sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A Cruz de Hainaut - Capítulo V


O anel de  esmeralda herdado por Filipa



Vieira foi surpreendido pelo beijo na face dado por Filipa, ao despedirem-se na porta do embarque para Porto Alegre.
- Foi um prazer conhecê-la, Filipa. – disse ligeiramente corado.
- O prazer foi meu, Dr. Vieira. Muito obrigada por tudo.
- Provavelmente voltaremos a nos ver, pois ainda faltam alguns detalhes para a transferência dos bens de sua tia.
- Então terei que voltar aqui? – perguntou demonstrando seu agrado pela ideia de retornar a Minas.
- Ou talvez, eu possa ir a Porto Alegre. Às vezes, tenho que viajar para visitar meus clientes.
- Por falar nisso, e o seus honorários?
-Não se preocupe. Sua tia já tinha acertado comigo por esse trabalho, na ocasião em que fez o testamento.
- Bem, eu fico aguardando seu contato. Obrigada por tudo, Dr. Vieira. Até mais!
- Boa viagem, Filipa.

Dois dias depois de sua chegada em Porto Alegre, recebeu um telefonema do Dr. Veira.
Pesaroso, anunciou que o banco mineiro, visitado por eles, havia sido assaltado e que a maior parte dos valores que lá estavam tinham sido levados, inclusive as joias de sua tia.
Após o susto inicial,  Filipa respondeu ao advogado que isso não tinha importância.
- Como? – perguntou ele estarrecido.
- As joias não estavam  lá. – Por um lado sentia-se aliviada, pois seu plano dera certo, mas por outro, o fato vinha reforçar alguns temores.
- Mas você disse para o gerente que deixaria tudo como estava e que esperava que o banco cuidasse bem do seu cofre.
- Disse aquilo de propósito... Desculpe, Dr. Vieira, mas eu menti para o gerente de propósito. Eu tive medo que alguém quisesse me roubar, caso soubesse que eu estava com as joias em meu poder.
- E onde elas estão? – indagou  receoso.
- Estão comigo. Eu as trouxe para Porto Alegre.
Ele desatou a rir do outro lado da linha.
- Não acredito... Ótima sacada, Filipa!... – Ele realmente estava contente com a manobra antirroubo de Filipa.
- Dr. Vieira... – Esperou que ele parasse de rir. – Agora estou preocupada de verdade.
- Por quê?
- Acho que tem alguém procurando alguma coisa que pertencia a Tia Filipa.
- Como assim?
- O senhor me contou que a casa dela foi arrombada quando ela morreu. Na mesma semana, o meu apartamento foi invadido. Agora, o cofre do banco... O que o senhor acha disso?
- Realmente é muita coincidência... Mas isso não explica o porquê do assalto a sua casa. Você não tinha ligação nenhuma com ela até a visita a Ouro Preto. – A preocupação ainda era visível em sua voz, apesar da tentativa de tranquilizar Filipa.
- O senhor tem razão, mas que é uma tremenda coincidência, isso é.
- É... Tome cuidado e fique atenta, Filipa. Tomara que você não tenha razão, mas não custa nada estar alerta.
- Vou ter cuidado. Se o senhor souber de alguma coisa, me avise, por favor.
- Avisarei, com certeza. Até mais, Filipa.
- Até! Uma boa tarde para o senhor.
Com a cabeça cheia de indagações, aproveitou o início da noite para entrar na Internet a procura de informações a respeito de rainhas, princesas ou outras mulheres de nobre estirpe com o nome de Filipa. Não podia ter certeza que tinha sido mesmo uma rainha a doadora da pedra, levando em conta os séculos que poderiam ter passado desde então.  Quanto mais olhava, mais confusa ficava. Até que se lembrou de um professor, colega seu de departamento, que era especialista em Genealogia. Procuraria o professor Lair no  dia seguinte.

