Foi quase impossível resistir à enorme variedade de pães e quitutes da cozinha mineira que estavam dispostos ao longo da mesa do bufê. Como estava acompanhada, Filipa optou pela parcimônia e decidiu provar apenas os pães de queijo, que ainda estavam quentes, e uma fatia dourada do bolo de fubá. Escolheu suco de laranja para beber.
Meio sem jeito, resolveu iniciar a conversa, depois de um gole de seu suco.
- O senhor deve saber que eu não tinha conhecimento da existência de minha tia. Meu pai nunca me falou dela. Por isso fiquei muito surpresa ao saber de sua morte e, principalmente, que eu era sua única herdeira.
- Sua tia tinha vários imóveis em Belo Horizonte, outros aqui mesmo em Ouro Preto, além da casa em que morava, uma soma considerável em poupança, aplicações em ações e alguma joias. Seus tios foram muito ricos, Filipa, mas a doença do Arruda consumiu uma boa parte da fortuna deles em tratamento médico e hospitalizações.
- Não me sinto muito bem em relação a tudo isso. Seria mais fácil se eu a conhecesse. Não sinto que tenha direito a todos esses bens.
- Era a vontade dela, Filipa.Ela deixou uma carta pessoal para você, além do testamento, que era para ser aberta após a sua morte.
- E onde está? – indagou com os olhos brilhando de curiosidade.
- Aqui comigo. Gostaria de ler agora?
- Prefiro ler quando estiver na casa dela. – Subitamente ficou animada com a possibilidade de conhecer melhor a tia de quem herdara o nome. – Já terminei o meu café. Podemos ir?
Meio sem jeito, resolveu iniciar a conversa, depois de um gole de seu suco.
- O senhor deve saber que eu não tinha conhecimento da existência de minha tia. Meu pai nunca me falou dela. Por isso fiquei muito surpresa ao saber de sua morte e, principalmente, que eu era sua única herdeira.
- Sua tia tinha vários imóveis em Belo Horizonte, outros aqui mesmo em Ouro Preto, além da casa em que morava, uma soma considerável em poupança, aplicações em ações e alguma joias. Seus tios foram muito ricos, Filipa, mas a doença do Arruda consumiu uma boa parte da fortuna deles em tratamento médico e hospitalizações.
- Não me sinto muito bem em relação a tudo isso. Seria mais fácil se eu a conhecesse. Não sinto que tenha direito a todos esses bens.
- Era a vontade dela, Filipa.Ela deixou uma carta pessoal para você, além do testamento, que era para ser aberta após a sua morte.
- E onde está? – indagou com os olhos brilhando de curiosidade.
- Aqui comigo. Gostaria de ler agora?
- Prefiro ler quando estiver na casa dela. – Subitamente ficou animada com a possibilidade de conhecer melhor a tia de quem herdara o nome. – Já terminei o meu café. Podemos ir?
Ficou boquiaberta ao constatar que a casa de sua tia era maior que o solar do hotel. Ficava numa esquina, próxima ao centro da cidade. As paredes estavam com a tinta descascando em alguns locais, mas isso não tirava a beleza do prédio em estilo colonial.
- Ela morava sozinha aqui?
- Tinha uma senhora que vinha duas vezes por semana para arrumar a casa. No resto do tempo ela permanecia só.
Dois homens surgiram, vindos do pátio lateral do casario.
- Bom dia! – saudou um deles.
- Bom dia. – saudou Vieira. Filipa ainda se recuperava do susto, tentando não demonstrar sua reação. Depois das histórias de assalto, ficara um pouco temerosa.
- Estes senhores são do cartório local e servirão de testemunhas na leitura e registro do testamento. – explicou Vieira.
- Ah, sim... – soltou um suspiro disfarçado.
Vieira tirou um molho de chaves do bolso e com uma delas abriu a porta de madeira.
- A casa foi arrombada? – perguntou buscando sinais de tal fato na fechadura nova.
- O vidro da porta da cozinha lá nos fundos foi quebrado e o ladrão conseguiu abrir o trinco por dentro. Tomei a iniciativa de trocar todas as fechaduras da casa. Não sabia se gostaria de ficar aqui, enquanto estivesse na cidade. Essas casas antigas não costumam primar pela segurança.
- Muito obrigada, mas pretendo continuar no hotel.
- Por favor, entre. A casa é sua. – disse ele gentilmente, sorrindo.
Um perfume adocicado de flores murchas invadiu as narinas de Filipa. À medida que Vieira abria as janelas do casarão, os raios de sol expunham a poeira acumulada, em forma de matéria suspensa e animada, e os móveis cobertos por lençóis. Antes de sentarem junto à mesa da sala de jantar, Vieira levou Filipa em um tour pela residência, enquanto ia retirando as coberturas de tecido, expondo a decoração. Mobília antiga, cortinas de voil, com bandôs de renda, que caíam pelas laterais, lampiões de parede e sobre as mesas das salas e dos quartos, coleções de porcelana e cristais que podiam ser vistos sobre aparadores e em cristaleiras de madeira trabalhada. Porta retratos com fotos de família, inclusive algumas suas, adornavam mesas de canto e a cômoda do quarto que pertencera a seus tios. Filipa sentia-se como se visitando um museu de época da colônia portuguesa. Estava encantada.
