quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Meu Doce Vampiro - O Reencontro (parte final)

As duas primeiras semanas em Paris pareceram intermináveis e tristes. Depois da primeira noite, em que, após acomodar Victor em sua cama, chorou durante várias horas relembrando as revelações de Cássia e a cena que presenciara no quarto de Robert, decidiu que começaria uma nova vida. Vida... Era uma palavra nova em seu vocabulário. Buscava abafar seus medos em relação ao futuro, receios de como seria tentar ser humana, se Victor conseguiria adaptar-se à nova alimentação... Ao lado de todas estas incertezas, descobrira um grande amigo em Cyro Zimbro. Até então ele não passava de um marchand, que raramente via pessoalmente, e que a ajudava com a exposição e a venda de suas telas. Este seu trabalho agora seria muito conveniente, pois seria destas vendas que tiraria o seu sustento e o de Victor, como qualquer pessoa normal. Às vezes tinha a impressão que Cyro conhecia a sua verdadeira natureza, mas era discreto o suficiente para não incomodá-la com perguntas intrometidas a respeito de sua decisão de morar na capital francesa. A primeira vista era um homem estranho, calado, de idade indefinida. Talvez algo em torno de 50 e 60 anos. Não era muito alto para os padrões masculinos, tinha cabelos pretos e lisos, cortados bem curtos, um olhar manso em olhos castanho-claros, um nariz aquilino, sobre uma boca de lábios finos, que raramente sorriam. Não tinha certeza de sua nacionalidade, mas falava em francês sem sotaque algum. Mas nos últimos dias tinha demonstrado tal diligência com Luísa, que se tornara uma presença que lhe transmitia segurança. Talvez estivesse projetando nele o pai que não tivera. Aquele que lhe fora arrancado tão prematuramente...
Logo que começou a tentar modificar o tipo de alimentação, foi invadida por cólicas terríveis, dor de cabeça, náuseas e fraqueza geral. A sensação de “fome” a perseguia, sem nunca conseguir realmente satisfazê-la. Sabia muito bem o que seu organismo exigia e tentava não pensar sobre isto nem demonstrar suas dificuldades para o filho. Felizmente, com Victor o quadro era diferente. Ele parecia estar se adaptando facilmente à dieta vegetariana imposta pela mãe. Não se queixava, apesar de às vezes aparentar certa fraqueza. No geral parecia um pouco mais corado que antes. Silenciosamente, ela torcia para que ele pudesse ter uma vida normal como qualquer menino comum da sua idade. Talvez por ser muito jovem e com uma genética mais humana que hematófaga, ele conseguisse se adequar aos novos hábitos. Envolvida com tantas mudanças e preocupações, sobrava pouco tempo para pensar em seus próprios sentimentos. À noite, no silêncio do apartamento, sem as constantes perguntas, choramingos e risadas de Victor, seus pensamentos voavam para Robert e as lágrimas voltavam a rolar em sua face. Pensava que talvez tivesse sido precipitada em relação a ele. Já sabia que Lisa era sua amiga e, certamente, em algum momento, tinham tido alguma “história” juntos. Ela não era ingênua a ponto de descartar este fato. Entretanto, tinha acreditado em Robert quando ele falou que Lisa e ele tinham representado, naquela noite no hotel, estar mais envolvidos para despertar ciúmes nela. Porém, durante a cena que vira no quarto, eles não sabiam da presença dela. No fundo tinha esperança de estar enganada e que, no desespero em que estava, seus olhos tivessem lhe pregado uma peça. Mas preferia não pensar mais nisso. Talvez o melhor fosse continuarem como antes. Ele tinha a carreira dele e uma mulher - vampira e um filho certamente o atrapalhariam, refletiu com amargura.


