by Kodama e Fantin
(continuação do capítulo XV...)
Enquanto isso, num luxuoso apartamento no centro da cidade...
- Então, meu amigo, tem certeza disso que está me dizendo? – perguntou Kolchak.
- Não sou seu amigo. – respondi aborrecido.
- Ora, ora... Ainda guarda algum rancor contra sua situação?
- Não, senhor. – menti.
- Não importa. Graças à sua informação poderemos alcançar mais facilmente nosso objetivo.
- Se já não precisa mais de meus serviços, devo voltar.
- Será bem recompensado.
- Tenho certeza disso..., senhor.
- Você tem sido muito útil aos nossos objetivos.
- É só isso, senhor? – disse servilmente como ele certamente desejava.
- Pode ir. Mantenha-se alerta e use o telefone que lhe dei para avisar sobre qualquer mudança nos planos de nosso futuro aliado, o senhor Sinclair.
A gargalhada mórbida ainda ecoava em meus ouvidos depois de eu já estar afastado quilômetros daquele maldito lugar.
Capítulo XVI
Eu caminhava através de pequenas ruelas de terra, entre cabanas simples feitas de barro e palha. Crianças corriam e brincavam, mulheres faziam suas tarefas domésticas sorriam a minha passagem. Homens de rústicos kilts conversavam, enquanto cuidavam da manutenção de suas armas ou das próprias residências, consertando paredes ou janelas. Era uma sensação estranha e ao mesmo tempo muito familiar. Eu conhecia realmente cada uma daquelas pessoas e me sentia em casa. Então, de repente, uma sombra negra cobriu o sol e começaram os gritos. Minha felicidade perdeu-se entre as expressões de pavor nos rostos conhecidos. Tentei fugir, voltar para casa, procurar alguma segurança que subitamente me fora arrancada. Senti a escuridão me cercar, quando garras seguraram meus braços e prenderam meu corpo, elevando-me ao céu escuro. Apenas um nome veio a minha mente e o grito que se achava preso em minha garganta fechada pelo pânico libertou-se do espasmo:
- ELYK!!!!!!!!
- Ariel! Ariel!
Acordei banhada em suor frio, apavorada com as imagens que ainda eram vívidas diante de meus olhos. Lutava contra os braços que insistiam em me abraçar com força e agitava as pernas numa tentativa de libertar-me daquele pesadelo.
- Acorde! Acorde, Ariel! – Identifiquei a voz conhecida.
Aos poucos fui me acalmando e senti meu rosto ser direcionado até encontrar um par de olhos verdes penetrantes e perplexos. Finalmente parei de lutar e comecei a relaxar naquele abraço confortante.
- O que houve? Você está bem?
- Era tão real...
- Você chamou meu verdadeiro nome... de novo.
- O quê?
- Chamou por Elyk.
- Eu estou com medo...
- Foi apenas um pesadelo... – disse ele tentando me consolar, colando seu corpo mais fortemente ao meu.
- Pareceu mais que um simples pesadelo... Era quase como uma... horrível lembrança.
- Lembrança? Tem a ver com o ataque que sofreu ontem?
- Não... – neguei ainda confusa com os sentimentos e sensações que começavam a aflorar em uma memória até então perdida.
Olhei mais uma vez dentro de seu olhar inquiridor e preocupado e decidi que não deveria assustá-lo com minhas incertezas.
- Talvez... – continuei, cedendo as suas suspeitas e encobrindo a angustiante verdade. – Não sei... É melhor eu ir embora.
- Tem certeza que está bem? – Ele continuava me segurando entre seus braços, sem intenção de soltar-me tão cedo. – Está escondendo alguma coisa de mim... Por que?
- Não estou escondendo nada. – desviei os olhos para os pés da cama. – Preciso ir, cuidar de Dominic, além de ficar de olho em Nathanael. Hoje vou pegar aquele safado e dar uma prensa nele.
- Agora está falando como a Ariel que eu conheço. – disse sorrindo.
- Como eu estava falando antes? – Queria bater com a cabeça na parede depois de lançar essa pergunta idiota no ar.