Na quinta-feira, como sempre ocorria ao longo daquele primeiro semestre, excetuando a semana em que Filipa viajara para Minas, a três amigas reuniam-se para o almoço no Campus do Vale. Era o dia em que Roberta dava aula de Psicologia para as turmas da Faculdade de Letras, que também funcionavam  no campus. Myriam também dava aulas lá. Por isso haviam determinado que esse seria o dia para se encontrarem e colocarem as fofocas em dia.
- Pensei que nem te encontraria mais por aqui, Pipa. – disse Myriam sarcástica. – Agora é milionária...
- Deixa disso, My! Você sabe que eu adoro dar aula. Além do mais, não estou  mi-lio-ná-ria.
- Não dá bola, Pipa. Ela tá tirando sarro contigo.
Myriam caiu na risada.
 - Até parece que ela não me conhece, Beta!
Roberta fez uma careta e colocou a língua para a amiga e virou-se para Filipa toda animada.
- Estou louca para saber todos os detalhes. Conta tudo, tudo.
- Desembucha, mulher! – arrematou Myriam.
- Não tenho muito que contar. Voltei com muita pena de não ter conhecido essa tia. Ela me deixou uma carta meio que se desculpando por isso. O resto vocês sabem. Ela me deixou alguns imóveis lá em Minas, uma boa quantia em dinheiro e algumas joias.
- Tem mais alguma coisa que você não nos contou. Notei você estranha desde que voltou. O que é? – perguntou Roberta.
- É. Eu também notei que anda meio tristinha pelo telefone. O que foi?
Desde o colégio, elas sempre tinham sido suas melhores amigas e confidentes, por isso acabou por lhes contar as coincidências dos assaltos, a história da esmeralda, suas angustiantes suspeitas e suas tentativas para recuperar a história de sua ascendência. Queria muito descobrir quem era essa Filipa que dera  origem a essa tradição entre as mulheres de sua família.
- Interessante, Pipa... Mas eu concordo com o advogado. Acho que pode ter sido só coincidência essa história de assaltos. Hoje em dia isso está tão comum... – comentou Myriam.
- Não sei não... Talvez a Pipa tenha razão. Eu ficaria com “a pulga atrás da orelha”.
- Pois é...
- Agora, falando sério, Pipa. O que você pretende fazer com esses imóveis lá em Minas.
- Ainda não parei para pensar muito sobre isso. Talvez eu venda ou alugue. Tenho que ver qual é o melhor a fazer. Estou com pena é de vender a casa da minha tia. Se vocês vissem como é linda... Um casarão colonial, no alto de uma daquelas lombas de Ouro Preto, com uma vista linda da cidade.
- Ouvi falar que eles têm muitas pousadas por lá, mas que faltam  hotéis em épocas de alta temporada. Por que não faz uma pousada lá?
- Myriam! Como é que eu vou cuidar de uma pousada?
- Ué! Deve ter um monte de empresário do ramo de turismo interessado nesse tipo de coisa. Você pode alugar o casarão e colocar cláusulas tipo “manter todos os móveis e decoração original”, tipo patrimônio histórico mesmo. Você poderia exigir ter direito a hospedar-se lá sempre que quisesse rever a casa.
Filipa arqueou as sobrancelhas e deu um sorriso tímido.
- Olha que não é má ideia... Vou falar com o Dr. Vieira e ver o que ele acha disso. Puxa, My! Grande ideia! Obrigada!
- Prá que servem as amigas, não é? – falou com ar superior e satisfeito.
Depois disso, o assunto mudou de alvo. Roberta.  As amigas queriam saber mais detalhes sobre o seu simpático namorado e como andava a relação em termos de ciúmes. Os últimos relacionamentos dela tinham sido um desastre graças aos seus ciúmes doentios.
- Até agora, tudo bem. Ele é um amor de pessoa e parece apaixonado. Vocês viram como ele é, no dia do aniversário do Gabriel. – revelou terminando com um suspiro.
- Ai, Beta! Que legal! Vê se não põe tudo a perder. Esse já foi aprovado por nós duas – disse  apontando para Filipa e para ela própria.
Roberta riu.
- Tenho conversado muito sobre isso com o meu analista e acho que vou conseguir. Estou me sentindo mais segura ultimamente.
- Que bom, Beta. Como a My falou, ele está aprovadíssimo.
Os olhares das duas amigas voltaram-se para Filipa na mesma hora.
- Aí, só vai ficar faltando a senhora se ajeitar. – falou Myriam.
- Não achou nenhum mineiro interessante na viagem? Que tal esse Dr. Vieira?
Foi a vez de Filipa cair na gargalhada.
- O Dr.Vieira é um senhor de meia idade, que podia ser meu pai. – contou entre uma risada e outra. – Além disso, depois do Júlio, estou vacinada. Tão cedo não caio noutra... Pelo menos, nada sério.
- Só porque ele virou sapo depois de vocês terem ido morar juntos, não quer dizer que todos os príncipes são assim. – proferiu Roberta.
- Estou bem assim por enquanto. – Olhou para os lados e cochichou, em meio a um sorrisinho maldoso. –Só sexo sem compromisso.
- Uau!!! - exclamou Myriam. – Ai, que inveja!
- Quem ouve, até pensa que é verdade... – riu Roberta. – É que já se passou um ano, Pipa. Tá na hora de dar uma chance prá fila.
- Até parece que tem fila...
- Só você que não vê, menina! Você é super bonita, mas não se valoriza. Agora que recebeu esse dinheiro da sua tia, vai num instituto de beleza, corta o cabelo, compras umas roupas legais...
- Se quiser posso ser a sua consultora de moda e style. – se ofereceu Roberta.
- Tá bom. Vou pensar no assunto.
- Se vocês forem para o shopping, me avisem. Dou um jeito, peço para a minha mãe  ficar com o Gabriel  e vou junto. Não perco isso por nada desse mundo.
As três começaram a rir, chamando a atenção das outras mesas. Era sempre assim quando estavam juntas.