Se fosse possível o silêncio fazer eco, isto é o que se ouviria entre as paredes do castelo de Mircea. Cássia sentia o peso da eternidade em suas costas, como nunca sentira antes. Pensava muito em Luísa, desde que ela partira, levando o pequeno Victor. Compreendia a revolta que desencadeara em sua filha adotiva ao contar sua verdadeira estória, mas isto não a impedia de sentir falta da sua presença, de suas conversas, do seu carinho. Talvez um dia as coisas pudessem voltar a ser como antes. Um dia... Cerca de uma semana depois daquele dia de revelações, a equipe de Will Fetter partira para Londres, a fim de continuar o trabalho de produção do seu filme. Juntamente com eles, seguiram Robert, que prometera encontrar Luísa e conversar com ela. Esperava conseguir convencê-la a ficar com ele. Acreditava que poderia explicar o mal entendido ocorrido. Disse que a amava muito e que faria de tudo para tê-la junto a ele. Estas declarações do humano a fizeram admirá-lo um pouco mais e perceber alguns dos motivos que levaram Luísa a apaixonar-se por ele. Contudo, a ausência que mais sentia era a de Arnold. Ele viajara de volta para a Grécia três dias depois da saída de Luísa, com a promessa de que voltaria o mais breve possível, trazendo os romenos sobreviventes da época em que Vlad declarara a extradição de seus oponentes. O orgulho e um certo medo os mantivera afastados todos estes séculos, mas agora, com o convite da última descendente da nobre família e o aval de Arnold, que certificara-se da falta de hostilidade contra eles, poderiam voltar a viver junto às suas raízes. À família Tepes ainda pertenciam muitas terras, que eles poderiam ocupar e refazer suas existências. Com Arnold, também se foram Eric e Cristopher, levando consigo Gabriele e Monique, respectivamente. Obviamente Lana também os acompanharam rumo à Grécia, onde planejariam o seu futuro como casais. Era uma nova geração de sua espécie, que ela tanto sonhara nas horas em que acreditava que tudo estava acabado. À exceção de sua relação com Luísa, tudo parecia estar se encaminhando para uma boa resolução. Arnold não prometera nada. Os dias que passaram juntos foram inesquecíveis, mas ela preferia não nutrir falsas esperanças de tê-lo ao seu lado. Toda sua família estava em Santorini. Sabia que seria difícil para ele uma mudança tão radical, já que ela sentia o mesmo em relação a si mesma. Não conseguiria viver longe de seu castelo, sua terra, suas lembranças. Por isso, não ousou pedir-lhe tamanho sacrifício ... O verão logo chegaria ao fim e os ventos frios do norte voltariam a castigar a região. Sentada numa confortável cadeira no terraço da mansão, com o entardecer num céu encoberto por nuvens e alguns tênues raios de sol brigando entre elas para despejar um pouco de seu derradeiro brilho sobre os campos e matas, Cássia fechou os olhos e suspirou resignada com sua situação de solitária.
Não saberia dizer quanto tempo ficou assim até que despertou de suas divagações ao sentir-se observada por alguém. Como num sonho, forçou-se a abrir as pálpebras pesadas e, diante do que viu, sentiu-se transportada a outro sonho.
- O que faz a minha bela dama solitária a dormitar aqui ao relento?
Só então percebeu que a noite já caíra e que tinha pego no sono. Ou será que ainda estava sonhando e imaginando que Arnold estava à sua frente, com um lindo sorriso, brincando com ela?
- Arnold? – perguntou sonolenta.
- Quem mais você estava esperando? Será que tenho algum rival que desconheço, competindo por seu amor? – dizendo isso rindo, ajoelhou-se diante dela e continuou, com expressão apaixonada e mais séria – Não consigo mais ficar longe de você. Estes últimos dias de separação foram uma tortura para mim. Espero que você permita que eu fique...
Cássia sorriu e dobrou-se para frente, com a mão estendida até tocar o rosto dele e ter certeza de que a imagem a sua frente não era apenas fruto da sua mente angustiada.
- Eu estava esperando por você... Apenas por você. Quanto a ficar aqui... É o que mais desejo desde que o vi partir.
Ao ouvir estas palavras e ver o fulgor no olhar de Cássia a buscá-lo, Arnold levantou-se, enlaçando-a pela cintura e forçando-a a levantar-se também, enquanto a trazia para junto de si e buscava seus lábios, que prontamente o receberam sedentos do seu gosto.
- Tive medo que não voltasse a vê-lo.
- Quando disse que haviam vários romenos exilados querendo voltar às suas origens, incluí a mim mesmo. Ainda tinha algumas dúvidas sobre este retorno e se era isso que eu queria realmente, mas depois que a conheci minha certeza consolidou-se. Só preciso do seu aceite para ficar.
- Ainda tem dúvidas se o quero? – perguntou Cássia sedutoramente.
- Preciso me certificar muito bem disso...
- Se quiser posso assinar uma autorização para você – murmurou, aproximando sua boca dos lábios de Arnold, mais uma vez – Posso assinar aqui de novo?
Ele sorriu, lembrando da primeira vez em que a beijara.
- Sem dúvida alguma.
Qualquer tristeza que amargurasse o espírito de Cássia foi esquecida ao perder-se no beijo e nos braços de Arnold Paole.


