Ângela acordou cedo. Pretendia trocar de quarto para evitar as fofocas de Zica e Clara. Olhou para Diego, que parecia dormir tranquilamente ao seu lado. Deu-lhe um beijo suave na face e, quando fazia menção de levantar-se da cama, uma mão forte a segurou, puxando-a de volta.
- Onde pensa que vai? – murmurou rouco.
- Vou para o outro quarto me vestir, antes que alguma curiosa, que já deve ter descoberto o meu carro lá embaixo, venha averiguar onde estou dormindo. A Zica e a Clara já devem ter voltado da sua folga e logo estarão em atividade pela casa.
- Fica mais um pouquinho, vai... – suplicou abraçando-a.
- Que tal uns pães de queijo quentinhos no café da manhã? Lembrei do presente da Tia Lourdes. Antes que a massa estrague naquele porta-malas, podemos dar um destino mais interessante para ela. O que acha?
- Bem, agora você me convenceu. Entre você e os pães de queijo... Hummm. Tem razão. Os pães de queijo! – ironizou.
- Seu bobo... – sorriu e deu-lhe um beliscão de leve no braço.
- Ai! Está bem. Está liberada... Por enquanto.
Beijaram-se rapidamente e logo Ângela, já vestida, saía sorrateiramente do quarto, fechando a porta atrás de si.
Deu uma ligeira desarrumada na suíte de Ágata, para parecer que tinha dormido ali, e desceu. Na cozinha, conversavam as duas empregadas.
- Bom dia, Ângela. Passou a noite aqui? Houve algum problema? – perguntou Clara.
- Na verdade, houve – disse, para pasmo das mulheres.
Contou em rápidas palavras o que acontecera com Cláudia, sem mencionar a suspeita de tentativa de suicídio. Falou com se tudo não tivesse passado de um acidente.
- Você deve estar cansada. Teve que cuidar do Diego todo o fim de semana e ainda continuar na segunda... – disse Clara com certo veneno disfarçado.
- Pois é... Mas optei por manter os dias que combinei com Lino. Ele ficou com as terças, quintas e sábados. Apenas o domingo é rodiziado. Portanto, no próximo estarei de folga. Além do mais, o Lino está com seu pai aqui em BH e precisava dar uma atenção a ele. – explicou – Bem, agora que já esclareci a curiosidade de vocês, quero saber se a Zica não se importa de ligar o forno para preparar uns pães de queijo.
- Pão de queijo? Que estória é essa, gente? – sobressaltou-se Zica.
- Vou até o carro buscar a massa. Minha tia, que mora num sítio, deu de presente. Como não voltei para casa, vou ter de fazê-los aqui mesmo. Vocês gostam?
- Uai! É claro que sim! – exclamou Clara animada.
- Então, vou buscar. Tem massa suficiente para o café da manhã de todos na casa.
Enquanto os pães assavam, Clara estranhava a ausência de Marcelo pedindo seu café, apressado por estar atrasado.
- Talvez ele tenha resolvido ficar em casa hoje. Foi uma noite um tanto agitada.
- É, imagino que sim... Deve ter sido um susto e tanto para ele. – falou maldosamente Clara, provavelmente por já ter percebido o envolvimento dos dois.
- Para todos nós, Clara.
Já passava das 09h30min e Marcelo ainda não tivera coragem de sair de seu quarto. Passara grande parte da noite acordado, pensando sobre sua relação com Cláudia e em tudo que acontecera nas últimas horas. Pensou no amor que nutria por Ágata, mas que, durante os cinco anos em que estiveram juntos, nunca sentir a mesma reciprocidade. Talvez fosse este o motivo que o atraíra para Cláudia. Nas últimas semanas, ela lhe dera mais atenção e carinho do que recebera nos últimos anos de sua esposa. Sabia que era uma garota mimada, acostumada a luxos e aparentemente fútil, mas, a sua maneira, era encantadora, inteligente e muito afetuosa, quando lhe davam oportunidade para demonstrar estas qualidades. Divagando sobre estas questões, foi interrompido por Clara, que bateu na porta de seu quarto para avisar que Glória estava lá, preocupada com a sua ausência na fábrica. Agradeceu e foi para o banheiro, onde tomou uma rápida ducha e vestiu-se. Ficou imaginando se Ângela já teria conseguido falar com o hospital a respeito do estado de Cláudia. De qualquer maneira pretendia visitá-la, ou, pelo menos, ficar próximo a ela e tentar saber sobre a evolução do seu quadro.