Notei certa tristeza cobrir sua expressão e soube imediatamente o que ele pensou. Não esperei por sua resposta, se é que ele teria coragem de falar. Não queria lhe dar a chance de pensar demais naquele assunto ou deixá-lo sentir-se culpado por estar pensando em seu antigo amor depois do que acontecera entre nós. Eu precisava esclarecer a mente e conversar seriamente com Samuel sobre minhas suspeitas antes de falar sobre isso com... Elyk. De repente, esse nome soava muito melhor em meus ouvidos e cordas vocais do que Kyle.
- Você estava apavorada e isso não é comum na Ariel que conheço – Segurou meu queixo e beijou meus lábios suavemente. Ele se saíra muito bem da saia justa.
- Eu o amo... – Aquilo saiu tão naturalmente que o pegou de surpresa.
- Há tanto tempo não ouço uma declaração como essa...
- Mentiroso! Aposto que centenas de mulheres devem ter dito isso ao longo destes séculos.
Ele tornou-se sério, apesar da minha tentativa de troçar como meio de defesa.
- Nenhuma falou de maneira tão terna e verdadeira como você.
O modo como ele me olhou naquele instante me fez arrepiar. No fundo, eu ansiava ouvir a mesma declaração de sua boca, mas sabia que ele ainda se encontrava preso ao seu passado, ao seu amor e que seria pedir demais um eu te amo também. De uma maneira ou de outra, não fiquei chateada, pois podia sentir seus sentimentos por mim, sem necessidade de palavras ditas ou escritas.
- Bem, essa é a hora em que me retiro.
Levantei-me apressadamente, sacudi aas asas e vesti meus trajes o mais rapidamente possível.
- Ariel... – Ele levantou e caminhou em minha direção, completamente nu, numa visão que me fez estremecer, reacendendo mais uma vez meu desejo. Céus! Era atraente demais ver aqueles músculos em funcionamento só pelo simples movimento de caminhar.
- Que tal se vestir? Andar por aí desse jeito vai acabar com meu senso de responsabilidade para o resto da vida.
Ele sorriu sensualmente e me abraçou mais uma vez. Senti o corpo amolecer e todo o bom senso desaparecer da cabeça.
- Tenha cuidado...
- Não se preocupe. Terei.
- Não quero que Kolchak perceba que existe alguém mais importante para mim e por quem eu seria capaz de ...
- Ssshhhh... – Cobri seus lábios com um beijo para calar seus medos e esconder meu sorriso de satisfação pela demonstração de carinho. – Ele não vai saber. E nós, vamos pegá-lo.
- Assim eu espero.
Resistindo a tentação que parecia não querer me largar, afastei-o de mim e me desmaterializei. Precisava encontrar Nathanael.
- Eu não lhe dei recado algum, Ariel. Desde quando Samuel manda recados para seus subordinados através de outros? Você foi enganada por alguém se passando por mim.
- Não é possível! Eu ouvi claramente a sua voz em minha mente dizendo que Samuel queria um encontro em Calton Hill.
- Sinto muito que isso tenha acontecido com você, mas é claro que esses demônios querem prejudicá-la e colocá-la contra mim.
- Se eles têm esse poder de fazer-se passar por um de nós, estamos perdidos.
- Talvez seja algo relacionado a você. Eu sempre a achei meio diferente mesmo. – disse Nathanael com aquele seu jeito sarcástico e peculiar de senhor sabe-tudo.
- O que está querendo dizer? Que tenho a cabeça fraca? – Ele sempre conseguia me tirar do sério. Logo agora que eu começava a acreditar que ele mudara e que poderia nos ajudar.
- Já que pergunta, acho sim. Basta ver o que anda fazendo em suas horas de folga. – disse isso me lançando um olhar de repreensão cheio de sarcasmo, referindo-se provavelmente ao meu encontro com Kyle... Espere aí! Como ele poderia saber?
- Não sei a que está se referindo.
- Não sabe mesmo, santinha?
- Não sei e também não lhe interessa o que faço além de meu trabalho.
- Está bem. Não se fala mais nisso. – afirmou com aparente resignação.
- Você está tentando mudar de assunto. Estávamos falando de uma possível mudança de lado por sua parte e não sobre mim.
- Já disse que não fui eu quem a chamou.
