(continuação do capítulo anterior)
- Miguel... Você não é assim... Onde está o homem doce e romântico que eu conheci lá no Rio? Não acredito que você estivesse fingindo... – Júlia tentava chamá-lo a razão.
- Eu também pensei que a conhecia... – disse, parando seus movimentos para despi-la, sem conseguir olhar para ela.
- Eu ainda sou a mesma pessoa. Vim para conhecer a sua família, lembra? Eu ia casar com você... – Parecia que suas palavras estavam tendo efeito, por isso continuou – Quero conversar com o Miguel que me fazia rir... Aquele que me mandava flores para o escritório e despertava inveja em todas minhas colegas... O homem que me deixava o pelo de punta...
Quando lhe pareceu que Miguel ameaçava esboçar um sorriso, a porta do quarto se abriu violentamente. Um homem de aspecto ameaçador, muito parecido com Miguel, não fossem os cabelos grisalhos, algumas rugas e manchas de pele provocadas pela idade e pela exposição excessiva ao sol. Miguel levantou-se da cama assustado e não pareceu melhorar ao ver quem invadira sua intimidade.
- General! O que faz aqui?
- Ortiz avisou-me que nossa casa estava sob vigilância da CIA, por isso decidi vir para cá. Vi o seu carro. Onde está o Gomez? – então lançou um olhar malicioso para a mulher que vira deitada e atada à cama. – Quis privacidade para brincar um pouco, Lito?
- Sim... Quer dizer... Houve um engano... – respondeu reticente.
- Engano? Ela não me parece um engano. Parece ser muito adequada para uma boa brincadeira. Será que posso participar do joguinho?
Júlia quase deixou de respirar. Estava paralisada de terror com a entrada do, provavelmente, seu ex-futuro sogro, de quem já ouvira a própria filha falar mal.
- Não! – exclamou com raiva contida – Ela é minha noiva!
- Ohh... É assim que se diverte com sua noiva, Lito? – contraiu a boca com sarcasmo – As coisas mudaram muito desde o meu tempo... – gargalhou e virou-se para a porta, ordenando com rispidez – Acabe com isso e venha até a sala. Temos muito que conversar.
Assim que ele bateu a porta, Miguel parecia transtornado. Olhou para Júlia, pensou por uns momentos e andou na direção da guarda da cama. Começou a desatar os laços que prendiam seus pulsos. Apesar do alívio ao sentir-se livre das cordas, ela não falou nada, pois ainda tremia de pavor. Quando terminou de soltá-la, ele sentou-se novamente na beira da cama e disse com firmeza.
- Júlia, para o seu próprio bem, fique quieta e não saia daqui. Vou soltá-la, mas não fuja, a não ser que aconteça alguma coisa comigo. Não deixe aquele homem que acabou de sair tocar em você. Entendeu?
- S-sim.
- Júlia... Eu não queria que nada disso acontecesse. Achei que poderia mudar de vida se tivesse você ao meu lado, mas percebi que fui fundo demais e me tornei um monstro igual a ele. – falou apontando com o queixo o local por onde seu pai havia saído.
- Não, Miguel... Você não é um monstro... Sei que não. – Agora sentia piedade por ele, apesar de tudo pelo que havia passado em suas mãos nas últimas horas. Seus sentimentos por Miguel eram confusos, mas percebera que o melhor a fazer era relembrar o seu passado juntos para ter alguma chance de escapar dali inteira.
- Você não tem idéia das coisas que fiz para conseguir a atenção dele. De repente, tudo isso agora me parece tão hediondo... – Seu olhar pareceu perder-se em meio a horrores inimagináveis – Queria a atenção de um pai. Neguei o que ele era e, na tentativa de buscar seu amor, imitei-o em tudo. Quando me dei conta que ele jamais teria a capacidade de amar, nem mesmo a um filho, pois não tinha sequer um coração, já era tarde e o mal tomara conta de mim e de minhas ações. E o pior... Eu passei a gostar da vida que levava. Afinal o sangue falava mais alto. Foi então que a conheci...
- Lito! – soou o grito áspero vindo da sala.
- Miguel... Você não é assim... Onde está o homem doce e romântico que eu conheci lá no Rio? Não acredito que você estivesse fingindo... – Júlia tentava chamá-lo a razão.
- Eu também pensei que a conhecia... – disse, parando seus movimentos para despi-la, sem conseguir olhar para ela.
- Eu ainda sou a mesma pessoa. Vim para conhecer a sua família, lembra? Eu ia casar com você... – Parecia que suas palavras estavam tendo efeito, por isso continuou – Quero conversar com o Miguel que me fazia rir... Aquele que me mandava flores para o escritório e despertava inveja em todas minhas colegas... O homem que me deixava o pelo de punta...
Quando lhe pareceu que Miguel ameaçava esboçar um sorriso, a porta do quarto se abriu violentamente. Um homem de aspecto ameaçador, muito parecido com Miguel, não fossem os cabelos grisalhos, algumas rugas e manchas de pele provocadas pela idade e pela exposição excessiva ao sol. Miguel levantou-se da cama assustado e não pareceu melhorar ao ver quem invadira sua intimidade.
- General! O que faz aqui?
- Ortiz avisou-me que nossa casa estava sob vigilância da CIA, por isso decidi vir para cá. Vi o seu carro. Onde está o Gomez? – então lançou um olhar malicioso para a mulher que vira deitada e atada à cama. – Quis privacidade para brincar um pouco, Lito?
- Sim... Quer dizer... Houve um engano... – respondeu reticente.