Encontrou Ângela perto do telefone ao descer, como se tivesse acabado de desligar.
- Bom dia. Já soube alguma coisa a respeito de Cláudia ou alguém ligou? – perguntou apreensivo.
- Acabei de falar com Nair e ela me deu boas notícias.
- Ah! Sim? – animou-se.
- A TC mostrou apenas um pequeno coágulo, que deve ser reabsorvido em poucos dias, sem necessidade de abordagem cirúrgica. Ela já superficializou o coma e o médico acha que logo ela deve recobrar a consciência. Até já saiu do respirador.
- É sério? – rebateu alegremente incrédulo – Mas que notícias ótimas! Nem sei como lhe agradecer, Ângela.
Tão feliz estava que acabou por abraçar a enfermeira e dar-lhe um beijo na face.
- Não tem o que agradecer. Também fiquei feliz por saber que Cláudia está fora de perigo – falou, ainda surpresa com a reação inusitada do padrasto de Diego.
- Você tem sido um anjo desde que veio para esta casa. Sei que não tenho demonstrado o meu agradecimento pelo que fez com Diego. Ele melhorou muito o seu estado de espírito, voltando a ser o mesmo rapaz alegre de antes. Agora, demonstrando sua preocupação com Cláudia e... Afinal... Muito obrigado.
Neste momento notou a presença de Glória que entrava na sala, vinda do jardim de inverno, onde mantinha uma conversa com Diego. Ele não teria sua sessão diária de fisioterapia naquela manhã. Carlos ligara ainda cedo para avisar que, devido a um problema com seu carro, não poderia ir.
- Olá, Glória. Bom dia!
- Vejo que já melhorou do seu mal-estar – disse lançando um olhar desconfiado para ambos.
- Tive boas notícias. Pretendo ir ao escritório à tarde.
- O Diego acabou de me contar o que aconteceu. Ela está bem?
- Parece que sim.
-Vocês brigaram durante a viagem? Foi tentativa de suicídio? – disparou mordaz, sem parecer importar-se com a presença da enfermeira na sala.
Por algum motivo, Marcelo, chocado com a agressividade de Glória em suas perguntas, resolveu não levar o assunto muito adiante e negou qualquer problema.
- Não. Correu tudo bem. Acho que foi apenas um acidente.
- Diego me disse que pretende voltar a trabalhar na fábrica. Você já sabia?
- Ele me disse qualquer coisa a respeito ontem, mas não lembro exatamente o quê – referindo-se, intimamente, ao seu estado alcoolizado
- É... Parece que logo ele não vai precisar mais dos seus cuidados, Ângela.
- Fico muito feliz por ele.
- O que há com você hoje, Glória? Está diferente... Parece que acordou de pé esquerdo. Teve um fim de semana ruim? – observou Marcelo, notando o mau humor da secretária.
- Talvez eu não tenha dormido muito bem – sorriu inesperadamente – Estou sendo chata, é? Eu também tenho os meus dias ruins, gente.
Todos sorriram e o ar tornou-se um pouco mais leve.
- Acho que está na hora de ir – continuou – Vou me despedir de Diego e voltar para a fábrica. Espero por você à tarde. Quero que veja uns documentos que precisam ser assinados.
- Já está indo, Glória? – perguntou Diego, que acabava de entrar.