- Você anda muito estranho ultimamente, Nathanael.
- Eu diria o mesmo de você, minha cara. E o motivo do seu comportamento estranho tem nome.
- E qual é o nome do seu? – Estava indignada com suas indiretas.
- Sinto que esteja pensando mal de mim... Cuidado, garota, pois pode haver "outros" que saibam o que está acontecendo. Isso os colocaria em vantagem.
Nisso ele tinha toda a razão. Eles poderiam me usar contra Kyle e conseguir seu intento.
No entanto, nada articulei e dei de ombros. Apesar de tudo, não conseguia acreditar que ele fosse um traidor.
E ele se foi.
Dominic, agora empregado e com um salário fixo, decidiu alugar um apartamento maior, apesar de simples, onde pudesse alojar confortavelmente sua tríade familiar. Não precisaria dormir mais na sala e Damian teria um quarto só para ele quando viesse visitá-los. Preferia continuar com seus planos anteriores às ameaças de Kolchak e não pensar muito no assunto. Yesalel agora era presença constante na nova residência. Parecia mais segura e sem medo de reprimendas por assumir seu amor por Dominic, principalmente depois que salvara sua vida. Sentia que sua presença ali , ao lado dele, era uma espécie de reforço contra os ataques do exército de Lúcifer..
A cada dia terminado sem incidentes era um alívio para todos nós. No entanto, passei a notar que o mundo a nossa volta parecia estar mais endiabrado que o normal. Catástrofes e acidentes inexplicáveis aconteciam com mais frequência, a violência urbana era corriqueira, como se o poder do Mal se tornasse a cada instante mais forte.
O prazo dado por Kolchak à Kyle estava passando rapidamente. Damian viajara novamente, sem dar explicação plausível alguma, dizendo que logo estaria de volta. Procurei falar com Samuel, mas ele aparentemente não queria falar comigo. Os flashs em minha memória continuavam a acontecer, mesmo acordada, reunindo as peças de um terrível quebra-cabeça, deixando-me mais agoniada e cheia de questionamentos a cada dia. Minhas tentativas de evitar Kyle, por medo de deixar transparecer minhas descobertas e atrair a atenção de quem não devia, vinham se mostrando infrutíferas e nos encontrávamos quase todas as noites. No íntimo, sabia que além do Criador, apenas Samuel poderia confirmar minha suspeita e explicar o por quê do que estava acontecendo.
(continua...)
Boa noite, meus queridos!
Alguns devem ter notado que demorei a postar (pelo menos espero que sim...rsrsrs!). Graças a Deus e ao meu maridinho muito amado, consegui escapar por cinco dias abençoados da loucura em que anda a minha vida. Assim, isolada de tudo,com acesso a internet reduzidíssimo e sem celular, pude me dedicar a difícil e deliciosa arte do não fazer nada.... Ou quase nada, pois, obviamente, separei várias horas para o meu lazer predileto: escrever. Com isso, o nosso romance conseguiu algumas várias páginas a mais, quase chegando ao seu fim.
Hoje quero agradecer às minhas comentaristas muito amadas: a Cris, uma grande amiga, gaúcha de coração baiano e que me acompanha desde o início dessa mania de escrever; a minha parceira muito querida, Aline; a doce Carolina, do Blog Cantinho da Carolina, que tem feito um trabalho maravilhoso de divulgação do Corsário e do blog Romances ao Vento; a Dioceli, uma pessoa encantadora e futura mamãe(PARABÉNS!!!!!); e as minhas anjinhas de plantão, Léia e Nadja.
Também quero dar os parabéns para a Camila Oliveira da Silva, sorteada com o livro O Corsário Apaixonado (promoção do Cantinho da Carolina, que citei na última postagem).
Antes de encerrar, queria compartilhar com todos os leitores desse blog um fato que ocorreu nessa semana e que me deixou super feliz: a estréia do Confusões de Um Viúvo no site da Livraria Cultura, cujo link está lá no alto da página, ao clicar a capa do livro. Quero deixar aqui o meu sincero e profundo agradecimento à APEDEditora.
Este romance agora tem página lá no Facebook (aprendi contigo, Léia ;) ).