Estava ansiosa. Acabara de deixar Victor na escola infantil que existia próxima ao apartamento onde estavam morando. Tinha visto o receio em seus olhinhos, mas logo a coragem que era característica de sua personalidade tomou posse e ele juntou-se aos novos colegas da mesma idade. Andava se queixando da separação de Lana, tristonho, sem saber o que fazer com a saudade que sentia de sua parceira de aventuras. Isto tinha sido uma das causas que tinham levado Luísa a procurar um lugar com crianças da idade dele, com quem pudesse brincar. Outro motivo era a introdução de seu filho na sociedade dos humanos, da qual pretendia fazer parte. Suas esperanças de que isso pudesse tornar-se realidade aumentava a cada dia, com o cessar de seu mal-estar e a crescente adaptação à nova dieta alimentar. Ainda tinha suas crises de “fome”, mas já eram menos frequentes e mais brandas.
Preparava-se para ir à galeria para falar com Cyro a respeito do aluguel de um pequeno estúdio onde pudesse trabalhar em suas telas, já que no apartamento não tinha espaço suficiente para isso, quando se surpreendeu com o toque da campainha. Cautelosa, foi até a porta e perguntou quem era. Na falta de resposta, permaneceu tentando escutar algum movimento, quando novo toque se deu, estremecendo-a. Armou-se de ânimo, empertigou-se e abriu a porta com presteza. Ao verificar que o dono do chamado em sua entrada era Robert, tentou voltar atrás e fechar a porta com a mesma presteza com que a abrira, mas não conseguiu, pois ele evitou a ação interpondo seu braço e o pé esquerdos na abertura.
- Luísa, nós precisamos conversar – clamou enquanto os olhos brilhavam dentro de uma expressão de quase desespero – Por favor, deixe-me entrar – suplicou.


Diante daquele olhar de súplica, nos olhos azul-esverdeados que ela tanto amava, as forças para lutar contra ele logo se esvaneceram e ela acabou por afastar-se da porta, permitindo que ele entrasse.




Sua vontade era de tomá-la em seus braços e declarar o quanto sentira a sua falta e o quanto a desejava, mas conteve-se, com medo de ser repelido e acabar com qualquer chance de reconciliação. Com a permissão de Luísa, entrou na sala modesta, mas aparentemente confortável, e ficou esperando por ela para sentar-se em uma das duas poltronas que havia ali. Porém o convite para tal não foi feito e ele permaneceu de pé. Ela parecia mais magra, mas com um leve rubor nas maçãs do rosto.
- Como você me encontrou aqui? – perguntou em tom nervoso.
Robert, antes de responder, olhou em torno a procura de Victor, o que foi notado por ela.
- Victor não está. Por favor, fale logo a que veio e saia – disse com voz enfraquecida.
- Estou a procura de vocês desde que me abandonou em Mircea sem explicação alguma. Cássia nos contou sobre a conversa que manteve com você e imagino o que você deve ter sofrido com as revelações dela. Por que não me procurou? Eu já estava praticamente recuperado do incidente com o lobo e não havia motivo para negar o meu consolo numa hora difícil como esta. Eu queria estar ao seu lado para tentar minimizar o seu sofrimento... Só queria entender por que fugiu de mim também.
Luísa engoliu em seco e quase esqueceu o motivo que a levara à atitude que a afastou de Robert diante daquela declaração.
- Eu o procurei, Robert. Eu o procurei e o encontrei na cama, nos braços daquela mulher, aos beijos – disse com repentina raiva contida.
- O quê? Luísa, você devia estar meio cega pelo seu desgosto para ver uma cena como esta – exclamou surpreso, mas comprovando suas suspeitas – Naquele dia, Lisa foi me visitar, pois soube do acidente. Você deve ter chegado na hora em que ela se despedia e debruçou-se sobre mim para me dar um beijo de amiga, no rosto. Tente lembrar bem do que viu. Você imaginou uma cena romântica entre nós que não existiu.
Notou que ela vacilou por alguns instantes e aproveitou-se disso para aproximar-se e pegar na sua mão.
- Luísa, tem que acreditar em mim. Por favor... – falou enquanto começava a levar sua mão aos lábios.
Prontamente, ela retirou a mão dentre as dele e recuou.
- Pode ser que eu tenha me enganado no que pensei ter visto, mas aquilo serviu para que eu enxergasse que é impossível mantermos um relacionamento. Você tem a sua carreira, tem a sua liberdade para ter todas as mulheres normais que quiser... Não precisa ficar preso a mim. Eu permitirei que veja o seu filho quando quiser. Não o usarei para mantê-lo junto a mim – despejava aquelas palavras sem conseguir olhá-lo nos olhos, pois sabia que não conseguiria dizer tudo sem fraquejar se o encarasse.
Robert mais uma vez tentou a aproximação e, antes que ela recuasse novamente, segurou-a pelos ombros e falou carinhosamente:
- De onde você tirou estas idéias ridículas de liberdade e de obrigação de ficar com você por causa do Victor? Luísa, eu te amo. Mesmo não lembrando quem você era, depois que forjou a minha perda de memória, eu continuei a amá-la todos estes anos, nos resquícios de minhas lembranças daqueles dias na Grécia. O que eu preciso fazer para que você acredite em mim? A minha vida só valerá à pena daqui em diante se você estiver ao meu lado, Luísa.
Ela finalmente ergueu a cabeça na direção dele, buscando a confirmação de suas palavras em seu olhar. E ela encontrou o que procurava no brilho apaixonado de seus olhos.
- É a primeira vez que você diz que me ama...
- Então será a primeira das milhares de vezes que vou repetir, para que você não esqueça nunca: “Eu te amo”... – disse ternamente, rodeando a cintura dela com os braços, beijando-a com paixão e sendo correspondido plenamente.
Foram interrompidos pelo som insistente do celular de Robert. Ele afastou-se de Luísa sorrindo e disse:
- Acho que esqueci de alguém me esperando lá embaixo – falou ao atender o telefone – Oi, Lisa.
- Lisa?? – exclamou Luísa com evidente e desgostosa surpresa.
- Está tudo certo... Quer falar com ela?... Está bem – respondeu a sua interlocutora e ofereceu o aparelho para que Luísa pudesse falar.
Ela o pegou hesitante e acabou por colocar em posição de escuta.
- Alô?
- Luísa, minha querida! Fico muito contente que vocês tenham se acertado finalmente. Eu vim junto para o caso de ter de dar o meu testemunho sobre qualquer mal-entendido que tenha acontecido entre nós. É preciso que você saiba que ele está realmente apaixonado por você e que eu estou muito feliz com isso. Desculpe se interrompi alguma coisa, mas achei que ele havia esquecido de mim e realmente preciso voltar para o hotel correndo, pois o Will ficou de me pegar para almoçarmos juntos logo mais.
- Obrigada, Lisa...
- Adeus, Luísa, e cuide bem do moço aí ao seu lado.
- Adeus... – despediu-se e logo ouviu o clique e o silêncio do outro lado.
- O que ela falou? – perguntou Robert curioso.
- Disse para eu cuidar de você - disse sorrindo e entregando o celular de volta ao proprietário – Ela também falou que ia sair para almoçar com Will.
- Pois é. Sabe-se lá como, mas em meio a várias discussões, acabaram por descobrir pontos em comum e resolveram tentar, digamos, se conhecer melhor. Inacreditável, não? – disse rindo – Mas, voltando ao nosso assunto, referente àquela parte da sua conversa com a Lisa, sobre cuidar bem de mim. Que tal começar agora? – insinuou com um sedutor sorriso, mas parou subitamente, como se tivesse lembrado de alguma coisa – E o Victor? Ele não está mesmo em casa?
- Não... Ele está na escolinha do bairro... Tenho muito que contar sobre estes últimos dias.
- Depois você me conta. Agora quero matar a saudade... – falou com a voz enrouquecida pelo desejo e, ávido, buscou a boca de Luísa.
Aliviada por saber que estava enganada a respeito de Robert e mais confiante em seu futuro junto a ele, agarrou-se ao seu pescoço e perdeu-se naquele beijo, como se fosse a primeira vez. Perdeu-se na volúpia que experimentava toda vez que ele a tocava, quando aquelas mãos percorriam seu corpo, arrebatando-a para um mundo só deles, onde os problemas se diluíam e só o prazer era presente. Ele a possuiu ali mesmo na sala, com urgência, ansioso por unir-se a ela mais uma vez, numa necessidade que crescia a cada instante, a cada dia, e que provavelmente nunca teria fim. Era algo mais que o simples desejo carnal. Era o levitar, o retorno ao lar, o conforto, o fim da procura...