No dia seguinte, quando se preparava para entrar em sua aula da manhã, foi chamada pela secretária da faculdade.
- Recebemos um email dirigido a você, Filipa. É de Amsterdã.
- Amsterdã? Que estranho...
- Eu imprimi. Quer ele agora?
- Sim... Por favor.
A secretária entregou-lhe um envelope branco com o timbre da faculdade.
- Muito obrigada.
Olhou o relógio de pulso e viu que estava em cima da hora para sua aula. Apesar de estar morrendo de curiosidade, teve de refreá-la e deixar para ler a mensagem, com calma, mais tarde.
Quando a aula terminou, foi até o jardim que ficava entre os prédios do campus e calmamente sentou-se para ler o email. Sua próxima turma seria só em trinta minutos.
Abriu o envelope e olhou a folha impressa que lá estava. O email estava em  inglês e o remetente era um  tal de Andries Van Persie, do Museu de História de Amsterdã.

“ Em  nome do Amsterdams Historisch Museum, temos a honra de convidá-la para uma visita ao nosso museu. Ficamos impressionados com o seu artigo, baseado em sua dissertação de mestrado,  a respeito da importância das invenções da Idade Média no mundo atual. Gostaríamos de discutir pessoalmente sobre o assunto.
Aguardamos seu contato para estabelecermos uma data, passagens e acomodações.
Respeitosamente,
Professor Andries Van Persie”
Conservator  van AHM

Isso sim é o que se chama de uma boa notícia, vibrou Filipa. Amsterdã... Exatamente o lugar certo para as investigações sobre a família. E com tudo pago, pelo que subentendera do email. O semestre já estava quase no fim... Será que o convite se manteria de pé até o início do próximo mês? Em seu íntimo estava saltitante. Nunca pensou que aquele artigo publicado num  periódico italiano quase desconhecido pudesse ter tanto alcance e depois de tanto tempo... Dois anos... Não importava. Tinha sido reconhecida como historiadora e era isso o que interessava.