Mais uma nota importante: A minha grande e querida amiga, Tânia, acaba de estrear a coluna SEXTA ENVENENADA no blog As Envenenadas pela Maçã, onde ela fala sobre os seus personagens masculinos preferidos nos romances que lê. Adivinhem que está na última postagem feita hoje? O Daren, de Um Amor no Deserto. Além disso, a Tânia prestou uma homenagem belíssima e emocionante aos meus romances, ao blog e a mim, tanto na sua coluna envenenada como no seu outro blog GBTBS. Vale a pena conferir! Já me rasguei em agradecimentos e emoção e ainda acho que não foi nem nunca será suficiente. Beijos, Tânia amada!
Bem, acho que não esqueci de nada... Ah!Gostaram do Nathanael, meninas? Uma gracinha, não? :)
Desejo a todos um fim de semana danado de bom!
Beijinhos!!
(continuação do capítulo XV...)
Enquanto isso, num luxuoso apartamento no centro da cidade...
- Então, meu amigo, tem certeza disso que está me dizendo? – perguntou Kolchak.
- Não sou seu amigo. – respondi aborrecido.
- Ora, ora... Ainda guarda algum rancor contra sua situação?
- Não, senhor. – menti.
- Não importa. Graças à sua informação poderemos alcançar mais facilmente nosso objetivo.
- Se já não precisa mais de meus serviços, devo voltar.
- Será bem recompensado.
- Tenho certeza disso..., senhor.
- Você tem sido muito útil aos nossos objetivos.
- É só isso, senhor? – disse servilmente como ele certamente desejava.
- Pode ir. Mantenha-se alerta e use o telefone que lhe dei para avisar sobre qualquer mudança nos planos de nosso futuro aliado, o senhor Sinclair.
A gargalhada mórbida ainda ecoava em meus ouvidos depois de eu já estar afastado quilômetros daquele maldito lugar.
Capítulo XVI
Eu caminhava através de pequenas ruelas de terra, entre cabanas simples feitas de barro e palha. Crianças corriam e brincavam, mulheres faziam suas tarefas domésticas sorriam a minha passagem. Homens de rústicos kilts conversavam, enquanto cuidavam da manutenção de suas armas ou das próprias residências, consertando paredes ou janelas. Era uma sensação estranha e ao mesmo tempo muito familiar. Eu conhecia realmente cada uma daquelas pessoas e me sentia em casa. Então, de repente, uma sombra negra cobriu o sol e começaram os gritos. Minha felicidade perdeu-se entre as expressões de pavor nos rostos conhecidos. Tentei fugir, voltar para casa, procurar alguma segurança que subitamente me fora arrancada. Senti a escuridão me cercar, quando garras seguraram meus braços e prenderam meu corpo, elevando-me ao céu escuro. Apenas um nome veio a minha mente e o grito que se achava preso em minha garganta fechada pelo pânico libertou-se do espasmo:
- ELYK!!!!!!!!
- Ariel! Ariel!
Acordei banhada em suor frio, apavorada com as imagens que ainda eram vívidas diante de meus olhos. Lutava contra os braços que insistiam em me abraçar com força e agitava as pernas numa tentativa de libertar-me daquele pesadelo.
- Acorde! Acorde, Ariel! – Identifiquei a voz conhecida.
Aos poucos fui me acalmando e senti meu rosto ser direcionado até encontrar um par de olhos verdes penetrantes e perplexos. Finalmente parei de lutar e comecei a relaxar naquele abraço confortante.
- O que houve? Você está bem?
- Era tão real...
- Você chamou meu verdadeiro nome... de novo.
- O quê?
- Chamou por Elyk.
- Eu estou com medo...
- Foi apenas um pesadelo... – disse ele tentando me consolar, colando seu corpo mais fortemente ao meu.
- Pareceu mais que um simples pesadelo... Era quase como uma... horrível lembrança.
- Lembrança? Tem a ver com o ataque que sofreu ontem?
- Não... – neguei ainda confusa com os sentimentos e sensações que começavam a aflorar em uma memória até então perdida.
Olhei mais uma vez dentro de seu olhar inquiridor e preocupado e decidi que não deveria assustá-lo com minhas incertezas.