- Sim, meu querido. Tenho de voltar para o trabalho.
- Logo você vai poder folgar um pouco mais. Pretendo voltar à empresa na próxima semana. Poderei trabalhar pelo menos um turno, para começar.
- Acho que você podia descansar um pouco mais. Não há necessidade de voltar tão cedo. Ainda precisa de cuidados...
- A Ângela poderá me acompanhar no início para o caso de eu precisar de ajuda. – disse sorrindo, na direção dela, sem notar a expressão preocupada de Glória.
- Sem dúvida – afirmou ela, retribuindo o sorriso – Ainda precisa continuar com o trabalho físico para não perder a tonicidade muscular, já que há uma esperança de...
- Já que... O quê? – inquiriu Glória.
- É... Agora já me sinto melhor para falar sobre isto, por incrível que pareça – interrompeu Diego.
- Sobre o quê, Diego? – foi a vez de Marcelo refazer a pergunta.
- É que Ângela acha que eu tenho chances de voltar a andar.
Marcelo e Glória dirigiram seus olhares reprovadores para a enfermeira.
- Surpreende-me que você possa ter colocado esta idéia na cabeça de Diego. – falou Marcelo – Acho que você deveria ter mais cuidado ao dar um diagnóstico destes, já que o neurologista tirou nossas esperanças.
- E onde está este neurologista? – replicou ela, ao sentir a hostilidade dos rostos a sua frente. – Na verdade, eu pretendia lhe falar a respeito disso esta semana. Eu conversei com o Dr. Medeiros, que tratou de Diego e realizou a intervenção cirúrgica em sua coluna.
- Ele não tem o direito de dar nenhum palpite agora, depois de ter abandonado o caso do meu enteado da maneira que abandonou.
- Eu gostaria de lhe falar em particular, se possível, a respeito deste fato. – insistiu Ângela.
Marcelo olhou a sua volta e viu os olhos interessados de Clara e de Glória, e decidiu que aquele não era um assunto para ser comentado no meio da sala, diante de empregados. Apesar de Glória ser praticamente íntima, não deixava de ser uma funcionária dos Bernazzi.
- Por favor, Marcelo. Ouça a Ângela. Talvez seja importante. Eu confio nela... Muito – afirmou, aproximando-se dela, pegando em sua mão e apertando-a entre as suas.
- Não acredito que vocês possam estar dando ouvidos a esta mocinha intrometida – bradou Glória – Ela é só uma enfermeira. – revelando-se preconceituosa como nunca.
- A senhora também é só uma secretária e, no entanto, está conseguindo auxiliar na gestão de uma empresa, pelo que sei – disparou Ângela, surpresa com o ataque de Glória e com sua própria presteza em responder.
- É melhor pararmos esta discussão aqui. Glória, por favor, é melhor você voltar ao trabalho. À tarde, estarei lá para conversarmos – disse Marcelo tentando apaziguar a revolta excessiva da sua assistente.
Por um momento, um brilho desconhecido se fez ver nos olhos de Glória, diante de sua desafiante, mas logo em seguida, sorriu calidamente e continuou como se nada a tivesse aborrecido.
- Talvez eu tenha exagerado... Desculpe-me, Ângela. Como disse antes, não estou nos meus melhores dias.
- Não se preocupe, Glória. Eu entendo.
- Vou indo, então. Espero por você no escritório, Marcelo. Até!
Despediu-se e sumiu através da porta da frente, que foi cerrada por Clara.
Com um suspiro, Marcelo virou-se para Diego e Ângela, que continuavam juntos.
- Que tal me explicar a sua teoria lá no gabinete?
Os três encaminharam-se, então, até ampla biblioteca localizada ao lado da sala de estar, separada por uma grande porta envidraçada, de vidro fosco, em madeira escura. Suas paredes eram cobertas por estantes de livros que iam até o teto, decorada com móveis de mogno escuro e estofados de couro. Diante da escrivaninha, digna de qualquer renomado antiquário, havia duas enormes poltronas, no mesmo estilo inglês dos demais móveis. Marcelo apontou uma delas para que Ângela sentasse, enquanto Diego estacionou a cadeira ao seu lado.