 
1326 - No Condado de Hainaut...
 
Deitado na confortável cama, tentava conciliar o sono. Já era tarde, mas, apesar do cansaço físico, os pensamentos não o deixavam em paz. Lembrava-se de seu pai e de suas últimas palavras antes de partirem para a França.
“Meu filho, não acredite em tudo que falam ao meu respeito. O importante é que saibas que o amo, acima de tudo. Fique atento. São poucos aqueles em quem um rei pode confiar. Atualmente, só confio em você, Eduardo.”
Ainda podia sentir o seu abraço emocionado na despedida...
Infelizmente, apesar de amar seu pai, reconhecia que ele era um fraco. Deixara-se dominar pelo Parlamento e, agora, era dominado pelos Despenser, cujo patriarca mandava e desmandava livremente em seu país. Sua vida eram as festas e as caçadas. 
Durante a viagem, Isabella estivera sondando-o acerca da possibilidade dele assumir o trono real, caso o pai pedisse abdicação de sua coroa. Já deixara bem claro a ela que nada faria sem o consentimento de Eduardo II, seu pai.
Antes de ser vencido pelo cansaço e pelo sono, seus últimos pensamentos avançaram para aquele final de tarde, onde conheceu a misteriosa e  jovem  serva. Ela tinha uma vivacidade e um brilho nos olhos que ele jamais vira entre as damas da corte de Londres. Ansiava por reencontrá-la. Talvez no dia seguinte...

Na estrada para Hainaut, ao cair da tarde daquele dia...