- Talvez... – continuei, cedendo as suas suspeitas e encobrindo a angustiante verdade. – Não sei... É melhor eu ir embora.
- Tem certeza que está bem? – Ele continuava me segurando entre seus braços, sem intenção de soltar-me tão cedo. – Está escondendo alguma coisa de mim... Por que?
- Não estou escondendo nada. – desviei os olhos para os pés da cama. – Preciso ir, cuidar de Dominic, além de ficar de olho em Nathanael. Hoje vou pegar aquele safado e dar uma prensa nele.
- Agora está falando como a Ariel que eu conheço. – disse sorrindo.
- Como eu estava falando antes? – Queria bater com a cabeça na parede depois de lançar essa pergunta idiota no ar.
Notei certa tristeza cobrir sua expressão e soube imediatamente o que ele pensou. Não esperei por sua resposta, se é que ele teria coragem de falar. Não queria lhe dar a chance de pensar demais naquele assunto ou deixá-lo sentir-se culpado por estar pensando em seu antigo amor depois do que acontecera entre nós. Eu precisava esclarecer a mente e conversar seriamente com Samuel sobre minhas suspeitas antes de falar sobre isso com... Elyk. De repente, esse nome soava muito melhor em meus ouvidos e cordas vocais do que Kyle.
- Você estava apavorada e isso não é comum na Ariel que conheço – Segurou meu queixo e beijou meus lábios suavemente. Ele se saíra muito bem da saia justa.
- Eu o amo... – Aquilo saiu tão naturalmente que o pegou de surpresa.
- Há tanto tempo não ouço uma declaração como essa...
- Mentiroso! Aposto que centenas de mulheres devem ter dito isso ao longo destes séculos.
Ele tornou-se sério, apesar da minha tentativa de troçar como meio de defesa.
- Nenhuma falou de maneira tão terna e verdadeira como você.
O modo como ele me olhou naquele instante me fez arrepiar. No fundo, eu ansiava ouvir a mesma declaração de sua boca, mas sabia que ele ainda se encontrava preso ao seu passado, ao seu amor e que seria pedir demais um eu te amo também. De uma maneira ou de outra, não fiquei chateada, pois podia sentir seus sentimentos por mim, sem necessidade de palavras ditas ou escritas.
- Bem, essa é a hora em que me retiro.
Levantei-me apressadamente, sacudi aas asas e vesti meus trajes o mais rapidamente possível.
- Ariel... – Ele levantou e caminhou em minha direção, completamente nu, numa visão que me fez estremecer, reacendendo mais uma vez meu desejo. Céus! Era atraente demais ver aqueles músculos em funcionamento só pelo simples movimento de caminhar.
- Que tal se vestir? Andar por aí desse jeito vai acabar com meu senso de responsabilidade para o resto da vida.
Ele sorriu sensualmente e me abraçou mais uma vez. Senti o corpo amolecer e todo o bom senso desaparecer da cabeça.
- Tenha cuidado...
- Não se preocupe. Terei.
- Não quero que Kolchak perceba que existe alguém mais importante para mim e por quem eu seria capaz de ...
- Ssshhhh... – Cobri seus lábios com um beijo para calar seus medos e esconder meu sorriso de satisfação pela demonstração de carinho. – Ele não vai saber. E nós, vamos pegá-lo.
- Assim eu espero.
Resistindo a tentação que parecia não querer me largar, afastei-o de mim e me desmaterializei. Precisava encontrar Nathanael.
Nathanael |
- Não é possível! Eu ouvi claramente a sua voz em minha mente dizendo que Samuel queria um encontro em Calton Hill.
- Sinto muito que isso tenha acontecido com você, mas é claro que esses demônios querem prejudicá-la e colocá-la contra mim.
- Se eles têm esse poder de fazer-se passar por um de nós, estamos perdidos.
- Talvez seja algo relacionado a você. Eu sempre a achei meio diferente mesmo. – disse Nathanael com aquele seu jeito sarcástico e peculiar de senhor sabe-tudo.
- O que está querendo dizer? Que tenho a cabeça fraca? – Ele sempre conseguia me tirar do sério. Logo agora que eu começava a acreditar que ele mudara e que poderia nos ajudar.
