sexta-feira, 10 de julho de 2009

Um Amor no Deserto - Capítulo VI




Seguiram para o acampamento tuaregue. Ela o acompanhou na visita à recém-nascida e sua mãe. Após verificar que estavam ambas bem e saudáveis, saíram da tenda, e puderam ver ao longe a chegada de uma caravana ao oásis, provavelmente para abastecer-se de água e provisões.
- Será que eles sabem de alguma notícia a respeito do incidente com o helicóptero? – perguntou Amy ansiosa.
- Eu vou até lá para falar com eles – antecipou-se Daren.
- Vou junto com você.
- Melhor não.
- Por que não? Ainda está com medo que eu fuja? – falou rindo.
- Está bem. Vamos, então – dando-se por vencido.
No fundo, queria protegê-la de uma má notícia.
Foram até os homens que, no momento, desmontavam de seus camelos. Descobriram que três deles eram franceses que estavam aventurando-se numa viagem através do deserto, desde o Marrocos até a Costa do Marfim. Casualmente, ao serem questionados a respeito de notícias sobre o rally Paris-Dakar, disseram ter ouvido falar sobre o acidente com o helicóptero na altura da fronteira sudeste de Mali-Niger, não muito longe dali. Haviam encontrado alguns participantes desistentes da prova muito abatidos com a morte de Thierry Sabine. Ele e mais quatro pessoas tinham perdido a vida, devido a uma tempestade de areia que os surpreendeu em pleno vôo.
Amy sentiu suas pernas fraquejarem ao ouvir o relato do viajante francês. Daren segurou-a, enlaçando-a pela cintura, com medo que ela pudesse cair ao chão, dependendo do que estavam por ouvir.
- Vocês sabem o nome dos outros que acompanhavam Sabine? – perguntou Daren receoso.
-Parece que além do piloto e de um técnico de rádio, estavam um cantor e uma jornalista.
- Não! – exclamou Amy, já perdendo as esperanças e entrando em desespero.
- Sabem o nome desta jornalista? Ela era inglesa? – Daren insistiu no questionamento, ainda esperando que houvesse algum engano.
Depois de pensar um pouco, o rapaz respondeu fazendo um esforço de memória:
- Ela era francesa como nós. Seu nome era...Nadi...Non... Nathaly. Oui! Nathaly Odent. Este era o nome dela.
- Oh, graças! – Amy só faltou beijar o francês de tão agradecida pela informação redentora – Daren, ela está viva!
- Non, a jornalista morreu, mademoiselle – replicou, surpreso com a reação da inglesa, achando que ela enlouquecera.
Daren explicou-lhe rapidamente o que estava acontecendo, num francês quase sem sotaque, explicando o porquê da alegria de Amy. Agradeceu pelas informações e desejou-lhes uma boa viagem.
Abraçado a Amy, voltaram para a aldeia, vibrando com a boa nova.
- Sei que devia estar triste pela morte de Thierry. Ele era uma pessoa especial. Imagino como deve estar o astral do pessoal que participa do rally. Foi ele que planejou tudo isto. Como vai ser daqui para frente? Quem vai assumir este evento tão importante? – disse Amy, sentindo-se subitamente mal por estar sendo tão egoísta, pensando só em Chloe.
- Não se preocupe com isso agora. Certamente alguém vai continuar com esta realização. Há muitos interesses em jogo. O que importa agora é que a sua irmã está viva e você vai reencontrá-la em muito breve. Que tal descansar um pouco e preparar-se para a festa de hoje à noite?
- Vocês são bem festeiros por aqui, não? Têm festas todas as noites.
- Por que não? Não existe nenhum outro tipo de diversão por aqui. Por que não dançar e cantar para espantar a tristeza? O deserto pode ser bastante depressivo se não houver estas manifestações depois de um dia de trabalho, para afastar os espíritos maléficos.
- Não estou me queixando, não. Acho ótimas estas reuniões junto ao fogo e a alegria dos participantes.
- E hoje temos dois excelentes motivos para festejar: o nascimento de Malak e o “renascimento” da sua irmã.
Ele a acompanhou até sua tenda e quando fez menção de despedir-se, Amy, enlaçou-o pelo pescoço com seus braços e perguntou:
- O que você vai fazer agora? Não quer descansar aqui na minha tenda, nobre Daren? – olhou-o sedutoramente.
- A senhorita anda muito impetuosa – censurou-a divertido – Tenho que descansar um pouco, pois o sono antes do nosso almoço não foi suficiente, e eu quero estar em plena forma para a noite...
Evitou falar que teria de arrumar suas coisas para a viagem do dia seguinte, para não incomodá-la.
- Bem, este é um bom motivo para que eu o libere de minha companhia. Tem mesmo certeza que não quer descansar aqui? – ainda o tentou mais uma vez.
Ele apenas devolveu um sorriso e depositou um beijo carinhoso sobre seus lábios.
- Eu a encontro aqui ao anoitecer. Espere por mim.
- Vamos a algum restaurante chique? – brincou.
- Quase isso... – respondeu com um ar de mistério.
Despediu-se, deixando Amy imaginando a noite que estava por vir, na entrada de sua tenda. Sentia-se plenamente feliz, agora, sabendo que sua irmã estava bem.
