by Kodama e Fantin
Durante meu rápido deslocamento até o apartamento dos irmãos, uma sensação estranha me perseguiu. Não pude identificar o motivo, mas a causa... Sinclair! Aquele homem tinha alguma coisa muito... diferente.
Dom estava tirando um cochilo em frente a TV. O rosto bonito estava tão relaxado que seus traços assemelhavam-se ao de um garotinho. A irmã raptada por um devorador de mulheres e ele dormindo. Aproximei-me cuidadosamente e bem perto do seu ouvido, gritei.
- Dominic! Acorda!!!
Ele despertou imediatamente, com um grande salto, merecedor de um prêmio olímpico, se estivesse concorrendo para tal.
- Droga, Ariel... Quer me matar de susto?! Você é meu anjo ou o quê?! – berrou ligeiramente irritado com minha risada.
- Dominic, apesar de ter adorado sua reação, agora não é o momento ideal para diversão. – Tentei voltar à seriedade tendo em vista o motivo de meu aparecimento, digamos assim, inesperado. – Sabe onde está Leonora?
- Na escola, acho... – ele conferiu as horas no relógio de pulso. – Bom, a essa hora, ela já deveria ter chegado em casa.
Dirigi a ele um olhar de pura censura.
- Pois eu lhe digo onde ela está. Almoçando com aquele seu amigo... Kyle Sinclair. Não me lembro de nenhum dos dois ter comentado tal encontro com você.
- Nem eu. Mas por que você está me contando isso?!
- Não acha estranho uma garota da idade dela ser convidada para almoçar no castelo de um milionário solteiro? – frisei – Vamos lá, buscá-la, Dom. Agora!
Dom ainda hesitou.
- Ariel, Sinclair é meu amigo... Ele não faria nada contra a Leonora.
- Acorda, Dominic!!! Que amigo, nada! Vocês só se conhecem há alguns dias e o cara já convida sua irmã menor de idade para almoçar sozinha com ele sem avisar antes! Ficou maluco? – gritei como se fosse uma mãe desesperada. – Ainda mais com a fama que ele tem com as mulheres!
Meu alerta pareceu ter funcionado, já que Dominic pegou a carteira e o capacete e correu porta a fora. Montou em sua scooter e foi até o castelo, onde eu já o esperava junto aos grandes portões de ferro. Sem dificuldade, consegui abri-los para permitir a passagem de Dominique. Acompanhei-o de perto, num voo baixo, até a entrada da mansão.
Um vento frio trouxe nuvens carregadas durante nosso deslocamento e uma garoa começou a cair assim que chegamos à imensa porta de madeira entalhada.
Dominic puxou a aldrava de bronze e um som cavernoso ecoou pelo interior da construção sombria.
- Adoro esse som... – revelou ele.
- Affe! – reagi indignada. – Você admira até a campainha da porta desse infeliz, Dominic. Poupe-me!
A pesada porta de madeira, que parecia ser tão velha quanto Matusalém, se abriu com um rangido medonho e o mesmo homem que dirigia o carro do banqueiro nos atendeu.
- Pois não?... – A voz do homem era tão oca e cavernosa quanto o barulho da aldrava na porta de madeira. Meus pelos se arrepiaram.
- Angus... Boa tarde. Minha irmã está aqui?!
O velho lançou um olhar vazio para Dominic e fez sinal para que ele entrasse.
- Por aqui, senhor MacTrevor. – E foi indicando o caminho para a sala de jantar, muito empertigado, magro e inexpugnável. Angus era, definitivamente, muito estranho. Mas, estranhamente, combinava com o castelo e seu proprietário...
A sala de jantar era enorme. A grande mesa de madeira polida estava elegantemente posta para duas pessoas. A visão que nos proporcionava era similar ao velho clichê dos antigos filmes de terror.
Sinclair ocupava a extremidade e Leonora estava sentada à sua direita, falando sem parar, como só as adolescentes são capazes de fazer. O homem apreciava uma taça de vinho, em silêncio, observando-a, aparentemente entediado com o monólogo. Sem querer, um risinho escapou dos meus lábios, mas me apressei em disfarçar com uma tossida seca. Dominic nem percebeu, mas o olhar do anfitrião foi rapidamente atraído para minha pessoa.
Mantive minha postura de guardiã e segui Dominic para o interior do luxuoso ambiente.
- Dominic! Mas que surpresa agradável...
- Sei... – Não me contive. Dom me ignorou.
- Senhor Sinclair... – cumprimentaram-se com um aperto de mãos amigável e Dom foi beijar o rosto da irmã, que o observava aborrecida.
- Como me encontrou, Dom?! Foi você quem o avisou, Kyle? – indagou Leonora tentando demonstrar intimidade.
- Ah... Não estava procurando por você, Nora. – chamou-a pelo apelido. – Só vim conversar com o senhor Sinclair, para a reportagem, sabe... Que coincidência encontrar você aqui... – Dominic tentando mentir era ainda pior do que dizendo a verdade.