- Podemos ler o testamento agora? Depois a deixarei a vontade para que possa verificar a casa e seus pertences com cuidado.
- Podemos sim. Desculpe...
Depois de acomodados em torno da mesa, Vieira assumiu uma pose mais formal que a adotada normalmente, abriu a sua inseparável maleta de couro marrom e dela retirou uma pasta de papelão verde, onde constava o nome de sua tia em uma etiqueta branca.
Ao final da leitura, o registro da leitura do testamento foi assinado por Vieira, pelas duas testemunhas e por Filipa.
Os dois funcionários do cartório se despediram e saíram de volta para suas funções normais de trabalho.
Filipa ainda estava imersa em pensamentos, sentada na mesa, quando foi despertada por Vieira.
- Alguma dúvida? – perguntou em tom bem humorado, notando o choque que as quantias em dinheiro e os bens de Dona Filipa Vasconcelos Arruda haviam provocado em sua nova cliente.
- Todas... – disse recuperando-se do teor das informações recebidas. – O que eu faço agora?
- O que quiser. É tudo seu... Para vender, alugar, aplicar, ou o que desejar. Se precisar de conselhos, conte comigo. A propósito, as joias citadas no testamento estão num cofre de banco em Belo Horizonte. Aconselhei sua tia a deixá-las lá por não confiar muito na segurança dos bancos daqui, principalmente quando ela afirmou que não as usaria mais. Quando voltarmos a Belo Horizonte, eu a levarei até lá. O número da caixa, bem como a chave para abri-la estão em meu poder. Era para o caso de Dona Filipa esquecer. Ela costumava não dar muito valor às coisas materiais, por isso era um pouco descuidada em relação a isso.
- Ela confiava muito no senhor.
- Como disse, eu era muito amigo do marido dela. – disse visivelmente emocionado. – Nos conhecíamos de longa data.
- Muito obrigada... – agradeceu comovida.
- Vou deixá-la sozinha para que possa pensar e dar uma olhada na casa. Nada foi retirado daqui. A única pessoa que entrou depois da morte de sua tia, além de mim e dos policiais que fizeram a perícia do local, foi a senhora que costumava faxinar a casa. Eu pedi a ela que arrumasse a desordem provocada pelo invasor.
- Está bem...
- Eu posso levá-la de volta ao hotel em... Duas horas?
- Se o senhor não se importar, será que posso ficar com a chave? Quando terminar, gostaria de dar uma caminhada pela cidade para espairecer um pouco.
- Estarei a sua disposição. – Retirou um cartão de um dos bolsos do casaco. – Aqui tem o número do meu celular. Ligue para conversar ou esclarecer suas dúvidas. Caso contrário, estarei amanhã cedo no hotel para que possamos voltar para Belo Horizonte. Iremos ao banco. Lembre-se que nada precisa ser resolvido de imediato. Tudo passará automaticamente para o seu nome. Terá que assinar mais alguns papéis e só. Os imóveis estão com uma administradora, que aguardará o seu comando. Até lá, tudo continuará como está. E, antes que me esqueça, aqui está a carta deixada por Dona Filipa.
- Obrigada, mais uma vez... – Segurou o envelope branco com o seu nome escrito em uma elegante caligrafia cursiva.
Ainda aturdida, despediu-se do competente advogado, voltando o olhar para a carta em suas mãos. Abriu o envelope e retirou uma fina folha de papel.
- Ela morava sozinha aqui?
- Tinha uma senhora que vinha duas vezes por semana para arrumar a casa. No resto do tempo ela permanecia só.
Dois homens surgiram, vindos do pátio lateral do casario.
- Bom dia! – saudou um deles.
- Bom dia. – saudou Vieira. Filipa ainda se recuperava do susto, tentando não demonstrar sua reação. Depois das histórias de assalto, ficara um pouco temerosa.
- Estes senhores são do cartório local e servirão de testemunhas na leitura e registro do testamento. – explicou Vieira.
- Ah, sim... – soltou um suspiro disfarçado.
Vieira tirou um molho de chaves do bolso e com uma delas abriu a porta de madeira.
- A casa foi arrombada? – perguntou buscando sinais de tal fato na fechadura nova.
- O vidro da porta da cozinha lá nos fundos foi quebrado e o ladrão conseguiu abrir o trinco por dentro. Tomei a iniciativa de trocar todas as fechaduras da casa. Não sabia se gostaria de ficar aqui, enquanto estivesse na cidade. Essas casas antigas não costumam primar pela segurança.
- Muito obrigada, mas pretendo continuar no hotel.
- Por favor, entre. A casa é sua. – disse ele gentilmente, sorrindo.
Um perfume adocicado de flores murchas invadiu as narinas de Filipa. À medida que Vieira abria as janelas do casarão, os raios de sol expunham a poeira acumulada, em forma de matéria suspensa e animada, e os móveis cobertos por lençóis. Antes de sentarem junto à mesa da sala de jantar, Vieira levou Filipa em um tour pela residência, enquanto ia retirando as coberturas de tecido, expondo a decoração. Mobília antiga, cortinas de voil, com bandôs de renda, que caíam pelas laterais, lampiões de parede e sobre as mesas das salas e dos quartos, coleções de porcelana e cristais que podiam ser vistos sobre aparadores e em cristaleiras de madeira trabalhada. Porta retratos com fotos de família, inclusive algumas suas, adornavam mesas de canto e a cômoda do quarto que pertencera a seus tios. Filipa sentia-se como se visitando um museu de época da colônia portuguesa. Estava encantada.
