domingo, 22 de novembro de 2009

Meu Doce Vampiro - O Reencontro (parte 10)

Virou a cabeça para o lado onde sentia a presença de Robert. Podia a ouvir a sua respiração tranquila, sentir o calor do seu corpo e o seu perfume misturado aos cheiros corporais que começavam a excitá-la novamente. Desta vez ele não chegara a notar a sua transformação na hora do êxtase, mas temia que isso pudesse acontecer muito em breve. Ela conseguira controlar o crescimento dos caninos pela excitação exacerbada, fazendo que tudo durasse apenas alguns segundos. Não fosse por estes detalhes, ela poderia ser uma humana. Quase desejava não pertencer a sua espécie quando estava com ele. Abriu os olhos. Ali estava, magnífico, despido de qualquer defesa. Indefeso contra a sua admiração e desejo. A maturidade e o exercício físico fizeram um excelente trabalho. Os músculos eram bem torneados, sob a pele ligeiramente bronzeada, formando um conjunto tentador. No tórax, alguns poucos cabelos grisalhos misturavam-se aos castanho-escuros e escondiam os pequenos mamilos castanhos no peito amplo. Logo abaixo, viam-se as suaves elevações em gomos do abdômen bem talhado e alguns pêlos em torno do umbigo que acompanhavam as linhas musculares até o púbis... As coxas fortes e poderosas encontravam-se afastadas, bem como as pernas, largadas relaxadamente sobre o leito. Sentiu uma contração íntima, um calor percorrendo seu corpo e a salivação quente e doce, provocando um arrepio por todo seu dorso. Voltou o olhar para o rosto, plácido, com um leve sorriso, nos lábios bem desenhados e cheios. Precisava desesperadamente tocá-lo. Tinha medo de tirá-lo de seu repouso, mas não podia evitar. De lado, soerguida, apoiada sobre o cotovelo direito, continuou a observá-lo, matando a saudade de tantos anos sem vê-lo daquela maneira desarmada. Levou a mão esquerda até sua face, acariciando a orelha alongada e bem feita, arrancando-lhe um leve gemido. O passeio continuou pelo rosto, onde se demorou um pouco mais, sentindo na pele o roçar da barba macia, apesar de rente a face, a linha do queixo anguloso e partido ao meio por uma mínima covinha. A boca apresentou uma contração dos lábios, abrindo um sorriso lascivo. Ele acordara e aproveitava o carinho voluptuoso de Luísa, preguiçosamente, de olhos fechados. Quando ela fez menção de parar, ele suplicou em um sussurro sem mover-se da posição em que se encontrava, nem abrir os olhos:
- Continue... Não pare...
Sorridente, ela continuou sua jornada pelo corpo de seu amado, buscando acariciá-lo nas áreas que lhe davam maior prazer, demorando-se mais nestas, para depois continuar a aventurar-se a procura de outras. Logo, ele deu sinais de que estava totalmente recuperado de seu torpor. Mas antes que se levantasse, ela jogou a perna esquerda sobre ele, de forma a sentar-se sobre o estreito quadril, surpreendendo-o com sua rapidez. De olhos abertos, Robert pode admirá-la, montada sobre ele, como uma amazona feroz, com o rosto parcialmente coberto pelos longos cabelos, que caiam em cascatas, e os olhos incendiados pelo desejo. Segurou-a pela cintura fina e puxou-a sobre seu peito, provocando uma exclamação de agradável excitação por parte dela.
- O que você está tentando fazer comigo? – ele perguntou insinuante.
- Tudo o que perdemos de fazer nestes anos passados...
- Será que vamos sobreviver a tanto?
- Podemos tentar... – disse, enquanto jogava seus lábios contra os dele, num beijo voraz.
Perdidos nas carícias, mais uma vez fizeram amor.