Saíram do apartamento cerca de duas horas depois de seu reencontro, alertados por Cyro Zimbro que telefonou para Luísa, preocupado com sua demora em encontrá-lo no local onde seria o seu novo estúdio. Robert a acompanhou. Queria conhecer este misterioso marchand que a acolhera de forma tão paternal, conforme ela lhe contara entusiasmada. No fundo ficara com ciúmes e queria confrontá-lo e saber se esta amizade era totalmente desprovida de outras intenções. Também estava ansioso com a segunda parte de seu passeio. Eles buscariam Victor na escola e contariam que ele era seu pai.
Lá estava ele, Cyro Zimbro, em frente a um prédio antigo, no Boulevard Saint-Michel, no Quartier Latin, próximo ao Museu de Cluny. Após as apresentações, subiram no elevador antigo, mas restaurado e seguro para o uso, e foram levados ao quarto andar. Lá ficava a ampla sala, com uma magnífica vista do Boulevard, dos jardins de Cluny e dos telhados de Paris, que tornavam o local bastante agradável. Cyro parecia animado, dentro do possível, e já parecia ter determinado onde seriam colocadas as telas prontas, de forma a ter uma pequena exposição disponível a possíveis compradores ou expositores interessados, e onde seria o melhor recanto para Luísa pintar. Tinha uma cozinha rudimentar, mas com o essencial para preparo de pequenos lanches e café, se ela tivesse necessidade de ficar mais tempo por lá.
- O meu problema, Cyro, é o econômico. Não sei se terei recursos suficientes para pagar um estúdio deste tamanho, nesta região de Paris. Imagino que o preço seja muito elevado.
- Isto não é problema, minha amiga – afirmou, antes que Robert pudesse interferir, propondo responsabilizar-se por estes gastos – Este imóvel também é meu e claro que estou disposto a emprestá-lo pelo tempo que for necessário. Assim que você for famosa, o que acredito não deve demorar muito, e puder pagar um aluguel, aí conversaremos novamente.
Robert começou a desconfiar de tantas gentilezas.
- Creio que o senhor já fez muito por Luísa – interveio Robert, sob o olhar reprovador dela – Mas, como seu futuro marido, posso perfeitamente arcar com estas despesas iniciais.
Cyro sorriu, compreendendo o temor de Robert.
- Não se preocupe. O que estou propondo não é disfarce de nenhum interesse escuso, senhor Robert. Luísa é uma grande pintora. Sei que no momento em que dedicar-se mais a este seu dom, venderá facilmente toda a sua produção artística. Não faço nada mais do que minha obrigação como marchand, com amplo interesse comercial, e também como amigo. Além disso, existem mais pontos em comum entre nós, que podem explicar a minha simpatia para com esta bela jovem – Neste instante ele olhou diretamente para Luísa e continuou - Eu conheço vários artistas que tem origem semelhante a sua, minha cara, se é que me entende. Creio que o senhor Robert também saiba a que estou me referindo.
- Confesso que tinha uma ligeira desconfiança quanto a isto, Cyro. Você também é um... Vampiro? – perguntou Luísa agradavelmente admirada.
- Eu era um vampiro, Luísa. Sou o que você está tentando se tornar. Um ex-vampiro, ou pelo menos, alguém que já não é mais hematófago. Somos muito poucos espalhados pelo mundo. Não é algo comum e, até bem pouco tempo, era algo muito mal-visto pelos membros de nossa espécie. Claro que apenas alguns transformados, conseguem este retorno ao estado humano. Muitos morrem tentando. Descobri que isto poderia ser viável ao estudar uma antiga sociedade, originada no Egito, que atualmente tem sede na Espanha, e cujos membros descendem de vampiros. Um dia poderemos conversar mais sobre isto. Só quero que saiba que é possível e, pelo que tenho observado, você tem grandes chances de conseguir, bem como Victor. Como vê, senhor Robert, sou inocente de suas desconfianças.
- Fico mais tranquilo com estas suas explicações, senhor Zimbro.
- Mas, então? Gostou da minha oferta?
- Claro. Negócio fechado – confirmou Luísa.
- Eu ainda assim prefiro pagar a parte de Luísa, se o senhor não se ofender.
- Não há problema algum, se Luísa concordar.
Ela apenas escutou e não quis discutir com Robert na frente de Cyro. Conversariam mais tarde sobre aquela pequena interferência.
- Já está na hora de buscar o Victor – lembrou – Amanhã nos falamos, Cyro. Muito obrigada por tudo – despediu-se, depositando um beijo no seu rosto, sendo retribuída da mesma forma.
- Até amanhã, Luísa.
Robert notou que ela não gostara muito do modo como ele se intrometera junto a Cyro, mas já sabia como contornar esta situação. Não queria que ela ficasse devendo nada para ninguém, nem mesmo para um simpático vampiro humanizado.
Chegaram ao prédio onde funcionava a escolinha de Victor exatamente na hora da saída. Enquanto Luísa conversava com a professora sobre como tinha sido a sua adaptação ao novo ambiente e aos coleguinhas, aconteceu algo inesperado. Ao ver Robert ao lado da mãe, Victor correu em sua direção e o abraçou nas pernas. Emocionado, Robert o levantou no colo e o beijou.
- Você não está mais machucado? – perguntou o garoto enquanto buscava algum sinal de machucadura em Robert.
- Não, Victor. Estou muito bem e feliz em ver você – respondeu com a voz embargada.
- E eu, não ganho um beijo? – perguntou Luísa com um pouco de ciúmes, mas comovida com a atitude carinhosa do filho, que esticou o pescocinho para oferecer os lábios para um beijo na face da mãe, sem aventar a hipótese de sair do colo de Robert.
- Vocês têm um filho muito inteligente e carinhoso. Parabéns! – disse a professora com expressão embevecida.
Luísa e Robert trocaram olhares cúmplices de satisfação.
- Onde nós vamos? – perguntou alegremente o menino.
- Vamos para casa. O Robert e eu temos uma coisa para contar a você.
- É surpresa?
- Talvez, e acho que você vai gostar do que vai ouvir – respondeu Luísa, olhando para pai e filho com orgulho e uma enorme sensação de felicidade.