- Preciso me desculpar com você, Dominic. Primeiro, gostaria que parasse de me chamar de Senhor Sinclair, como já lhe pedi antes. Chame-me apenas de Kyle. Em segundo, confesso que quando vi Leonora saindo da escola, não resisti, ofereci uma carona e acabei por convidá-la para o almoço, sem avisá-lo.
- Você me disse que o Dominic tinha pedido para me buscar. Seu mentiroso! – disse Leonora falsamente melindrada, com um sorrisinho de satisfação emergente dos lábios bem feitos.
- Não importa. Já que está aqui, almoce conosco! Angus trará mais um prato. – Sinclair convidou ao mesmo tempo em fazia um sinal para Angus que, por sua vez, continuava cravado ao chão ao lado da mesa. À ordem de seu amo, imediatamente pôs-se em movimento para cumprir o exigido.
- Não precisa... Ahn, obrigado. – Dom foi vencido pelo olhar hipnótico do anfitrião. Existe alguma coisa que esse homem não consiga?!, refleti. Um sorriso matreiro surgiu naquela face, que inadvertidamente encarei. Os olhos verdes lançaram faíscas na minha direção e eu quase desmaiei, pois ele deu a impressão de estar ouvindo meus pensamentos!
- Não pode ser... – murmurei. – Dom ouviu meu murmúrio e, mal havia se sentado, levantou-se novamente.
- Ah, Senhor... digo, Kyle... Acho que precisamos ir. – Notei sua confusão causada por meus pensamentos em voz alta e tentei ser mais “profissional”.
- Desculpe, Dom... Pode ficar. – sussurrei em seu ouvido. O coitado não sabia mais o que fazer, dividido entre o que ouvia, o que via e o que pensava que deveria fazer.
- Dominic... Não seja tolo. Sente-se e nos faça companhia. – O tom de voz de Sinclair não deixou margem para objeções. Angus trouxe louça e talheres e o serviu.
Acomodei-me em uma cadeira vazia, na minha forma etérea e fiquei quieta, apenas observando.
- Bom... Nesse caso... – resignou-se já se acomodando novamente na cadeira ao lado do anfitrião.
Dominic provou o vinho. Não sei se foi algum benefício da bebida, mas me surpreendi quando ele encarou seu anfitrião, resoluto.
– Olha, Kyle, sei que temos convivido muito tempo juntos, graças a sua permissão de poder acompanhá-lo para minha reportagem, mas gostaria de deixar claro que...Bem... Que não gostei da sua atitude para com a minha irmã. Eu sou o responsável por ela. Além do mais, ela é menor de idade e não fica bem ficar saindo por aí com homens adultos e experientes como você. – disse quase de um fôlego só.
“ Ahá!!! Por essa ele não esperava e, confesso, nem eu.”
O poderoso senhor Sinclair sorriu e pousou sua taça, encarando seriamente meu tutelado. Minha empolgação cresceu. Abri minhas asas num gesto protetor. O tempo pareceu parar.
- Claro. Devo-lhe desculpas, Dominic. Realmente não agi corretamente. Sinto muito. – E, sorriu tão encantadoramente, que Dominic retribuiu e Leonora suspirou. Fiz questão de demonstrar que não acreditei naquele pedido de desculpas, farfalhando minhas asas, antes de recolhê-las. – Gostaria que me perdoasse e que soubesse que fiz o convite à Leonora com a melhor das intenções.
“Você se acha muito esperto...”, pensei. Logo em seguida recebi uma olhadela de Sinclair que fez eriçar os pelos de minha nuca.
Dominic titubeou em sua postura e respondeu gaguejando.
- É- é óbvio que o desculpo. I- imagine.... Perdoe-me por sugerir algo diferente. Tenho certeza que suas intenções foram boas.
- Que bom que resolvemos esse mal entendido, Dominic – assentiu Sinclair com firmeza, seguindo gentilmente. – Agora, por que não apreciamos nosso almoço?!
Sem objeções dos presentes, com evidente relaxamento do clima tenso, todos voltaram a atenção aos pratos. Menos eu, que continuei vigilante ao lado de Dominic. A conversa foi reiniciada, mas não me ative a ela.
Aquele homem era o único alvo de minha atenção. Seus olhares, por vezes irônicos, por vezes apenas divertidos, me prendiam. Ele possuía uma personalidade tão magnética que nenhum dos dois irmãos podia resistir.
Estavam encantados. E ele sabia. Só eu não me deixara encantar. “Ainda”, uma voz pareceu sussurrar em meus ouvidos.
- Dominic, aproveitando a sua visita, gostaria de convidá-lo para me acompanhar numa viagem a Praga. O meu banco vai inaugurar uma filial naquela cidade. Tem algum compromisso nesta sexta-feira? – falou ele, interrompendo a conversa fiada.
- Sexta-feira? – quase se engasgou com o pedaço de carne que estava mastigando – Não, óbvio que não.
- Então esteja preparado. Leve um smoking, pois teremos um jantar de gala comemorativo. Você conhece Praga?