Difícil dizer quanto tempo tinha se passado. Deitados e abraçados, mergulhados na penumbra do quarto, Robert olhava para Luísa com carinho e preocupação. Lembrara finalmente de tudo. Ela não era como ele, mas isso pouco lhe importava. Amava-a e faria de tudo para ficarem juntos. Ainda precisava ter certeza sobre mais uma coisa.
Ela abriu os olhos e sorriu ao vê-lo.
- Cansada? – perguntou, tirando-lhe uma mecha de cabelo que caía sobre sua testa.
- Feliz... Você parece preocupado. O que houve?
- Você não precisava ter fugido daquela maneira. Poderíamos ter achado uma solução para nos adaptarmos.
- Do que está falando? – indagou, temerosa de que ele pudesse ter lembrado de quem ela era.
- Eu me lembrei de tudo Luísa. Tudo. Não precisa mais disfarçar. E quero que saiba que não me importo.
- Exatamente do que você lembrou? – Seus temores encontravam confirmação.
- Que você é uma... Bem, você sabe a que me refiro - Sentia dificuldade em dizer a palavra vampira.
Ela tentou levantar-se, mas foi impedida por ele, que a aconchegou ainda mais ao seu peito.
- Nem pense em fugir ou tirar minha memória de novo. Eu te amo e não vou deixar nada mais nos separar. Entendeu? Pouco me importa se para isso tenha que me transformar ou não – Seu tom de voz era tranquilizador e carinhoso – Só quero que me explique duas coisas: exatamente o porquê da sua fuga e... Sobre Victor.
Ele não a odiava. Só por isso sentiu um grande alívio, o que a fez permanecer mais relaxada naquele abraço e encontrar mais facilmente as palavras que explicariam todo o seu drama no final da viagem às ilhas gregas e sobre o filho e a sua importância dentro dos planos para conservação de sua espécie.
Ao final desta longa conversa, decidiram que chegara a hora de procurar Cássia e enfrentá-la para expor seus planos futuros. Mais cedo ou mais tarde teriam de correr este risco. Que fosse mais cedo. Vestiram-se e partiram rumo ao castelo.

O sol ainda não despertara e o céu noturno estava envolto em nuvens cinzentas, que impedia que a lua cheia ou as estrelas fossem visíveis. Uma leve aragem espalhava o cheiro dos pinheirais, misturado ao aroma da terra ainda úmida pelas últimas precipitações. No bosque próximo à cidade adormecida, um solitário lobo cinzento vigiava a toca de uma família de lebres, aguardando ansiosamente que pelo menos uma delas saísse antes do alvorecer. Estava cansado da procura por alimento Os últimos dias não tinham sido muito alvissareiros em matéria de caça e seu estômago já reclamava intensamente. Esperava ser recompensado muito em breve. Teria que ter apenas um pouco de paciência.




- Victor... Victor... – chamava Lana ao seu companheiro de travessuras naquele final de noite.
- Mãe? – perguntou, ainda de olhos fechados e lutando contra o torpor do sono.
Sonolento, esfregando os olhos, sorriu ao ver a amiguinha.
- Sou eu, Victor – identificou-se sorrindo de volta.
- O que é? Onde está a minha mãe?
- Não sei, Victor. Quer brincar? Vamos? – insistiu Lana.
- A mãe saiu?
- Vamos procurá-la no bosque?
- Não podemos ir lá.
- Então eu vou sozinha, seu bobão.
- Não. Eu vou – disse injuriado com a insinuação de Lana sobre sua disposição em relação ao convite, levantando-se imediatamente da cama.
Furtivamente, saíram do quarto. Ouviram as vozes que vinham da sala principal no andar de baixo e esgueiraram-se até uma escada secundária que levava a uma saída nos fundos. Alcançaram os jardins e, rindo satisfeitos com sua esperteza e pela liberdade alcançada, rumaram ao bosque, totalmente inocentes quanto aos perigos a que estariam expostos.