Passaram-se quase doze meses. Londres preparava-se para a pré-estréia do novo filme de Will Fetter, que deveria iniciar uma nova febre a respeito do mistério que sempre envolvera o tema em questão: os vampiros. Muitos dos famosos ônibus de dois andares londrinos carregavam os cartazes de “O Mistério do Castelo de Mir”, celebridades chegavam de vários pontos do mundo para a premiere e os comentários da imprensa eram os mais elogiosos possíveis, levando em conta o talento do diretor e do elenco. A expectativa era grande entre o público e a crítica.
“Na noite de ontem, sobre o tapete vermelho, com fãs barulhentos afastados por cordões de isolamento dos dois lados, chegou Will Fetter de mãos dadas com a atriz coadjuvante, Lisa Weber, confirmando o que os fofoqueiros de plantão já alardeavam há algumas semanas. Eles estão noivos e planejando seu casamento para logo depois de terminarem seus compromissos nas várias estréias da película em diferentes países. Pouco depois, foi a vez de Eric Paole chegar acompanhado da bela ruiva que passou a ser presença obrigatória ao seu lado nos últimos tempos. Dela só sabemos o primeiro nome: Gabriele. Como sempre, este ator tem conseguido manter sua privacidade, conservando sua vida particular fora da mira dos paparazzi. Logo atrás deles, seguia um terceiro casal, não tão conhecido do grande público, formado por Cristopher Stoltz e sua noiva Monique. O ator dedica-se mais ao teatro ultimamente, mas segundo alguns críticos que tiveram a oportunidade de assistir a uma prévia do filme, seu trabalho está impecável. Ele será, segundo algumas fontes, o segundo casamento da mulher que estava ao seu lado, e que já é mãe de uma menina de cinco anos. O desfile de atores e artistas das mais variadas categorias continuou. Entre estes, mas bem menos famosos, a condessa Cássia Tepes e seu marido, Arnold Paole, reconhecidos por alguns como tendo sido convidados pelo diretor Fetter, em agradecimento a cessão para filmagem das áreas externas e internas do Castelo de Mircea, na Romênia, de propriedade dos Tepes. Ao final do desfile, um aumento do tumulto se fez quando o ator principal, Robert Neville e, para tristeza da maioria de suas fãs, sua esposa, a artista plástica Luísa Neville, desceram da limusine preta. Entre acenos e sorrisos, sua linda mulher o cedeu para os autógrafos e aproximação do público presente, como sempre foi seu costume e motivo de torná-lo tão admirado e querido por suas admiradoras. Comentava-se que ela teria sido sua namorada antes da fama e com ele teria tido um filho. Logo após, despediram-se e adentraram ao teatro. Ao final da sessão, entre aplausos e cumprimentos, todos seguiram para a magnífica festa que os esperava nos salões de um famoso hotel da capital do Reino Unido”. Este foi apenas um dos relatos jornalísticos que fizeram parte da cobertura do lançamento do filme de Will Fetter, e que saiu na principal coluna de um dos grandes jornais de Londres.