- Não considero uma teoria, Sr. Marcelo, mas uma constatação. Ao longo deste período em que venho acompanhando o Diego, percebi que faltam, no seu quadro clínico, vários sinais de sequela de lesão medular. Desde o início, questionei o Lino sobre a orientação do neurologista, que deu o diagnóstico final, e fui informada que ele desapareceu. Surpresa com o fato, fui conversar com o Dr. Medeiros. Primeiro fiquei admirada quando ele me disse que foi dispensado pela família e não o contrário, como tinha sido dito.
- Como assim? Ele mandou uma nota para pagamento de seus honorários e disse que não cuidaria mais do caso do Diego.
- Disse para quem? – perguntou Diego.
- Para a minha secretária.
- Glória?
- Não. Minha secretária na minha empresa.
- Talvez tenha que averiguar com ela como foi que isto ocorreu. Mas não acha estranho ele ter contatado a sua empresa e não a nossa? - conjeturou Diego.
- Vou verificar isto – anuiu Marcelo.
- Em segundo lugar, ele me deu um diagnóstico totalmente oposto ao que nos foi informado. Conforme o Dr. Medeiros, a lesão de Diego era mínima e conforme o andamento da fisioterapia ele poderia andar novamente.
- E por que ele ainda não está andando até agora?
- Ele aventou a hipótese de paraplegia psicogênica, mas precisaria examiná-lo para dizer com precisão o que está acontecendo.
- Uma o quê?
- Paraplegia psicogênica, Marcelo – falou Diego impaciente – Quem indicou este segundo neuro e onde ele está?
- Foi o próprio Dr. Medeiros, quando mandou a nota cobrando seus serviços.
- Ele diz que não indicou ninguém e que nunca ouviu falar deste colega. Aliás, Lino andou investigando sobre o nome deste médico no Conselho Regional de Medicina mineiro e não encontrou ninguém inscrito lá com este nome – acabou por dizer tudo, apesar da orientação de Lino.
- Não é possível... – Marcelo estava perplexo diante das descobertas de Ângela e Lino.
- Pretendo marcar um horário com o Dr. Medeiros – disse Diego – Ainda esta semana.
- Claro... Estou pensando no que pode ter acontecido. Que falha de comunicação foi esta que provocou toda esta confusão. E se aquele neuro que o examinou no hospital e deu a sua alta não era médico, quem era ele e quem o contratou para mentir?
- Será que eu posso dar uma sugestão? – perguntou Ângela.
- Claro que sim.
- Que acham de entrar em contato com o investigador que está cuidando do caso da Cláudia e de D. Ágata?
- É uma ótima idéia! – exclamou Diego.
- Eu achei aquele sujeito meio esquisito, mas talvez ele possa descobrir o paradeiro e a identidade deste neurologista fantasma, já que é da polícia e se intitula investigador. – disse Marcelo – Vou ligar para ele agora mesmo. Ele me deu um cartão na primeira vez em que esteve aqui. Deixe-me ver – E começou a revirar uma das gavetas – Ah! Está aqui.
Pegou o telefone sobre a escrivaninha e discou para o número que devia ser o da delegacia. Ao atenderem, identificou-se e pediu para falar com Romildo Corrêa Após alguns instantes, o homem o atendeu. Marcelo rapidamente explicou o caso para o detetive, que agradeceu e disse que assim que descobrisse alguma coisa, entraria em contato. Desligou, diante do olhar desiludido de Marcelo.
- Acho que não vamos conseguir nada com ele... Ficou de ligar se descobrir algo.
- Temos que dar um voto de confiança a ele – consolou-o Diego.