- N-não. Nunca estive lá.
- Você vai gostar. É uma cidade belíssima e com uma vida noturna bem movimentada.
- Eu também quero ir – choramingou Leonora.
- De maneira alguma, Nora! – Dominique exclamou o mais discretamente possível.
- Como vou ficar sozinha? – perguntou melosa, piscando os olhos timidamente.
- Ora, você já sabe se cuidar sozinha. Não vive dizendo isso? É a sua oportunidade para verificar se isso é verdade.
- Seria um prazer se Leonora quisesse nos acompanhar – intrometeu-se Sinclair, demonstrando satisfação pela ideia oferecida pela irmã de Dominic.
Nathanael, voltou a aparecer ao lado de Leonora.
- Viu, Dom? O Kyle está me convidando também. Já ouvi dizer que Praga se parece muito com Paris.
- Pode-se dizer que os arquitetos que as construíram se formaram na mesma escola – informou Sinclair.
- Não sei...
- Como não sabe, seu estúpido! Quer colocar a sua irmã na boca do lobo? – indignei-me com a dúvida de Dominic.
Diante daquela insinuação, Sinclair sorriu. Parecia encontrar prazer em me ver furiosa.
- Prometo que não há com que se preocupar. Afinal, vocês ficarão juntos o tempo todo e eu não sou o lobo dos irmãos Grimm – disse me olhando provocativamente.
- Combinei de ir a uma festa com a Meg e a Jane... – Leonora pensou alto, com ar de dúvida, pois subitamente lembrara o convite que suas amigas lhe tinham feito dias antes. Entretanto, logo em seguida, encontrou uma desculpa esfarrapada para desprezar o convite das amigas. – Mas acho que um baile de gala deve ser muito mais “punk”.
Vi Nathanael soprar algumas palavras na mente de sua protegida.
- Ah... Mas não tenho um vestido para uma festa dessas... Acho que não vou poder ir... – reconheceu tristonhamente. – Não posso ir a um baile de gala em jeans e camiseta.
- Isso não é problema. Hoje mesmo podemos providenciar um belo vestido a sua altura, minha querida – tranquilizou-a Sinclair.
- De maneira alguma... – exclamou Dominic, quase ao mesmo tempo em que eu bufava minha contrariedade diante da ineficiência de Natanael para convencer Leonora a ficar – Não posso arcar com uma despesa desse tipo, Kyle.
- E quem disse que você vai ter qualquer despesa. Tudo correrá por minha conta e certamente Leonora será a dama mais linda nesta festa.
- Viu, Dom? O Kyle é um perfeito cavalheiro – disse alegremente – E merece um beijo – continuou, levantando de sua cadeira mais rapidamente que qualquer atitude de Nathanael para detê-la, e jogando os braços em torno de um Kyle surpreso, sapecou-lhe um beijo no rosto.
Nathanael apenas fechou os olhos. Devia estar pensando que atitude tomar para conter os ímpetos de sua protegida desmiolada.
- Dominic MacTrevor! Diga não a este senhor ou não falo mais com você. – esbravejei.
- Quem cala, consente – observou maldosamente o banqueiro ao constatar a dúvida de Dominic em seu silencio prolongado.
- Mas eu acho que... – Dominic tentou objetar, mas não se achou capaz. Além disso, teve medo de negar o desejo de Kyle e acabar perdendo a excelente oportunidade de acompanhá-lo na ida à Praga.
- Então está resolvido. Não preciso voltar ao escritório à tarde, por isso me disponho a acompanhar Leonora às compras... Se não se importar, é claro... – convidou-se cordialmente.
- Eu posso ir com ela... Não se preocupe com isso.
- Terei o maior prazer em ajudar na escolha do vestido.
- Claro que terá, seu depravado! – praguejei.
- Você poderá nos acompanhar, Dominic. Assim minha reputação e a de sua irmã ficarão intocadas – ele falou olhando diretamente para mim, respondendo às minhas ofensas.
- É... Acho melhor assim, então...
Num arroubo de raiva e sensação de impotência diante da inércia de Dominic e da incapacidade de Nathanael em influenciar Leonora, desapareci em meio a uma nuvem de névoa branca, apenas visível aos olhos dos três machos presentes na sala. Fui diretamente a um dos jardins de meditação existentes para acolher anjos em desespero como era o meu caso naquele momento.
- O que a atordoa, Ariel? Dificuldades no trabalho? – soou uma voz grave e tonitruante que me fez estremecer alarmada.
- Chefe! O que faz por aqui?
- Procurando funcionários desgarrados, que abandonam seus protegidos por incompetência.
- Não sou incompetente!
- E o que está acontecendo com o humano que eu deixei sob sua proteção?
- Olha aqui, Samuel!
- Olhe lá como você fala comigo, Ariel. Eu sou seu superior! – Era impressão ou eu notara uma pontinha de brejeirice naquelas palavras?