O Verão chegara intenso naquele ano. A falta de chuva deixara as estradas ainda mais poeirentas. Mesmo assim, a paisagem era bela. Os campos, as árvores cobertas por folhas e frutos e suas sombras convidativas, os pequenos riachos que serpenteavam por toda a região. Tudo distraía os olhos do cansado mercador, que antes de tudo, era um apreciador da natureza.
Passara dois dias viajando, vindo de Brugges, a 90 quilômetros de distancia. Os animais  estavam cansados devido ao calor e ao pesado carregamento que lhes afligia no lombo.                              
O calor tornava-se insuportável. Não via a hora de retornar a Calais, onde poderia ficar  alguns dias, enquanto aguardava a nova remessa de fios e outras mercadorias encomendadas pelo conde de Namur. Faria sua entrega e partiria para o sul para atender outros clientes. Hainaut estava próximo. Lá, tinha como freguesa a bondosa Condessa Joana. Guardara para ela os mais lindos brocados e as últimas novidades em botões e rosários de coral feitos pelo pai do seu melhor amigo, Jean d’Aire. Também levava um mimo especial para a jovem Filipa. Esperava que, em breve, essa maratona de viagens tivessem um fim e pudesse ter empregados que fizessem por ele as compras comuns e as entregas fora da cidade. Ficaria em Calais apenas coordenando os negócios. Ainda teria que viajar, mas não com a frequência atual. Teria mais tempo para sua família. Preparava-se para isso há algum tempo. Seus clientes eram exigentes, mas pagavam bem e eram fiéis.
Diante da crescente concorrência, precisava estar sempre a procura de novidades. Pretendia ir a Paris na próxima estação para cuidar disso. Lá sempre encontrava inovações que interessavam seus compradores mais exigentes, principalmente as mulheres. 
Finalmente avistou as muralhas do castelo. Graças a Deus estava chegando antes do anoitecer. Temia os salteadores que viviam a espreita de boas cargas e que preferiam a noite para atacar.  Poderia refrescar-se e descansar para o encontro com a condessa no dia seguinte. Não seria muito desejável para suas vendas encontrar com um cliente no estado em que se encontrava... Roupas cobertas de poeira, fedendo a suor e o rosto cansado. Dirigiu-se para a pequena estalagem onde sempre ficava e onde tinha o seu quarto reservado. Depois de cuidar dos animais e guardar a mercadoria, lavou-se e foi saborear a farta refeição preparada pela esposa de seu amigo estalajadeiro. Após manter uma breve conversa, depois do jantar, pediu licença para retirar-se, a fim de repousar e preparar-se para o dia seguinte.
Eustache estava, então, com 38 anos. Casado com Flora, tinha dois filhos, com dez e oito anos. Conhecera a esposa em uma de suas inúmeras viagens, também na volta de Brugges. Ela era filha de um camponês, que o abrigara, certa vez, durante uma tempestade que o surpreendera próximo a Dunquerque. Era um dia muito frio e a chuva chegara sem aviso, pegando-o desprevenido, no meio da estrada. Achilles e sua família o acolheram bondosamente, cuidando dos animais e salvando sua mercadoria. O bom homem era viúvo e tinha cinco filhos, sendo que três eram mulheres em idade para casar. A mais velha, Flora, logo chamara sua atenção. Por ser a primogênita, acabara por substituir a mãe falecida, sendo a responsável pelo trabalho doméstico e cuidados com os irmãos. Tinha longos cabelos louros ondulados, que costumava prender trançados no alto da cabeça, e olhos cor-de-mel que o enfeitiçaram desde a primeira vez que cruzaram com o seu olhar. Tinha a beleza das jovens camponesas, com a face corada pelo sol, cores adquiridas na lida diária, ajudando a família no campo. Já estava passando da idade de casar, o que a tornava ligeiramente rabugenta, às vezes... Menos com Eustache, a quem tratou docemente desde o primeiro contato.
A casa de Achilles passou a fazer parte de seu roteiro habitual, lá passando para cumprimentar os amigos, deixar mimos e ver Flora mais uma vez.
Ao final de dois anos de visitas mensais, animou-se a pedi-la em casamento, fato já aguardado e muito bem recebido por seu pai, que quase já perdera as esperanças de arranjar um marido para a filha. O casamento realizou-se poucos meses após o pedido formal. Levou-a para morar na casa que dividia com seu pai, também viúvo, em Calais. A rabugice desapareceu e deu lugar a uma mulher satisfeita com sua vida e apaixonada por seu marido. Depois de 12 anos de vida em comum, continuava apaixonado por Flora, que era de uma candura imensa, trabalhadora e companheira fiel.
Repensava em toda sua vida, naquela noite em que o sono custava a chegar, quando chegou a uma decisão, já adiada por muito tempo. Assim que retornasse, contrataria alguém para substituí-lo nas viagens mais longas. Faria uma surpresa para Flora.

Mal o sol irradiou sua luz através das janelas do quarto, Eustache levantou-se animadamente, descansado e pronto para enfrentar o seu dia.
Colocou-se a caminho da residência da condessa, tão logo terminou de colocar as encomendas sobre um dos cavalos. Pretendia partir apenas na manhã seguinte, pois ainda teria algumas visitas a fazer nas proximidades do condado.
Lá chegando, foi informado de que haveria uma festa, naquela noite, em homenagem a rainha da Inglaterra e seu filho, o Príncipe Eduardo, que haviam chegado no dia anterior ao Condado.  Ficou excitado com essa notícia, pois se imaginou fazendo negócios com a “Loba de França”, como era sarcasticamente denominada por seus súditos ingleses.