- Podemos ler o testamento agora? Depois a deixarei a vontade para que possa verificar a casa e seus pertences com cuidado.
- Podemos sim. Desculpe...
Depois de acomodados em torno da mesa, Vieira assumiu uma pose mais formal que a adotada normalmente, abriu a sua inseparável maleta de couro marrom e dela retirou uma pasta de papelão verde, onde constava o nome de sua tia em uma etiqueta branca.
Ao final da leitura, o registro da leitura do testamento foi assinado por Vieira, pelas duas testemunhas e por Filipa.
Os dois funcionários do cartório se despediram e saíram de volta para suas funções normais de trabalho.
Filipa ainda estava imersa em pensamentos, sentada na mesa, quando foi despertada por Vieira.
- Alguma dúvida? – perguntou em tom bem humorado, notando o choque que as quantias em dinheiro e os bens de Dona Filipa Vasconcelos Arruda haviam provocado em sua nova cliente.
- Todas... – disse recuperando-se do teor das informações recebidas. – O que eu faço agora?
- O que quiser. É tudo seu... Para vender, alugar, aplicar, ou o que desejar. Se precisar de conselhos, conte comigo. A propósito, as joias citadas no testamento estão num cofre de banco em Belo Horizonte. Aconselhei sua tia a deixá-las lá por não confiar muito na segurança dos bancos daqui, principalmente quando ela afirmou que não as usaria mais. Quando voltarmos a Belo Horizonte, eu a levarei até lá. O número da caixa, bem como a chave para abri-la estão em meu poder. Era para o caso de Dona Filipa esquecer. Ela costumava não dar muito valor às coisas materiais, por isso era um pouco descuidada em relação a isso.
- Ela confiava muito no senhor.
- Como disse, eu era muito amigo do marido dela. – disse visivelmente emocionado. – Nos conhecíamos de longa data.
- Muito obrigada... – agradeceu comovida.
- Vou deixá-la sozinha para que possa pensar e dar uma olhada na casa. Nada foi retirado daqui. A única pessoa que entrou depois da morte de sua tia, além de mim e dos policiais que fizeram a perícia do local, foi a senhora que costumava faxinar a casa. Eu pedi a ela que arrumasse a desordem provocada pelo invasor.
- Está bem...
- Eu posso levá-la de volta ao hotel em... Duas horas?
- Se o senhor não se importar, será que posso ficar com a chave? Quando terminar, gostaria de dar uma caminhada pela cidade para espairecer um pouco.
- Estarei a sua disposição. – Retirou um cartão de um dos bolsos do casaco. – Aqui tem o número do meu celular. Ligue para conversar ou esclarecer suas dúvidas. Caso contrário, estarei amanhã cedo no hotel para que possamos voltar para Belo Horizonte. Iremos ao banco. Lembre-se que nada precisa ser resolvido de imediato. Tudo passará automaticamente para o seu nome. Terá que assinar mais alguns papéis e só. Os imóveis estão com uma administradora, que aguardará o seu comando. Até lá, tudo continuará como está. E, antes que me esqueça, aqui está a carta deixada por Dona Filipa.
- Obrigada, mais uma vez... – Segurou o envelope branco com o seu nome escrito em uma elegante caligrafia cursiva.
Ainda aturdida, despediu-se do competente advogado, voltando o olhar para a carta em suas mãos. Abriu o envelope e retirou uma fina folha de papel.
“Minha querida sobrinha Filipa,
Quando leres essa carta, certamente já não estarei nesse mundo. Uma das poucas mágoas que levo comigo é o fato de não ter acompanhado de perto o seu crescimento e a sua transformação na bela jovem que é hoje. Graças a sua mãe, a quem sempre admirei muito, tive a alegria de vê-la através de fotos, ao longo desses anos. Mesmo estando separadas, sempre a imaginei como se fosse minha filha de coração, já que a minha amada Alice se foi desse mundo muito cedo.
Bem, não quero falar de tristezas.
Já deves estar a par de que a deixei como minha única herdeira. É uma pequena demonstração do meu afeto por você. Trocaria todos esses bens materiais pela convivência junto a ti e aos teus pais.
Outro dos motivos para eu escrever essas linhas é para falar a respeito de uma tradição entre as mulheres de nossa família, especialmente entre as primogênitas de cada geração. É uma história muito antiga, que data de muitos séculos atrás, quando um de nossos antepassados veio da Holanda, trazendo consigo uma esmeralda. Essa pedra, segundo o que me foi passado, foi presente de uma rainha ou princesa, de nome Filipa. Segundo a tradição, nosso nome foi dado em homenagem a ela, passando de geração em geração em agradecimento à bondade dessa mulher. A pedra se tornou uma espécie de talismã de boa sorte para a família. Minha mãe não sabia explicar detalhes, pois datam de muito tempo atrás. Sempre tive curiosidade de me aprofundar um pouco mais na origem dessa tradição, pois certamente os fatos que a geraram devem ter sido muito intensos, a ponto de manter seus reflexos por tanto tempo. Quem sabe, você como historiadora, não consegue reavivar a memória de nossa família? Não quero ser eu a quebrar laços tão fortes. Por isso deixo com você a incumbência de possuir a esmeralda que deu origem a tudo isso, colocada em um anel algumas gerações atrás, e, num futuro distante, se assim desejares, passá-la para a próxima primogênita, que deverá levar o nome de Filipa, assim como nós duas.