- Está bem... Desculpe, mas é que estou enfrentando uma situação muito difícil e sinto que me foram ocultados dados para melhor lidar com o caso de Dominic MacTrevor. Gostaria que me explicasse o que está acontecendo e qual a minha real missão.
- Você sabe exatamente o que está acontecendo... Ou ainda não percebeu que o mal está envolvendo a família McTrevor?
- Sim... Eu sei que Dominique tem uma missão e que eu devo protegê-lo... Quem é Kyle Sinclair, afinal? – perguntei decidida a resolver aquele mistério – O senhor que sabe tudo, pode me dizer? Qual o segredo deste homem que pode enxergar os guardiões, falar conosco e que consegue dominar mentes.
- O poder dele não é tão grande assim, minha cara. Digamos que ele tem um grande carisma, que receio esteja começando a afetá-la também. – disse com uma desconhecida tristeza na voz.
- O quê? De modo algum!
- Então prossiga com sua missão e afaste as influencias nefastas de seu protegido.
- Como? – perguntei incrédula com a sugestão de Sam.
- Como o Mal sempre foi combatido.
- Eu não sou uma guerreira. Apenas os anjos guerreiros, como Rafael, podem combater e destruir um ente maligno... Além disso...
- Além disso... O quê?
- Não tenho tanta certeza que Sinclair seja tudo isso que você está sugerindo.
- Não estou sugerindo nada, Ariel. Além disso, eu não disse que era Kyle Sinclair a influência maligna sobre os MacTrevor... Infelizmente. – disse em voz mais baixa.
- Então... Não é com ele que devo me preocupar?
- Só posso lhe dizer que fique atenta e que não é apenas Dominique que corre perigo. – alertou-me com um olhar cheio de preocupação e mais alguma coisa que não consegui identificar e que jamais havia visto em meu superior. Por fim, terminou seu aviso melancolicamente. – Cuide-se... Ariel.
Com esta ameaça pairando no ar, Samuel desapareceu tão silenciosamente como surgiu, deixando-me com mais dúvidas e temores que antes.
“Não entendo porque ele me encarregou dessa missão, se achava que eu era incompetente?”, comecei a raciocinar. “Tenho certeza que Sam conhece Sinclair. Por que ele não me conta o que sabe? Sinclair parece perigoso, mas não acredito que alguém responsável pela construção de um jardim como aquele, numa antiga masmorra, em memória a uma jovem mártir seja totalmente ruim. Agora Sam me aparece e diz que ele não é a ameaça sobre Dom... Existe algo mais nesse meio e eu vou descobrir com ou sem a ajuda de meu chefe.” Por alguma razão, me sentia ansiosa como nunca estivera antes.
“Ariel...” – ouvi meu nome sendo chamado telepaticamente por Nathanael. Imediatamente materializei-me no castelo. O almoço tinha terminado e os irmãos já se preparavam para sair.
(continua...)
Oi! Parece mentira, mas uma semana se passou e cá estamos nós de novo, publicando mais um capítulo do nosso romance. Gostaria de agradecer a presença querida da Cris, do Junior e da Léia nos comentários, que me deixam prá lá de vaidosa, como sempre, e de J.R. Viviani, do blog Vendedor de Ilusões, a quem eu gostaria de agradecer pelas palavras e pela oferta de parceria.
Esta última semana foi complicada para mim, devido a alguns problemas no meu trabalho, que espero contornar em breve. Isso me tirou tempo e inspiração, infelizmente, o que me deixou mais triste ainda. No entanto, são coisas que, como sempre digo, são passageiras; acidentes de percurso que a gente consegue superar mais cedo ou mais tarde.
Gente, muito obrigada, mais uma vez, pela presença e pelo carinho de todos! É isso que me dá alegria e força para vencer qualquer obstáculo.
Beijos, meus queridos!
Durante meu rápido deslocamento até o apartamento dos irmãos, uma sensação estranha me perseguiu. Não pude identificar o motivo, mas a causa... Sinclair! Aquele homem tinha alguma coisa muito... diferente.
Dom estava tirando um cochilo em frente a TV. O rosto bonito estava tão relaxado que seus traços assemelhavam-se ao de um garotinho. A irmã raptada por um devorador de mulheres e ele dormindo. Aproximei-me cuidadosamente e bem perto do seu ouvido, gritei.
- Dominic! Acorda!!!
Ele despertou imediatamente, com um grande salto, merecedor de um prêmio olímpico, se estivesse concorrendo para tal.
- Droga, Ariel... Quer me matar de susto?! Você é meu anjo ou o quê?! – berrou ligeiramente irritado com minha risada.
- Dominic, apesar de ter adorado sua reação, agora não é o momento ideal para diversão. – Tentei voltar à seriedade tendo em vista o motivo de meu aparecimento, digamos assim, inesperado. – Sabe onde está Leonora?
- Na escola, acho... – ele conferiu as horas no relógio de pulso. – Bom, a essa hora, ela já deveria ter chegado em casa.
Dirigi a ele um olhar de pura censura.