Após a festa, Robert e Luísa seguiram para o seu apartamento londrino, onde haviam deixado Victor aos cuidados de uma babá. Ao chegar, enquanto Luísa dispensava a jovem “nany”, Robert foi até o quarto do menino, que dormia. Enquanto o observava com carinho, Victor abriu os olhos de leve e perguntou com voz arrastada:
- A festa já terminou?
- Já, Victor. Mamãe e eu já estamos de volta. Pode dormir tranquilo – disse em voz baixa, acariciando-lhe a cabeça, tentando tirar-lhe dos olhos os cabelos rebeldes.
- Que bom... Boa noite, pai – murmurou, sorrindo de leve, já de olhos fechados.
- Boa noite, meu filho – respondeu orgulhosamente enternecido, pensando em como pudera viver até então sem estes pequenos prazeres domésticos, como ver a expressão de paz de seu filho dormindo ou encontrar a mulher que amava a esperá-lo com um abraço depois de um dia de trabalho...
Luísa ficou observando os dois através da porta entreaberta.
- Querido... Ele dormiu? – sussurrou.
- Sim... – respondeu e estendeu o braço, acenando-lhe com a mão para que ela se aproximasse deles.
Ela pegou a mão que lhe acenava e abraçou Robert com o braço livre, juntando-se a ele para admirar o filho.
- Ele não é lindo? – perguntou Robert contemplativo.
- Tendo o pai que tem, só podia ser assim – cochichou ela no seu ouvido.
- Podemos considerar uma pequena parcela da mãe também... – considerou, apertando as mãos dela em torno de seus ombros um pouco mais forte.
- Pequena? – indagou dando-lhe um tapinha repreensor no ombro e sorriu.
- É, talvez um pouquinho mais... – tentou manter o ar sério – Eu diria meio a meio.
- Melhor... Já dispensei a babá.
- Ótimo. Melhor parar de babar aqui e ir para o quarto. O que acha?
- Vamos.
Saíram fazendo um mínimo de barulho para não atrapalhar o sono do pequeno.
Enquanto Robert foi ao banheiro, Luísa aproveitou para vestir a camisola nova que comprara na tarde anterior. Pensava em como a vida tornara a sorrir-lhe em tão pouco tempo. Às vezes pensava estar sonhando acordada ao ver Robert ao seu lado, brincando com o filho ou simplesmente conversando assuntos corriqueiros da vida doméstica. Sentia necessidade de dividir sua felicidade com todos aqueles que lhe eram ou tinham sido importantes na sua existência. Não havia mais espaço para rancores antigos. Além disso, por mais que tentasse, não conseguia deixar de gostar de sua “mãe adotiva”, Cássia. Afinal, ela a protegera durante todos aqueles anos, inclusive do homem que tanto amava, o Conde Victor.
- Não sei por que você ainda perde tempo vestindo camisola – a voz rouca de Robert chegou ao seu ouvido quando se sentiu agarrada carinhosamente por trás, despertando-a de seus pensamentos.
- Você não gostou desta? – resmungou.
- Ela é muito bonita, mas pessoalmente acho mais lindo o “recheio” dela – cochichou e passou a beijá-la no pescoço.
- Combinei de encontrar-me com Cássia e as meninas, amanhã, no hotel onde estão hospedadas para conversarmos. Acho que vai ser bom... – contou com voz entrecortada pelos arrepios provocados pelos beijos e carícias dele.
- Tenho certeza disso – concordou num cicio sem parar os carinhos.
- Monique convidou Victor para passar uma temporada com eles na Grécia. Lana morre de saudades dele.
- Concordo... – disse com voz impaciente, já baixando as alças da camisola, que acabou por cair sobre o tapete da suíte.
- Você nem está prestando atenção ao que eu digo... – reclamou divertida, virando-se de frente para ele.
- Estou sim... Mas agora estou mais interessado em outro tipo de conversa...
Dizendo isso, selou os lábios de Luísa com um beijo apaixonado, enquanto a elevava nos braços e a levava para a cama.