- Já é quase meio dia - constatou Marcelo ao olhar seu relógio de pulso. – Vou almoçar com vocês e, depois, irei ao hospital tentar ver a Cláudia, antes de ir para a fábrica.
- Vou ligar para o consultório do Dr. Medeiros e marcar uma consulta – avisou Ângela.
Separaram-se, enfim, cada qual com seus planos naquele final de manhã.
Em meio àquele trânsito caótico, seus pensamentos agitavam-se entre o fracasso de sua tentativa em eliminar Cláudia, a intromissão da enfermeira, que até então parecera tão inofensiva e a volta de Diego para a fábrica. De repente, tudo resolvera dar errado. Mas não se deixaria abater. Ainda podia resolver tudo. Ainda poderia ter tudo que almejava. Tinha certeza disso. Bruscamente, mudou a direção do carro. Precisava agir rapidamente se quisesse recuperar o controle da situação.
Oi, para todos!! Antes de mais nada, gostaria de felicitar a todos os enamorados pelo seu dia. FELIZ DIA DOS NAMORADOS!
Pois é... Acho que finalmente a estória já dá sinais bem evidentes de quem é o assassino. Este deve ser o penúltimo capítulo, a não ser que algum dos personagens resolva se revoltar e mudar tudo...rsrsrs. Também queria renovar meus agradecimentos às meninas Nadja, Cris, Lucy e Ly, sempre me incentivando, e a todas que vêm a este meu cantinho especial me prestigiar.
Beijos!!
Boa noite amiga querida e uma ótima Noite dos Namorados pra você!!!!
ResponderExcluirPelo andar da carruagem acho que meu palpite está certo, mas como toda estória pode mudar de repente, rsrsrsrs....
Como todos os outros este capítulo está excelente Rô, sempre capaz de despertar nosso interesse e tensão por ver o caso resolvido.
Estou aguardando o final e, claro, os próximos romances maravilhosos que você escreve.
Um cheiro amiga!!!
Oi, Rô!
ResponderExcluirAmiga, esse capítulo foi mesmo revelador!
Mas que coisa, estou doidinha pra saber os pormenores do caso.
Pior é que na maioria das vezes é assim mesmo, sempre alguém que nos é próximo e querido acaba traindo a nossa confiança, numa tentativa maquiavélica de conseguir atingir seus objetivos escusos. Enfim, é mesmo assim a vida. Como já te contei, eu já tomei umas bofetadas nesse sentido e sei o quanto machuca e como é complicado para se conseguir voltar a ter alguma esperança.
Contudo, o bom é que Diego finalmente vai voltar a se consultar com um bom médico que poderá lhe ajudar a recuperar a sua mobilidade física. E tendo a Ângela ao seu lado, com certeza tudo fica muitíssimo mais fácil. Aliás, se a Ângela quiser uma folguinha, pode me chamar que eu o ajudo com muito carinho, faço umas massagens bem relaxantes, ajudo no bainho e tudo mais... hehehe...
Amiga, fala sério... Passar a noite ao lado de um homem desse quilate e ainda tomar um cafezinho com pão de queijo quentinho é o máximo pra mim!!! Nossa, adoro pão de queijo e o Diego, bom, é hors concours...
Uma ótima semana pra ti!
Beijinhos
Oi,Rosane!!!
ResponderExcluirQue cap.foi este?
Está tudo começando a se resolver e as minhas suspeitas estão se confirmando.Estou louca pra saber mais.Não demore muito pra postar.
Bjs.
Noooooooooossa Rô! Que capítulo revelador!
ResponderExcluirA minha cabeça deu mil voltas diante dele!
Estou cada vez mais doida de curiosidade!
Nosso prestígio vc merece desde sempre!
E vou ficar aqui, lógico, aguardando as próximas cenas dessa trama!
Bjim♥
Menina! Temos que proclamá-la como Rainha do Suspense! Que história! Bravo! Brava!
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