- Já que pergunta, acho sim. Basta ver o que anda fazendo em suas horas de folga. – disse isso me lançando um olhar de repreensão cheio de sarcasmo, referindo-se provavelmente ao meu encontro com Kyle... Espere aí! Como ele poderia saber?
- Não sei a que está se referindo.
- Não sabe mesmo, santinha?
- Não sei e também não lhe interessa o que faço além de meu trabalho.
- Está bem. Não se fala mais nisso. – afirmou com aparente resignação.
- Você está tentando mudar de assunto. Estávamos falando de uma possível mudança de lado por sua parte e não sobre mim.
- Já disse que não fui eu quem a chamou.
- Você anda muito estranho ultimamente, Nathanael.
- Eu diria o mesmo de você, minha cara. E o motivo do seu comportamento estranho tem nome.
- E qual é o nome do seu? – Estava indignada com suas indiretas.
- Sinto que esteja pensando mal de mim... Cuidado, garota, pois pode haver "outros" que saibam o que está acontecendo. Isso os colocaria em vantagem.
Nisso ele tinha toda a razão. Eles poderiam me usar contra Kyle e conseguir seu intento.
No entanto, nada articulei e dei de ombros. Apesar de tudo, não conseguia acreditar que ele fosse um traidor.
E ele se foi.
Dominic, agora empregado e com um salário fixo, decidiu alugar um apartamento maior, apesar de simples, onde pudesse alojar confortavelmente sua tríade familiar. Não precisaria dormir mais na sala e Damian teria um quarto só para ele quando viesse visitá-los. Preferia continuar com seus planos anteriores às ameaças de Kolchak e não pensar muito no assunto. Yesalel agora era presença constante na nova residência. Parecia mais segura e sem medo de reprimendas por assumir seu amor por Dominic, principalmente depois que salvara sua vida. Sentia que sua presença ali , ao lado dele, era uma espécie de reforço contra os ataques do exército de Lúcifer..
A cada dia terminado sem incidentes era um alívio para todos nós. No entanto, passei a notar que o mundo a nossa volta parecia estar mais endiabrado que o normal. Catástrofes e acidentes inexplicáveis aconteciam com mais frequência, a violência urbana era corriqueira, como se o poder do Mal se tornasse a cada instante mais forte.
O prazo dado por Kolchak à Kyle estava passando rapidamente. Damian viajara novamente, sem dar explicação plausível alguma, dizendo que logo estaria de volta. Procurei falar com Samuel, mas ele aparentemente não queria falar comigo. Os flashs em minha memória continuavam a acontecer, mesmo acordada, reunindo as peças de um terrível quebra-cabeça, deixando-me mais agoniada e cheia de questionamentos a cada dia. Minhas tentativas de evitar Kyle, por medo de deixar transparecer minhas descobertas e atrair a atenção de quem não devia, vinham se mostrando infrutíferas e nos encontrávamos quase todas as noites. No íntimo, sabia que além do Criador, apenas Samuel poderia confirmar minha suspeita e explicar o por quê do que estava acontecendo.
(continua...)
Boa noite, meus queridos!
Alguns devem ter notado que demorei a postar (pelo menos espero que sim...rsrsrs!). Graças a Deus e ao meu maridinho muito amado, consegui escapar por cinco dias abençoados da loucura em que anda a minha vida. Assim, isolada de tudo,com acesso a internet reduzidíssimo e sem celular, pude me dedicar a difícil e deliciosa arte do não fazer nada.... Ou quase nada, pois, obviamente, separei várias horas para o meu lazer predileto: escrever. Com isso, o nosso romance conseguiu algumas várias páginas a mais, quase chegando ao seu fim.
Hoje quero agradecer às minhas comentaristas muito amadas: a Cris, uma grande amiga, gaúcha de coração baiano e que me acompanha desde o início dessa mania de escrever; a minha parceira muito querida, Aline; a doce Carolina, do Blog Cantinho da Carolina, que tem feito um trabalho maravilhoso de divulgação do Corsário e do blog Romances ao Vento; a Dioceli, uma pessoa encantadora e futura mamãe(PARABÉNS!!!!!); e as minhas anjinhas de plantão, Léia e Nadja.