Três dias depois voltaram para Paris, onde mantinham residência fixa, num luxuoso apartamento próximo ao Champ de Mars. Luísa continuava a trabalhar em seu estúdio no Boule Miche, como chamavam os franceses ao Boulevard de Saint-Michel, confirmando a intuição de Cyro Zimbro, a respeito de seu sucesso como pintora. Cada vez mais raramente sentia a “fome”, necessitando do fluído artificial criado e oferecido por Paole para facilitar a sua transição.
Robert continuava fazendo sucesso com seus filmes e em sua produtora, já podendo dar-se o direito de passar mais tempo junto à família.
Victor passaria as próximas férias com Lana, na Grécia, a convite de Cristopher e Monique, que esperavam mais um filho para breve.
Gabriele decidira esperar um pouco mais para engravidar. Eric ainda viajava muito devido aos inúmeros compromissos de trabalho. Infelizmente, não conseguiam ficar por muito tempo em sua residência em Santorini, onde eram vizinhos de Cris e Monique. Mesmo assim sentiam-se felizes e completos.
Cássia e Arnold desfrutavam de boa e calma vida à sombra dos Cárpatos, entre a nova comunidade criada em suas terras. Ele desenvolvera um laboratório num dos recintos do castelo, onde persistia em suas pesquisas científicas.
A vida continuava. A espécie mantinha-se resguardada. Humanos e vampiros, vivendo lado a lado, sem conflitos, como fora o sonho do fundador do clã grego, antecessor de Arnold Paole, e deste próprio.


FIM




Espero que tenham gostado do final deste romance vampiresco. Aceito críticas e sugestões, como sabem. Mais uma vez agradeço às minhas leitoras e colaboradoras queridas, que continuam me incentivando nesta minha tentativa de compor estórias romanticas que façam minhas leitoras sonhar.
Aproveito este final, para desejar um FELIZ NATAL e UM ANO NOVO MARAVILHOSO para todos. Pretendo voltar à "luta", no início do ano, com novas criações. Podem aguardar. Este se tornou o meu vício e, infelizmente, pretendo continuar torturando, a quem desejar ser torturado, com meus romances.
Felicidades,sonhos realizados, muito amor, saúde e paz neste ano de 2010. É o que desejo de coração para todos. Beijos!!

7 comentários:

  1. Quem bom que o Arnald tomou a iniciativa de ficar lá ao lado de Cássia, um recomeço amoroso, sem o peso do passado e imaginações infrutíferas sobre o futuro é tudo o que ela precisava para ficar mais solta e ser feliz.
    Coitada da Luiza, quanto sofrimento, quanta dor. Sozinha, com mil pensamentos tristes rondando a sua mente. Isso é muito difícil...
    Ai, Rô, que coisa linda!!! Esses olhinhos azul-esverdeados... e que foto maravilhosa, ele é mesmo um sonho!!!
    Tomara que o Robert aprenda né, ficou tentando fazer cenas de ciúmes com uma atriz que tem uma fama nada fácil, aí, qualquer aproximação parece ser algo que não é. E a Luiza estava muitíssimo abalada, o que ajudou ainda mais nessa confusão.
    Mas o importante é que não houve nada e o Robert fez o que devia indo ao encontro de Luiza. E a melhor coisa é falar a respeito do que se passou, para esclarecer tudo e recomeçar o romance com confiança e serenidade.
    Olha, mas se eu fosse a Luiza, não iria querer falar ao telefone com a Lisa. Tudo bem que essa foi uma atitude nobre da Lisa para ajudar Robert a desfazer o mal entendido que ela mesma havia ajudado indiretamente a criar. Mas eu teria que dar um tempinho para falar com ela, estou numa fase de que não gosto de conversar com pessoas desse tipo.
    Que frase mais perfeita, amiga: “Era o levitar, o retorno ao lar, o conforto, o fim da procura...” Ai... ai...
    Meu Deus... Esse nosso mundo está tomado de vampiros e ex-vampiros!!! Rô, traz um aqui pra mim, tô tão carente... hihihi...