Aisha apareceu pouco depois, levando uma roupa limpa para Amy, que segundo pode entender, tinha sido a pedido de Daren. Também era uma túnica branca, como a que vestira desde sua chegada, mas esta possuía alguns detalhes bordados à mão. Era simples, mas muito bonita. E limpa, o que era o melhor de tudo. Depois de fazer sua higiene, Amy vestiu-se para o jantar. Colocou um véu sobre a cabeça, sem cobrir o rosto, como era hábito entre as mulheres tuaregues, e ficou esperando por seu anfitrião na porta de sua “morada”.
Daren chegou elegantíssimo, com uma espécie de manto e um turbante com véu brancos, deixando entrever que trajava um jeans e uma camisa verde clara sob a roupa típica. Ele estava irresistível.
Sem falar palavra alguma, empurrou-a com delicadeza para dentro da tenda, descobriu o rosto e pousou o olhar de profundo verde sobre os olhos de Amy.
- Estava com saudades... – dizendo isto em voz baixa e rouca, aproximou-se ainda mais e segurou o rosto dela com as mãos grandes e bem feitas e selou seus lábios com a boca ansiosa por sentir seu gosto.
Ainda recuperando-se do ato impetuoso de Daren, ela conseguiu dizer, com os olhos semicerrados:
- Se este é apenas o início da nossa última noite juntos aqui neste deserto, fico pensando se vou sobreviver a ela...
Com um sorriso fechado, mas extremamente charmoso, retorquiu:
- Não só vai sobreviver, como vai lembrá-la por muito tempo...
- Isto é uma ameaça?
- Totalmente... – murmurou e voltou a beijá-la com ardor.
Refeitos daquela onda de desejo, seguiram de mãos dadas rumo a uma grande barraca armada no centro do acampamento. Chegando ali, encontraram o que seria a família da pequena Malak e mais alguns convidados. Um jantar especial havia sido arranjado para festejar o nascimento do seu mais novo membro. Pratos raros de se ver por ali, como o cuscus de sêmola acompanhando um assado de cordeiro, estavam presentes à mesa. Daren parecia ser o convidado de honra. Era também a sua despedida dos primos distantes. Amy não tinha tido coragem de perguntar como e a que horas ele partiria de lá no dia seguinte. Após o banquete festivo, tiveram início as danças e cantos, desta vez sobre tapetes finamente tecidos. A canção nas vozes estridentes das mulheres incitava os homens a dançarem. Por mais que Amy tentasse imitar os sons produzidos por aquelas mulheres a sua volta, não conseguia ser bem sucedida. Por isso resolvera apenas manter-se sorrindo, batendo palmas e acompanhando o ritmo da música. Já Daren foi convidado a participar da dança guerreira que era protagonizada pelos ágeis tuaregues. Desenvolto e totalmente à vontade, acompanhava todos os passos do balé masculino empunhando uma espada de lâmina curva. Aos poucos, as mulheres casadas foram também juntar-se aos maridos.
Já passava das dez horas da noite, quando Daren começou a despedir-se dos amigos e convidou Amy a sair dali. Antes, ela pediu que ele transmitisse o seu agradecimento pela acolhida durante o período em que estivera ali, em especial a Aisha, que também estava presente, e que a servira tão carinhosamente. Acreditava que também partiria no dia seguinte.
Saíram e foram caminhar um pouco, respirando a brisa fresca que transitava na noite clara, iluminada apenas pelas estrelas e pela lua, que mais parecia um grande escudo prateado suspenso nos céus do Sahara.
Apesar de toda a alegria que os rodeara até ali, sentiam o coração apertado pela sombra da separação iminente.
- Você vai mesmo partir amanhã? – falou Amy, rompendo o silêncio entre eles.
- Sim. Vou ter de partir pela manhã, com um grupo que vai até Gao, e de lá pegar uma ou várias conduções até Siguiri, em Guiné. De lá saberei para qual região serei designado.
Os olhos de Amy encheram-se de lágrimas. Não conseguia mais conter a tristeza de ter que despedir-se de Daren tão cedo. A sensação de um nó em sua garganta impediu-a de perguntar mais detalhes. Ele notou sua reação e abraçou-a ternamente, confortando-a com o calor de seu corpo.
- Amy, vai ser por pouco tempo. O que eu pensava ser impossível, já não me parece tão difícil. Cada momento passado a seu lado me faz ter mais certeza que quero lutar para estar junto a você novamente.
- Eu vou esperar. Não importa quanto tempo. Assim que voltar de Guiné, me procure. Vou deixar meu endereço e telefones – falou entre lágrimas silenciosas.
A angústia daquele momento, de repente transformou-se em desejo intenso. Daren sorvia cada lágrima de Amy com um toque suave de lábios em sua face. De olhos fechados, ela se deixava abandonar àquele carinho prazeroso. Logo ela sentiu-se erguida no ar, sendo carregada por ele no caminho até a sua tenda. Lá chegando, ele a colocou de pé a sua frente, tirou o turbante e seu manto e começou a despi-la devagar, sem deixar de mirá-la profundamente, hipnotizando-a com o verde brilho de seu olhar. Tão logo a tinha nua diante de si, começou a abrir os botões de sua camisa, no que foi impedido por ela, que assumiu esta ação, roubando uma expressão de discreto regozijo de Daren. Com a mesma calma que ele, despiu-o, para logo em seguida começar a roçar o peito amplo e forte com os lábios, arrancando-lhe gemidos contidos de prazer. Do tórax, Amy foi abaixando-se, tocando, com a boca e a língua, o abdômen rijo, sem deixar de acariciá-lo em suas costas e nádegas, com as mãos. Resistindo à vontade de possuí-la, levantou-a delicadamente até onde pudesse cruzar seus olhares e a beijou