- Pois eu lhe digo onde ela está. Almoçando com aquele seu amigo... Kyle Sinclair. Não me lembro de nenhum dos dois ter comentado tal encontro com você.
- Nem eu. Mas por que você está me contando isso?!
- Não acha estranho uma garota da idade dela ser convidada para almoçar no castelo de um milionário solteiro? – frisei – Vamos lá, buscá-la, Dom. Agora!
Dom ainda hesitou.
- Ariel, Sinclair é meu amigo... Ele não faria nada contra a Leonora.
- Acorda, Dominic!!! Que amigo, nada! Vocês só se conhecem há alguns dias e o cara já convida sua irmã menor de idade para almoçar sozinha com ele sem avisar antes! Ficou maluco? – gritei como se fosse uma mãe desesperada. – Ainda mais com a fama que ele tem com as mulheres!
Meu alerta pareceu ter funcionado, já que Dominic pegou a carteira e o capacete e correu porta a fora. Montou em sua scooter e foi até o castelo, onde eu já o esperava junto aos grandes portões de ferro. Sem dificuldade, consegui abri-los para permitir a passagem de Dominique. Acompanhei-o de perto, num voo baixo, até a entrada da mansão.
Um vento frio trouxe nuvens carregadas durante nosso deslocamento e uma garoa começou a cair assim que chegamos à imensa porta de madeira entalhada.
Dominic puxou a aldrava de bronze e um som cavernoso ecoou pelo interior da construção sombria.
- Adoro esse som... – revelou ele.
- Affe! – reagi indignada. – Você admira até a campainha da porta desse infeliz, Dominic. Poupe-me!
A pesada porta de madeira, que parecia ser tão velha quanto Matusalém, se abriu com um rangido medonho e o mesmo homem que dirigia o carro do banqueiro nos atendeu.
- Pois não?... – A voz do homem era tão oca e cavernosa quanto o barulho da aldrava na porta de madeira. Meus pelos se arrepiaram.
- Angus... Boa tarde. Minha irmã está aqui?!
O velho lançou um olhar vazio para Dominic e fez sinal para que ele entrasse.
- Por aqui, senhor MacTrevor. – E foi indicando o caminho para a sala de jantar, muito empertigado, magro e inexpugnável. Angus era, definitivamente, muito estranho. Mas, estranhamente, combinava com o castelo e seu proprietário...
A sala de jantar era enorme. A grande mesa de madeira polida estava elegantemente posta para duas pessoas. A visão que nos proporcionava era similar ao velho clichê dos antigos filmes de terror.
Sinclair ocupava a extremidade e Leonora estava sentada à sua direita, falando sem parar, como só as adolescentes são capazes de fazer. O homem apreciava uma taça de vinho, em silêncio, observando-a, aparentemente entediado com o monólogo. Sem querer, um risinho escapou dos meus lábios, mas me apressei em disfarçar com uma tossida seca. Dominic nem percebeu, mas o olhar do anfitrião foi rapidamente atraído para minha pessoa.
Mantive minha postura de guardiã e segui Dominic para o interior do luxuoso ambiente.
- Dominic! Mas que surpresa agradável...
- Sei... – Não me contive. Dom me ignorou.
- Senhor Sinclair... – cumprimentaram-se com um aperto de mãos amigável e Dom foi beijar o rosto da irmã, que o observava aborrecida.
- Como me encontrou, Dom?! Foi você quem o avisou, Kyle? – indagou Leonora tentando demonstrar intimidade.
- Ah... Não estava procurando por você, Nora. – chamou-a pelo apelido. – Só vim conversar com o senhor Sinclair, para a reportagem, sabe... Que coincidência encontrar você aqui... – Dominic tentando mentir era ainda pior do que dizendo a verdade.
- Preciso me desculpar com você, Dominic. Primeiro, gostaria que parasse de me chamar de Senhor Sinclair, como já lhe pedi antes. Chame-me apenas de Kyle. Em segundo, confesso que quando vi Leonora saindo da escola, não resisti, ofereci uma carona e acabei por convidá-la para o almoço, sem avisá-lo.
- Você me disse que o Dominic tinha pedido para me buscar. Seu mentiroso! – disse Leonora falsamente melindrada, com um sorrisinho de satisfação emergente dos lábios bem feitos.
- Não importa. Já que está aqui, almoce conosco! Angus trará mais um prato. – Sinclair convidou ao mesmo tempo em fazia um sinal para Angus que, por sua vez, continuava cravado ao chão ao lado da mesa. À ordem de seu amo, imediatamente pôs-se em movimento para cumprir o exigido.
- Não precisa... Ahn, obrigado. – Dom foi vencido pelo olhar hipnótico do anfitrião. Existe alguma coisa que esse homem não consiga?!, refleti. Um sorriso matreiro surgiu naquela face, que inadvertidamente encarei. Os olhos verdes lançaram faíscas na minha direção e eu quase desmaiei, pois ele deu a impressão de estar ouvindo meus pensamentos!