Como último pedido, gostaria que teu pai, meu único irmão, Artur, soubesse que nunca deixei de amá-lo e que meus pensamentos nunca o abandonaram. Que ele pense em mim com carinho e sem culpas.
Minha sobrinha, espero que um dia me perdoe por não ter feito parte da sua vida.
Com amor,
Filipa”
Bem, não quero falar de tristezas.
Já deves estar a par de que a deixei como minha única herdeira. É uma pequena demonstração do meu afeto por você. Trocaria todos esses bens materiais pela convivência junto a ti e aos teus pais.
Outro dos motivos para eu escrever essas linhas é para falar a respeito de uma tradição entre as mulheres de nossa família, especialmente entre as primogênitas de cada geração. É uma história muito antiga, que data de muitos séculos atrás, quando um de nossos antepassados veio da Holanda, trazendo consigo uma esmeralda. Essa pedra, segundo o que me foi passado, foi presente de uma rainha ou princesa, de nome Filipa. Segundo a tradição, nosso nome foi dado em homenagem a ela, passando de geração em geração em agradecimento à bondade dessa mulher. A pedra se tornou uma espécie de talismã de boa sorte para a família. Minha mãe não sabia explicar detalhes, pois datam de muito tempo atrás. Sempre tive curiosidade de me aprofundar um pouco mais na origem dessa tradição, pois certamente os fatos que a geraram devem ter sido muito intensos, a ponto de manter seus reflexos por tanto tempo. Quem sabe, você como historiadora, não consegue reavivar a memória de nossa família? Não quero ser eu a quebrar laços tão fortes. Por isso deixo com você a incumbência de possuir a esmeralda que deu origem a tudo isso, colocada em um anel algumas gerações atrás, e, num futuro distante, se assim desejares, passá-la para a próxima primogênita, que deverá levar o nome de Filipa, assim como nós duas.
Como último pedido, gostaria que teu pai, meu único irmão, Artur, soubesse que nunca deixei de amá-lo e que meus pensamentos nunca o abandonaram. Que ele pense em mim com carinho e sem culpas.
Minha sobrinha, espero que um dia me perdoe por não ter feito parte da sua vida.
Com amor,
Filipa”
Com lágrimas nos olhos, Filipa continuou a fitar a carta onde a letra de sua tia descansava em belos floreios. Gostaria muito de tê-la conhecido. Ainda secando o rosto com a palma da mão, começou a caminhar e olhar com mais cuidado tudo que estava ali. Entristecia-se com a ideia de vender, mas não tinha ideia do que fazer com tudo aquilo. Móveis e utensílios que faziam parte de lembranças de uma vida inteira não deveriam ser descartados com facilidade. Talvez seu pai pudesse orientá-la a esse respeito.
O resto da manhã, Filipa passou vendo fotos de família, lembranças de viagens, cartas apaixonadas entre seus tios, onde descobriu que os pais dela, seus avós, não aprovavam o casamento deles, por algumas rixas antigas. Talvez esse fosse um dos motivos da desavença entre seu pai e o tio Arruda. Agora já não importava mais.
Cansada de bisbilhotar, fechou o casario, verificando se todas as portas estavam bem trancadas, e saiu a passear pelas ruas estreitas de Ouro Preto. Não percebeu que dois olhos atentos, por trás de óculos escuros, a observavam.
À tarde, sentou-se numa espécie de lanchonete para comer alguma coisa e, enquanto esperava, abriu a carta da tia para ler mais uma vez. Dessa vez focou o nome da rainha ou princesa que teria dado a pedra para seu antepassado. Filipa. Tinha conhecimento apenas de duas rainhas, que viveram durante o período da Idade Média, porém nenhuma delas era holandesa. Uma era inglesa, Filipa de Lencastre, casada com D. João I de Portugal, e a outra era Filipa de Hainaut, esposa de Eduardo III, da Inglaterra. No entanto, não conseguia lembrar de nenhum episódio onde uma esmeralda teria sido dada a alguém. Como disse sua tia na carta, seria interessante buscar a origem dessa tradição tão arraigada e antiga.
Voltou para o hotel a tempo de presenciar o por do sol atrás das colinas em torno da cidade. Um espetáculo inesquecível.
O resto da manhã, Filipa passou vendo fotos de família, lembranças de viagens, cartas apaixonadas entre seus tios, onde descobriu que os pais dela, seus avós, não aprovavam o casamento deles, por algumas rixas antigas. Talvez esse fosse um dos motivos da desavença entre seu pai e o tio Arruda. Agora já não importava mais.
Cansada de bisbilhotar, fechou o casario, verificando se todas as portas estavam bem trancadas, e saiu a passear pelas ruas estreitas de Ouro Preto. Não percebeu que dois olhos atentos, por trás de óculos escuros, a observavam.