. Cingida na cintura, pelo abraço dele, Amy inclinou levemente a cabeça, para permitir que os lábios de Daren percorressem o caminho da linha de seu pescoço, descendo até os seios macios e arredondados, de mamilos túrgidos, que logo foram degustados por uma boca voraz. Entre suspiros e gemidos, Daren a conduziu com cuidado até o solo, sobre os tapetes espalhados na areia, que serviam de cama naquela tenda. Em poucos minutos, incendiados pelo anseio de possuir e ser possuída, entregaram-se à luxúria das carícias cada vez mais íntimas, até Amy ser penetrada com vigor e levada ao êxtase completo quase que simultaneamente com seu par.
Naquela noite de despedida amaram-se incansavelmente, como se isso pudesse evitar a separação no dia seguinte. Desejavam que a escuridão no deserto se tornasse eterna e que o novo amanhecer não chegasse até eles.
Mas o novo dia chegou e encontrou o casal de amantes exaurido, mas satisfeito. Daren foi o primeiro a acordar e pôs-se a admirar o semblante sereno de Amy, o movimento da respiração provocando um ondular suave de seu peito... Se pudesse voltar atrás... Mas não. Tinha um compromisso com a organização e com ele próprio, pois há muito tempo desejava fazer parte daquela equipe de médicos e levar assistência aos mais necessitados. Também ganharia em experiência profissional e pessoal. Precisava acreditar nisso. Agora, mais do que nunca.
Amy começou a despertar e logo seu olhar procurou pelo de Daren, que continuava deitado ao seu lado.
- Já amanheceu? – perguntou temerosa.
- Já.
- Me abraça... – suplicou, aconchegando-se junto a ele.
Enquanto tentavam enganar o andar do tempo, ouviram uma voz próxima à tenda.
- Daren!! – soou a voz de Aisha como um grito abafado.
Amy não entendeu as palavras seguintes, pois eram ditas em tamashek, mas imaginou que não era uma notícia muito agradável para o momento.
Daren levantou-se rapidamente e começou a vestir-se. Amy seguiu-o, colocando suas roupas também, adivinhando o que Aisha havia dito.
- Meu bem, acho que chegou a hora, infelizmente. O grupo que falei já está pronto para partir. Terei de ir agora.
Um peso qual chumbo caiu sobre o peito de Amy, que respirou fundo e tentou não fazer nenhum escândalo.
- Posso acompanhar você até lá?
- Claro que pode. Vamos... – disse, ajudando-a a terminar de vestir-se.
Aisha ainda estava à entrada da tenda, aguardando-os.
- Bonjour, Aisha – cumprimentou Amy, sem muito entusiasmo.
- Bonjour! – disse a garota com um grande sorriso.
Em língua tuaregue, Daren pediu a Aisha que avisasse aos homens que o aguardavam que logo estaria com eles. A moça saiu correndo prestativa.
Logo chegaram à tenda onde Daren lavou-se na bacia com água limpa que ali estava e trocou-se, colocando vestes mais simples, apropriadas para a jornada que tinha pela frente. Toda esta movimentação era observada por Amy, calada e circunspecta. De repente, ela lembrou alguma coisa e falou:
- Daren, eu ainda não sei o seu nome completo, por incrível que pareça. Para o caso de eu querer saber notícias suas com o MSF...
- Lógico! Que falta de educação a minha. O meu nome completo é Thomas Daren Watson.
- Dr. Thomas Daren Watson... Gostei. E o sobrenome de seu pai?
- Meu pai não queria que houvesse qualquer tipo de preconceito para com os filhos. Ele já tinha passado por experiências negativas antes. Só Daren lembra a África, onde ele nasceu, por ser um nome nigeriano.
- Bem, agora que já fui apresentada ao senhor, posso lhe dar um beijo? – falou com a voz tremula, tentando evitar a dor que estava sentindo.
- Amy – disse ele virando-se para ela e abraçando-a com força – Vai passar rápido. Prometo que logo voltaremos a ficar juntos.
- Melhor não prometer nada. Tenho medo de promessas...
Ele inclinou-se sobre ela e a beijou com ternura.
- Não esqueça do nosso oásis – murmurou Amy.
- Não esquecerei, querida... Agora tenho de ir – sua voz também estava embargada pela emoção. Sentia-se como que perdendo uma parte de si. Com tristeza, pegou sua mala, colocou a mochila às costas e deu a mão para Amy. Dali saíram para encontrar a caravana que o levaria para Bamako, capital de Mali.
Antes de separarem-se e subir em seu camelo, Daren deu um último beijo apaixonado em Amy, que ainda fazia um esforço sobre-humano para conter as lágrimas. Não queria fazer papel de chorona na frente de todos. Aisha, que estava ao seu lado, pareceu compreender o que estava acontecendo e passou o braço sobre os ombros de sua hóspede, tentando consolá-la.