- Não pode ser... – murmurei. – Dom ouviu meu murmúrio e, mal havia se sentado, levantou-se novamente.
- Ah, Senhor... digo, Kyle... Acho que precisamos ir. – Notei sua confusão causada por meus pensamentos em voz alta e tentei ser mais “profissional”.
- Desculpe, Dom... Pode ficar. – sussurrei em seu ouvido. O coitado não sabia mais o que fazer, dividido entre o que ouvia, o que via e o que pensava que deveria fazer.
- Dominic... Não seja tolo. Sente-se e nos faça companhia. – O tom de voz de Sinclair não deixou margem para objeções. Angus trouxe louça e talheres e o serviu.
Acomodei-me em uma cadeira vazia, na minha forma etérea e fiquei quieta, apenas observando.
- Bom... Nesse caso... – resignou-se já se acomodando novamente na cadeira ao lado do anfitrião.
Dominic provou o vinho. Não sei se foi algum benefício da bebida, mas me surpreendi quando ele encarou seu anfitrião, resoluto.
– Olha, Kyle, sei que temos convivido muito tempo juntos, graças a sua permissão de poder acompanhá-lo para minha reportagem, mas gostaria de deixar claro que...Bem... Que não gostei da sua atitude para com a minha irmã. Eu sou o responsável por ela. Além do mais, ela é menor de idade e não fica bem ficar saindo por aí com homens adultos e experientes como você. – disse quase de um fôlego só.
“ Ahá!!! Por essa ele não esperava e, confesso, nem eu.”
O poderoso senhor Sinclair sorriu e pousou sua taça, encarando seriamente meu tutelado. Minha empolgação cresceu. Abri minhas asas num gesto protetor. O tempo pareceu parar.
- Claro. Devo-lhe desculpas, Dominic. Realmente não agi corretamente. Sinto muito. – E, sorriu tão encantadoramente, que Dominic retribuiu e Leonora suspirou. Fiz questão de demonstrar que não acreditei naquele pedido de desculpas, farfalhando minhas asas, antes de recolhê-las. – Gostaria que me perdoasse e que soubesse que fiz o convite à Leonora com a melhor das intenções.
“Você se acha muito esperto...”, pensei. Logo em seguida recebi uma olhadela de Sinclair que fez eriçar os pelos de minha nuca.
Dominic titubeou em sua postura e respondeu gaguejando.
- É- é óbvio que o desculpo. I- imagine.... Perdoe-me por sugerir algo diferente. Tenho certeza que suas intenções foram boas.
- Que bom que resolvemos esse mal entendido, Dominic – assentiu Sinclair com firmeza, seguindo gentilmente. – Agora, por que não apreciamos nosso almoço?!
Sem objeções dos presentes, com evidente relaxamento do clima tenso, todos voltaram a atenção aos pratos. Menos eu, que continuei vigilante ao lado de Dominic. A conversa foi reiniciada, mas não me ative a ela.
Aquele homem era o único alvo de minha atenção. Seus olhares, por vezes irônicos, por vezes apenas divertidos, me prendiam. Ele possuía uma personalidade tão magnética que nenhum dos dois irmãos podia resistir.
Estavam encantados. E ele sabia. Só eu não me deixara encantar. “Ainda”, uma voz pareceu sussurrar em meus ouvidos.
- Dominic, aproveitando a sua visita, gostaria de convidá-lo para me acompanhar numa viagem a Praga. O meu banco vai inaugurar uma filial naquela cidade. Tem algum compromisso nesta sexta-feira? – falou ele, interrompendo a conversa fiada.
- Sexta-feira? – quase se engasgou com o pedaço de carne que estava mastigando – Não, óbvio que não.
- Então esteja preparado. Leve um smoking, pois teremos um jantar de gala comemorativo. Você conhece Praga?
- N-não. Nunca estive lá.
- Você vai gostar. É uma cidade belíssima e com uma vida noturna bem movimentada.
- Eu também quero ir – choramingou Leonora.
- De maneira alguma, Nora! – Dominique exclamou o mais discretamente possível.
- Como vou ficar sozinha? – perguntou melosa, piscando os olhos timidamente.
- Ora, você já sabe se cuidar sozinha. Não vive dizendo isso? É a sua oportunidade para verificar se isso é verdade.
- Seria um prazer se Leonora quisesse nos acompanhar – intrometeu-se Sinclair, demonstrando satisfação pela ideia oferecida pela irmã de Dominic.
Nathanael, voltou a aparecer ao lado de Leonora.
- Viu, Dom? O Kyle está me convidando também. Já ouvi dizer que Praga se parece muito com Paris.
- Pode-se dizer que os arquitetos que as construíram se formaram na mesma escola – informou Sinclair.
- Não sei...
- Como não sabe, seu estúpido! Quer colocar a sua irmã na boca do lobo? – indignei-me com a dúvida de Dominic.
Diante daquela insinuação, Sinclair sorriu. Parecia encontrar prazer em me ver furiosa.