Já estavam quase chegando ao castelo. Caminhavam de mãos dadas, fazendo planos, aproveitando a brisa e os perfumes exaltados pelo orvalho da madrugada da mata próxima, quando Luísa foi alertada por seus instintos de que alguma coisa estava errada.
- O que houve? – perguntou Robert ao notar o olhar preocupado dela quando parou de andar repentinamente.
- Victor... – Seu olhar já deixara de ser apenas de preocupação, passando a aflito.
- Mas ele não ficou no castelo?
- Sim, mas estou sentindo a presença dele aqui perto, no bosque... – passou a imaginar o pior – Robert, precisamos achá-lo.
- Para que lado? – indagou angustiado.
Luísa concentrou-se até que pudesse sentir a direção a tomar para encontrar o filho.
- Por aqui! – exclamou finalmente.
Saíram da pequena estrada que levava ao topo da colina e penetraram na floresta. Seus passos rápidos sobre o cascalho entre as árvores provocavam o som de chocalhos ecoando no silêncio do mato. Mal podiam ouvir o coaxar dos sapos, o barulho das asas de pássaros noturnos a debater-se entre as folhas dos pinheirais e até o pio gutural de uma coruja. Foi quando um rosnar feroz feriu seus ouvidos a poucos metros de onde estavam. Logo em seguida, visualizaram uma cena apavorante. Uma figura miúda, de cabelos negros desgrenhados, em corajosa posição de enfrentamento à fera cinzenta que tinha diante de si. Atrás dele, caída no chão, encolhida sobre si mesma e chorando, estava uma menina, da mesma idade, com desalinhadas madeixas louras a cobrir os olhos assustados. O lobo faminto os avaliava com olhos vidrados e flamejantes, antevendo a bela refeição que teria em poucos segundos. Sua espera terminara. Mas antes que ele desse seu salto sobre as crianças, uma figura adulta jogou-se entre ele e sua caça, causando-lhe um sobressalto. Era uma fêmea da mesma espécie dos filhotes. Ela mostrava os caninos pontiagudos e rosnava quase como ele, tentando intimidá-lo. Mas a fome era grande e não se afastaria dali com tanta facilidade. Comeria hoje, mesmo que tivesse de lutar. Quando partia novamente para o ataque, notou o olhar da mulher se modificar de desafiador para surpreso e ouviu o seu grito.
- Robert! Não!
No mesmo instante, o lobo sentiu um peso sobre seu dorso e um par de braços a rodear-lhe o pescoço.
- Fujam! Deixem que eu o distraio! – gritou enquanto lutava com o animal selvagem que se debatia, na tentativa de mudar de posição com ele e cravar-lhe os dentes.
Não demorou muito para que Robert perdesse o equilíbrio e ficasse de frente para um par de olhos brilhantes, cegos pelo desejo de matar. Praticamente imobilizado pelos quase sessenta quilos de músculos e pelos, via a saliva espessa gotejar da mandíbula poderosa que se aproximava cada vez mais. Conseguia ouvir os gritos de Luísa e das crianças, enquanto tentava se esquivar das mordidas, recebia patadas e tinha a carne dilacerada pelo seu oponente. Quando já tinha a vista nublada pelo seu próprio sangue e as forças lhe abandonavam o corpo, o peso contra o qual ainda lutava desapareceu e um ganido lancinante vibrou no ar. Antes de perder a consciência, ainda ouviu a voz que parecia ser de seu amigo Eric.
- Vamos levá-lo para o castelo! Rápido!



Parece que não consigo acabar mesmo esta estória, por mais que eu tente... rsrsrs.
Mas falta muito pouco. Como já pude ver que vocês estão com paciência para me aguentar um pouco mais, vamos ver até onde a Luísa e o Robert nos levarão.
Beijos!!