À tarde, sentou-se numa espécie de lanchonete para comer alguma coisa e, enquanto esperava, abriu a carta da tia para ler mais uma vez. Dessa vez focou o nome da rainha ou princesa que teria dado a pedra para seu antepassado. Filipa. Tinha conhecimento apenas de duas rainhas, que viveram durante o período da Idade Média, porém nenhuma delas era holandesa. Uma era inglesa, Filipa de Lencastre, casada com D. João I de Portugal, e a outra era Filipa de Hainaut, esposa de Eduardo III, da Inglaterra. No entanto, não conseguia lembrar de nenhum episódio onde uma esmeralda teria sido dada a alguém. Como disse sua tia na carta, seria interessante buscar a origem dessa tradição tão arraigada e antiga.
Voltou para o hotel a tempo de presenciar o por do sol atrás das colinas em torno da cidade. Um espetáculo inesquecível.
No dia seguinte, levantou cedo e mais disposta. Decidira investigar a história de Filipa e de seus antepassados. Em sua volta a Porto Alegre começaria sua pesquisa na Biblioteca da UFRGS que tinha convenio com as melhores bibliotecas do mundo.
- Parece que está mais animada hoje, Filipa. – notou Vieira ao chegar na recepção do hotel . – Parece que o passeio pela cidade ontem lhe fez bem.
- Acho que sim, Dr.Vieira.
Fez seu checkout e partiram de volta a Belo Horizonte.
- Parece que está mais animada hoje, Filipa. – notou Vieira ao chegar na recepção do hotel . – Parece que o passeio pela cidade ontem lhe fez bem.
- Acho que sim, Dr.Vieira.
Fez seu checkout e partiram de volta a Belo Horizonte.
Quando terminaram os tramites burocráticos para a abertura de sua conta, Filipa foi levada para o setor de cofres. Ficou impressionada com as medidas de segurança do banco onde as joias de Tia Filipa estavam guardadas. Parecia uma daquelas cenas de filme em que o cliente é colocado em uma sala privativa para pegar a sua caixa e deixado a sós para satisfazer-se verificando seus valiosos pertences. Foi exatamente o que aconteceu. A caixa foi trazida pelo gerente e Filipa foi levada até um cubículo onde havia apenas uma mesa e uma cadeira. Vieira entregou-lhe a chave e ambos saíram, deixando-a sozinha.
Com cuidado, abriu o recipiente de metal. Lá dentro havia uma espécie de bolsa de veludo retangular. Desdobrou-a duas vezes e prendeu a respiração ao ver seu conteúdo. Entre anéis de brilhante, um colar e brincos de pérolas e algumas pulseiras e colares de ouro, uma joia se sobressaía. Era um anel de ouro branco com uma enorme esmeralda, retangular, medindo em torno de 4x3 cm, finamente lapidada e deitada sobre um berço de pequenos brilhantes. Aquela devia, sem dúvida alguma, ser a pedra que a tia citara na carta. Ela era impressionante. Surgiu em sua mente a pergunta de qual teria sido o motivo para uma rainha dar uma pedra daquele quilate a alguém.... Sua curiosidade deu pulos. Enquanto seus olhos observavam as joias dispostas a sua frente pensava onde usaria algo como aquilo. Seria um risco levá-las para Porto Alegre. Quem lhe garantiria que alguém no próprio banco não saberia que o seu cofre fora esvaziado e desse essa informação para algum bandido? Já vira algo semelhante num filme... Então surgiu uma ideia.
Condado de Hainaut |
"Era o verão de 1326, e estavam no condado de Hainaut.
A viagem havia sido longa e cansativa. Eduardo apenas sonhava com o momento em que poderia deitar-se numa cama de verdade e dormir. O sono também o levaria para longe de suas atuais preocupações. Os planos sombrios de sua mãe, Isabella. Não queria acreditar que ela pudesse estar arquitetando algum tipo de hostilidade contra seu pai. Gostaria de ter o poder de neutralizá-la, antes que o pior acontecesse. Infelizmente, ainda não possuía este tipo de domínio.
Desde que saiu de Windsor, no final do ano anterior, com a desculpa de visitar seu tio Carlos, na França, sua mãe já demonstrara por diversas vezes o desprezo que sentia pelo marido. Inclusive presenciara cenas nada convenientes a uma mulher casada junto ao tal de Mortimer. Como ele odiava aquele homem...
Finalmente avistaram o castelo do primo Guilherme. A pedido de Isabella, Eduardo acompanhou os homens da guarda pessoal até as estrebarias, onde os cavalos seriam alimentados e banhados.
“O que será que ela está tramando agora, para querer me afastar da conversa inicial com o primo?”, mergulhava em pensamentos o jovem príncipe.
Foi quando, entre os cavalos da propriedade, avistou uma jovem esguia, de cabelos dourados, rosto angelical, adornado por lindos olhos azuis, vestida com roupas simples. Ela encontrava-se ao lado de um animal, aparentemente doente, a dedicar-lhe cuidados e palavras carinhosas. Nem notou quando o rapaz aproximou-se do curral onde ela estava, distraída.
- Pobrezinho... Você tem que reagir... Prometo que venho, pessoalmente, dar-lhe uma farta ração, todos os dias – murmurava baixinho, próximo ao ouvido do cavalo, que parecia entender o que a jovem dizia, pois lançava um olhar comovido em sua direção. Apesar disso, as forças pareciam esvair-se do belo espécime.
- O que houve com ele? – perguntou Eduardo, curioso com a cena comovente e ansioso por conhecer melhor a menina.
