já notou isto?
- É que adoro ver a sua carinha quando fica sem jeito.
- Se você continuar a falar assim não terei condições de continuar meu trabalho e serei obrigada a te levar de volta para a cabana... – disse, olhando-o de lado e insinuando-se para ele.
- Oba! Esta seria uma ótima notícia!
- Você não presta mesmo... – dizendo isto, não teve como não começar a rir.
Ainda riam quando Sílvia estacionou em frente a um pequeno prédio de dois andares.
- Promete que vai se comportar?
- Prometo... Palavra de escoteiro – disse, fazendo o sinal dos discípulos de Baden-Powell.
- Será que você foi escoteiro?
- Tomara que sim, senão a minha promessa não terá valor – e olhou-a com um jeito de menino travesso, que foi impossível conter o riso.
- Acho que você deve ser comediante. Você não consegue falar nada a sério?
- Quando voltarmos à cabana, vou falar coisas bem sérias para você...
- Lá vem ele de novo... – disse, tentando controlar a risada.
(continua...)Desta vez estou conseguindo postar mais rapidamente. Enquanto isso, minha inspiração começa a voltar e já estou escrevendo a estória que deve seguir a de Sílvia e "Antônio". Volto em breve.
Beijos!!
Adorei! Estou gostando muito dessa estória! Rosane, ler os capítulos é como novela, se torna um vício!!! Beijos.
ResponderExcluirÉ Rô, dessa vez foi rápido mesmo.
ResponderExcluirAmiga, esse capítulo tem de tudo: suspense, paixão e é bastante divertido, é ótimo já que dessa forma quebra um pouco a tensão inicial que envolve a amnésia de "Antonio", e me deixou ainda mais curiosa a respeito do passado dele. Um homem lindo, provavelmente bem sucedido, educado, sedutor, o que ele estava fazendo por aí sozinho???? Se curiosidade matasse coitada de mim.....
Agora é aguardar os próximos acontecimentos e fico feliz que a tua inspiração esteja de volta.
Um cheiro amiga e obrigada por esses momentos de sonhos.