Perderam a conta de quanto tempo ficaram paradas olhando a caravana desaparecer no horizonte, atrás das dunas ensolaradas. Amy sentia-se paralisada, como se a vida estivesse esvaindo-se de seu corpo. Foi Aisha que a fez voltar à realidade, puxando-a pelo braço e levando-a para um passeio pelos arredores, falando muito, palavras em francês e outras em dialeto, não entendidas por Amy, mas que serviam para ocupar um pouco a sua mente.
Quando voltavam para a tenda, ouviu-se o som de um motor ao longe. Logo surgiu um grande helicóptero no ar, indo na direção do oásis. Amy e Aisha correram para o local de pouso. Lá estava a enorme máquina pousando, espalhando grande quantidade de areia aos ventos. Quando finalmente estava em terra firme, Amy identificou o símbolo do Rally Paris-Dakar marcando as ferragens do aparelho. A porta se abriu e um dos organizadores conhecido por Amy saiu, seguido por...Chloe.
- Chloe!! – gritou Amy, já correndo em sua direção. A princípio, Chloe não a reconheceu devido aos trajes tuaregues. Só quando estavam muito próximas, ela pode identificar quem a estava chamando tão desesperadamente.
- Amy!! Graças a Deus! Você está bem! – exclamou alto, abrindo os braços para acolher sua irmã.
Entre risos e choros, abraçaram-se efusivamente.
- Amy, nós quase morremos de preocupação quando você sumiu. O que aconteceu? Como veio parar aqui?
- E eu, quando soube do acidente com o helicóptero, quase enlouqueci pensando que a perdera...
No meio de toda esta emoção, fez-se ouvir uma voz grave e alegre:
- Então a nossa jornalista mais audaciosa está bem e pronta para voltar à ativa!
Era Jason, seu editor, que não fora percebido ao descer atrás de Chloe.
- Jason, o que você está fazendo aqui? – perguntou Amy surpresa com a inesperada presença.
- Quando soube do seu desaparecimento e do acidente com Thierry, tomei o primeiro avião e voei para cá imediatamente – disse, aproximando-se e abraçando-a calorosamente – Você nos deixou muito preocupados.
- Querida, que tal pegar suas coisas e dar o fora daqui? Temos que ligar para mamãe em Londres e avisá-la que está tudo bem agora. Ela queria ter vindo mas não deixei.
- Na verdade não tenho nada comigo. Minha mochila com cantil e bloco de anotações ficaram na moto, que está perdida a alguns quilômetros daqui.
- Já acharam a sua moto – interrompeu Irving, o organizador que ainda não tivera chance de falar com a participante do rally – Ela já foi recolhida, bem como seus pertences, e está a sua espera em Akabar. É um prazer tê-la de volta, Amy – cumprimentou-a com um beijo na face.
- Então posso voltar à corrida. Estou muito defasada do resto dos corredores?
- Amy, você não é louca de voltar para a corrida agora – censurou-a Chloe.
- Esta é a minha garota! – exclamou Jason.
- Na verdade, a corrida foi paralisada e só hoje reiniciou o deslocamento dos participantes. Como você está apenas participando sem competir, nada impede que volte ao rally. Tem certeza que quer mesmo isso? – questionou-a Irving.
- Claro que tenho. Ainda não completei meu trabalho para o jornal.
- Dona Amy, você não vai fazer isto. Quer matar nossa mãe do coração?
- A próxima fase é em Guiné, certo? – certificou-se Amy para Irving.
- Sim.
- Então, vamos pegar minha moto. Ela está em condições?
- Sem dúvida, moça. Pronta e a sua espera – confirmou Jason animadamente, para aflição de Chloe.
- Vocês podem me esperar mais alguns minutos? Preciso despedir-me de algumas pessoas – dizendo isto, pegou na mão de Aisha que continuava ao seu lado sem dizer palavra e sem entender nada do que era dito – Esta é minha amiga Aisha. Foi ela quem cuidou de mim enquanto estive aqui. Eu já volto. Me esperem, por favor.
Virou-se, sob o olhar admirado de seus amigos, e saiu de volta para a aldeia, de mãos dadas com a jovem tuaregue. Conseguiu fazê-la entender que partiria no helicóptero em alguns minutos e que queria dar uma última olhada em sua tenda.
Antes de lá chegar, despediu-se de algumas pessoas, entre elas, a pequena Malak e sua família. Já em sua tenda, relembrando os momentos passados à noite, mal notou quando Aisha retirou um pequeno embrulho e um envelope de seu bolso. Quando Amy foi abraçá-la, recebeu o presente. Apesar de não ter conhecido a letra de Daren, percebeu, pelo modo como o envelope estava subscritado, que ele tinha deixado uma mensagem para ela.
Abraçou a nova amiga afetuosamente e disse algumas palavras em francês para que ela pudesse entender o quanto estava grata por tudo que tinha feito por ela. Decidiu abrir o presente e o envelope quando estivesse a sós. Trocou sua túnica pela bermuda e camiseta que vestia quando foi encontrada por Daren, agradeceu mais uma vez à Aisha e despediu-se, deixando a jovem acenando-lhe, parada, na entrada da barraca, com um largo sorriso, de dentes alvos.
Correu ao encontro do helicóptero, onde todos a esperavam ansiosos para retornar à base em Akabar. Em poucos minutos, o aparelho fez girar suas poderosas hélices, mais uma vez levantando as areias do deserto como uma tempestade encomendada, levando Amy e suas lembranças para longe.