Ao ouvir aquela voz rouca e potente, apesar da tenra idade de seu portador, ela estremeceu e soltou uma exclamação assustada. Levantou-se de súbito, com o rosto ruborizado, o que a deixou mais atraente. Fez menção de fugir, mas viu-se encurralada entre o rapaz e a cerca atrás de si.
- Calma! Não precisa ter medo de mim. Apenas fiz uma pergunta. Eu também gosto muito de animais. Ele está doente? – fez a pergunta com cuidado, tentando tranquilizá-la.
A garota pareceu agradar-se do que ouvira. “Se ele gosta de animais, não deve ser má pessoa...”, pensou. Antes de resolver-se a responder, prestou mais atenção na figura que se apresentava diante dela. Ele parecia ter mais ou menos a mesma idade que ela. Era bonito, de traços nobres, alto e elegante, com cabelos escuros ondulados e olhos castanho-claros que a olhavam intensamente e a faziam sentir uma fraqueza nos joelhos, nunca antes percebida. Mas isto, ela não o deixaria perceber.
- É... Ele está doente há três dias. Acho que comeu alguma planta venenosa.
- Que pena... É um lindo espécime – disse, abaixando-se para poder acarinhar o animal. Imaginou que este gesto o aproximaria mais da jovem.
Sentindo-se mais segura, ela voltou a sua posição anterior junto ao enfermo e falou:
- Quem é você? De onde você veio? Eu nunca o havia visto por aqui...
- Meu nome é Eduardo. Venho da Inglaterra. Cheguei a pouco com minha mãe. Somos primos do dono deste castelo. Você trabalha aqui?
Ela sorriu e, com olhar maroto, respondeu:
- Sim. Aqui nas estrebarias.
- Você é muito bonita para ficar aqui no meio dos animais. Deveria estar fazendo companhia a Condessa Joana, no interior do castelo – galanteou, pensando em como poderia conseguir a confiança da bela serva e... Quem sabe? Tinha pouca prática com mulheres, mas muita vontade de compartilhar dos prazeres carnais com elas. Pena esta ser tão jovem e provavelmente sem experiência.
- E você é muito ousado para uma criança – disse ela, soltando uma deliciosa gargalhada.
- Eu não sou criança! – esbravejou Eduardo, sentindo o sangue subir-lhe a cabeça. Pegou-a firmemente pelo braço e continuou – Quem você pensa que é para falar comigo desta maneira? Eu sou o herdeiro do trono inglês e você não passa de uma serva!
Ainda rindo, gostando de ver a reação que provocara no rapaz, conseguiu desvencilhar-se da mão vigorosa que a prendia e falou:
- Herdeiro do rei ou não, isto não lhe dá o direito de me cortejar ao seu bel prazer ou de segurar-me como se eu fosse uma qualquer.
Eduardo estava furioso com o modo como aquela empregada o estava tratando, quando ouviu algumas risadas de outros servos que estavam próximos.
Aproveitando este instante de distração do rapaz, ela o empurrou para trás, fazendo com que ele caísse desajeitadamente sobre as palhas do curral, ao lado do cavalo, e saiu correndo, rindo. Antes que Eduardo pudesse reagir e colocar-se de pé para persegui-la, ela desapareceu como por encanto.
Levantou-se, ainda muito irritado pela arrogância da garota. Olhou para os homens que estavam a rir, com um olhar gélido, que os fez calar. Porém, logo percebeu o ridículo da situação, mas segurou a vontade de rir de si próprio diante dos serviçais. Achou que estava na hora de encontrar os primos no interior da residência. Sua mãe já tivera tempo suficiente de lançar seus venenos. Realmente estava precisando de um banho e de um bom repouso. Mais tarde daria um jeito de achar aquela atrevida e dar-lhe uma boa lição.
A viagem havia sido longa e cansativa. Eduardo apenas sonhava com o momento em que poderia deitar-se numa cama de verdade e dormir. O sono também o levaria para longe de suas atuais preocupações. Os planos sombrios de sua mãe, Isabella. Não queria acreditar que ela pudesse estar arquitetando algum tipo de hostilidade contra seu pai. Gostaria de ter o poder de neutralizá-la, antes que o pior acontecesse. Infelizmente, ainda não possuía este tipo de domínio.
Desde que saiu de Windsor, no final do ano anterior, com a desculpa de visitar seu tio Carlos, na França, sua mãe já demonstrara por diversas vezes o desprezo que sentia pelo marido. Inclusive presenciara cenas nada convenientes a uma mulher casada junto ao tal de Mortimer. Como ele odiava aquele homem...
Finalmente avistaram o castelo do primo Guilherme. A pedido de Isabella, Eduardo acompanhou os homens da guarda pessoal até as estrebarias, onde os cavalos seriam alimentados e banhados.
“O que será que ela está tramando agora, para querer me afastar da conversa inicial com o primo?”, mergulhava em pensamentos o jovem príncipe.
Foi quando, entre os cavalos da propriedade, avistou uma jovem esguia, de cabelos dourados, rosto angelical, adornado por lindos olhos azuis, vestida com roupas simples. Ela encontrava-se ao lado de um animal, aparentemente doente, a dedicar-lhe cuidados e palavras carinhosas. Nem notou quando o rapaz aproximou-se do curral onde ela estava, distraída.