- Prometo que não há com que se preocupar. Afinal, vocês ficarão juntos o tempo todo e eu não sou o lobo dos irmãos Grimm – disse me olhando provocativamente.
- Combinei de ir a uma festa com a Meg e a Jane... – Leonora pensou alto, com ar de dúvida, pois subitamente lembrara o convite que suas amigas lhe tinham feito dias antes. Entretanto, logo em seguida, encontrou uma desculpa esfarrapada para desprezar o convite das amigas. – Mas acho que um baile de gala deve ser muito mais “punk”.
Vi Nathanael soprar algumas palavras na mente de sua protegida.
- Ah... Mas não tenho um vestido para uma festa dessas... Acho que não vou poder ir... – reconheceu tristonhamente. – Não posso ir a um baile de gala em jeans e camiseta.
- Isso não é problema. Hoje mesmo podemos providenciar um belo vestido a sua altura, minha querida – tranquilizou-a Sinclair.
- De maneira alguma... – exclamou Dominic, quase ao mesmo tempo em que eu bufava minha contrariedade diante da ineficiência de Natanael para convencer Leonora a ficar – Não posso arcar com uma despesa desse tipo, Kyle.
- E quem disse que você vai ter qualquer despesa. Tudo correrá por minha conta e certamente Leonora será a dama mais linda nesta festa.
- Viu, Dom? O Kyle é um perfeito cavalheiro – disse alegremente – E merece um beijo – continuou, levantando de sua cadeira mais rapidamente que qualquer atitude de Nathanael para detê-la, e jogando os braços em torno de um Kyle surpreso, sapecou-lhe um beijo no rosto.
Nathanael apenas fechou os olhos. Devia estar pensando que atitude tomar para conter os ímpetos de sua protegida desmiolada.
- Dominic MacTrevor! Diga não a este senhor ou não falo mais com você. – esbravejei.
- Quem cala, consente – observou maldosamente o banqueiro ao constatar a dúvida de Dominic em seu silencio prolongado.
- Mas eu acho que... – Dominic tentou objetar, mas não se achou capaz. Além disso, teve medo de negar o desejo de Kyle e acabar perdendo a excelente oportunidade de acompanhá-lo na ida à Praga.
- Então está resolvido. Não preciso voltar ao escritório à tarde, por isso me disponho a acompanhar Leonora às compras... Se não se importar, é claro... – convidou-se cordialmente.
- Eu posso ir com ela... Não se preocupe com isso.
- Terei o maior prazer em ajudar na escolha do vestido.
- Claro que terá, seu depravado! – praguejei.
- Você poderá nos acompanhar, Dominic. Assim minha reputação e a de sua irmã ficarão intocadas – ele falou olhando diretamente para mim, respondendo às minhas ofensas.
- É... Acho melhor assim, então...
Num arroubo de raiva e sensação de impotência diante da inércia de Dominic e da incapacidade de Nathanael em influenciar Leonora, desapareci em meio a uma nuvem de névoa branca, apenas visível aos olhos dos três machos presentes na sala. Fui diretamente a um dos jardins de meditação existentes para acolher anjos em desespero como era o meu caso naquele momento.
- O que a atordoa, Ariel? Dificuldades no trabalho? – soou uma voz grave e tonitruante que me fez estremecer alarmada.
- Chefe! O que faz por aqui?
- Procurando funcionários desgarrados, que abandonam seus protegidos por incompetência.
- Não sou incompetente!
- E o que está acontecendo com o humano que eu deixei sob sua proteção?
- Olha aqui, Samuel!
- Olhe lá como você fala comigo, Ariel. Eu sou seu superior! – Era impressão ou eu notara uma pontinha de brejeirice naquelas palavras?
- Está bem... Desculpe, mas é que estou enfrentando uma situação muito difícil e sinto que me foram ocultados dados para melhor lidar com o caso de Dominic MacTrevor. Gostaria que me explicasse o que está acontecendo e qual a minha real missão.
- Você sabe exatamente o que está acontecendo... Ou ainda não percebeu que o mal está envolvendo a família McTrevor?
- Sim... Eu sei que Dominique tem uma missão e que eu devo protegê-lo... Quem é Kyle Sinclair, afinal? – perguntei decidida a resolver aquele mistério – O senhor que sabe tudo, pode me dizer? Qual o segredo deste homem que pode enxergar os guardiões, falar conosco e que consegue dominar mentes.
- O poder dele não é tão grande assim, minha cara. Digamos que ele tem um grande carisma, que receio esteja começando a afetá-la também. – disse com uma desconhecida tristeza na voz.
- O quê? De modo algum!
- Então prossiga com sua missão e afaste as influencias nefastas de seu protegido.
- Como? – perguntei incrédula com a sugestão de Sam.
- Como o Mal sempre foi combatido.
- Eu não sou uma guerreira. Apenas os anjos guerreiros, como Rafael, podem combater e destruir um ente maligno... Além disso...
- Além disso... O quê?
- Não tenho tanta certeza que Sinclair seja tudo isso que você está sugerindo.