8 comentários:

  1. AIMÉLDÉLZZZZ... Rô querida, depois daquela descrição detalhada do corpo de... Robert, que já foi um teste para corações fraços (ainda bem que o meu não é), vc me vem com esse ataque de lobo! Não me deixe aflita! Espero as cenas dos próximos apítulos com ansiedade!

    Bjim e uma boa semana para ti♥

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  2. Aí meu deuzzzzzzzzzz!!!
    Quer matar sua amiga aqui do coração, no bem bom do conto vc.termina de postar?E a descrição do corpo de ...,aí choquei.kkkkkkk
    Estou esperando as cenas do próximos cap. com muita ansiedade.
    Bjs.

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  3. Ro... e quero que não termine mesmo... ai ai ai... cada dia mais emoções....
    ufa! que calorrrr ... que corpo o dele... ploft... estou aqui em frangalhos... ai Jesuis!! Só de imaginar... ploft.... morri!!!
    Estou aguardando os proximos capítulos com muita ansiedade...
    Beijo grande linda!!!

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  4. Arre, Rosane, que bárbaro, e o mais fantástico é que durante a leitura o FX canal da Sky começou a transmitir Encurralados, filme em que o nosso lindo aparece sem barba e dá pra ver vem o queixo tal qual a sua descrição no texto.
    É hoje! A criatura aqui está cheia de pensamentos nada católicos, quero ser vampira, quero ter um Gerrysomen aqui comigo, uivando a noite inteirinha!
    Ovulei!
    Bjs amiga!
    P.S. Se quiser, pode fazer este romance durar toda uma eternidade, que eu quero é mais!
    Bjs amor!

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  5. Ro, a descrição do corpo de Robert me deixou aguando... kkkkkkkk KEKÊSSOOO??? Enquanto Luísa o acariciava , eu me imaginei acariando todo aquele belo espécime masculino. Entrei num estado alterado de consciência, viu... Quase comecei a delirar. hahaha

    E esse final de capítulo foi magnífico! Foi eletrizante, angustiante... Agora estou quase voltando ao péssimo hábito de roer as unhas... Não demora postar o cap. 11, senão eu vou roer as unhas e depois os dedos! kkkkk

    Beijocas!

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  6. Carel disse:
    Gerrysomem!!!!!!! Adorei Tania!!!kkk Nem preciso dizer que tá maravilhoso né??? E estamos todas com muita paciencia... então pode reprisar váriassssssss vezes essas cenas hot entre eles q não ficaremos bravas...kkkkk Um beijo flor!

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  7. Rosane!!!!!
    Cadê o resto da história, estou angustiada pra saber,não nos deixe nesta espera dilacerante.Notei que não postaste ainda as fotos das crianças,queria ver o filho da Luisa e do Robert, o Victor deve ser um troçode lindo o mesmo deve ser a Lana.
    Pois tem uns pais maravilhosos.Deveria colocar a foto deles tb.
    P.S. Só foi uma sugestão!!!
    Bjs.

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  8. Robert indefeso, ali do lado, nuzinho... Eta coisa boa, tantas carícias por fazer naquilo tudo!!!
    Eu tb não me cansaria de admirá-lo, quanta beleza... Deus realmente estava de bom humor e muito inspirado quando o criou... E essa barbinha macia é um charme nele, dá um aspecto másculo tão gostoso... Adoro! E os coxões, affffffffff...
    E o homem é lindo, simpático, gostoso e compreensivo... Amiga, ele existe?
    A melhor coisa foi ele ter se lembrado de tudo sozinho e aceitar o que não pode ser mudado. Afinal, ela é assim e não há o que se fazer. E ao ouvir tais palavras, Luiza deve ter fica extasiada de amor, pois é nesses momentos de provas que o amor se fortalece.
    Ai, Rô, me deixou com o coração em pedacinhos... Tadinho do Robert... Fez o que era certo, como o bom homem que é, mas ainda bem que o conto não termina aqui, senão os meus lencinhos seriam poucos para enxugar as lágrimas...
    Beijinhos

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