- Pobrezinho... Você tem que reagir... Prometo que venho, pessoalmente, dar-lhe uma farta ração, todos os dias – murmurava baixinho, próximo ao ouvido do cavalo, que parecia entender o que a jovem dizia, pois lançava um olhar comovido em sua direção. Apesar disso, as forças pareciam esvair-se do belo espécime.
- O que houve com ele? – perguntou Eduardo, curioso com a cena comovente e ansioso por conhecer melhor a menina.
Ao ouvir aquela voz rouca e potente, apesar da tenra idade de seu portador, ela estremeceu e soltou uma exclamação assustada. Levantou-se de súbito, com o rosto ruborizado, o que a deixou mais atraente. Fez menção de fugir, mas viu-se encurralada entre o rapaz e a cerca atrás de si.
- Calma! Não precisa ter medo de mim. Apenas fiz uma pergunta. Eu também gosto muito de animais. Ele está doente? – fez a pergunta com cuidado, tentando tranquilizá-la.
A garota pareceu agradar-se do que ouvira. “Se ele gosta de animais, não deve ser má pessoa...”, pensou. Antes de resolver-se a responder, prestou mais atenção na figura que se apresentava diante dela. Ele parecia ter mais ou menos a mesma idade que ela. Era bonito, de traços nobres, alto e elegante, com cabelos escuros ondulados e olhos castanho-claros que a olhavam intensamente e a faziam sentir uma fraqueza nos joelhos, nunca antes percebida. Mas isto, ela não o deixaria perceber.
- É... Ele está doente há três dias. Acho que comeu alguma planta venenosa.
- Que pena... É um lindo espécime – disse, abaixando-se para poder acarinhar o animal. Imaginou que este gesto o aproximaria mais da jovem.
Sentindo-se mais segura, ela voltou a sua posição anterior junto ao enfermo e falou:
- Quem é você? De onde você veio? Eu nunca o havia visto por aqui...
- Meu nome é Eduardo. Venho da Inglaterra. Cheguei a pouco com minha mãe. Somos primos do dono deste castelo. Você trabalha aqui?
Ela sorriu e, com olhar maroto, respondeu:
- Sim. Aqui nas estrebarias.
- Você é muito bonita para ficar aqui no meio dos animais. Deveria estar fazendo companhia a Condessa Joana, no interior do castelo – galanteou, pensando em como poderia conseguir a confiança da bela serva e... Quem sabe? Tinha pouca prática com mulheres, mas muita vontade de compartilhar dos prazeres carnais com elas. Pena esta ser tão jovem e provavelmente sem experiência.
- E você é muito ousado para uma criança – disse ela, soltando uma deliciosa gargalhada.
- Eu não sou criança! – esbravejou Eduardo, sentindo o sangue subir-lhe a cabeça. Pegou-a firmemente pelo braço e continuou – Quem você pensa que é para falar comigo desta maneira? Eu sou o herdeiro do trono inglês e você não passa de uma serva!
Ainda rindo, gostando de ver a reação que provocara no rapaz, conseguiu desvencilhar-se da mão vigorosa que a prendia e falou:
- Herdeiro do rei ou não, isto não lhe dá o direito de me cortejar ao seu bel prazer ou de segurar-me como se eu fosse uma qualquer.
Eduardo estava furioso com o modo como aquela empregada o estava tratando, quando ouviu algumas risadas de outros servos que estavam próximos.
Aproveitando este instante de distração do rapaz, ela o empurrou para trás, fazendo com que ele caísse desajeitadamente sobre as palhas do curral, ao lado do cavalo, e saiu correndo, rindo. Antes que Eduardo pudesse reagir e colocar-se de pé para persegui-la, ela desapareceu como por encanto.
Levantou-se, ainda muito irritado pela arrogância da garota. Olhou para os homens que estavam a rir, com um olhar gélido, que os fez calar. Porém, logo percebeu o ridículo da situação, mas segurou a vontade de rir de si próprio diante dos serviçais. Achou que estava na hora de encontrar os primos no interior da residência. Sua mãe já tivera tempo suficiente de lançar seus venenos. Realmente estava precisando de um banho e de um bom repouso. Mais tarde daria um jeito de achar aquela atrevida e dar-lhe uma boa lição.
- Ora, ora, não me diga que este é Eduardo? – indagou o Conde de Asvernes, com um sorriso franco, estampado na face rosada e bonachona, ao ver o filho da prima de sua esposa entrar na sala de armas, onde estava reunido com Isabella e Joana, sua esposa. – Venha cá, meu jovem! Deixe-me vê-lo mais de perto.
Assim que Eduardo aproximou-se para cumprimentar Guilherme formalmente, recebeu um forte abraço deste, o que o deixou deveras surpreso, pois não estava acostumado a este tipo de tratamento na corte. De qualquer maneira, gostou do modo de ser, alegre e franco, do conde.
- Vocês devem estar exaustos. Já estão na estrada há muitos dias. Joana vai mandar preparar-lhes um banho e mostrar seus aposentos. Espero que a sua estada seja benéfica ao corpo e a mente – disse esta última frase olhando mais intensamente para Isabella, que por sua vez, fez que não havia notado a indireta do primo – Descansem, pois amanhã faremos uma pequena recepção em sua homenagem.
- Por favor, Guilherme, não queremos chamar muita a atenção. Acho que já deixei bem claras as minhas intenções enquanto estiver desfrutando de sua hospitalidade.