- Engano? Ela não me parece um engano. Parece ser muito adequada para uma boa brincadeira. Será que posso participar do joguinho?
Júlia quase deixou de respirar. Estava paralisada de terror com a entrada do, provavelmente, seu ex-futuro sogro, de quem já ouvira a própria filha falar mal.
- Não! – exclamou com raiva contida – Ela é minha noiva!
- Ohh... É assim que se diverte com sua noiva, Lito? – contraiu a boca com sarcasmo – As coisas mudaram muito desde o meu tempo... – gargalhou e virou-se para a porta, ordenando com rispidez – Acabe com isso e venha até a sala. Temos muito que conversar.
Assim que ele bateu a porta, Miguel parecia transtornado. Olhou para Júlia, pensou por uns momentos e andou na direção da guarda da cama. Começou a desatar os laços que prendiam seus pulsos. Apesar do alívio ao sentir-se livre das cordas, ela não falou nada, pois ainda tremia de pavor. Quando terminou de soltá-la, ele sentou-se novamente na beira da cama e disse com firmeza.
- Júlia, para o seu próprio bem, fique quieta e não saia daqui. Vou soltá-la, mas não fuja, a não ser que aconteça alguma coisa comigo. Não deixe aquele homem que acabou de sair tocar em você. Entendeu?
- S-sim.
- Júlia... Eu não queria que nada disso acontecesse. Achei que poderia mudar de vida se tivesse você ao meu lado, mas percebi que fui fundo demais e me tornei um monstro igual a ele. – falou apontando com o queixo o local por onde seu pai havia saído.
- Não, Miguel... Você não é um monstro... Sei que não. – Agora sentia piedade por ele, apesar de tudo pelo que havia passado em suas mãos nas últimas horas. Seus sentimentos por Miguel eram confusos, mas percebera que o melhor a fazer era relembrar o seu passado juntos para ter alguma chance de escapar dali inteira.
- Você não tem idéia das coisas que fiz para conseguir a atenção dele. De repente, tudo isso agora me parece tão hediondo... – Seu olhar pareceu perder-se em meio a horrores inimagináveis – Queria a atenção de um pai. Neguei o que ele era e, na tentativa de buscar seu amor, imitei-o em tudo. Quando me dei conta que ele jamais teria a capacidade de amar, nem mesmo a um filho, pois não tinha sequer um coração, já era tarde e o mal tomara conta de mim e de minhas ações. E o pior... Eu passei a gostar da vida que levava. Afinal o sangue falava mais alto. Foi então que a conheci...
- Lito! – soou o grito áspero vindo da sala.
- Não tente fugir, Júlia. Assim que possível a levarei daqui. – afirmou antes de sair ao encontro de seu pai.
(continua no próximo capítulo...)
Como eu tinha dito no post anterior, eu publiquei o capítulo incompleto para não fugir do prazo que eu mesma estabeleci para as postagens. Pretendo postar o capítulo XV até este final de semana.
Acabei ficando com pena do Miguel. Sei que ele não é nenhuma flor, mas acho que ele se deu conta que estava errado agindo daquela maneira com a Júlia. Afinal, com ela, pode revelar o seu lado bom, que apenas a Isabel e, talvez sua mãe, tenham vislumbrado algumas vezes. Será que ele vai continuar bonzinho ou o General que existe dentro dele vai se manifestar novamente?
Aguardem...
Beijos!
Rô, que surpresa boa, eu achei que só haveria nova postagem no domingo!!
ResponderExcluirEu sempre achei que a personalidade real do Miguel era de um bom homem e que tudo que ele fez foi para conquistar o monstro que ele tem como Pai, se a autora não mudar de idéia em relação a isso, rsrsrsr. Fiquei com tanta pena dele, tadinho, como deve ter sofrido indo contra os próprios valores e acabando por sufocar todos eles.
Agora é esperar o próximo capítulo, não vejo a hora!
beijos amiga querida e um ótimo fim de semana.
Oi, Nadja! Pois é... Como ficou faltando complementar o capítulo, postei um pouco antes. Fiquei de certa forma aliviada com o teu comentário pois achei que a mudança do Miguel podia parecer forçada. Ainda bem que entendeste o meu ponto de vista. Acredito realmente que existam pessoas assim, obrigadas pelo meio a esconder o melhor de si mesmas. Obrigada, querida! Beijos!
ResponderExcluirNem te preocupa Rô, não pareceu nada forçado, às vezes parecia que havia dois homens lutando dentro do Miguel.
ResponderExcluirTambém acredito que existam pessoas assim, que pra não serem menosprezadas precisam esconder que são boas porque o meio em que vivem não aceita a bondade, a tolerância. A mídia tem cada vez mais mostrado que a amizade, a família são coisas ultrapassadas, que o que importa é ser "esperto", muito triste.
To amando tua nova linha de romances, adoro um suspense, mas claro que estou ansiosa pelo momento em que o Bryan vai surgir para salvar a Júlia, vão ser tantos suspiros... aí fico com pena do Miguel, sempre sofreu, mas temos que pagar pelos erros né?
Beijos querida!
Oie Rose!
ResponderExcluirBom dia. Rose to tentando colocar seu banner no meu blog mais não to conseguindo! Assim que eu chegar em casa eu vou tentar de novo ta!
E gostaria de saber se o Blog poderia fazer uma entrevista com você!
Beijokas!
Certamente o lado bom vai prevalecer assim espero pelo bem da Júlia e do nosso Bryan que não chega logo ai céus assim vou roer os dedos.... kkk
ResponderExcluir* * * Beijiskiss * * *