- Não estou sugerindo nada, Ariel. Além disso, eu não disse que era Kyle Sinclair a influência maligna sobre os MacTrevor... Infelizmente. – disse em voz mais baixa.
- Então... Não é com ele que devo me preocupar?
- Só posso lhe dizer que fique atenta e que não é apenas Dominique que corre perigo. – alertou-me com um olhar cheio de preocupação e mais alguma coisa que não consegui identificar e que jamais havia visto em meu superior. Por fim, terminou seu aviso melancolicamente. – Cuide-se... Ariel.
Com esta ameaça pairando no ar, Samuel desapareceu tão silenciosamente como surgiu, deixando-me com mais dúvidas e temores que antes.
“Não entendo porque ele me encarregou dessa missão, se achava que eu era incompetente?”, comecei a raciocinar. “Tenho certeza que Sam conhece Sinclair. Por que ele não me conta o que sabe? Sinclair parece perigoso, mas não acredito que alguém responsável pela construção de um jardim como aquele, numa antiga masmorra, em memória a uma jovem mártir seja totalmente ruim. Agora Sam me aparece e diz que ele não é a ameaça sobre Dom... Existe algo mais nesse meio e eu vou descobrir com ou sem a ajuda de meu chefe.” Por alguma razão, me sentia ansiosa como nunca estivera antes.
“Ariel...” – ouvi meu nome sendo chamado telepaticamente por Nathanael. Imediatamente materializei-me no castelo. O almoço tinha terminado e os irmãos já se preparavam para sair.
(continua...)
Oi! Parece mentira, mas uma semana se passou e cá estamos nós de novo, publicando mais um capítulo do nosso romance. Gostaria de agradecer a presença querida da Cris, do Junior e da Léia nos comentários, que me deixam prá lá de vaidosa, como sempre, e de J.R. Viviani, do blog Vendedor de Ilusões, a quem eu gostaria de agradecer pelas palavras e pela oferta de parceria.
Esta última semana foi complicada para mim, devido a alguns problemas no meu trabalho, que espero contornar em breve. Isso me tirou tempo e inspiração, infelizmente, o que me deixou mais triste ainda. No entanto, são coisas que, como sempre digo, são passageiras; acidentes de percurso que a gente consegue superar mais cedo ou mais tarde.
Gente, muito obrigada, mais uma vez, pela presença e pelo carinho de todos! É isso que me dá alegria e força para vencer qualquer obstáculo.
Beijos, meus queridos!
Ulalá... nosso misterioso surpreendendo já estou imaginando as gafes da ingênua Leonora na festa de Gala, só falta ela querer levar uma das amigas junto nessa viajem... kkk Já pensou a cara de tacho do Kyle... kkk. Sem contar o trabalho redobrado dos anjos. Vamos aguardar!
ResponderExcluirRô querida fico na torcida de melhoras no seu trabalho, nós mortais sabemos como é esses contra tempos inevitáveis, mas que acabam somando para que possamos ter a oportunidade de escolher uma solução que no futuro será lembrado como uma lição. Boa sorte querida.
* * *Beijãoo* * *
Oi amiga!!
ResponderExcluirDesculpa a ausência nos comentários, ando meio sem tempo, nem no meu blog tenho entrado ultimamente, mas embora nem sempre deixe aqui minhas impressões, sempre leio cada um dos capítulos que você posta.
Esses dois últimos capítulos me fizeram apaixonar ainda mais pelo Sinclair, só pode, até anjos se apaixonam por ele. Acho linda a memória do amor dele por Cath, fazer um jardim em homenagem a ela mostra que ele tá bem longe de ser um bicho papão...
Agora passei a gostar também do Samuel, antes não havia simpatizado muito com ele; adoro a Ariel, fico imaginando os trejeitos dela quando se dirige a cada um dos personagens, já a Leonora, meu Deus...., tenho pena do Sinclair se ela achar que está apixonada por ele, rsrsrs.
Beijos Rô!!!
Qie isso novinho, que isso!
ResponderExcluirVamp de edimburgo :OOO
Uau! Esse Sinclair sabe o que quer!!! O 'homem' não tem sossego, vai atrás do que lhe vem à mente sem se importar com consequências! Vai instigando daqui, dali e ploft! Consegue o seu intuito!
ResponderExcluirCoitado do Dom, ficou tontinho com as confusões da Ariel! E eu acho uma sacanagem estarem escondendo o jogo da Ariel, mas tenho um palpite de que ela não foi escolhida à toa, mas que ela tb está envolvida nessa trama, mas é só coisa da minha imaginação que já começa a funcionar... hahaha
Rô, como já faz algum tempo que vc postou esse capítulo, espero que já tenha conseguido sanar os teus problemas. Essas fases em que estamos com a cabeça a mil, preocupadas, com o mundo desabando é muito ruim. Mas posso te afirmar que inspiração é o que não te falta, amiga, eu tô empolgadíssima com o conto de vocês!
Beijinhos