- Não se preocupe. Não vou interferir nas suas “férias”. Mas não há nada de mal em um pouco de diversão, música e dança. Você não acha, Eduardo?
- Claro, primo, será muito bom poder ouvir um pouco de música. Estou com saudades das festas promovidas por meu pai no Palácio de Westminster.
- Por favor, sigam-me. Vou levá-los à ala norte, onde ficarão mais confortavelmente acomodados – solicitou Joana aos convidados.
Eduardo ficou tentado, diante do clima de informalidade, a perguntar a respeito da garota das estrebarias, mas resolveu manter silencio e resolver aquilo por sua própria conta.
Após o banho, permaneceu em seu quarto, aceitando apenas uma refeição leve, lá mesmo. Sentia-se muito cansado. Além disso, não tinha vontade de encontrar sua mãe e acabar por discutir mais uma vez a situação de sua família."
(continua...)
FELIZ DIA DAS CRIANÇAS!!!
Este capítulo incrementado, iniciando a história que se passa na Idade Média, é o meu presente para vocês. Espero que gostem...
Como estão vendo, a partir de agora teremos uma história paralela mostrando as origens da esmeralda que Filipa herdou da tia e que ela ainda não conhece.
Um beijo carinhoso a todos e um ótimo feriado!
Oi Rô!!
ResponderExcluirSempre que me programei pra ir a Ouro Preto acontecia algo e eu acabava não indo, mas depois desse teu romance fiquei ainda mais curiosa pra conhecer essa cidade linda e histórica!
Que emoção deve ter sentido a Filipa ao ler a carta de sua tia, ter sabido como ela sofreu com a separação da família e por não ter podido acompanhar o crescimento da sobrinha, uma pena.
Estou muito curiosa pra ler o desenrolar dessa estória Rô, principalmente agora que você já começou a desvendar os segredos que envolvem a esmeralda, e que esmeralda, fiquei imaginando o anel que você descreveu, deve ser lindo!!
Beijos amiga querida!!!!
Oi, amadinha!! Que bom ler o teu comentário! Prometo que no próximo capítulo vou colocar a foto do anelzinho que a tia deixou para a Filipa. Esqueci de colocar nesse... É a idade...rsrsrs
ExcluirBeijos, querida!!
Viu só minha amiga querida porque somos sua fã? E a cada dia surgem mais seguidoras deslumbradas com suas autorias? Você consegue estremecer nossas bases com seus contos, a cada palavra, detalhes e agora com essa mescla só pode dar mais do que certo. Está incrível minha amada, mal posso esperar o que mais vem por ai. Você é uma brilhante caixinha de surpresas.
ResponderExcluirBeijão com carinho!!
Léia, minha linda! Não tens ideia de como é maravilhoso ter amigas como voces, que me apoiam e estimulam dessa maneira. Às vezes, penso em desistir dessa loucura de escrever, mas quando leio esses comentários, uma nova força vem lá de dentro e eu continuo. Muito obrigada por fazer parte da minha vida e me "obrigar" a continuar o sonho.
ResponderExcluirBeijo!
Me metendo no comentário: Não ouse deixar de postar dona Rosane! agora que estamos viciadas seria muita crueldade!
ExcluirTeus romances são lindos Rô e se isso é loucura, então é uma loucura maravilhosa!
Beijosssss!!!!!
É por isso que eu amo voces!! Milhões de beijos!!
ExcluirDesculpe a intromissão, mas querida amiga Rosane, se vc tentar parar de escrever, vamos fazer uma intervenção gerryana contigo! Te levaremos a alguma cidade tranquila, com grandes montanhas que lembrem a Escócia (ploft) e lhe deixaremos lá, em uma casa repleta de comidas e bebidas bem gostosas e munida com papel, caneta e notebook. Vc ficará nessa reabilitação até que nova história seja escrita por você... hehehe
ExcluirBrincadeiras à parte: olha, Rô, por vezes, a falta de tempo e vicissitudes da vida nos deixam sem fôlego, cansadas mesmo. Contudo, jamais deixe de escrever, vc o faz tão bem e gosta tanto! Esse é um dom nato que vc está pondo para fora agora, ainda há muito para ser criado por você.
Jamais duvide de sua capacidade e seu talento, saiba que vc é uma ótima escritora, seus contos são lindos e fáceis de serem lidos, vc escreve de uma forma que dá vontade de não parar de ler, é muito bom mesmo!
Beijinhos
Mas essa Pipa não é boba não! A danada optou por pão de queijo, bolo de fubá e suco de laranja... e precisava mais?!!! Hahaha – adorooooooooooooooo
ResponderExcluirQue coisa mais triste tudo isso. A nossa estada nesse planeta é tão rápida e, mesmo as-sim, nós não aprendemos: vivemos como se fôssemos ficar uma eternidade por aqui, achamos que sempre teremos tempo para refazer as coisas e, quando percebemos, o implacável tempo se mostra diante de nós, derrubando as nossas esperanças.
Pior é que esse é mais um dos casos em que o seu conto não é ficção, é realidade. Temos notícias de tantas pessoas que vivem esse drama e, quando tudo se passa dentro de uma família, então é bem pior.
Uau! Faremos uma visita à Idade Média! Show!
Beijinhos