    Olha, amiga, sei que é chover no molhado, mas AMEI tudo, muito lindo do início ao fim. Sinceramente, não tenho o que criticar, mesmo sabendo que críticas positivas ajudam a madurecer o talento. Mas, na minha humilde opinião, este foi mais um conto muito fácil e gostoso de ser lido. A gente começa a ler e já viaja naquilo que vc nos conta. Há pitadas de ciúmes, intrigas, inveja, amizade, aventura, segredos, suspense e, o melhor de tudo, muito romantismo de nos tirar o fôlego. Adoro o seu jeito de escrever, com um vocábulo que nos enriquece e admiro cada um dos detalhes que vc descreve a respeito das cenas, que me leva a conhecer coisas e lugares que não tive oportunidade de conhecer.
    Continue escrevendo, Rô, aproveite esse talento tão especial que Deus lhe deu e ajude os nossos olhinhos a brilharem comovidos com tanta emoção!
    Estou do lado de cá suspirando, amiga! Como é bom viajar nesses doces e mágicos momentos que vc nos proporciona...
    Parabéns!!! Parabéns!!! Parabéns!!!
    Tb te desejo muuuuuuuuuuuuuitas felicidades e te agradeço todo o carinho que vc sempre me deu, a sua mão amiga nesses momentos conturbados...
    Beijinhos

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  2. Carel disse:
    Ro... "infelizmente" virou vício??? MUlherrrr... se eu tivesse um tiquinho do teu talento...hehehhe...mas não te preocupa que é inveja branca viu???Muito lindo o capitulo final... cada um sendo feliz a sua maneira...aquela descrição do tapete vermelho foi perfeita...Mais uma vez parabéns... Tu tá te superando a cada conto... Estamos no aguardo do proximo viu???Bota a cuca pra funcionar que suas leitoras não podem ficar muito tempo sem conto novo viu???hehehehe...Beijos amada e um super natal e um ano novo cheio de coisa boa...Que venha 2010 com tudo!!!!!Bjs!!!

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  3. Rosane!!!!
    Meu parabéns!!Adorei este final,foi maravilhoso como sempre.Continue assim escrevendo cada vez melhor e proporcionando a nós histórias cada vez melhores.E não demore mto para postar um conto novo.
    E que 2010 seja um maravilhoso para vc.com mta saúde,paz e mta felicidade.
    Bjs.

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  4. Ro.... que coisa linda.... amei amei amei.... estou sem palavras!!!!! Para o próximo ano tenha muito mais... Uhuuu!
    Aproveito o momento pra desejar uma linda e maravilhosa entrada de ano ao lado de seus familiares e que o Gerry continue nas nossas vidas!!!
    Beijo grande!

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  5. Ai amiga! Que desfecho maravilhoso para uma história fantástica! Acho que este romance já daria, com as duas partes, um livro volumoso e bastante vendido. Parabéns Rosane, pela maestria, pela concatenação de idéias, personagens e situações. Obrigada por nos garantir uma viagem de férias para longe do dia-dia cansativo que muitas enfrentamos, obrigada por me tirar da realidade dura e crua e me transportar para uma realidade suave e cheia de emoções. Espero, sim, que 2010 seja ainda mais inspirador para ti minha querida!
    Beijos e boas festas!

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  6. Rô minha querida, vc é um espetáculo!
    Vc nos brindou com uma história riquíssima em detalhes e emoções. Obrigada por garantir uns minutinhos de fuga dessa realidade...
    Imagina um livro desses por aí, heim...
    Que 2010 seja para vc, seja ainda mais rico em inspiração e idéias!
    Bjim♥

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  7. Rosane, viajei no comecinho de janeiro e só voltei pouco antes do Carnaval e não tinha podido ler os dois últimos capítulos.

    Só hoje pude me dedicar a essa leitura deliciosa! Parabéns, amiga! Você tem o dom! Criou personagens cativantes, uma trama atrente e empolgante é, é claro, super romântica, como nós adoramos!

    Desejo que 2010 seja repleto de sucesso, inspiração, saúde e amor para você!

    Obrigada por tornar meus momentos na internet muito mais românticos e belos!

    Adoro você!

    Mil beijos!

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Cantinho do Leitor
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