Também quero dar os parabéns para a Camila Oliveira da Silva, sorteada com o livro O Corsário Apaixonado (promoção do Cantinho da Carolina, que citei na última postagem).
Antes de encerrar, queria compartilhar com todos os leitores desse blog um fato que ocorreu nessa semana e que me deixou super feliz: a estréia do Confusões de Um Viúvo no site da Livraria Cultura, cujo link está lá no alto da página, ao clicar a capa do livro. Quero deixar aqui o meu sincero e profundo agradecimento à APEDEditora.
Este romance agora tem página lá no Facebook (aprendi contigo, Léia ;) ).
Mais uma nota importante: A minha grande e querida amiga, Tânia, acaba de estrear a coluna SEXTA ENVENENADA no blog As Envenenadas pela Maçã, onde ela fala sobre os seus personagens masculinos preferidos nos romances que lê. Adivinhem que está na última postagem feita hoje? O Daren, de Um Amor no Deserto. Além disso, a Tânia prestou uma homenagem belíssima e emocionante aos meus romances, ao blog e a mim, tanto na sua coluna envenenada como no seu outro blog GBTBS. Vale a pena conferir! Já me rasguei em agradecimentos e emoção e ainda acho que não foi nem nunca será suficiente. Beijos, Tânia amada!
Bem, acho que não esqueci de nada... Ah!Gostaram do Nathanael, meninas? Uma gracinha, não? :)
Desejo a todos um fim de semana danado de bom!
Beijinhos!!
Senti sua falta viu? Você nos vicia e depois abandona, rsrsrs.
ResponderExcluirAi Rô, o romance está cada vez mais envolvente amiga. Pra mim os sonhos são uma porta pra o passado e pra outros planos, então estou amando o fato de os sonhos da Ariel estarem trazendo lembranças de momentos vividos e guardados na memória, ficou perfeito.
Sinceramente estou muito em dúvida quanto ao Nathanael, às vezes acredito que ele é um traidor, mas em outros momentos acho que ele faz parte de um plano da esfera Superior, bem, não sei, seja como for tenho certeza de que vai ser maravilhosa a continuação e tudo que você ainda tem para escrever.
Parabéns de novo amiga, por mais essa conquista!!!
Oi, Nadja!! Muito obrigada! Adorei o comentário e acredito que tenhas sentido a minha demora em aparecer.
ResponderExcluirHoje vou matar a saudade do teu blog.Cada vez que vejo a carinha do Chico me chamando para ler o post sobre ele fico ouriçada...rsrsrs.
Beijos, minha linda!
Eita nós apesar da auesência como sempre vale a pena esperar. Que bom ter ido espairecer um pouco nunca é demais. Agradeço por sempre lembrar de mim e fico feliz que gostou da idéia dos livros ganhar página especial no facebook inclusive já curti e estou anciosa com a chega do livro ai meu Deus... kkk! Tenha uma exelente semana e bora esperar o próximo post.
ResponderExcluirBeijão querida!!!
Rosane obrigado pelos parabéns.Gostei do natanael tem cara de anjo,to adorando esse mistério em torno das lembramças da Ariel.Fico feliz que tenha podido ter uma "lua de mel " fora de temporada .Beijos e abraços Dioceli.
ResponderExcluirOi Rô! Como estive fora por uma semana mergulhada em trabalho, nem pude ver meus e-mails. Ah sim, li e gostei de tudo!!! e antes de viajar, minha última ação foi comprar o "Confusões de um viúvo"!!! Aguardo ansiosa a chegada do nosso lindo... Bjão, querida!
ResponderExcluirRosane querida,
ResponderExcluirValeu a visita!
Estavas com saudades de você no blog, sempre uma presença constante.
Que bom que já está tudo bem!
Bom fim de semana!
Um xero!
Adorei o Nathanael... hehehe... Se o céu é assim, o céu não pode esperar, me chama que eu vou... hehehe
ResponderExcluirPois é, os que vivem na escuridão possuem inúmeras artimanhas para enganar, ludibriar aqueles que estão despreparados. A nossa Anjinha terá que ter mais cuidado em tudo, pois está envolvida dos pés à cabeça em tudo isso. Beijinhos