Não fiquem tristes com esta separação. Muita água ainda vai rolar nestas areias. Se tiverem um pouquinho de paciência, logo o 7º capítulo sai com novas emoções...rsrsrs
Um grande beijo para todas!

4 comentários:

  1. Poxa Rô... eu sei que vc disse pra não ficar triste, mas não consegui evitar. Aff...
    Também nem preciso te dizer como visualizai Daren com a espada de lâmina curva, não é?
    Aguardo ansiosa para saber o que vai acontecer.
    Não vejo a hora do 7º capítulo sair!
    Vc é demais.
    Bjim♥

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  2. Estou com lágrimas nos olhos e olha q ñ sou chorona, estou temendo esse final, vou acabar comendo os dedos, pq as unhas já se foram.
    Rô ñ demora, Bjkas

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  3. Acho ótima essa idéia de cantar e dançar para espantar a tristeza, mas podemos adicionar a isso uns beijinhos tb, aí fica perfeito...
    Nossa, quanta emoção que a Amy vivenciou naquele dia, a partira do seu amor e a chegada de sua irmã. Vc sabe, do jeito que eu sou chorona, acho que iria ficar chorando até o dia seguinte com tudo isso, são emoções muito fortes... Mas, ao menos, foi bom que tudo tenha acontecido no mesmo dia, pq imagino que seria muito mais pesaroso para a Amy ter que continuar ali no acampamento, sem o Daren.
    Meu coração ta apertadinho, Rô...
    Beijinhos

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  4. E agora, meu Deus?
    O que está por vir!?

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