- Bom dia, Eustache. Trouxe minhas encomendas? – perguntou a bela condessa Joana, que acabara de despedir-se de seu sobrinho, Eduardo, que  sairia para um passeio à cavalo. Apesar do pouco contato que tinham, gostava e admirava o jovem príncipe.
- Como me pediu, senhora. Está tudo aqui e mais algumas novidades para encantá-la um pouco – falou, enquanto descia os fardos do animal. 
- Will, ajude este bom homem com sua carga – Joana dirigiu-se a um dos jovens servos que passava por ali no momento.
- Obrigado, condessa.
Entraram por uma porta lateral, que dava acesso à sala íntima de Joana.  Eustache pode colocar sua carga no chão e começar a abri-la, sob o olhar atento e curioso da condessa.
Depois de entregar-lhe as encomendas, pegou uma pequena caixa feita de couro, que entregou nas mãos da condessa.
- Senhora, este é um pequeno mimo para a sua jovem filha, Filipa. É o meu modo de agradecer-lhe por continuar utilizando os meus serviços. Sou-lhe muitíssimo grato.
- Oh, senhor Eustache, não precisava se incomodar – falou enquanto abria a tampa da embalagem. Ao ver seu conteúdo, uma linda rede para cabelo, soltou uma discreta exclamação de admiração  – Que delicado... Por motivos como este é que o senhor é o meu mercador predileto. Só o senhor para preocupar-se em trazer presentes. Tenho certeza que Filipa vai adorar. Acho que vai querer usar no baile de hoje à noite.
 
(continua...)


Oi, meus leitores preferidos!! O que estão achando? Não sei se estou conseguindo colocar as duas histórias de maneira adequada para a leitura. Sei que ainda deve parecer estranho, mas a medida que o romance de 1326 for rolando, as coisas ficarão mais claras. Se tiverem alguma dúvida, falem por favor. Voces são o meu termometro e se acharem que tem alguma coisa que eu possa melhorar no texto, não deixem de comentar, viram?
Por falar nisso, não posso deixar de dividir com voces algo que me deixou muito feliz no dia de hoje(19/10). Foi a resenha feita pelo escritor e blogueiro, J.R.Viviani, do blog Vendedor de Ilusão, sobre o livro O Corsário Apaixonado. Deixo aqui o link para que voces possam saber a opiniao de J.R., que tem feito um valoroso trabalho divulgando novos autores nacionais, como eu, em seu blog. 
Todo o meu amor e carinho para a Nadja e para a Léia, minhas top comentaristas de sempre. Amo voces (será que eu já disse isso?)!!! :)
Um excelente final de semana para todos!
Beijos!



 
 

3 comentários:

  1. Que aventura estupenda amiga, pelo andar da carruagem esses comparações de gerações antigas e modernas vão chegar na nossa Filipa atual acertei? kkk Não acho que tenha acrescentar ou dimuinuir algo está ótimo o que acho que deveria ser o post mais longo pq é muita maldade esparar o final da semana... kkk (brincadeirinha)...

    Bom nem sei mais as palavras para usar em seu favor querida amiga, agradeço de coração pelas doces palavras citadas e quer saber vou dizer que você não falou antes que nos ama, assim você dirá mais vezes pois nunca é demais e sempre bem vindo. Amo muito você também só falta ter a chance de nós conheçer pessoalmente, já pensou uma excurssão com todas as meninas reunidas? tirar fotos, conversar melhor faz tempo que ninguém organiza algo do tipo. Mas voltando ao post como sempre sensacional querida.

    Super beijos, ótima semana!!

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  2. Oi, Léia querida!! Muito obrigada! Um encontro seria o máximo!É de se pensar sobre isso e, quem sabe, tornar realidade...Te amo!!! (não vou parar de repetir nunca!! rsrsrs) Um super beijo!!

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  3. Achar que tudo teria sido apenas uma grande coincidência é ter muito pensamento posi-tivo! Afff... Eu já estaria em cólicas!!!
    O convite para Amsterdã veio na hora certa, a Pipa vai poder pesquisar melhor sobre a origem do anel que – diga-se: lindo!
    Como são as coisas da vida: quando eu era criança, não gostava de pedras verdes, esme-raldas, não achava a menor graça. Agora, o meu gosto mudou, ando muito inclinada para essa cor, estranho né? Como a gente muda de gostos ao longo da vida!
    Estou adorando o enredo da Idade Média, principalmente o caso de Eustache e Flora, muito bonito esse encontro deles! Eustache parece ser um bom homem!
    Beijinhos

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